COGERAÇÃO: ASPECTOS LEGAIS E REGULATÓRIOS Compreenda a regulamentação referente à cogeração de energia e discuta possíveis mudanças as no setor Gabriel Barja São Paulo, outubro de 2006
Viabilidade Viabilidade Econômica Critérios de seleção Avaliação econômica Tecnologias Aplicações Licenciamento Ambiental Outorga Acesso à rede Compra/ venda Viabilidade Técnica Viabilidade Legal 2
Aspectos legais e regulatórios Viabilidade Econômica Outorga Acesso à rede Compra/ venda Viabilidade Técnica Viabilidade Legal 3
Modelo do setor elétrico Central de cogeração: - Autoprodutor - Produtor Independente - Consumidor Livre 4 LIVRE ACESSO Competição Tarifa regulada Tarifa regulada Competição Lei 9.074 / 95 Monopólio natural
Importação e exportação de excedentes déficit demanda Elétrica Concessionária excedente Central de cogeração Outorga p/ produzir eletricidade (APE ou PIE). Ponto de acesso à rede (tarifas de transporte). De quem comprar eletricidade? Para quem vender excedentes elétricos? demanda Térmica Projeto: função das demandas 5
Outorga da central Serviços de eletricidade União Outorga a terceiros Satisfação do preceito constitucional do serviço o adequado regularidade, continuidade, eficiência, segurança, a, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. Porte da central Registro na ANEEL, até 5 MW Autorização, acima de 5 MW Disponibilidade do combustível ou fonte Operacionalidade da tecnologia utilizada Viabilidade da conexão à rede (faz parte da autorização) 6
Outorga da central Processo para implantação de termelétricas, tricas, eólicas e outras fontes: potência acima de 5 MW ANEEL / MME > Autorização (Res. 112/99) Liberação (Res. 433/03) operação comercial Fiscalização Requisitos Técnicos e Legais Projeto Executivo/ Construção Operação MEIO AMBIENTE > LP - LI LO Renovação 7
Interligação da central Sistema Interligado Nacional (SIN) Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte Apenas 3,4% da geração encontram-se fora do SIN ONS: coordena e opera o SIN; balanceamento geração/ carga; otimização das reservas hidráulicas 8
Interligação da central Rede de Transmissão $ $$$ Rede de Distribuição Cogeradora Alternativa de conexão: Critério rio do menor custo global Condições técnicas t da concessionária/ ONS 9
Tarifas de uso transporte Remunera a capacidade reservada ao transporte da energia consumida/gerada (Res. n o 281/99) TUST, Tarifa de Uso dos Sistemas de Transmissão TUSD, Tarifa de Uso dos Sistemas de Distribuição Composição Custo do transporte, perdas, encargos de conexão e encargos setoriais Proporcionais à demanda contratada: RGR, P&D, TFSEE, ONS Proporcionais ao montante consumido: ESS, CCC, CDE, PROINFA Conhecimento dos encargos setoriais Importante à estratégia de atuação Ex.: autoprodutor não paga P&D 10
A) Autoconsumo remoto Barreiras transporte A) Proposta Restritivo às cargas industriais Permitir a qualquer tipo de carga (Dec. nº 2.003/96) B) Autoconsumo local (CNPJ diferentes) Caracteriza-se como comercialização Encargos setoriais cobrados como se geração/carga estivessem afastadas B) Proposta Equiparação ao Autoprodutor (cobrar pelo líquido exp./imp.), para os casos de cogeração (a central de cogeração é concebida em paridade com a carga) 11
Barreiras transporte Autoconsumo local CNPJ iguais Transporte não contabilizado. CNPJ diferentes Considerado comercialização, paga encargos setoriais pelo bruto consumido. Barramento do cliente Rede Básica/ Distribuidora Medição 10 MW 90 MW 100 MW Produtor ~ Vapor Consumidor 12
Contratação de backup Assegura o suprimento da carga, no caso de falha ou insuficiência temporária ria da cogeração (Res. nº 371/99) a) Reserva de capacidade Refere-se à disponibilidade da rede elétrica da concessionária, em kw b) Energia de backup Energia elétrica associada à reserva de capacidade consumida, em kwh 13
Barreiras backup Reserva de capacidade Limitada a 30 MW Émais onerosa que a tarifa cheia: # horas de uso > contratado # utilizações > 12/mês Proposta Retirar a limitação da freqüência de utilização do sistema Justificativa Cogeração: grande freqüência de utilização porém relacionada a um baixo montante energético É irracional uma tarifa de backup mais elevada que a utilização em tempo integral 14
Compra de energia elétrica Energia elétrica para complementação da carga: De quem comprar? a) Ambiente de Contratação Regulada (ACR) Compra da concessionária ria,, tarifa regulada Tarifação convencional ou horo-sazonal sazonal: : depende tensão e classe de cons. b) Ambiente de Contratação Livre (ACL) Contratos bilaterais livremente negociados Necessário enquadramento como Consumidor Livre Antigo 3 MW, 69 kv (antes de jul/95) Novo 3 MW Qualquer 0,5 MW (suprido por fonte alternativa,, 50 kw no sistema isolado) 15
Venda de excedentes Necessita de autorização da ANEEL a) Exclusivamente autoprodução (APE) É possível complementar a demanda, porém não é permitida a venda de excedentes b) Comercialização eventual e temporária ria de excedentes (APE) Os excedentes poderão ser livremente negociados, por 5 anos (Ex.: não paga P&D) c) Comercialização permanente (PIE) Livre comercialização de energia Não exclui o autoconsumo 16
Para quem vender? a) Leilões de energia Pool de concessionárias b) Geração distribuída da Venda de excedentes Vanda à concessionária à qual está conectado Preço o limitado ao VR (R$ 70,00) Critério rio de enquadramento: Eficiência global mín. m 75% c) Venda direta Aos Consumidores Livres Critério rio de enquadramento inadequado (Dec. n o 5.163/04) A eficiência global beneficia a produção de calor, contra a eletricidade Valor muito elevado Solução proposta Remeter à cogeração qualificada, que considera a qualidade das energias produzidas Caso se adote o critério rio de menor preço, não é necessário o requisito da eficiência mín. m 17
Venda de excedentes Novo nicho de mercado às s centrais de cogeração Observa-se crescente aumento do consumo livre aprox. 200% nos últimos dois anos Barreira tradicionalista Diversificação do negócio principal Caso do setor de açúa çúcar e álcool: Antes açúcar e álcool Agora + energia elétrica 18
Venda de excedentes 600 10.000 nº de Consumidores Livres 500 400 300 200 100 8.000 6.000 4.000 2.000 (MW med) 0 jul/04 jul/05 jul/06 0 19
Políticas de incentivo Fundamento: incentivo ao uso racional dos recursos energéticos Possibilidade de comercialização junto à consumidores das utilidades da cogeração (Dec. n o 2.003/96) Isenção à obrigação da aplicação em P&D do setor elétrico (Lei n o 10.438/02) Redução de 50% nos encargos de uso dos sistemas de transporte,, para centrais até 30 MW (Lei n o 10.438/02) Condições diferenciadas para aquisição de gás g s natural política de incentivo regional, no âmbito do Estado de São Paulo 20
Qualificação da cogeração Inclusão na participação das políticas de incentivo à cogeração A qualificação corresponde a um selo de qualidade fornecido à cogeradora com atributos de excelência energética Qualificação (Res.. nº n 21/ 2000) Estar regularizada na ANEEL Atendimento aos requisitos mínimos m de racionalidade energética Critérios rios baseados na Taxa de Economia de Combustível 21
Qualificação da cogeração E f E t E e 1ª inequação: 2ª inequação: E E t f 15% E E t f X + E E e f Fc% E f energia da fonte E t energia térmica (útil) E e energia eletromecânica 22
Qualificação da cogeração Revisão da Norma: Fonte/ Potência TEC Revisão ηt ηe X Fc Res. nº 21/2001 ηt ηe X Fc Derivados de Petróleo, Gás Natural e Carvão Até 5 MW Acima de 5 MW e até 20 MW Acima de 20 MW 15% 15% 15% 75 35 2,14 41 80 37,5 2,13 44 85 42,5 2,00 50 80 40 2,00 47 80 43 1,86 51 80 46 1,74 54 Demais combustíveis Até 5 MW Acima de 5 MW e até 20 MW Acima de 20 MW 5% 5% 5% 75 30 2,50 32 75 35 2,14 37 75 40 1,88 42 75 30 2,50 32 75 35 2,14 37 75 40 1,88 42 Calor recuperado de processo Até 5 MW Acima de 5 MW e até 20 MW Acima de 20 MW 0% 0% 0% 65 25 2,60 25 65 30 2,17 30 65 35 1,86 35 23
Qualificação da cogeração Melhorias na Res. nº 21/00: a) Adequação dos parâmetros de eficiência às tecnologias de mercado: Os requisitos de eficiência encontram-se demasiadamente exigentes b) Inclusão de parâmetros específicos para a tecnologia Bottoming c) Critério de ponderação para a mescla ou uso alternado de combustíveis: Em substituição ao critério de clivagem entre as fontes utilizadas 24
As centrais qualificadas 7,6% da matriz térmica t (1.687 MW) 2/3 setor industrial 1/3 setor de serviços (supermercados, shopping centers,, etc.) 75% localizadas em São Paulo (em kw) 25% outras regiões 60% comercializam excedentes 40% consumo próprio prio 25
As centrais qualificadas 152 MW 3 usinas UTE Veracel licor negro, 117 MW 683 MW 45 usinas 851 MW 19 usinas Residual 9,0% Gás de processo, de alto-forno, enxofre Fóssil 40,5% Gás Natural, óleo combustível, diesel Biomassa 50,5% Bagaço de cana-de-açúcar, licor negro 26
Obrigado! gabrielbarja@aneel.gov.br (61) 2192-8351 27