UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Setor de Tecnologia Departamento de Transportes Normativas e recomendações para projeto geométrico:

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Setor de Tecnologia Departamento de Transportes AEROPORTOS Projeto geométrico (lado aéreo) Profª. Daniane F. Vicentini 4.1. Normativas e recomendações para projeto geométrico: ICAO código de referência para classificação quanto ao tipo de aeródromo e definição dos parâmetros geométricos; FAA código de referência para classificação quanto ao uso do aeroporto (transporte, tipo de aviação); ANAC Parâmetros geométricos f(aeronave crítica) Diretrizes definem: Comprimento e largura de pista; Clearways e stopways; Separação entre pistas paralelas; Seção transversal para pistas de pouso/decolagem e taxiamento; Zona livre de obstáculos; Baías de espera; Pátios de terminais 1

4.1. Normativas e recomendações para projeto geométrico: Ex. códigos de referência da ICAO: 4.1. Normativas e recomendações para projeto geométrico: Ex. códigos de referência da FAA: 2

4.1.1. Comprimento de pista: É uma das mais importantes decisões no projeto de um aeroporto, pois: Determinará o tamanho e os custos de implantação do aeroporto; Controla o tipo de aeronave que utilizará suas instalações; Poderá limitar parâmetros operacionais e o desempenho da aeronave crítica (carga paga e distância em que poderá efetivamente voar) Recomendações: Diversas: declividade longitudinal limitada a no máx. 2% e declividade transversal entre 1 e 2% (dependendo da aeronave crítica). 4.1.1. Comprimento de pista: Curvas verticais (distância entre interseções): O valor absoluto da soma das diferenças de declividades multiplicado pelo valor a seguir não deverá ser menor que : D Valor: 30 000 m p/ código 4; Valor: 15 000 m p/ código 3; Valor: 5 000 m p/ código 1 ou 2; Ou D 45 m. Ex.: Considerando código 3, x = 1%, y = -0,5%, z = 0,5% (Fonte: ICAO) 3

CLEARWAY: ou zona livre de obstáculos é uma área retangular disponível para que uma aeronave possa efetuar parte de sua subida inicial, até uma altura especificada. Consiste em um prolongamento que se estende além da cabeceira de uma pista, disponível para completar as operações de decolagem de aeronaves com turbinas. Permite transportar maior peso operacional na decolagem, sem que seja necessário aumentar o tamanho da pista. (Fonte: Ashford, Wright (1992) - Airport Engineering) CLEARWAY: ou zona livre de obstáculos é uma área retangular disponível para que uma aeronave possa efetuar parte de sua subida inicial, até uma altura especificada. Consiste em um prolongamento que se estende além da cabeceira de uma pista, disponível para completar as operações de decolagem de aeronaves com turbinas. Permite transportar maior peso operacional na decolagem, sem que seja necessário aumentar o tamanho da pista. Recomendações: Sua origem deverá estar no final da pista disponível; Comprimento: não mais que a metade do comprimento da pista; Largura: estende-se lateralmente a uma distância de pelo menos 75 m para cada lado, com relação ao centro da pista; Declividade: máx. 1,25% 4

STOPWAY: área retangular, definida no terreno e situada no prolongamento do eixo da pista no sentido da decolagem, destinada e preparada como zona adequada à parada de aeronaves (no caso de abortar a operação de vôo, em segurança) (Fonte: Ashford, Wright (1992) - Airport Engineering) (Fonte: cm4pilot.blogspot.com) 5

STOPWAY: área a partir do final da pista, destinada a auxiliar na desaceleração da aeronave, em caso de abortar a operação de decolagem. Não deve ser utilizada para pouso ou na corrida de decolagem. Recomendações: Largura: mesma da pista; Comprimento: f(aeronave crítica), V1; Declividade: mesmas da pista; Resistência mecânica: deve ser capaz de suportar uma aeronave sem causar danos à mesma; Superfície: pavimentada, com materiais de qualidade similar à da pista (Fonte: TMACuritiba.com.br) Recuo da cabeceira: área em que se pode acomodar a aeronave e iniciar os procedimentos de decolagem (corrida). Permite maior visibilidade quando existem obstáculos nas proximidades, que dificultam a aterrissagem. Não pode ser utilizada para pouso direto. Ex. recuo de cabeceira no SBBI devido à existência de obstáculos nas proximidades. (Fonte: TMACuritiba.com.br) 6

4.1.3. Separação entre pistas paralelas: Preponderam os requisitos de segurança; Vantagem: permite operações simultâneas; Distâncias mínimas baseiam-se em dados empíricos e para IFR variam entre 760 m (para partidas) e 1035 m (para chegadas). 4.1.4. Seção transversal de pistas: PISTA POUSO/DECOLAGEM (pista de aterragem ) (Fonte: Ashford, Wright (1992) - Airport Engineering) 4.1.4. Seção transversal de pistas: PISTA POUSO/DECOLAGEM Alguns limitantes para seção transversal em pequenos aeroportos (Fonte: Ashford, Wright (1992) - Airport Engineering) 7

4.1.4. Seção transversal de pistas: Dimensões de taxiways são bem menores que as da pista principal: Runway width TAXIAMENTO POUSO/ DECOLAGEM (Fonte: ICAO) 4.1.5. Zona livre de obstáculos (OFZ Obstacle free zone): São regiões object-free-area, ou seja, áreas restritas que rodeiam pistas de pouso/ decolagem, taxiamento e faixas de taximento, livres de objetos não permitidos. Quando se refere ao espaço aéreo reservado para proporcionar maior segurança durante as operações de aeronaves, é chamado de OFZ. (Fonte: Ashford, Wright (1992) - Airport Engineering) 8

4.1.5. Zona livre de obstáculos (OFZ Obstacle free zone): (Fonte: Ashford, Wright (1992) - Airport Engineering) (Fonte: aucklandcouncil.govt.nz) 4.1.6. Baías de espera: São áreas contíguas à pista de taxiamento, próximo à entrada da pista de decolagem, enquanto são feitas verificações. Seu uso tende a minimizar atrasos. 9

4.1.7. Pátios de terminais: 4.1.7. Pátios de terminais: Ex. de arranjo de serviços em terra (Fonte: Ashford, Wright (1992) - Airport Engineering) 10