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Transcrição:

Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP Ano 18 nº209 Julho 2012 Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP EM PLENA ENTRESSAFRA, PREÇO CAI 2% E CUSTO DE PRODUÇÃO É O MAIOR DA SÉRIE O preço do leite pago ao produtor recuou em junho, em plena entressafra, conforme já esperado por agentes consultados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Este comportamento é atípico para o período do ano, tendo em vista que a oferta de leite está relativamente restrita, devido à menor produção de pastagens. Entretanto, colaboradores do Cepea afirmam que a margem de lucro dos laticínios está menor há alguns meses, em função da valorização da matéria-prima, enquanto no mercado de derivados lácteos não houve reação dos preços, por conta do desaquecimento das vendas. Para o pagamento de julho, a expectativa da maior parte dos agentes é de nova queda. O preço bruto pago pelo leite ao produtor caiu 2% em junho (referente à produção entregue em maio), indo para R$ 0,8561/litro na média geral (ponderada pelos estados de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA). Na comparação com junho/11, houve queda de 5,5%, em termos reais, ou seja, considerando-se a inflação do período. Enquanto os preços pagos pelo leite aos produtores recuaram em quase todas as regiões analisadas pelo Cepea, os custos de produção seguem em alta, impulsionados pelo encarecimento da alimentação concentrada. O farelo de soja registrou valores recordes em algumas regiões acompanhadas. Com isso, o índice de custo de produção calculado pelo Cepea atingiu, em maio, o maior patamar desde o início da série, em janeiro de 2008. Em relação a maio/11, o Custo Operacional Efetivo (COE) registrou alta de 8%. Este cenário de redução da margem de lucro do pecuarista leiteiro tende a desestimular avanços na produção de leite. O Índice de Captação de Leite do Cepea ficou praticamente estável entre abril e maio, com leve alta de 0,3%. Em Minas Gerais, principal estado produtor, houve recuo de 1,5%; já em Goiás, o índice subiu 3,6%. Segundo agentes, a recuperação da captação de leite no estado goiano ocorreu em função do clima ainda favorável em maio para o desenvolvimento das pastagens: boa quantidade de chuvas e temperaturas elevadas naquele mês. Na Bahia, houve queda de quase 4%; o índice no estado ficou cerca de 20% abaixo do registrado em maio/11. No Sul do País, o índice recuou em Santa Catarina e no Paraná; já no estado gaúcho, a captação de leite começou a aumentar. Em maio, houve aumento de quase 4% no Rio Grande do Sul. A expectativa é de que a produção de leite no Sul aumente nos próximos meses com a chegada da safra de inverno, sendo que o pico deve ocorrer em agosto. Agentes afirmam que a estiagem provocou atraso no plantio das pastagens, mas as condições climáticas já são favoráveis ao desenvolvimento. AO PRODUTOR: Em junho, os preços recuaram em todos os estados que compõem a média geral a maior delas foi verificada em Goiás, onde o preço estava mais elevado nos últimos meses. Houve redução de quase 5% no valor bruto (considerando-se frete e Funrural) no estado goiano, passando para R$ 0,8723/ ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - ABRIL/12. (Base 100=Junho/2004) Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA) Para o pagamento de julho, referente à produção entregue em junho, o Cepea apurou que 53% dos compradores de leite que participam da pesquisa (responsáveis por 77% do volume de leite amostrado) têm expectativa de nova queda nos valores. Quase 37% dos representantes de laticínios/cooperativas (que respondem por 19% do volume de leite) acreditam em estabilidade de preços, e apenas 10% dos agentes (responsáveis por 4% do volume amostrado) esperam elevações. MERCADO INTERNACIONAL pág. 05 Exportações de leite em pó aumentam e importações diminuem em junho DERIVADOS pág. 06 Após 3 meses estável, queijo muçarela tem pequena reação em junho PANORAMA pág. 07 Economia desacelera e lácteos sentem o enfraquecimento da demanda MERCADO DE MILHO E SOJA pág. 08

litro. Em Minas Gerais, o preço caiu 2,7%, com média de R$ 0,8679/litro. Em São Paulo, a baixa foi de 2,4%, com média de R$ 0,8738/litro. No Rio Grande do Sul, o recuo foi de 2,2%, com a média passando para R$ 0,8333/litro. Em Santa Catarina, a queda foi de 2%, a R$ 0,8028/litro. No Paraná, a média de preços foi de R$ 0,8247/litro, baixa de 1,2% entre maio e junho. Na Bahia, houve redução de 1,2%, com média de R$ 0,8573/litro. Já no Ceará, os preços se mantiveram praticamente estáveis, a R$ 0,8694/litro. No Espírito Santo, o preço médio foi de R$ 0,8824/litro, alta de 2,5% frente a maio. No Rio de Janeiro, os preços subiram ligeiro 0,5%, indo para R$ 0,8853/litro. Em Mato Grosso do Sul, a elevação foi de 0,4%, com média de R$ 0,7728/litro. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em JUNHO/12 referentes ao leite entregue em MAIO/12 RS SC PR SP MG GO BA Preços em estados que não estão incluídos na média nacional RJ, MS, ES e CE RJ MS ES CE Noroeste Centro-Oriental Mesorregião Média Estadual - RS Oeste Catarinense Norte Catarinense / Vale do Itajaí Média Estadual - SC Centro Oriental Paranaense Oeste Paranaense Norte Central Paranaense Sudoeste Paranaense Média Estadual - PR São José do Rio Preto Macro Metropolitana Paulista Vale do Paraíba Paulista Campinas Média Estadual - SP Triângulo Mineiro / Alto Paranaíba Sul / Sudeste de Minas Vale do Rio Doce Metropolitana de Belo Horizonte Média Estadual - MG Centro Goiano Sul Goiano Média Estadual - GO Centro Sul Baiano Sul Baiano Média Estadual - BA MÉDIA NACIONAL - Ponderada Sul Fluminense Centro Média Estadual - RJ Leste Sudoeste Média Estadual - MS Sul Espírito-santense Média Estadual - ES Sertões Cearenses Metropolitana de Fortaleza Centro Sul Cearense Média Estadual - CE Preço Bruto Inclusos frete e CESSR (ex-funrural) Máximo 0,9156 0,9574 0,9144 0,8939 0,8466 0,8872 0,9116 0,8317 0,9127 0,6032 0,8168 0,7420-0,46% -2,35% 0,8697 0,6882 0,8162 0,7365-1,39% -1,45% 0,8624 0,9250 0,9492 0,9009 0,8975 0,9205 0,9637 0,8858 1,0224 1,0162 0,9314 0,9904 0,9195 0,9428 0,8522 0,9486 0,9369 0,7071 0,6535 0,7011 0,6567 0,5721 0,6528 0,8522 0,7773 0,7468 0,7301 0,8692 0,8306 0,8059 0,7715 0,7773 0,7384 0,8391 0,8054 0,7778 0,7673 0,6948 0,7186 0,6801 0,8491 0,7594 0,8378 0,8326 0,8333 0,8144 0,7211 0,8028 0,9016 0,8064 0,8247 0,8739 0,9073 0,8542 0,8750 0,8738 0,9043 0,8281 0,9217 0,8939 0,8679 0,9062 0,8557 0,8723 0,7857 0,9092 0,8573 Preço Líquido Mínimo Médio Médio 0,7609 0,7553 0,7583 0,7775 0,6504 0,7591 0,8548 0,7446 0,7579 0,8082 0,8726 0,7963 0,7935 0,8158 0,8271 0,7654 0,8390 0,8107 0,8000 0,8311 0,8036 0,8126 0,7074 0,8352 0,7921 Var% Bruto Jun/Mai -2,70% -1,52% -2,18% -2,02% -2,21% -1,99% -0,65% -1,18% -1,20% -1,45% -0,08% -2,09% -6,61% -2,44% -2,15% -4,75% -1,64% -3,06% -2,66% -2,60% -6,00% -4,87% 1,68% 1,28% 1,16% Var% Líquido Jun/Mai -2,91% -2,16% -2,46% -1,63% -3,61% -1,83% -1,90% -0,38% -0,97% -1,02% 3,12% -4,52% -8,23% -2,20% -3,23% -6,01% -2,27% -3,89% -3,09% -2,91% -4,83% -4,20% 2,74% 0,66% 1,70% 0,9192 0,7455 0,8561 0,7920-2,07% -2,03% 0,9548 0,9685 0,9401 0,7715 0,8996 0,8646 1,0211 0,9536 0,9366 0,8560 0,9057 0,9234 0,7298 0,9065 0,7938 0,6326 0,6807 0,6505 0,9031 0,8083 0,8341 0,7389 0,7617 0,7983 0,8782 0,9394 0,8853 0,7140 0,8018 0,7728 0,9650 0,8824 0,8903 0,8316 0,8308 0,8694 0,8375 0,8877 0,8361 0,6309 0,7130 0,6798 0,8830 0,8089 0,7912 0,7625 0,7509 0,7776 0,28% 3,83% 0,48% -1,04% 0,42% 0,45% 0,82% 2,52% 1,04% 1,36-0,63% -0,13% Equipe Leite: Aline Barrozo Ferro - Pesquisadora Projeto Leite Ana Paula Negri, Isadora Gonzalez Gegollotte, Jacqueline Barbieri e Paulo Moraes Ozaki Equipe Grãos: Lucilio Alves - Pesquisador Projeto Gãos Ana Amélia Zinsly, Renata Maggian, Débora Kelen P. da Silva, Guilherme Martins Corder, Aline Fidelis e Julia Bergamasco Alcarde Editores Científicos: Prof. Geraldo Sant Ana de Camargo Barros e Prof. Sérgio de Zen (19) 3429-8834 leicepea@usp.br Endereço para correspondência: Av. Centenário, 1080 Cep.: 13416-000 Piracicaba/SP

MAIOR DEMANDA POR FERTILIZANTES ELEVA CUSTOS NA ATIVIDADE LEITEIRA Por Isadora Gonzalez Gegollotte, graduanda Eng. Agronômica Esalq/USP; equipe Leite Cepea A ureia, fonte nitrogenada comumente utilizada na pecuária leiteira, ficou 14% mais cara no estado de São Paulo em valores reais, ou seja, considerando-se a inflação, entre junho/11 e junho/12. No mesmo período, o preço do leite pago ao produtor no estado, também em termos reais, teve declínio de 7%. A combinação de retração do preço do leite e aumento dos custos coloca produtores em alerta, já que suas margens são usualmente apertadas. Com isso, melhorias na gestão geral da propriedade (custos e manejo) são de suma importância para que os produtores atravessem períodos desfavoráveis ao seu poder de compra, como o que ocorreu no mês de junho, sem comprometer sua rentabilidade em longo prazo. Evolução dos Custos Operacionais Efetivos (COE) da atividade leiteira, preços de ureia e do leite ao produtor de junho/11 a junho/12 Fonte: Cepea/CNA A valorização deste insumo é um dos fatores que pesam para o aumento dos custos operacionais efetivos (COE) da atividade leiteira, já que é utilizado tanto para adubar pastagens e lavouras de grãos como para ser misturado diretamente a volumosos como a cana-de-açúcar e silagem de milho. A demanda aquecida por fertilizantes, em especial os fosfatados e nitrogenados, no mercado internacional e nacional, atrelada ao aumento do dólar, foram fatores que fomentaram os preços destes insumos no mercado interno, apesar de uma leve retração em junho, em boa parte do primeiro semestre. *Dados referentes ao estado de São Paulo Concentrado (22% PB) 686,0 litros/tonelada 662,4 litros/tonelada 636,6 litros/tonelada Antimastítico 7,6 litros/frasco 10 ml 7,8 litros/frasco 10 ml 6,3 litros/frasco 10 ml Uréia Antibiótico Oxitetraciclina 1793,8 litros/tonelada 1554,7 litros/tonelada 1329,7 litros/tonelada Nota: As relações de troca referem-se ao estado de São Paulo. Sal Mineral 80,6 litros/sc 25kg 78,8 litros/sc 25kg 78,3 litros/sc 25kg 15,0 litros/frasco 50ml 15,2 litros/frasco 50ml 15,6 litros/frasco 50ml Herbicida 2,4D 57,5 litros/litro de herbicida 58,4 litros/litro de herbicida 58,8 litros/litro de herbicida Fonte: Cepea/CNA

EXPORTAÇÕES DE LEITE EM PÓ AUMENTAM E IMPORTAÇÕES DIMINUEM EM JUNHO Em junho, o Brasil passou a exportar mais e a importar menos leite em pó este é o principal lácteo importado e o segundo mais exportado pelo País. As exportações d o p r o d u t o q u a s e t r i p l i c a r a m s e comparadas às de maio, totalizando o equivalente a 3 milhões de litros de leite. Esse volume, entretanto, ainda é 15 vezes inferior ao importado no mesmo mês. De qualquer forma, as importações de leite em pó caíram 21% de maio para junho, pressionadas pela queda de 54% nas compras do produto uruguaio. Alguns agentes de mercado consultados pelo Cepea atribuem essa melhora do comércio de leites em pó à recente valorização do dólar frente ao Real, o que poderia representar uma recuperação deste setor nos próximos meses. Porém, o volume embarcado ainda é muito pequeno se comparado ao registrado em períodos considerados bons para as exportações de lácteos brasileiros. Analisando-se o custo da matéria-prima no mercado interno em dólar, observa-se que o preço do leite nacional (ao produtor) não proporciona competitividade ao d e r i v a d o b r a s i l e i r o ( l e i t e e m p ó ) comparativamente aos dos preços médios de exportação da Oceania e do Oeste da Europa. No total, o volume importado de lácteos caiu 17% entre maio e junho, totalizando o equivalente a 71 milhões de litros de leite. Em relação a junho/11, houve queda de 18%. Para esse cálculo, a equipe Cepea considerou os dados do capítulo 4 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), além de leite modificado e doce de leite, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). As compras do Uruguai caíram pela metade em junho, limitando-se a 23 milhões de litros de leite. Por outro lado, houve aumento das importações de leite em pó do Chile, que chegaram a representar 8% do total das compras daquele mês. No caso da Argentina, o volume importado teve aumento de 2% frente a maio. Em relação às exportações, foi vendido ao exterior o equivalente a pouco mais de 10 milhões de litros, praticamente o mesmo volume registrado em maio - aumento de 1%. Apesar do avanço do leite em pó, esse saldo de junho reflete a queda de 37% nas vendas de leite condensado, produto lácteo mais vendido pelo Brasil no mês, foi embarcado o equivalente a menos de 4 milhões de litros de leite. IPE-L/Cepea Em junho, o Índice de Preços de Exportação de Lácteos do Cepea (IPE-L) em dólar aumentou 34% frente a maio, indo para US$ 4,05/kg. Em reais, a alta foi de 39%, com média de R$ 8,31/kg. Esse acréscimo representa uma melhora da atratividade das exportações. Os principais aumentos de preços ocorreram nos grupos de leites fluidos, iogurtes, soro de leite e manteiga. Houve queda apenas no preço médio do doce de leite. Leite em pó integral Oceania Oeste da Europa Preços internacionais (US$/tonelada) 2012 2011 Var. (%) Leite em pó desnatado 2012 2011 Var. (%) US$ 2.950 US$ 3.175 US$ 3.863 US$ 4.413-24% -28% Oceania Oeste da Europa US$ 2.875 US$ 2.775 US$ 3.900 US$ 3.425-26% -19% Fonte: USDA. Dados referem-se à média entre 25/06 e 06/07 Total Leites em pó Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)¹ Volume (mil L de leite) Var. jun/12 - mai/12 (%) Participação no total exp. em jun/12 Var. jun/12 - jun/11 (%) 10.095 3.050 +1% Leite Condensado Queijos Leites fluídos e cremes 3.968 2.387 650-37% +22% +7% 39% 24% 6% -5% +25% +50% Total de janeiro a junho/12 frente ao mesmo período de 2011: +13% Total Leites em pó Leite Condensado Queijos Leites fluídos e cremes - +13% +176% 30% +37% Volume importado de lácteos (em equivalente leite)¹ Volume (mil L de leite)² Var. jun/12 - mai/12 (%) Participação no total exp. em jun/12 Var. jun/12 - jun/11 (%) 70.800 47.683 21.739 567 1.826 Total de janeiro a junho/12 frente ao mesmo período de 2011: +8% -17% - -18% -21% 67% -15% -7% 31% -26% +3218% 1% -21% +4% - +21% Fonte: Secex. Elaboração: Cepea Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em leite.

APÓS 3 MESES ESTÁVEL, QUEIJO MUÇARELA TEM PEQUENA REAÇÃO EM JUNHO Por Ana Paula Negri, graduanda de Ciências dos Alimentos, e Jacqueline Betim Barbieri, graduanda em Eng. Agronômica Esalq/USP; equipe Leite Cepea Após alguns meses de estabilidade, em junho, os preços dos queijos tiveram leve reação. Segundo colaboradores do Cepea, o clima mais frio estimulou ligeiro aumento da demanda, contribuindo para redução dos estoques do produto. Neste cenário, agentes de mercado esperam novo aumento de preços em julho. Considerando - se as cotações diárias apuradas pelo Cepea no mercado paulista, o queijo muçarela foi comercializado a R$ 10,37/kg em junho, aumento de 0,6% frente a maio. Apesar de o percentual ser pequeno, agentes do setor preferem considerar a tendência de recuperação que ele pode indicar. Em relação a junho/11, o aumento foi de 2,77%, quando apresentou média de R$ 10,09/kg. importado diminuiu. Em abril, o produto nacional cotado no atacado nos estados de SP, MG, GO, RS e PR era 25% mais caro que o importado; em maio, esteve 18% acima devido principalmente ao aumento do preço do leite em pó importado. Os queijos prato e muçarela apresentaram mínimas variações na média geral: valorizações de 0,1% e 0,7%, respectivamente. As médias foram de R$ 12,65/kg para o queijo prato e de R$ 11,24/kg para o queijo muçarela. MERCADO EM MAIO: Nesse mês, o leite UHT apresentou queda de 1,4% na média geral (estados de GO, MG, PR, RS, SP), devido ao enfraquecimento da demanda, com valor de R$ 1,64/litro. O leite pasteurizado também recuou, 1,1% frente a abril, com queda mais expressiva (4,2%) no estado de Goiás. A média geral desse derivado foi de R$ 1,35/litro. A manteiga (em embalagem de 200 g), considerando-se a média dos cinco estados, teve queda de 0,6% em relação ao mês anterior, com média geral de R$ 10,57/kg. No mês de maio, o leite em pó (400 g) valorizou 0,9% em relação a abril, com média de R$ 9,78/kg. Evolução dos preços do leite em pó no mercado interno (média geral dos preços no atacado) e do leite em pó importado, em reais por quilo Fonte: Cepea, Secex Em junho, o leite UHT manteve a estabilidade pelo terceiro mês consecutivo no atacado do estado de São Paulo, com média de R$ 1,77/litro (inclui frete e impostos). Este valor representa queda de 4,7% em relação a junho/11 (em valores nominais), quando o produto foi comercializado a R$ 1,86/litro também no atacado paulista. As pesquisas diárias têm o apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e CBCL (Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios). Quanto ao leite em pó, houve aumento da procura pelo produto nacional, tendo em vista que o importado perdeu parte da sua competitividade. De acordo com pesquisa realizada pelo Cepea, a diferença dos valores entre o leite em pó nacional e o Cotação diária - atacado do estado de São Paulo Média de preços em junho Var. (%) em relação a maio Var. (%) em relação a junho/11 Leite UHT Queijo Muçarela R$ 1,77/litro 0,2% -4,74% R$ 10,37/kg 0,6% 2,77% Fonte: Cepea-OCB/CBCL Preços médios dos derivados praticados em MAIO e as variações em relação ao mês anterior MG PR RS -4,2% 1,39-0,3% 1,35 0,6% 1,32 0,4% 1,40-1,8% Leite UHT 1,67-4,4% 1,66-0,9% 1,67 1,2% 1,58-1,8% 1,63-1,0% Queijo Prato 11,86 6,0% 13,04 3,4% 11,75 1,7% 13,07-3,8% 13,56-4,9% 12,65 0,1% Queijo Muçarela 10,55-1,5% 11,85 1,6% 10,40 0,1% 12,58 3,1% 10,81-0,3% 11,24 0,7% Manteiga (200g) 10,93-0,8% - 11,57 1,6% 9,20 4,5% 9,90 0,0% 10,23-2,5% 9,59 9,20 0,5% -2,6% 10,85-3,9% 10,36 3,4% 10,57 9,78-0,6% 0,9% Média Geral 1,35-1,1% 1,64-1,4% Fonte: Cepea-OCB/CBCL 1,30 Leite em pó int. (400g) GO SP Produto Leite Pasteurizado

ECONOMIA DESACELERA E LÁCTEOS SENTEM O ENFRAQUECIMENTO DA DEMANDA Por Aline Barrozo Ferro, pesquisadora do Cepea Há alguns meses, o setor de lácteos sente o desaquecimento do consumo nos níveis atacadista e varejista. As vendas mais restritas têm limitado o avanço dos p r e ç o s d o s d e r i v a d o s, m a s, a t é recentemente, o valor da matéria-prima continuava em alta, dados a redução da oferta e aumentos dos custos de produção dentro da porteira. Em junho, no entanto, esse cenário fez com que os preços pagos pelo leite aos produtores também caísse, mesmo sendo período de entressafra, num movimento atípico para a época do ano. Entre os fatores que têm gerado queda nas vendas de lácteos nacionais estão a concorrência com o produto importado, que chega no mercado interno em grande volume e a preços competitivos, e a desaceleração da economia brasileira. Alguns indicadores macroeconômicos têm reiterado os sinais de que o brasileiro pode estar realmente desacelerando suas compras em geral e, possivelmente, também de lácteos. Apesar do nível de desemprego se manter baixo, o aumento da inadimplência indica que, de fato, pode haver uma redução da capacidade das famílias de honrar seus compromissos financeiros. Dados do S e r a s a m o s t r a m q u e o n í v e l d e inadimplência de pessoas físicas em maio ficou 21% superior ao do mesmo mês de 2011, sendo o maior patamar registrado desde jan/2009. Entre janeiro e maio, a devolução de cheques sem fundo também cresceu, em 13%, de acordo com a mesma instituição. Especialistas da Fundação Instituto de Administração (FIA), que também medem o nível de inadimplência, acreditam que uma queda nessa taxa deverá ocorrer apenas em 2013 e que, até dezembro, o nível deve aumentar. O fraco desempenho do setor industrial, como têm mostrado os indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também pode resultar em redução da massa salarial, caso esse quadro não seja revertido a tempo, o que consequentemente poderia provocar diminuição do consumo das famílias. Neste sentido, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2012, segundo projeções de agentes do mercado financeiro consultados pelo Banco Central e divulgadas no Boletim Focus, passou de 2,9% no início do ano para 1,90% na publicação de 13 de julho. Analistas do banco Credit Suisse acreditam mesmo que o crescimento seja de, no máximo, 1,5% para este ano. Uma das causas desse encolhimento da economia, que reflete a limitação dos investimentos no País, está relacionada às incertezas quanto à crise internacional. Outro importante fator, segundo especialistas, é a falta de competitividade do Brasil frente a outros países em termos de custos de produção, logística e infraestrutura. Indicadores Macroeconômicos +1,9% É a previsão de crescimento do PIB para 2012, segundo o Boletim Focus, do Banco Central (13/07/12). +21% Foi o aumento da inadimplência das famílias brasileiras entre maio/11 e maio/12, segundo o Serasa. +13% Foi o aumento da devolução de cheques sem fundo entre janeiro e maio/12, segundo o Serasa. Mercado de Leite -5% +8% Foi a queda no preço médio do leite pago ao produtor entre junho/11 e junho/12, em termos reais (Cepea). Foi o aumento do volume importado em equivalente leite no primeiro semestre de 2012 frente a igual período de 2011 (Secex).

Ana Amélia Zinsly e Débora Kelen Pereira da Silva MILHO: Preços externos sobem com força em junho Os preços do milho subiram expressivamente na Bolsa de Chicago (CME/CBOT) no correr de junho, impulsionados por preocupações com o clima seco nos Estados Unidos. No Brasil, os preços também subiram, principalmente no porto, como reflexo da alta externa. Segundo pesquisadores do Cepea, a estiagem em boa parte das áreas de produção de milho e soja nos Estados Unidos foi o principal foco de p r e o c u p a ç ã o d e a g e n t e s q u a n t o a o desenvolvimento das culturas. No porto de Paranaguá (PR), as cotações subiram quase 9% em junho, indo para R$ 27,36/sc de 60 kg no dia 29. Por outro lado, a expectativa de produção recorde na segunda safra do Brasil pressionou as cotações no interior do País nos últimos meses. Na parcial do ano, por exemplo, enquanto os preços médios de cerca de 30 diferentes regiões do Brasil cederam quase 13%, em Paranaguá, as cotações registram certa estabilidade nesse período. Estas oscilações distintas fizeram com que as diferenças entre os preços no porto e no interior chegassem a patamares quase que históricos. Quanto à média das regiões acompanhadas pelo Cepea, houve queda de 0,1% no mercado de balcão (ao produtor) e de 0,5% no de lotes (negociação entre empresas) no acumulado de junho. % no de lotes (negociação entre empresas). FARELO DE SOJA: Qual o limite de altas nos preços do farelo de soja? O ritmo acelerado de vendas de farelo de soja, puxado pelo apetite comprador dos mercados interno e externo, impulsionou as cotações da soja e derivados no Brasil em junho. Preços firmes da soja deram margens para que processadores ofertassem valores ainda maiores ao farelo, que atingiram patamares recordes em diversas regiões do Brasil. Nesse cenário, indústrias precisaram importar soja de países vizinhos no final de junho, para sustentar a demanda do farelo. Assim, na média das regiões pesquisadas pelo Cepea, o farelo de soja registrou forte valorização de 17,2% no acumulado de junho (de 31 de maio a 29 de junho). No ano, a alta é de expressivos 69,7%. Os contratos futuros de farelo de soja também subiram expressivamente na CME/CBOT (Bolsa de Chicago) em junho. Para o primeiro vencimento, Julho/12, o aumento foi de 10,5%. Na parcial do ano, o primeiro vencimento registrou forte elevação de 41%, atingindo, em junho, patamares recordes, em termos nominais. Para as exportações brasileiras, a queda na oferta refletiu em menor volume de farelo de soja embarcado em junho. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram exportados 1,234 milhão de toneladas do derivado, 23,08% inferior à quantidade de maio/12 e 26,7% abaixo da de junho/11. Valores em Campinas/SP 2012 Milho Farelo 2012 Janeiro 30,52 674,13 Abril Fevereiro 27,89 662,69 Maio Março 28,39 687,14 Junho Milho 25,34 24,46 23,64 Farelo 784,37 878,33 955,11 Fonte: CEPEA - Esalq/USP Envie suas dúvidas e sugestões! Contato: leicepea@usp.br Acompanhe mais informações sobre o mercado de leite em nosso site: www.cepea.esalq.usp.br/leite