Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 7

Documentos relacionados
Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 12

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 6

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 9

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 8

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 4

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 2

Econometria IV Modelos Lineares de Séries Temporais. Fernando Chague

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 5

Aula 2 Tópicos em Econometria I. Porque estudar econometria? Causalidade! Modelo de RLM Hipóteses

Econometria II. Equações simultâneas

Séries Temporais e Modelos Dinâmicos. Econometria. Marcelo C. Medeiros. Aula 1

AULA 8 - MQO em regressão múltipla:

Econometria. Econometria ( ) O modelo de regressão linear múltipla. O modelo de regressão linear múltipla. Aula 2-26/8/2010

Estimação de Variáveis Instrumentais e Mínimos Quadrados de Dois Estágios. Wooldridge, Cápítulo 15

AULA 4 - MQO Simples: Propriedades algébricas e Estatísticas

AULA 10 - MQO em regressão múltipla: Propriedades Estatísticas (Variância)

Econometria - Lista 6

Lista de Exercícios 05 Álgebra Matricial

ESTATÍSTICA COMPUTACIONAL

ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS

Econometria. Econometria MQO MQO. Resíduos. Resíduos MQO. 1. Exemplo da técnica MQO. 2. Hipóteses do Modelo de RLM. 3.

Introdução a Modelos VAR

Econometria em Finanças e Atuária

Econometria. Econometria: Paradigma. Porque usar econometria? Porque usar econometria?

Econometria para Avaliação de Políticas Públicas

Variáveis Instrumentais

AULA 11 - Normalidade e Inferência em Regressão Múltipla - Parte 1

Aula 6. Modelo de Correção de Erros Vetorial. Wilson Correa. August 23, Wilson Correa August 23, / 16

Notas de Aulas Econometria I ** Eduardo P. Ribeiro, 2010 PARTE II

Renato Martins Assunção

AULA 10 - MQO em regressão múltipla: Propriedades Estatísticas (Variância)

Tratamento Estatístico de Dados em Física Experimental

P4 de Álgebra Linear I

Vetor de Variáveis Aleatórias

Algebra Linear. 1. Ortonormalização. 2. Sistema de Equações Lineares. pag.1 Teoria de Sistemas Lineares Aula 6. c Reinaldo M.

AULA 13 Análise de Regressão Múltipla: MQO Assimptótico

Análise de Regressão Linear Múltipla III

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE FEA/USP. Lista 7 - Econometria I

G4 de Álgebra Linear I

Márcio Antônio de Andrade Bortoloti

Multicolinariedade e Autocorrelação

Sumário e Objectivos. Mecânica dos Sólidos não Linear Capítulo 2. Lúcia Dinis 2005/2006

Álgebra Linear II - Poli - Gabarito Prova SUB-tipo 00

Ralph S. Silva

CF372 Mecânica Quântica I Segunda Lista de Exercícios - Capítulo II. q exp( q 2 ) ( 2 π. 2 (2q 2 1) exp( q 2 )

1. Realimentação de Estado: sistemas MIMO

Lembremos que um paralelogramo é um quadrilátero (figura geométrica com quatro lados) cujos lados opostos são paralelos.

ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS

Vetores Auto-Regressivos (VAR) Cristian Rafael Pelizza Estágio de docência

MOQ 13 PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA. Professor: Rodrigo A. Scarpel

exercícios de álgebra linear 2016

MP-208: Filtragem Ótima com Aplicações Aeroespaciais

Capítulo 3: Elementos de Estatística e Probabilidades aplicados à Hidrologia

Antes de resolvermos a)-c), vamos relembrar a diferença entre esperança (variância) conditional e esperança (variância) incondicional.

Álgebra Linear I - Aula Bases Ortonormais e Matrizes Ortogonais

Estimação no Domínio do tempo: Covariâncias e modelos ARIMA

Econometria II. Notas de bolso! Propriedades da E(.), Var(.) e Cov(.) Temos que (a,b) são constantes e (X,Y) são variáveis aleatórias.

1. Conhecendo-se somente os produtos AB e AC, calcule A = X 2 = 2X. 3. Mostre que se A e B são matrizes que comutam com a matriz M = 1 0

AULA 9 - MQO em regressão múltipla: Propriedades Estatísticas (Valor Esperado)

Nota de Aula: Uma Primeira Forma para se Desenvolver o Teste de F para Hipóteses sobre Combinações Linear dos Coeficientes da Regressão

Aula 1. Wilson Correa. June 27, 2017

Análise Multivariada Aplicada à Contabilidade

Aula 7 - Revisão de Álgebra Matricial

5 Curva de Phillips Neo-Keynesiana (CPNK)

Teste da razão de verossimilhanças generalizada

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano

Eletromagnetismo II. 5 a Aula. Professor Alvaro Vannucci. nucci

ÁLGEBRA LINEAR AULA 5 MÉTODOS ITERATIVOS

Capítulo Propriedades das operações com vetores

Álgebra Linear I - Aula 21

Matriz de Variância e Covariância e o Teorema de Gauss-Markov

p( y θ ) depende de um parâmetro desconhecido θ.

AGA Análise de Dados em Astronomia I 7. Modelagem dos Dados com Máxima Verossimilhança: Modelos Lineares

MAT2457 ÁLGEBRA LINEAR PARA ENGENHARIA I Gabarito da 2 a Prova - 1 o semestre de 2015

Curso de Teoria Monetária

Autovalores e Autovetores

O que acontece com as propriedades dos estimadores de MQO quando incluímos regressores endógenos ao modelo de regressão de interesse?

Processos estocásticos

SME Gustavo C. Buscaglia

Técnicas econométricas para avaliação de impacto O uso de algoritmos de emparelhamento baseados em escore de propensão propensity score matching

Aula 14. Aula de hoje. Aula passada

ECONOMETRIA. Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc.

Universidade de São Paulo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Nota: Turma: MA 327 Álgebra Linear. Segunda Prova. Primeiro Semestre de T o t a l

1 Vetores no Plano e no Espaço

Notas para o Curso de Algebra Linear Il Dayse Haime Pastore 20 de fevereiro de 2009

4 Modelos de Regressão Dinâmica

Cálculo Diferencial e Integral II Resolução do Exame/Teste de Recuperação 02 de Julho de 2018, 15:00h - versão 2 Duração: Exame (3h), Teste (1h30)

1 a Lista de Exercícios de MAT2457 Escola Politécnica 1 o semestre de (b)

EXAME NACIONAL DE SELEÇÃO 2010

Matriz de Variância e Covariância e o Teorema de Gauss-Markov

Variáveis Instrumentais

Modelos Lineares Generalizados - Estimação em Modelos Lineares Generalizados

teoria de probabilidade e estatística, uma sequência de palavra série de tempo é usada alternativamente para

MAT2458 ÁLGEBRA LINEAR PARA ENGENHARIA II 2 a Prova - 2 o semestre de T ( p(x) ) = p(x + 1) p(x), (a) 8, (b) 5, (c) 0, (d) 3, (e) 4.

1. Operações com vetores no espaço

1 Matrizes Ortogonais

Transcrição:

em Econometria Departamento de Economia Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Aula 7

O Modelo Estrutural Identificação Seja z t = (z 1t,...,z mt ) R m um vetor composto das variáveis de interesse. Considere o seguinte modelo estrutural (SVAR): Bz t = A 0 +A 1 z t 1 +...+A p z t p +u t, Bz t = A 0 +A(L)z t +u t, onde: B (m m), A 0 (m 1), A 1 (m m),...,a p (m m) são parâmetros; u t = (u 1,t,...,u m,t ) é um vetor composto pelos choques estruturais e A(L) = A 1 L+A 2 L 2 + +A p L p. Os elementos da diagonal principal de B são todos iguais a 1.

O Modelo Estrutural Identificação Sabemos que os parâmetros B,A 0,A 1,...,A p não podem ser estimados por MQO (equação por equação) ou MV. Viés de Simultaneidade! Por outro lado, os parâmetros da forma reduzida (VAR) z t = B 1 A 0 +B 1 A 1 z t 1 +...+B 1 A p z t p +B 1 u t, z t = C 0 +C 1 z t 1 +...+C p z t p +v t, z t = C 0 +C(L)z t +v t, podem ser estimados por MQO (equação por equação) ou MV (condicional às condições iniciais).

Exemplo: Oferta e Demanda Vamos considerar o seguinte sistema de equações: p t = βq t +u t (oferta) q t = αp t +v t (demanda), onde p t e q t são, respectivamente, preço e quantidade de um determinado produto, α 1 β, α 0, β 0 e ( ut v t ) [( ) ( )] 0 σ 2 NID, u 0 0 0 σv 2.

Exemplo: Oferta e Demanda Podemos escrever o sistema anterior da seguinte forma: 1 p t = 1 αβ (u t +βv t ) 1 q t = 1 αβ (αu t +v t ). Pelas equações acima, fica claro que E(q t u t ) 0e E(p t v t ) 0.

Exemplo: Oferta e Demanda Qual é o limite em probabilidade do estimador T t=1 β = p tq t T? t=1 q2 t Pelas equações anteriores, podemos mostrar que E(p t q t ) = 1 ( ασ 2 (1 αβ) 2 u +βσv 2 ). Portanto, pela Lei dos Grandes Números (LGN), plim T 1 T T p t q t = t=1 1 ( ασ 2 (1 αβ) 2 u +βσv 2 ).

Exemplo: Oferta e Demanda Da mesma forma, e, também pela LGN, E ( qt 2 ) 1 ( = α 2 (1 αβ) 2 σu 2 +σv 2 ) plim T 1 T T qt 2 = t=1 1 ( α 2 (1 αβ) 2 σu 2 +σv 2 ). Portanto, β p ασ2 u +βσv 2 α 2 σu 2. +σ2 v O estimador de MQO não é consistente para β!

Exemplo: Oferta e Demanda Sabemos também que ( ) ( ) pt NID 0, 0 q t σu 2+β2 σv 2 (1 αβ) 2 ασu+βσ 2 v 2 (1 αβ) 2 ασu 2+βσ2 v (1 αβ) 2 α 2 σu+σ 2 v 2 (1 αβ) 2 Sendo ρ a correlação entre p t e q t, podemos mostrar que E(p t q t ) = E(p t )+ρ σ p[q t E(q t )] σ q = E(p tq t ) σ p q t = E(p tq t ) σ q σ p σ q = ασ2 u +βσ2 v α 2 σu 2 +σv 2 q t. σ 2 q q t

Exemplo: Oferta e Demanda Também podemos mostrar que q t não é uma variável fracamente exógena para β! Da mesma forma, p t não é fracamente exógena para α.

Forma Estrutural versus Forma Reduzida Será possível recuperar (identificar) os parâmetros estruturais a partir dos parâmetros da forma reduzida? Sabemos que C 0 =B 1 A 0, C 1 =B 1 A 1,. C p =B 1 A p, e Σ v =B 1 Σ u ( B 1 ).

Forma Estrutural versus Forma Reduzida Precisamos encontrar B! Número de parâmetros na forma reduzida: m(1+pm)+ m(m+1). 2 Número de parâmetros na forma estrutural: A forma estrutural tem parâmetros a mais. m(m 1)+m(1+pm)+m. m(m 1) 2

Restrições Identificação Precisamos impor m(m 1) 2 restrições. Algumas alternativas: 1 B é uma matriz triangular inferior (superior): Decomposição de Cholesky ou identificação recursiva. 2 Restrições de longo-prazo: alguns choques não tem impacto no longo-prazo em algumas variáveis (). 3 Variáveis instrumentais. 4 Outras possibilidades: restrições de sinal, teoria (DSGE), etc...

Decomposição de Cholesky Para toda matriz simétrica e positiva definida Ω, há uma única matriz triangular P, tal que Ω = PP. Os elementos da diagonal principal de P são todos positivos.

Pela Decomposição de Cholesky, Σ u = PP. Entretanto, podemos escrever P = AD 1/2, onde A é uma matriz triangular com os elementos da diagonal principal iguais a 1 e D é uma matriz diagonal com elementos positivos. Portanto, Σ u = ADA.

Vamos lembrar que Podemos escrever então, Σ v = B 1 Σ u ( B 1 ). A B 1 e Σ u D. B também será uma matriz triangular. A inversa de uma matriz triangular também é triangular! O sistema está unicamente identificado. Foram impostas m(m 1) 2 restrições.

é uma Boa Escolha? Resposta: Carlstrom, Fuerst e Paustian (Journal of Monetary Economics, 2009). Considere o seguinte modelo estrutural: R t E t (π t+1 ) = σ[e t (y t+1 ) y t ]+P(ρ a 1)a t π t (1+β) = βe t (π t+1 )+π t 1 +κy t +ε π t R t = (1 ρ i )(τπ t +τ y y t )+ρ i R t 1 +ε R t, onde: a t : choque de produtividade (autocorrelacionado); y t : hiato do produto; π t : inflação; R t : taxa de juros nominal e ε π t e ε R t : choques estruturais.

é uma Boa Escolha? Os choques exógenos possuem a seguinte estrutural: ε π t ε π t 1 u π t ρ π 0 0 a t = F a t 1 + u a ε R t ε R t, F = 0 ρ a 0. t 1 ut R 0 0 ρ R Caso τ > 1, é possível mostrar que π t π t 1 ε π t a 1 0 e 1 y t = Γ y t 1 +B a t, Γ = a 2 0 e 2, R t R t 1 ε R t a 3 0 e 3 b 1 c 1 d 1 B = b 2 c 2 d 2. b 3 c 3 d 3

é uma Boa Escolha? O sistema de equações anterior pode ser escrito como um VAR de segunda ordem: π t π t 1 π t 2 u π t y t = A 1 y t 1 +A 2 +B, R t R t 1 onde: A 1 = Γ+BFB 1 e A 2 = BFB 1 Γ. Decomposição de Cholesky: π t y t = A 1 R t π t 1 y t 1 R t 1 +A 2 π t 2 y t 2 R t 2 y t 2 R t 2 u a t u R t b 1e 0 0 + b 2e c 2e 0 b 3e c 3e d 3e }{{} B ϕ π t ϕ a t ϕ R t.

é uma Boa Escolha? Resultado Suponha que os choques estruturais tenham variância unitária. A decomposição de Cholesky identifica os choques monetários como uma combinação linear dos três choques estruturais: onde: α 1 = c1d1 c1d2 Φ ; Φ ; ϕ R t = α 1 u π t +α 2u a t +α 3u R t, α 2 = d2b1 d1b2 α 3 = b2c1 b1c2 Φ e Φ = (c 2 d 1 c 1 d 2 ) 2 +(d 2 b 1 d 1 b 2 ) 2 +(b 2 c 1 b 1 c2 2).

é uma Boa Escolha? Resultado II Suponha que 1 ρ a = ρ i e ρ R = 0 ou 2 ρ a = ρ R e ρ i = 0. Logo: 1 a inflação e o hiato não respondem às taxas de juros defasadas; 2 a inflação e o hiato não respondem contemporaneamente ao choque monetário identificado; 3 sob a decomposição de Cholesky, as FRIs da inflação e do hiato para um choque monetário são zero para todos os instantes de tempo!

é uma Boa Escolha? Exemplo numérico: β = 0.99, κ = 0.1275, σ = ν = 1, τ = 1.5 e τ y = 0.5. Fig. 1. Impulse response function (IRF) to a monetary shock for the baseline calibration and ra=0.7, ri=0.8, rr=0, rp=0. The dashed line is the IRF identified using the Choleski methodology; the solid dotted line is the true IRF; and the solid line is the true IRF in a model with delays. Fig. 2. Impulse response function (IRF) to a monetary shock for the baseline calibration and ra=0.9, ri=0.8, rr=0, rp=0. The dashed line is the IRF identified using the Choleski methodology; the solid dotted line is the true IRF; and the solid line is the true IRF in a model with delays.

é uma Boa Escolha? Fig. 3. Impulse response function (IRF) to a monetary shock for the baseline calibration and ra=0.7, ri=0.8, rr=0.4, rp=0. The dashed line is the IRF identified using the Choleski methodology; the solid dotted line is the true IRF; and the solid line is the true IRF in a model with delays. Fig. 4. Impulse response function (IRF) to a monetary shock for the baseline calibration and r a=0.9, r i=0.8, r R=0.4, rp=0. The dashed line is the IRF identified using the Choleski methodology; the solid dotted line is the true IRF; and the solid line is the true IRF in a model with delays. Fig. 5. Impulse response function (IRF) to a monetary shock for the baseline calibration and r a=0.7, r i=0.8, r R=0, rp=0.95. The dashed line is the IRF identified using the Choleski methodology; the solid dotted line is the true IRF; and the solid line is the true IRF in a model with delays.

O Modelo-AB Identificação Vamos escrever o modelo estrutural da seguinte forma: Bz t = A 0 +A 1 z t 1 +...+A p z t p +u t, Bz t = A 0 +A 1 z t 1 +...+A p z t p +Ae t, onde E(e t e t) = Σ e = I m. Agora A pode não ser mais diagonal. No entanto, precisamos restrições em A e/ou B de forma a identificar os parâmetros do modelo estrutural.

O Modelo-A Identificação Vamos escrever os erros da forma reduzida em função dos erros do modelo estrutural: v t = Ae t, B = I m. Os erros de previsão são combinações lineares dos erros estruturais. Portanto, Σ v = AΣ e A = AA. Devemos lembrar que o número de equações é m(m+1)/2 e o número de parâmetros é m 2. A solução usual é escolher A pela decomposição de Cholesky.

O Modelo-A Identificação As restrições podem ser escritas da seguinte forma: R A vec(a) = 0, onde R A (N m 2 ) é uma matriz de seleção e N é o número de restrições. No nosso caso N = m(m 1)/2.

O Modelo-A Identificação Teorema: Identificação Local do Modelo-A Seja A uma matriz (m m) não-singular. Então, para uma determinada matriz (m m) Σ v, simétrica e positiva definida, e uma outra matriz (N m 2 ) R A, o sistema Σ v = AΣ ua R A vec(a) = 0, possui uma solução única local se, e somente se, [ ] 2D + posto m (A I m) = m 2. D + m = (D md m) 1 D m e D m é uma matriz de duplicação (Duplication Matrix). R A

O Modelo-A Identificação Matriz de Duplicação ( ) Uma matriz de duplicação D m é a única matriz m 2 m(m+1) 2 que, para qualquer matriz (m m) A simétrica, transforma vech(a) em vec(a). Exemplo: Seja Logo, A = ( ) a b. b d 1 0 0 0 1 0 a a 0 1 0 b = b b. d 0 0 1 d

O Modelo-A Identificação Uma condição necessária para que a condição de posto seja válida é que N = m(m 1)/2. Por que a solução é local? Porque para toda solução A, A também será solução! No caso da Decomposição de Cholesky este problema está resolvido pois os elementos da diagonal principal são positivos.

O Modelo-A Identificação A prova do teorema anterior pode ser feita a partir dos resultados de Rothenberg (1971, Teorema 6 - Econometrica, 39, 577 591). Basicamente, para uma função m-dimensional ϕ(x), o sistema ϕ(x) = 0 terá solução local única se, e somente se, [ ] ϕ(x) posto x = m. x=x0

O Modelo-B Identificação Vamos escrever os erros da forma estrutural em função dos erros da forma reduzida: Portanto, u t = Bv t. Σ u = BΣ v B. Vamos supor que Σ u seja diagonal e os elementos da diagonal de B sejam todos iguais a 1. As restrições podem ser escritas da seguinte forma: R B vec(b) = r B, onde R B (N m 2 ) e N é o número de restrições. No nosso caso N = m(m 1)/2.

O Modelo-B Identificação Identificação Global do Modelo-B Seja Σ u uma matriz (m m) positiva definida e diagonal. Seja B uma matriz (m m) não-singular. Então, para uma determinada matriz (m m) Σ v, simétrica e positiva definida, uma outra matriz (N m 2 ) R B, e um vetor (N 1) r B, o sistema B 1 Σ u(b ) 1 = Σ v R B vec(b) = r B, possui uma solução única global se, e somente se, ( 2D + posto m Σ u B 1) ( D + m B 1 B 1) D m R B 0 = m 2 + 1 m(m + 1). 2 0 D σ D + m = ( D ) 1 m Dm D m, D m é uma matriz de duplicação (m 2 ) 1 2 m(m + 1) e D σ é uma matriz ( ) 12 m(m 1) 2 1m(m + 1) que seleciona os elementos de vech(σ u) abaixo da diagonal principal.

O Modelo-AB Identificação Para duas matrizes A e B, vamos definir o seguinte sistema: Ae t = Bv t, e t (0,I m ). Dois conjuntos de restrições: R A vec(a) = r A e R B vec(b) = r B.

O Modelo-AB Identificação Identificação Local do Modelo-AB Sejam A e B duas matrizes (m m) não-singulares. Então, para uma determinada matriz (m m) Σ v, simétrica e positiva definida, o sistema vech(σ v) = vech [B 1 AA ( B ) ] 1 R A vec(a) = r A er B vec(b) = r B possui uma solução única local se, e somente se, ( 2D + m Σu B 1) ( 2D + m B 1 A B 1) posto R B 0 = 2m 2. 0 R A D + m = (D md m) 1 D m e D m é uma matriz de duplicação.

Restrições de Longo Prazo Forma reduzida: z t = C 0 +C 1 z t 1 +...+C p z t p +v t. Impacto de longo-prazo: Λ = (I m C 1 C 2 C p ) 1 B 1 A. Idéia: restrições em Λ. Alguns choques não possuem impacto no longo-prazo.

Restrições de Longo Prazo Neste arcabouço é comum restringirmos B tal que B = I m Modelo-B. Exemplo: m = 2 As restrições podem ser escritas da seguinte forma: [ ] (0,0,1,0)vec (I 2 C 1 C 2 C p ) 1 A = [ (0,0,1,0) I 2 (I 2 C 1 C 2 C p ) 1] vec(a) = 0.

Estimação do Modelo Estrutural Vamos escrever o modelo estrutural tal que: Bz t = BCZ t 1 +Ae t, onde Z t 1 = (z t 1,...,z t p) e C = (C 1,...,C p ).

Estimação do Modelo Estrutural Função de (quase)-verossimilhança: logl(b,a,c) = mt 2 log(2π) T B 2 log 1 AA ( B ) 1 1 {(Z CX) 2 tr [ B 1 AA ( B ) ] } 1 (Z CX) = constant+ T 2 log B 2 T 2 log A 2 1 2 tr [B ( A ) 1 A 1 B(Z CX)(Z CX) ], onde Z = (z 1,...,z T ), X = (Z 0,...,Z T 1 ). Na derivação acima utilizamos B 1 AA ( B ) 1 = B 1 2 A 2 = B 2 A 2 e tr(vw) = tr(wv).

Estimação do Modelo Estrutural Estimação em dois estágios: 1 estimar C e Σ v por Ĉ = ZX ( XX ) 1 e Σ v = T 1 ( Z ĈX )(Z ĈX ) ; 2 estimar A e B por (quase)-máxima-verossimilhança concentrada, isto é, (Â, B) = argmaxlogl c (A,B) A,B onde s.a. restrições de identificação, logl c (A,B) = constante+ T 2 log B 2 T 2 log A 2 T 2 tr [ B ( A ) 1 A 1 B Σ v ].

Estimação Caso Λ seja triangular, a estimação do modelo fica fácil. Podemos escrever ΛΛ = (I m C 1 C 2 C p ) 1 Σ v ( Im C 1 C 2 C p e a matriz A pode ser estimada por ( Â = I m Ĉ1 Ĉ2 Ĉp) P, onde P é a matriz obtida a partir da Decomposição de Cholesky de ( ) 1 ( 1. I m Ĉ1 Ĉ2 Ĉp Σv I m Ĉ 1 Ĉ 2 p) Ĉ Só funciona se o VAR for estacionário! ) 1