Parque Tecnológico de São José dos Campos como política de desenvolvimento regional 1

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Transcrição:

Parque Tecnológico de São José dos Campos como política de desenvolvimento regional 1 Arthur Thury Vieira Fisch 2 1- O que são Parques Tecnológicos Os parques tecnológicos são ambientes de inovação. Como tal, são locais implantados em países em desenvolvimento e desenvolvidos como meio de fomentar o desenvolvimento regional através de atividades empreendedoras, novas tecnologias e ideias disruptivas (STEINER; CASSIM; ROBAZZI, 2008). Tendo em vista este objetivo, os parques tecnológicos se constituem a partir da interação da chamada tríplice hélice academia, setor privado e governos em arranjos imobiliários que buscam a formação de um ambiente sustentável e interconectado com as grandes redes de conhecimento em que seus habitantes vivam e trabalhem (DE MELLO; MELLO, [s.d.]). Ao concentrar num mesmo espaço geográfico diferentes atores com características organizacionais e propósitos distintos, tal como universidades, empresas e órgãos públicos, os parques tecnológicos se configuram como distritos de livre fluxo de ideias, onde spill-overs de conhecimento tornam possível a inovação. Atividades inovadoras são importantes na sociedade informacional atual, pois geram não só desenvolvimento econômico, mas também melhorias sociais e ganhos na qualidade de vida e bem-estar. Por possuírem uma população diversificada e focada na inovação, pesquisa e tecnologia, os parques tecnológicos se distanciam dos distritos industriais tradicionais. Dessa forma, os investimentos realizados em parques tecnológicos não visam somente o crescimento de determinada indústria ou negócio, visam também a transformação do mundo e da região onde este está inserido. Os parques tecnológicos podem ser entendidos, assim, como políticas de investimento tanto públicos como privados de desenvolvimento regional. O presente trabalho discutirá o caso do parque tecnológico de São José dos Campos. 1 Trabalho de Conclusão da disciplina de Gestão e Organizações Públicas do Curso de Mestrado e Doutorado em Administração Pública da FGV EAESP Junho 2016. 2 Doutorando em Administração Pública e Governo na FGV EAESP e pesquisador do Centro de Estudos de Política e Economia do Setor Público.

2- O Parque Tecnológico de São José dos Campos O parque tecnológico de São José dos Campos (PqTec SJC) tem sua origem na segunda metade da década de 90, período em que a cidade e a região do Vale do Paraíba viviam novo renascimento econômico e social após a longa crise da primeira metade da década que afetou de maneira negativa diversas indústrias, em especial a aeroespacial e a de defesa. As autoridades públicas do município deram início ao debate de mecanismos pelos quais seria possível dinamizar a economia regional e ao mesmo tempo evitar a dependência de uma ou outra indústria e assim preservar e melhorar os indicadores socioeconômicos da cidade (SCHIRRMEISTER; FRANÇA; TAKATA, 2015). O governo municipal buscava, portanto, manter São José dos Campos como um importante polo industrial e tecnológico. A criação do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos por parte do Governo Estadual de São Paulo no início da década de 2000 e a pré-seleção de São José dos Campos como cidade indicada a receber um parque tecnológico 3, impulsionou a implantação do PqTec SJC. Em 2006, o PqTec SJC foi fundado em uma antiga fábrica de componentes eletrônicos desapropriados pela prefeitura municipal. Entre 2006 e 2008, o PqTec SJC expandiu sua infraestrutura e no fim de 2010 se tornou o primeiro parque tecnológico a receber o credenciamento no Sistema Paulista de Parques Tecnológicos. A criação do PqTec SJC foi fundamentada em três pilares que são (SCHIRRMEISTER; FRANÇA; TAKATA, 2015): 1. Centros de Desenvolvimento Tecnológicos (CDTs) e as Empresas-âncora (grandes empresas líderes no seu segmento de atuação) 2. Centros Empresariais com pequenas e médias empresas 3. As universidades, com campi e laboratórios, que constituem fonte de mão de obra qualificada e importante parceiras na inovação tecnológica 3 Outras cidades indicadas foram: São Paulo, Campinas, São Carlos e Ribeirão Preto.

Atualmente, o PqTec SJC é administrado pela Associação Parque Tecnológico de São José dos Campos (APT-SJC), uma organização social de direito privado sem fins lucrativos que possui um contrato de gestão com a prefeitura de São José dos Campos desde 2009. À Associação cabe a tarefa de administrar o ambiente com as funções de induzir, articular, regular e fiscalizar as atividades do parque. A APT se organiza em uma diretoria executiva, sendo o diretor-geral em 2016 o ex-ministro de ciência e tecnologia Marco Antonio Raup, e um conselho administrativo, compostos por 28 membros que representam a prefeitura de São José dos Campos, a Secretaria de Desenvolvimento do Governo do Estado de São Paulo, institutos de pesquisa, incubadoras e centros empresariais, associações ligadas a inovação, entre outros atores. Em 2015, o PqTec SJC ingressou na terceira e última fase das três estruturadas por STEINER et al (2008), que são estruturação, expansão e consolidação. Sendo a primeira fase concluída com a instalação da entidade gestora, implantação inicial do projeto viário, criação de três CDTs dos seis hoje existentes, instalação do Centro Empresarial I e de uma unidade da FATEC. A etapa de consolidação foi caracterizada pela ampliação do sistema viário, intensificação da instalação de empresas, implantação de três CDTs e a concretização dos campi universitários da FATEC e UNIFESP (DE MELLO; MELLO, [s.d.]). A fase atual, de expansão, se caracteriza por ações de desenvolvimento urbano da ZEPTEC, que é uma zona urbana especial criada pela prefeitura de São José dos Campos, que guarda a ideia de oferecer uma oportunidade à cidade de ter um crescimento urbano planejado com áreas residenciais, comerciais, industriais, em função do parque tecnológico, sendo uma verdadeira tecnocity (SCHIRRMEISTER; FRANÇA; TAKATA, 2015). 3- Impactos do Parque Tecnológico Para avaliar os impactos do PqTec SJC como política de desenvolvimento regional se faz necessário buscar números e informações das atividades do parque. Para tanto

será utilizado informações fornecidas pela administração do PqTec e dados municipais tendo como referência as fontes citadas pela Plataforma Básica 4 Desde sua criação até dezembro de 2014, o parque já recebeu cerca de R$ 1,89 bi em investimentos, sendo R$ 1,43 bi de investimentos privados e o restante de investimentos públicos divididos pela prefeitura municipal, governo do estado e união 5. Tal fato demonstra a natureza diversa de organizações, interesses e conhecimentos convivendo dentro do espaço do parque tecnológico. A população ativa do PqTec SJC apresentou forte crescimento nos últimos dois anos em decorrência do aumento no número de alunos e é descrita pela tabela abaixo: Tabela 1 - População Residente do PqTec SJC Fonte: Relatório PqTec SJC Maio 2015 A maior parte da população residente é altamente qualificada. Dos residentes, 68% possuem nível superior, outros 24% possuem mestrado, doutorado ou pós-graduação. Os 8% restantes têm nível médio. O gráfico abaixo apresenta tal distribuição: 4 Disponível em <https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/15718/cartilha_sem_marca_menor.pdf?se quence=1&isallowed=y> 5 Dados disponíveis em: <http://www.pqtec.org.br/arquivo/editor/file/relatorio%20sdect%202015_final.pdf>

Figura 1 Qualificação da mão de obra residente Fonte: Relatório PqTec SJC Maio 2015 O parque em 2015 possuía 13 empresas-âncora residentes como: a ABIMAQ, a Airbus Group, a ATECH, Boeing, CEMADEM, Cité, Embraer, Ericsson Telecomunicações, IEAMar UNESP, IPT, Sabesp, Vale Soluções de Energia, Visiona Tecnologia. As instituições de ensino instaladas no parque são: FATEC, UNESP e UNIFESP. O ITA e o Senai possuem projetos para o PqTec SJC. Em relação às empresas de pequeno e médio porte (PMEs), o parque possui 23 instaladas no Centro Empresarial I e 21 no Centro Empresarial II. Estas PMEs atuam em diversos setores, tais como: aeronáutico, software, automotivo, telecomunicações, reciclagem de resíduos, têxtil, geoprocessamento, óleo e gás, saúde, dentre outros. O PqTec SJC recebeu suas primeiras empresas e passou a operar de forma plena em 2009. Desde então, apesar de sua curta existência, alcançou resultados expressivos, com um alto volume de investimentos. Apesar de seu tamanho e relevância, ainda não é possível precisar os impactos diretos do parque na economia e desenvolvimento da cidade de São José dos Campos. Porém, é possível traçar um panorama de como a cidade evoluiu nestes últimos anos e no qual o parque se insere. Para isso, serão abordados a seguir alguns números do município de São José dos Campos.

Tabela 2 Dados Socioeconômicos de São José dos Campos 2009-2014 Ano PIB - IBGE (R$ 1.000) População - Estimativa IBGE Famílias Beneficiárias PBF - MDS Emprego Formal - RAIS 2009 22.015.096 615.871 15.673 189.703 2010 25.796.747 629.921 17.500 206.524 2011 25.039.723 636.876 17.625 207.796 2012 26.045.842 643.603 17.119 209.007 2013 27.401.017 673.255 19.808 211.462 2014 681.036 18.978 209.777 Elaboração do Autor É possível inferir a partir da leitura da tabela acima que as condições econômicas e sociais de São José dos Campos melhoraram nos anos de operação do PqTec SJC. Notase um aumento consistente no número de empregos formais, com redução somente no ano de 2014. Também se observa crescimento do PIB municipal no período analisado, bem como um aumento no número de famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família. A partir destes dados, é possível afirmar que o PqTec SJC foi criado e constituído em um período de expansão de São José dos Campos. Pode-se intuir a partir das informações fornecidas pela APT-SJC, que o parque também contribuiu para o desenvolvimento da cidade ao trazer investimentos, gerar empregos e abrir vagas universitárias para os cidadãos joseenses e valeparaibanos. 4- Considerações Finais O parque tecnológico de São José dos Campos (PqTec SJC) vem consolidar a natural vocação da cidade como polo de desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação, cujas raízes remontam a criação do Centro Tecnológico Aeroespacial (CTA), ao Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Embraer. A iniciativa do PqTec SJC se coloca como uma política onde há interface de diferentes tipos de organização, como empresas, governos, associações, entidades do 3º setor. O parque se constitui como uma instituição com natureza multifacetada e híbrida, não sendo nem pública, tampouco privada em sentido estrito. A organização e gestão do PqTec SJC se coloca como um caso criativo de solução para o problema de escassez de recursos através de um desenho institucional diferente, pois foi através de parcerias de diferentes níveis da federação, empresas, universidades que se conseguiu o investimento necessário para esta empreitada. O parque tecnológico

de São José dos Campos é, assim, um exemplo de como utilizar os recursos existentes para se fazer mais do que o mínimo. O parque tecnológico de São José dos Campos ainda terá diversos desafios pela frente. O principal é como continuar crescendo de forma sustentável e integrada, tendo em vista o aspecto humano e social da inovação. O PqTec SJC é um caso de sucesso para parques tecnológicos no Brasil e representa um grande ganho para a cidade e região. 5- Referências Bibliográficas DE MELLO, C. A. V.; MELLO, P. A. S. Distritos de Inovação: Contemplando a Classe Criativa em Parques Tecnológicos. [s.d.]. SCHIRRMEISTER, R.; FRANÇA, A. C. L.; TAKATA, E. Governança em parques e incubadoras tecnológicas no Brasil Estudos de casos múltiplos. RGC-Revista de Governança Corporativa, v. 2, n. 2, 2015. STEINER, J. E.; CASSIM, M. B.; ROBAZZI, A. C. Parques Tecnológicos: ambientes de inovação. Revista IEA, São Paulo, p. 1 40, 2008.