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os mistérios do avião que sumiu Como foi possível? onde ele foi parar? Foi terrorismo? E os radares? Satélites? Ninguém viu nada? dilma x deputados o segundo round da briga entre o planalto e a Câmara www.epoca.com.br curtir e cutucar perdeu a graça? a nova onda é fugir da multidão e buscar sites e aplicativos feitos para cada tribo 17 março 2014 i Nº 824 i r$ 10,90 Carga TribuTária aproximada 3,65% 50 redes sociais queestãobombando

VIDA fronteiras digitais CHega de Danilo Venticinque e Júlia Korte N inguém mais vai àquele lugar. É muito lotado. A frase célebre, dita pelo jogador de beisebol Yogi Berra sobre um restaurante badalado de Saint Louis, nos Estados Unidos, sintetiza um comportamento típico do ser humano. Gostamos de estar na moda e de frequentar ambientes descolados. Quando todos descobrem a novidade, o prazer de estar lá perde a graça e sentimos que precisamos descobrirnovos lugares. Chegar antes da multidão é muito mais divertido do que fazer parte dela. A regra de Yogi Berra vale também para o mundo virtual. Nos anos que se seguiram à fundação do Facebook em Harvard, em 2004, não havia lugar mais legal na internet. Todos queriam descobrir o que fazia a cabeça dos universitários americanos. Hoje, é difícil pensar num site mais banal. Os jovens de Harvard foram seguidos por crianças e adolescentes de todas as partes s Cansados de estar num lugar onde todos estão, usuários buscam alternativas à rede social mais popular do planeta. Os aplicativos e sites segmentados facebook são o destino favorito Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA

ReNata alarcon publicitária I 37 anos Rede social preferida: 1 pinterest pinterest.com Muito popular entre os apaixonados por moda, fotografia e design, a rede é usada para criar murais cheios de referências visuais. Foi avaliada em US$ 3,8 bilhões. Lançada em 2010, ela está entre as redes sociais que mais crescem na atualidade. Já chegou aos 70 milhões de usuários. As mulheres são maioria 50 redes sociais para fugir da mesmice De fenômenos como o Snapchat a sites quase desconhecidos, não faltam opções para quem se cansou de curtir e cutucar PLATAFORMA Windows internet ios android Fotos e VíDeos Vine O aplicativo do Twitter é usado para compartilhar vídeos de até seis segundos vine.co instagram Comprada pelo Facebook em 2012, é a mais popular rede social de fotografia instagram.com flickr Lançado em 2004, o site de álbuns de fotos ainda tem usuários fiéis flickr.com snapchat Popular entre os adolescentes, serve para trocar mensagens que desaparecem snapchat.com 500px Uma alternativa ao Instagram para fotógrafos profissionais e amadores esforçados 500px.com 2 3 4 5 6 17 de março de 2014 I época I 73

fronteiras digitais 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 mapmyfitness Atletas amadores usam a rede para descobrir e compartilhar caminhos de corrida mapmyfitness.com myfitnesspal Está de dieta? O aplicativo ajuda a divulgar seus exercícios e sua perda de peso a amigos myfitnesspal.com fitocracy O site transforma o emagrecimento num game em que amigos competem fitocracy.com traineo Usuários que querem emagrecer trocam mensagens de apoio com amigos traineo.com patientslikeme Uma central para que pacientes encontrem outros com a mesma doença e troquem experiências patientslikeme.com path Mais íntima que o Facebook, a rede permite que cada um tenha apenas 150 amigos path.com Couple A rede dos casais sobretudo os ciumentos. Cada usuário só pode interagir com seu parceiro couple.me familyleaf Um site para quem quer criar uma árvore genealógica e interagir apenas com parentes familyleaf.com WHatsapp Um dos destaques do popular aplicativo de mensagens é a criação de grupos whatsapp.com nextdoor A rede foi criada para aproximar vizinhos. Por enquanto funciona só nos Estados Unidos nextdoor.com saúde FamílIa e amigos do mundo, que volta e meia esbarram em seus pais e avós na mesma rede. Ter um cadastro no Facebook não diz absolutamente nada sobre a personalidade do usuário apenas que ele é mais um, num universo de 1,23 bilhão de pessoas. A festa ficou lotada. É hora de levar a diversão para outro lugar. Embora o Facebook continue ganhando usuários, ele há muito deixou de ser a rede social que mais cresce. Segundo uma pesquisa feita com 170 mil pessoas em 32 países pela consultoria GlobalWebIndex, o número de usuários ativos do Facebook diminuiu 3% em 2013. No mesmo ano, o Pinterest (um site de compartilhamento de imagens) cresceu 6%. O LinkedIn (rede de relacionamento profissional) aumentou 9%. E o Instagram (de imagens), 23%. O WhatsApp (rede de mensagens comprada pelo Facebook) ultrapassou os 400 milhões de usuários em quatro anos. O Facebook juntou apenas 145 milhões no mesmo período. O número de fotos publicadas todos os dias na rede Snapchat (400 milhões) já é maior que no Facebook (350 milhões). Agora, novas redes sociais anônimas como o Whisper e o Secret (leia a reportagem na página 78) atraem a atenção de quem não quer expor seus dados pessoais e publicações a empresas que podem vendê-los para anunciantes ou cedê-los a espiões do governo. Esses serviços se unem a outras dezenas de sites e aplicativos, cada um com um propósito bem definido: procurar um emprego numa indústria de petróleo em Dubai, ouvir um remix do Lepo lepo, encontrar uma namorada que goste de Jornada nas estrelas. Não há limite no mundo das redes sociais segmentadas. O quadro que acompanha esta reportagem inclui 50 opções para os mais variados públicos. Há centenas de outras semelhantes. Quem quer fugir da aglomeração do Facebook só precisa escolher sua turma. A popularidade crescente de redes alternativas mostra que os usuários começam a encontrar respostas a uma crise de identidade digital. Quando estar no Facebook não significa mais nada e disputamos curtidas e compartilhamentos com bilhões de crianças, pais e avós, entrar numa rede menor é um excelente instrumento de autoafirmação. A segmentação é uma maneira que encontramos de realçar nossa personalidade nesse novo mundo digital. As redes segmentadas surgem para preencher um vazio, afirma Gil Giardelli, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing, em São Paulo, e especialista em mídias digitais. Ele afirma que a migração de usuários faz parte do amadurecimento da sociedade digital. Uma vez estabelecidas as redes metrópoles, que abrigam uma parcela enorme da população, surge a necessidade de ambientes menores, para interesses específicos. Entre mais de 1 bilhão de usuários do Facebook, seria praticamente impossível esbarrar num vizinho desconhecido e tornar-se amigo dele. Isso vira uma rotina para quem se cadastra no NextDoor, uma das redes sociais favoritas das mães americanas. Elas usam o serviço para trocar caronas com vizinhas e combinar a compra de lotes enormes de produtos que todas usam, como fraldas descartáveis. No Facebook, um grupo como esse jamais se formaria. Alguns usuários se identificam tanto com as redes segmentadas que acabam abandonando completamente a metrópole virtual. A publicitária Renata Alarcon, de 37 anos, cancelou o Twitter e quase não usa o Facebook, mas sua vida digital continua agitada. Ela coleciona referências de moda e design no Pinterest, publica selfies (autorretratos) e fotos de viagens no Instagram e já contratou um funcionário graças ao LinkedIn. O que mais me atrai é a praticidade que essas redes proporcionam no dia a dia. São bem mais diretas, diz Renata. A professora de história Bárbara Carneiro, de 24 anos, também passou a usar menos as redes populares depois de descobrir alternativas. Quando quer trocar mensagens com amigos, ainda usa o Facebook. Na hora de compartilhar algo que considera relevante, prefere redes como Pinterest, Flickr e Tumblr. Quem produz conteúdo sabe que algo postado na linha do tempo do Facebook some rapidamente da vida das pessoas. Redes genéricas são s Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA

datemyschool 18 paulo teix fotógrafo I 25 anos Rede social preferida: 17 soundcloud soundcloud. com Idolatrado por fãs de música, DJs e produtores, a rede permite a usuários que compartilhem canções, exponham seu trabalho e façam comentários nas faixas divulgadas por outros. São 40 milhões de usuários registrados e mais de 200 milhões de ouvintes RelacIoNameNtos entretenimento Universitários americanos usam o site para procurar colegas de classe solteiros datemyschool.com grouper O site pago marca encontros entre dois grupos de homens e mulheres solteiros joingrouper.com tinder Usuários do aplicativo de paquera só podem conversar se houver interesse mútuo gotinder.com grindr O aplicativo para gays usa um GPS para encontrar possíveis parceiros nos arredores grindr.com HoWaboutWe Não tem nenhum lugar para ir? A rede sugere passeios para solteiros e para casais howaboutwe.co lulu Polêmico, o aplicativo permite que mulheres avaliem os homens e troquem comentários onlulu.com line for HeaVen Uma rede para religiosos que querem encontrar pares com os mesmos interesses lineforheaven.com tvtag Fãs de televisão usam a rede para comentar ao vivo seus programas favoritos tvtag.com deezer O site de música permite que usuários compartilhem playlists e descubram o que os amigos ouvem deezer.com goodreads Comprada pela Amazon em 2013, a rede social serve para leitores trocarem resenhas goodreads.com 19 20 21 22 23 24 25 26 27

fronteiras digitais 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 tumblr A rede de blogs com posts curtos faz sucesso entre os jovens. Pertence ao Yahoo tumblr.com skoob Uma alternativa brasileira ao Goodreads. Já tem 1,3 milhão de leitores cadastrados skoob.com raptr Criada para fãs de games, a rede os ajuda a interagir e comparar seus recordes raptr.com foursquare Usuários do site podem compartilhar sua localização com amigos e descobrir lugares foursquare.com yelp A rede é similar ao FourSquare, mas com ênfase nas avaliações e dicas de lugares yelp.com kekanto Um aplicativo brasileiro semelhante ao FourSquare, com mais de 1 milhão de usuários br.kekanto.com Waze No aplicativo de mapas, é possível trocar rotas e comentários sobre o trânsito waze.com CouCHsurfing Uma rede social para viajantes em busca de um sofá amigo no exterior couchsurfing.org travbuddy.com Um site para quem não gosta de viajar sozinho e quer encontrar companheiros travbuddy.com tripadvisor O site reúne dicas de viagens compartilhadas por seus usuários tripadvisor.com entretenimento VIageNs e passeios efêmeras, diz Bárbara. Sua favorita é a Listography, em que usuários compartilham listas sobre os mais variados temas de filmes e livros favoritos a lugares para conhecer antes de morrer ou tarefas que precisam cumprir durante o dia. Gosto de ter um controle digital para organizar minhas ideias, afirma Bárbara. Como existe uma interação por interesses, posso conhecer amigos e contatos profissionais. Mesmo quem ainda usa o Facebook regularmente encontra tempo e motivos para novas redes sociais. O fotógrafo Paulo Teix, de 25 anos, descobriu usos para as redes alternativas no trabalho e no lazer. Ele compartilha suas fotos não só no Facebook, mas também no Tumblr, no Instagram, no Pinterest e no Flickr. Meu objetivo é ampliar as possibilidades de compartilhamento, afirma Teix. Além disso, posso buscar novas referências e me conectar a mais pessoas que têm o mesmo objetivo que eu. Para ouvir música, um de seus passatempos prediletos, ele também recorre às redes segmentadas. Sua favorita é a SoundCloud, que reúne audiófilos, artistas e DJs. Ele usa o site para acompanhar as novidades de bandas alternativas como LykkeLi e Marina and the Diamonds. Gosto de estar sempre conectado à música, diz. A segmentação pode ser vista como um retorno às raízes da internet. Desde a década de 1990, quando o uso da rede fora de ambientes acadêmicos e militares começou a se difundir, os internautas criaram o hábito de se dividir em grupos e buscar sites distintos para se conectar a diferentes tipos de pessoas. Listas de discussão e comunicadores instantâneos como o IRC enquadravam os usuários em temas específicos, como dicas para converter arquivos ao recém-inventado formato MP3 ou especulações sobre os próximos episódios da série Arquivo X, paixão dos nerds da época. Até o Orkut incentivava seus usuários a se organizar em comunidades de acordo com seus interesses. Usarapenas um site paraconversar sobre tudo com todos é uma prática recente e, como qualquer usuário do Facebook deve ter percebido, muitas vezes ineficaz. São raríssimas as publicações que atingem todos osamigos de alguém. O Facebook exibe aos usuários apenas uma fração do conteúdo que seguem, selecionada por um programa que define a relevância dos posts. Além disso, anunciantes pagam ao Facebook para que os posts deles apareçam com mais destaque em sua linha do tempo. A maior parte de nossas mensagens pessoais (e não patrocinadas) se perde no vazio, em vez de chegar aos amigos. Redes alternativas ajudam a contornar esse problema, que não existia na infância da internet. O sucesso das redes sociais fragmentadas não significa que todos abandonarão o Facebook ou que o mundo virtual voltará a ser como nos anos 1990. A segmentação que vemos hoje não é comparável à fragmentação que existia no início da internet. O Facebook democratizou o acesso às pessoas e mudou a forma como nos relacionamos, afirma Francisco Saraiva Jr., professor da FGV de São Paulo. Segundo ele, com o amadurecimento da vida digital, passaremos a conciliar redes metrópoles e redes segmentadas. As redes genéricas servem para o usuário se atualizar e manter o contato com quem já tem laços com ele. Nas específicas, ele encontra pessoas com as mesmas paixões ou hobbies, se informa sobre esses assuntos e interage com elas, diz Saraiva. Dividir a experiência digital em diversas redes também pode ajudar a proteger seus dados pessoais. Se toda sua vida virtual estiver em apenas um site, como o Facebook, um vazamento de informações seria um desastre. Além disso, você fica mais exposto à venda de dados para empresas que querem anunciar produtos. Uma vida digital fragmentada é mais segura. Quem espalha sua identidade por diversos sites dá menos poder a uma empresa só. Quem tem múltiplos interesses navega por múltiplos perfis. Você pode gostar de axé e de literatura russa, diz Saraiva. A fragmentação das redes sociais leva a uma identidade digital igualmente fragmentada e mais diversa. Com tantos motivos para variar, não há razão para continuarmos nos acotovelando na mesma festa lotada. u Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA

BáRBaRa carneiro professora I 24 anos Rede social preferida: 38 listography listography.com Lançada em 2007, a rede é o paraíso dos fãs do livro (ou filme) Alta fidelidade. Seus usuários criam perfis e podem preenchê-los com todos os tipos de lista: filmes favoritos, melhores canções do ano, compras a fazer no supermercado, lugares para conhecer antes de morrer. É possível seguir outros fãs de listas e comentar suas publicações trabalho BIzaRRIces linkedin A rede social profissional já tem mais de 277 milhões de perfis cadastrados linkedin.com ning O serviço permite que organizações criem suas próprias redes sociais ning.com academia.edu Mais de 8 milhões de pesquisadores acadêmicos trocam conhecimentos no site academia.edu quora Usuários podem fazer perguntas a especialistas e responder sobre temas que dominam quora.com bayt Similar ao Linkedin, a rede ajuda quem quer encontrar um emprego no Oriente Médio bayt.com datemypet O site romântico foi criado para unir donos de animais de estimação datemypet.com farmers only 39 40 41 42 43 44 45 A cidade não tem vez. Só fazendeiros podem participar desta rede social americana farmersonly.com my free implants 46 Mulheres que querem fazer plásticas buscam homens para financiar a operação myfreeimplants.com match a dream 47 Uma rede social só para quem quer compartilhar seus sonhos e pesadelos matchadream.com star trek dating 48 Na fronteira final da internet, fãs de Star Trek buscam parceiros amorosos startrekdating.com

fronteiras digitais Desabafos, piadas edifamações Vinicius Gorczeski o que você faria se pudesse falar publicamente o que quisesse sobre si ou sobre terceiros, sem vergonha nem constrangimento, protegido pelo anonimato? Parece tentador? Essa é a atração exercida por duas novas redes sociais. Elas prometem aos usuários a oportunidade de teclar o que desejarem, sem revelar a identidade, para a alegria de muitos e a preocupação dos difamados. Trata-se da Whisper e da Secret. Usar as duas novas redes é mais fácil que passar um trote telefônico. O Whisper permite enviar mensagens curtas a leitores anônimos. É a única das redes secretas disponível no Brasil. Para entrar, basta criar um código de acesso, sem registro de e-mail, nome de usuário nem telefone. A rede cria um apelido para você ao acaso. Navegando, é possível ler segredos em textos curtos e ilustrados por imagens. É possível comentar postagens e receber mensagens privadas. O Whisper afirma que sua página registrou 3,5 bilhões de visualizações em fevereiro, a maioria de jovens entre 18 e 24 anos. Eles gastam, em média, 25 minutos ali, mesmo tempo que no Facebook. O Whisper também recebeu um aporte de US$ 21 milhões (R$ 49,5 milhões), arrecadados graças a uma iniciativa da Sequoia As novas redes prosperam ao permitir que qualquer um publique mensagens anônimas. As vantagens e riscos que elas oferecem Capital, uma empresa de capital de risco, no fim do ano passado. A rede Secret foi criada pelo americano David Byttow, ex-google. Ele diz que gostaria que seus amigos contassem francamente o que pensam, sem acanhamento. Na rede que criou, você lê mensagens escritas ou retransmitidas por quem está em sua agenda. Isso levanta uma questão mais incômoda: quem próximo a mim ou do meu círculo de amigos escreveu isso e sobre mim? Embora o Secret (fazendo jus ao nome) não divulgue número de usuários nem visitação, a rede é considerada a nova onda nos Estados Unidos. Essas redes anônimas são usadas com três propósitos básicos. Os dois primeiros parecem ser mais inofensivos.um deles é o simples desabafo. Nos cochichos publicados no Whisper, é comum ver dramas como alguém que não avisara à noiva de seu irmão que ele morrera no Afeganistão e não sabia como fazê-lo. Ou manifestações de parentes das vítimas do voo que partiu da Malásia para a China no dia 7 de março. Numamensagempublicada em inglês, próxima do local onde eu estava, em São Paulo, alguém se perguntava: Sou a única que não quer se matar aqui?. Um segundo papel assumido pelas redes anônimas é ser canal para Confissões nas redes sociais O que osusuários anônimos publicam nos sites Whisper e Secret 49 Whisper Whisper.sh Site e aplicativo para postagens anônimas, respondidas por terceiros. Gwyneth Paltrow foi acusada de trair o marido nela. Ela desmentiu Trabalho numa concessionária decarrosehojeachoquepodiame esconder num carro para um cochilo Amomeufilhomaisdoque tudo, mas, se pudesse voltar atrás, nunca teria sido pai 78 I época I 17 de março de 2014

Escreviporenganoa minha chefe perguntando se ela tinha maconha Estouenjoadadegentequeme trata como garotinha só porque estou numa cadeira de rodas Minhamãeeirmãoestavamno avião malaio desaparecido. Não imaginoavidasemeles expressão de comportamentos socialmente discriminados. Esse bom uso da rede pode também ter espaço no Brasil. É interessante olhar que algumas pessoas buscam anonimato para desabafar e encontrar apoio, e muitas não dão nomes a suas vítimas, apenas contam fatos, diz a psicóloga Luciana Ruffo, do núcleo de pesquisas da psicologia em informática da PUC de São Paulo. O terceiro grande uso das redes anônimas é mais preocupante. Aí entram mensagens de denúnciacontraempresas ou pessoas. Em princípio, certas informações, se divulgadas com responsabilidade e checadas por terceiros, podem ser úteis. O Secret diz ter visto mais mensagens positivas que destrutivas. Queremos que as pessoas explorem os limites, mas não cruzem a linha, afirma Byttow. Mas há abusos.em fevereiro, a atriz americana Gwyneth Paltrow foi acusada por um anônimo de trair seu marido, o cantor Chris Martin. A afirmação ganhou repercussão em outra rede, o Twitter. Rendeu publicidade e um desmentido oficial do porta-voz de Gwyneth. Do Secret, surgiu um boato sobre a venda iminente da empresa Evernote, que faz aplicativos de bloco de notas para celulares, tablets e computadores. O rumor foi negado pela companhia. Com um histórico desses, a preocupação com a veracidade das informa- 50 secret Secret.ly não disponível no brasil, a rede é parecida com o Whisper. mas nela usuários leem mensagens escritas ou retransmitidas por quem está em sua agenda de contatos. divulgou um boato, falso, de que a empresa americana Evernote estava para ser vendida. UmA das redes AnônimAS recebeu Um APOrtE de US$ 21 milhões de UmA EmPrESA de capital de risco ções publicadas anonimamente é justificada. Escondido por um nome falso, qualquer um pode escrever absurdos sobre outra pessoa ou instituição. A rede Whisper afirma estar atenta. Montamos um grupo para descobrir essas histórias e investigar mais, diz Neetzan Zimmerman, editor-chefe da Whisper e ex-editor do Gawker, um dos maiores blogs de fofoca dos EUA. Essa verificação pode até evitar calúnias contra empresas ou celebridades. Mas o sistema não tem a capacidade de proteger cidadãos comuns de denúncias injustas. Com tamanho potencial destrutivo, até que ponto a sociedade ganha e perde com um canal de comunicação anônima? As leis brasileiras garantem o direito de liberdade de expressão. Mas é proibido ofender ou difamar terceiros e também se ocultar sob o anonimato exceto por canais reservados, como disque-denúncia. No longo prazo, o anonimato é quase um câncer social, diz a advogada Patrícia Peck, de São Paulo. Ele estimula as pessoas a falar qualquer coisa, mesmo sem certeza ou fundamento, achando que não há consequências. Só que elas existem. A rede Secret mantém dados de celular e e-mail do usuário. No Whisper, é possível tecnicamente rastrear alguém pelos dados do acesso. Se uma vítima de um agressor anônimo recorrer à Justiça, as redes poderão torná-lo público. Outras tentativas de explorar o anonimato na internet não terminaram bem. O site PostSecret começou, em 2007, a publicar cartões-postais com mensagens sem identificação. Seu aplicativo para iphone, lançado em 2011, recebeu mais de 2 milhões de publicações, incluindo textos com ofensas, ameaças e abusos. Os moderadores voluntários não conseguiram filtrar as mensagens, mesmo trabalhando 24 horas por dia. O criador da rede, o americano Frank Warren, foi contatado pela Apple e pelo FBI, a polícia federal dos Estados Unidos. O aplicativo acabou retirado da loja quatro meses depois. u 17 de março de 2014 I época I 79