Opioides: conceitos básicos Dra Angela M Sousa CMTD-ICESP
OPIOIDES
OPIOIDES
Classificação receptores opióides
Receptor opióide clássico
MECANISMO DE AÇÃO
Conceitos da farmacologia opióide Receptores μ : Analgesia Depressão respiratória Inibição trânsito GI Dependência e tolerância Efeitos endócrinos e imunológicos Efeitos dissociados por antagonistas diversos em laboratório Subtipos de receptores μ Velho conceito μ 1 μ 2
Clínicos Diferenças sutis entre indivíduos Um medicamento eficaz para um paciente não produz efeito em outro e vice-versa Tolerância incompleta Modelos animais diferenças genéticas Morfina induz analgesia em 90% BALB e 0% em CXBK M6G, heroína e 6-acetil morfina = analgesia nas duas espécies
Formação dos receptores μ (MOR)
Tolerância incompleta cruzada Tolerância à morfina = tolerância a outros agonistas opióides Incompleta Doses equianalgésicas de duas medicações que foram estabelecidas em pacientes virgens de opióides não são as mesmas em usuários crônicos de uma delas Morfina x metadona Diferentes subtipos de receptores μ
Diferenças sutis entre indivíduos MOR-1 quatro exons Três primeiros: 90% da estrutura do receptor Quarto exon: 12 aminoácidos C terminais Vários subtipos de receptores tem esses 12 aminoácidos modificados Estrutura de ligação do agonista idêntica Afinidade de agonistas mantida Efeitos distintos
Da clínica para o laboratório Diferenças individuais Medicamento excelente para alguns, não outros Um medicamento excelente para determinado paciente, outro medicamento da mesma classe não é tão eficaz Doses variam Efeitos colaterais variam Escolha empírica Pessoas ruivas (alteração gene melanocortina): Tolerância à dor, resposta aumentada a opióides
Morfina 5 mg/kg CD-1(azul) e CXBK (amarelo)
Permanência de dor na vigência de Não opióides + adjuvantes Codeína 360 mg/dia ou Tramadol 400 mg/dia Passar ao próximo degrau Prescrever Opióide potente
Biodisponibilidade 35 a 75% (passagem hepática) Metabolizados pelo fígado e eliminados pelo rim Morfina acúmulo M6G durante insuficiência renal
Morfina Tempo para conc sérica máxima (Cmax) Via oral = 60 min Via subcutânea = 30 min Via EV = 6 min Meia-vida aproximadamente 4 horas Tempo de equilíbrio 16 a 20 h Efeito bolus Infusão contínua ou liberação controlada evitam tal efeito
Alta disponibilidade, rápida passagem BHE Fentanil transdérmico = 12 a 16 h para níveis clinicamente significativos Medicação liberação rápida como resgate Fentanil transmucoso= início de ação em 5 a 10 minutos Duração 1 a 3 h Desconhecidos metabólitos ativos
Metadona Meia vida de 8 a 72 h Tempo de equilíbrio 1 a 15 dias Grande interação medicamentosa Conversão para morfina depende da dose de morfina
Tolerância incompleta Efeitos adversos de difícil controle Iniciar com 50 a 75% da dose equianalgésica calculada Mais se dor não controlada Menos se dor bem controlada Conversão para metadona depende da dose de morfina usada
Drug Des Devel Ther. 2015 Sep 16;9:5255-5267
Drug Des Devel Ther. 2015 Sep 16;9:5255-5267
Drug Des Devel Ther. 2015 Sep 16;9:5255-5267
50% melhora da dor com a instituição inicial da terapia: agendar consultas com 1 semana Aumento da dose: 30% da dose anterior Rotação de opioides: 80% dos pacientes necessitarão pelo menos 1 troca de opioide Principais motivos: neurotoxicidade, perda da eficácia Sedação Mioclonia Hiperalgesia Alucinações Agitação psicomotora Confusão mental Am Soc Clin Oncol Educ Book. 2015;35:e593-9
Pontos chave: Titulação da dose Conhecer a farmacologia do fármaco usado Prevenir e tratar efeitos colaterais Cuidado com o uso dos opioides para outros sintomas que não dor (dispnéia, ansiedade, distúrbio do sono, etc) Avaliar risco de abuso e vício Precauções gerais, incluindo adesão ao tratamento e estoque dos medicamentos Am Soc Clin Oncol Educ Book. 2015;35:e593-9
Conclusões Optar pela melhor relação custo/benefício Menor incidência de efeitos colaterais Melhor posologia (ação prolongada, ou liberação prolongada) Testar a dose adequada para os pacientes Observar as diferenças individuais
angela-sousa@uol.com.br