Fósforo e fungos micorrizicos no crescimento de mudas arbóreas da caatinga. Amanda Gomes Feitosa¹, Diércules Rodrigues dos Santos¹*

Documentos relacionados
07 AVALIAÇÃO DO EFEITO DO TRATAMENTO DE

EFEITO DO TEMPO DE ARMAZENAMENTO NA GERMINAÇÃO E NO COMPRIMENTO DE PLÂNTULAS DE CALÊNDULA

Efeito do Orthene 750 BR em Tratamento de Sementes no Controle da Lagarta Elasmopalpus lignosellus no Feijoeiro e Algodoeiro

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

INFLUÊNCIA DE FUNGOS MICORRIZICOS EM MUDAS ARBÓREAS DA CAATINGA DE DIFERENTES ESTÁGIOS DE SUCESSÃO ECOLÓGICA

DESENVOLVIMENTO INICIAL DE SORGO FORRAGEIRO SOB DIFERENTES TIPOS DE COBERTURA DO SOLO INITIAL DEVELOPMENT OF SORGHUM IN DIFFERENT SOIL COVERAGE

POPULAÇÃO DE PLANTAS DE MILHO IRRIGADO POR ASPERSÃO EM SISTEMA PLANTIO DIRETO RESUMO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE AVEIA SOB DIFERENTES DENSIDADES DE SEMEADURA. Palavras chave: Produção de biomassa, bovinos de leite, plantas daninhas

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

PRODUTIVIDADE DE MILHO E FEIJÃO EM SISTEMA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA INTRODUÇÃO

Seleção preliminar de rizóbios para inoculação em leguminosas utilizadas como adubo verde

MEDIDAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR COM CULTIVOS INTERCALARES, SOB IRRIGAÇÃO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Fertilização de Soja com Nitrogênio, Cobalto e Molibdênio.

FÓSFORO E INOCULAÇÃO COM FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES NO ESTABELECIMENTO DE MUDAS DE EMBAÚBA (Cecropia pachystachya Trec) 1

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE MILHO EM FUNÇÃO DE DOSES DE POTÁSSIO EM UM LATOSSOLO DE RONDÔNIA

Avaliação da qualidade do solo e do crescimento de milheto co-inoculado com microrganismos solubilizadores de fósforo, fungos e Azospirillum 1

ESTATÍSTICA APLICADA. 1 Introdução à Estatística. 1.1 Definição

CURVAS DE RETENÇÃO DE AGUA E CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA DO SOLO EM SISTEMAS DE MANEJO DO FEIJOEIRO(1)

COMPORTAMENTO DE ALGUMAS CULTIVARES DE FIGUEIRA NA REGIÃO DE BEJA (2003)

USO DE COPRODUTO DA MINERAÇÃO DE VERMICULITA NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS DA CAATINGA

OBSERVAÇÕES DO COMPRIMENTO E NÚMERO DE FRUTOS DO PRIMEIRO CACHO DE TRÊS GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM SENHOR DO BONFIM, BA

EFEITO DE NÍVEIS CRESCENTES DE PROTEÍNA NA DIETA SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO PEIXE ORNAMENTAL GUPPY (Poecilia reticulata)

Matéria Seca de Mudas de Schinopsis brasiliensis Engl. Cultivadas em Diferentes Substratos

PERDAS POR APODRECIMENTO DE FRUTOS EM LINHAGENS E CULTIVARES DE ALGODOEIRO NO OESTE DA BAHIA - SAFRA 2005/2006 1

PORTARIA Nº 33, DE 30 DE ABRIL DE 2018

EFEITO DA INOCULAÇÃO COM ISOLADOS DE FUNGOS ECTOMICORRÍZICOS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE

DESENVOLVIMENTO DE ALTERNATIVAS DE GERENCIAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÉPTICOS. Objetivos

CONTROLE DE OXIDAÇÃO NO ESTABELECIMENTO in vitro DE GEMAS APICAIS DE AZALEIA RESUMO

ATRIBUTOS FÍSICOS DE UM SOLO CONSTRUÍDO EM DIFERENTES ESPÉCIES VEGETAIS. Lizete Stumpf. PPG Manejo e Conservação da Água e do Solo

Estratégias de manejo e seu impacto na eficiência de uso de nutrientes. Prof. Dr. Carlos Alexandre C. Crusciol FCA-UNESP/Botucatu

CAPÍTULO 5 UNIFORMIDADE E EFICIÊNCIA DA IRRIGAÇÃO 1 INTRODUÇÃO. Dep. de Eng. Rural - ESALQ/USP, CEP: , Piracicaba - SP J. A.

ACÚMULO DE FÓSFORO EM UM LATOSSOLO CULTIVADO COM GRAMA- MISSIONEIRA-GIGANTE EM RESPOSTA A DOSES DE DEJETO LÍQUIDO DE SUÍNO

PRODUTIVIDADE DE ARROZ INFLUENCIADA PELA ADUBAÇÃO NITROGENADA E APLICAÇÃO DE FUNGICIDA

Crescimento De Plântulas De Sombreiro (Clitoria fairchildiana Howard) Cultivadas Em Diferentes Substratos

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE MAMONA CLASSIFICADAS EM MESA DENSIMÉTRICA.

PROJETO E ANÁLISES DE EXPERIMENTOS (PAE) EXPERIMENTOS COM UM ÚNICO FATOR E A ANÁLISE DE VARIÂNCIA

SELEÇÃO DE FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES EFICIENTES PARA PROMOÇÃO DO CRESCIMENTO DA LEGUMINOSA Mimosa artemisiana HERINGER & PAULA

ÁCIDO INDOLBUTIRÍCO E TAMANHO DE ESTACA DE RAIZ NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE BACURIZEIRO (Platonia insignis MART.) INTRODUÇÃO

ANEXO 1. NOTA TÉCNICA

Definição de áreas de dependência espacial em semivariogramas

Quantidade de oxigênio no sistema

BIOMASSA DE MUDAS DE TOMATEIRO PRODUZIDOS EM SUBSTRATOS A BASE DE CAULE DECOMPOSTO DE BABAÇU

ATRIBUTOS QUÍMICOS DA FORRAGEIRA PANICUM MAXIMUM CV. MOMBAÇA ADUBADA COM PRODUTOS ORGÂNICOS ORIUNDOS DA SIDERURGIA E CRIAÇÃO AVÍCOLA

U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E M I N A S G E R A I S

Época de semeadura de cultivares de soja no Mato Grosso do Sul André Ricardo Gomes Bezerra

Produção de mudas clonais de eucalipto em espuma fenólica: crescimento inicial e mortalidade

SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY

INFLUÊNCIA DO SUBSTRATO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE GABIROBA (Campomanesia spp.)

AVALIAÇÃO DA TAXA DE GERMINAÇÃO À CAMPO DA CULTURA DA MAMONA


BATATA DOCE MINIMAMENTE PROCESSADA 1. INTRODUÇÃO

XVIII Congreso Latinoamericano de la Ciencia del Suelo

ENRAIZAMENTO DE MINIESTACA CAULINAR E FOLIAR NA PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE CEDRO-ROSA (Cedrela fissilis Vell.) 1

AVALIAÇÃO DE NPK E DOSES DE BIOFERTILIZANTE ORGÂNICO NO CRESCIMENTO DO FEIJÃO-CAUPI

Praticidade que atrapalha

Manejo da fertilidade em solos arenosos visando à intensificação sustentável

AVALIAÇÃO DE NÍVEIS DE BIOSSÓLIDO NO SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE Solanum pseudo-quina

INCORPORAÇÃO DE LODO DE ESGOTO SECO E CALADO AO ALGODOEIRO HERBÁCEO BRS VERDE

6 Conversão Digital/Analógica

VII BENEFÍCIOS DO RESFRIAMENTO EM GRÃOS DE CAFÉ

EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ANGICO (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan) EM CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO

Material Teórico - Módulo de Razões e Proporções. Proporções e Conceitos Relacionados. Sétimo Ano do Ensino Fundamental

Universidade Federal do Rio Grande FURG. Instituto de Matemática, Estatística e Física IMEF Edital 15 - CAPES MATRIZES

Revisão e Atualização das Políticas de Salvaguardas Ambientais e Sociais do Banco Mundial. Consulta sobre a 2ª Minuta Brasília, 1-2 de março de 2016

Reação de cultivares de batata-doce ao mal-do-pé Larissa da Silva Mendes²; Ricardo Borges Pereira¹; Geovani Bernardo Amaro¹; Jadir Borges Pinheiro¹.

RESUMO SUMMARY INTRODUÇÃO

Revista Raízes e Amidos Tropicais, v. 12, nº 1, p ,

b para que a igualdade ( ) 2

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA RAIZ NUA E DA RAIZ PROTEGIDA NA COUVE FLOR

CINÉTICA DE SECAGEM DE FOLHAS DE ERVA-DOCE EM SECADOR SOLAR EXPOSTO À SOMBRA

CLOROFILA FOLIAR, CARBOIDRATOS E PROTEÍNAS COMO INDICADORES DE RUSTICIDADE E SEUS EFEITOS NO CRESCIMENTO INICIAL DO POVOAMENTO

FONTES E TEMPO DE INCORPORAÇÃO DE ESTERCOS NO CULTIVO DA BETERRABA

Técnicas de Análise de Circuitos

CONTROLE DE PLANTAS DE MILHO VOLUNTÁRIO COM A TECNOLOGIA RR EM ÁREAS COM SAFRINHA DE SOJA COM A TECNOLOGIA RR

Eucalytpus camaldulensis,, inoculadas com fungos micorrízicos, em casa-de. de-vegetação e em cava-de

AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO EM SISTEMA AGROFLORESTAL COM CACAUEIROS E COQUEIROS EM JI-PARANÁ, RONDÔNIA, BRASIL

Revista Árvore ISSN: Universidade Federal de Viçosa Brasil

BIOMETRIA DE MUDAS DE TOMATEIRO PRODUZIDOS EM SUBSTRATOS A BASE DE CAULE DECOMPOSTO DE BABAÇU

VARIAÇÃO TÉRMICA E TEMPERATURA DO SOLO E PLANTA EM DIFERENTES SISTEMAS DE CULTIVO DE ALFACE DE PRIMAVERA/VERÃO.

3. ANÁLISE DA REDE GEODÉSICA

SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY

Produção de Cebola em Função da Aplicação de Enxofre no Solo.

MANEJO DE FONTES ALTERNATIVAS DE FERTILIZANTES NITROGENADOS NA SUCESSÃO BRAQUIÁRIA-ALGODÃO EM SISTEMA PLANTIO DIRETO NO CERRADO SAFRA 2007/2008 (1)

Revista Terra & Cultura: Cadernos de Ensino e Pesquisa

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

Calculando volumes. Para construir um cubo cuja aresta seja o dobro de a, de quantos cubos de aresta a precisaremos?

DETERMINAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE FILTRAGEM DE UM FILTRO ARTESANAL DE TELA

XX Congreso Latinoamericano y XVI Congreso Peruano de la Ciencia del Suelo

UNIDADE II 1. INTRODUÇÃO

Produção de grãos de milho e atributos químicos de solo influenciados pela aplicação de escória de siderurgia em um Latossolo Amarelo distrófico

GRADE HORÁRIA - 2º SEMESTRE DE 2017

Avaliação de cultivares de cebola em cultivo de verão no município de Viçosa - MG.

Crescimento inicial de cana-de-açúcar inoculada com fungos micorrízicos arbusculares e fósforo

NUTRIÇÃO DE MUDAS DE BANANEIRA EM FUNÇÃO DE SUBSTRATOS E DOSES DE SUPERFOSFATO SIMPLES

Palavras-chave: Anacardium occidentale, resistência varietal, praga, Anthistarcha binocularis.

REGULARIDADES NUMÉRICAS E PROGRESSÃO ARITMÉTICA

LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO ESTRUTURADA CAPÍTULO 6 ARRAYS (VETORES E MATRIZES)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO SOLO

Transcrição:

Agropecuári Científic no Semiárido Centro de Súde e Tecnologi Rurl http://revists.ufcg.edu.br/cs/index.php/acsa/index ISSN: 1808-6845 Fósforo e fungos micorrizicos no crescimento de muds rbóres d cting Amnd Gomes Feitos¹, Diércules Rodrigues dos Sntos¹* RESUMO: A ção ntrópic sobre espécies vegetis d Cting vem reduzindo drsticmente os indivíduos e su reposição é necessári. As ssocições mutulístics com fungo micorrizico rbusculr (FMA) e s plnts pode melhorr bsorção de nutrientes, tolerânci estresse e melhor estbelecimento ds muds pós-trnsplnte. Com objetivo de vlir influênci do FMA no crescimento inicil de dus espécies vegetis d Cting em diferentes doses de fósforo (P). Relizou-se um experimento em mbiente com tel (50% luminosidde) no Centro de Súde e Tecnologi Rurl d Universidde Federl de Cmpin Grnde (UFCG), Ptos-PB. Utilizou-se vsos com 7,0 dm -3, deum Neossolo com bixo P, esterilizdo (20 min 120ºC, 1 tm). As mostrs de solo dicionrm-se s diferentes doses de P (0, 60, 120 e 180 mg dm -3 de P) com e sem inoculção com FMA. Form às espécies vegetis Ceslpini férre Mrt. ex. Tul vr. ferre (Pu-ferro) e Piptdeni stipulce (Benth.) Ducke (Jurem-brnc). Avlirm-se produção de mtéri sec n prte ére (MSPA) e riz (MSR) e percentgem de colonizção micorrízic. Os resultdos indicrm umento significtivo pr MSPA ds dus espécies qundo inoculds com FMA e s dose de P, ms não influenciou MSR. A colonizção rdiculr mostrou-se sensível presenç de miores doses de P. A inoculção de FMA e P influenciou positivmente o crescimento de Pu-ferro e de Jurem pret. Plvrs-chve: Ceslpini férre, Piptdeni stipulce, FMA. Phosphorus nd micorrizing fungi in the growth of cting trees ABSTRACT: The humn ction on species of the Cting hs drsticlly reducing the individuls nd their replcement is needed. The mutulistic ssocitions with mycorrhizl fungi (AMF) nd the plnts cn improve the bsorption of nutrients, stress tolernce nd better post-trnsplnt estblishment of seedlings. In order to evlute the influence of AMF on the growth of two species of the Cting in different phosphorus (P). We conducted n experiment with screen (50% brightness) in the Centro de Súde e Tecnologi Rurl, Universidde Federl de Cmpin Grnde (UFCG), Ptos-PB environment. We used pots with 7.0 dm -3, of Neossolo with low P, sterilized (20 min t 120 C, 1 tm). Soil smples were dded to the different P rtes (0, 60, 120 nd 180 mg dm -3 P) with nd without inocultion with AMF. Were the species Ceslpini ferre Mrt. ex. Tul vr. ferre (Pu-ferro) nd Piptdeni stipulce (Benth.) Ducke (Jurem-brnc). We evluted the production of dry mtter in the shoot (SDM) nd root (MSR) nd percentge of mycorrhizl coloniztion. The results indicted significnt increse MSPA for the two species when inoculted with AMF nd P dose, but did not influence the MSR. Root coloniztion ws sensitive to the presence of lrger doses of P. The P nd AMF inocultion positively influenced the growth of Pu-ferro nd Jurem-brnc. Keywords: Ceslpini férre, Piptdeni stipulce, AMF INTRODUÇÃO A Cting é o principl biom existente n região Nordeste, bem condiciondo s condições do clim semiárido, presentndo-se como um importnte centro de biodiversidde pr região (RODAL & NASCIMENTO, 2002). No território pribno Cting brnge cerc de 80% e distribui-se de form diferencid em relção à fisionomi (BARBOSA et l., 2003). Grnde prte dess vegetção que é constituíd por formções secundri, sofre intens ção ntrópic. As micorrizs rbusculres encontrm-se mplmente distribuíds n miori dos ecossistems, desde os florestis os desérticos, em regiões, em regiões tropicis, temperds e ártics e representm mis mpl ssocição mutulístic ds micorrízs contribuiu pr evolução e Aceito pr publicção em 07/04/2017 ¹ Universidde Federl de Cmpin Grnde (UFCG) * e-mil: sntosl@cstr.ufcg.edu.br sobrevivênci ds plnts terrestres e dos fungos e existe desde há 400 milhões de nos (SMITH & READ, 1997). A melhori n bsorção de nutrientes, tolerânci estresse e melhor estbelecimento ds plnts pós-trnsplntio são descritos como resultnte dess ssocição benéfic com hospedeir. Em gerl, disponibilidde de fósforo (P) dos solos é determinnte e modulm os efeitos benéficos proporciondos pelo fungo às plnts. Este fto torn importnte o conhecimento do nível idel de P pr mximizção dos benefícios dess ssocição. Vários estudos indicm que est hbilidde ds plnts está ssocid, entre outros ftores, à configurção de rízes: plnts com rízes mis bundntes e fins são menos dependentes do que

392 plnt com rízes mis grosss e escsss, devido su melhor eficiênci n bsorção de P; tmnho de sementes. Esses spectos, embor bstnte estuddos em espécies de lguns bioms brsileiros, especilmente do Cerrdo, são rrs informções, sobre este specto, com espécies rbóres d Cting. Portnto, é oportuno estudr ests ssocições com espécies d Cting, e buscr lterntiv pr o mnejo e conservção dests, com vist um de produção sem gredir o meio mbiente. A Ceslpini ferre Mrt. ex. Tul. vr. leiostchy Benth, populrmente conhecid como pu-ferro e Piptdeni stipulce (Benth.) Ducke, conhecid populrmente como jurem brnc são espécies d fmíli Fbcee, são espécies vegetis d Cting que presentm ptidão pr múltiplo uso n região semiárid. Contudo, são escsss informções sobre resposts à FMA em solos dess região. A busc de informções que subsidiem reposição e o mnejo sustentável desss áres já devstds é importnte pr recuperção e mnutenção desss espécies nesse mbiente. Entre os microrgnismos do solo, promotores de crescimento de plnts, fungos micorrizicos rbusculres (FMA) são os mis importntes, pois se ssocim à miori ds plnts e, qundo em ssocição, fvorecem o crescimento dests pel mior bsorção de águ e nutrientes, principlmente fósforo (P). Entretnto, s populções de FMA ntivs do solo podem ser ou não efetivs em estimulr crescimento d plnt. Em determindo solo, esses fungos podem estr em bixs densiddes, ou podem estbelecer colonizção extens, sem proporcionr melhori no crescimento d hospedeir. Em gerl, um mesmo isoldo de FMA pode estr ssocido muits espécies de plnts, ms efetividde dess combinção pode vrir, considerndo hbilidde de lgums espécies de fungos em desenvolver extens rede micelil, umentndo bsorção do fósforo (CAVALCANTE et l., 2002). No Brsil, estudos desenvolvidos em espécies rbustivs ntivs do Sudeste mostrrm, que, de 101 espécies estudds 97% presentou colonizção por fungos MAs ns rízes, sendo, portnto rr situção não micorrízic (Crneiro et l., 1998). As estimtivs sobre os efeitos benéficos ds ssocições micorrizs no crescimento ds plnts são mplmente documentdos e vrim entre 50 8.000% (Siqueir & Frnco, 1988), existindo espécies que nem mesmo crescem qundo não são micorrizds. Segundo estes utores, mpl vrição desses efeitos é função ds crcterístics d plnt e do fungo modulds pelos ftores mbientis (clim e solo). Sendo cpcidde do fungo de estimulr o crescimento d plnt determind pels crcterístics dos componentes d simbiose, principlmente do microbionte, que pode presentr diferentes grus de eficiênci, sendo té mesmo ineficz ou prsítico temporário ds plnts hospedeirs. Contudo, disponibilidde de fósforo no solo é ftor determinnte n respost d plnt inoculção com FMA, que indic o gru de benefício d ssocição, vri qunto à dependênci micorrízic (DM) que indic o potencil de beneficio d Inoculção. No cso de espécies rbóres ntivs tem se verificdo que quels com sementes grndes e rízes fins, e que crescem em bixos teores de nutrientes, são gerlmente pouco responsivs à inoculção ou respondem em condições de bix disponibilidde de nutrientes (Siqueir et l., 1998). A demnd de P está ssocid diversos ftores como: tmnho e conteúdo de P ns sementes, gru de desenvolvimento, desenvolvimento do sistem rdiculr, dependênci micorrízic, tx de crescimento e estádio de desenvolvimento d plnt. Sendo ssim, esses ftores estão relciondos com clsse ecológic d espécie e, miores resposts, o fornecimento de P são esperd em espécies de sementes pequens e com bixo conteúdo de P, com sistem rdiculr pouco desenvolvido, com mior cpcidde micotrófic, mior tx de crescimento n fse inicil de desenvolvimento (Furtine Neto et l., 2000). As resposts de espécies rbóres usds pr reflorestmento mbientl têm sido mis efetivs com doses moderds de P (Fri et l., 1996). Em lguns csos, verificou-se efeito depressivo de lts doses de P sobre o crescimento de lgums espécies (Fri et l., 1996), indicndo bix demnd extern do nutriente no estádio inicil. Gonçlves et l., (1992), verificrm que espécies pioneirs que possuem sistem rdiculr mis desenvolvido e mior densidde em rízes fins, presentm miores txs de crescimento e bsorção de nutrientes que clímx, ns quis erm dotds de sistem rdiculr pouco desenvolvido e menor densiddes de rízes fins. Em níveis de cmpo, s espécies clímx estudds por Lim et l., (1997) não presentrm respost à fertilizção fosftd os oito meses pós o plntio, ms sim o dezesseis meses. O tendimento dos níveis de suficiênci de P no solo pr espécies de rápido crescimento, como s pioneirs e secundáris iniciis, implic n plicção de miores quntiddes de fertilizntes fosftdos solúveis n cov de plntio. Propicindo um crescimento inicil vigoroso, com rápid cobertur d áre, fvorecendo o estbelecimento de espécies de grupos sucessionis subsequentes. E, pr espécie de crescimento lento, como s secundáris trdis e ACSA, Ptos-PB, v.12, n.4, p.392-396, outubro-dezembro, 2016, ISSN: 1808-6845

393 clímx o fornecimento de um menor dose de P solúvel, é necessário (Furtini Neto, et l., 2000). Avlir influênci do fósforo e fungos micorrízicos rbusculres no crescimento inicil de dus espécies vegetis d Cting. MATERIAL E MÉTODOS Loclizção do ensio O experimento está sendo conduzido no em mbiente protegido com tel (50% luminosidde) no Viveiro Florestl no Centro de Súde e Tecnologi Rurl, d Unidde Acdêmic de Engenhri Florestl d Universidde Federl de Cmpin Grnde (UFCG), Ptos-PB, com seguinte loclizção geográfic: ltitude 7 13 08 S, longitude 35º 54 05 N e ltitude 250 metros. Crcterizção e prepro do substrto As mostrs de um Neossolo com bixo P, cujos tributos estão presentdos n Tbel 1. Form coletds de profundidde de 0-20 cm, peneirds em mlh 4 mm, posteriormente form esterilizds por vinte minutos (utoclve 120ºC, 1 tm), condiciondos em vsos de polipropileno com 7,0 dm -3, sendo posteriormente plicdos os trtmentos. Tbel 1. Atributos químics ds mostrs Neossolo utilizdo no experimento. Amostr ph CE P C Mg K N H+Al CTC SB V CCl 2 0,01M ds/m m g/cm 3 cmol c dm -3 % 0-20cm 5,2 0,025 14,4 3 1,2 0,13 1,09 1,5 6,9 4,3 78,3 Aplicção dos trtmentos e condução do experimento As mostrs de solo dicionrm-se s diferentes doses de P (0, 60, 120 e 180 mg dm -3 de P), utilizouse como fonte o superfosfto triplo triturdo em lmofriz e inoculção de fungo micorrizico rbusculr (FMA). Os propágulos de FMA form produzidos no Viveiro Florestl do CSTR em vsos de cultivo estéreis, onde isoldos de Glomus etunictum, provenientes de solos d região semiárid, form multiplic em plnts de Sorgo bicolor (L) durnte 90 dis em substrto estéril. Form vlids s espécies Ceslpini férre Mrt. ex. Tul vr. ferre (Pu-ferro) e Piptdeni stipulce (Benth.) Ducke (Jurem-brnc), sem espinhos. As sementes ds espécies vegetis form selecionds, desinfetds com solução de hipoclorito de sódio (2%) por 5 minutos e posteriormente lvds em águ corrente. Em seguids s sementes de C. ferre e P. stipulce tiverm sus dormêncis quebrds trvés d imersão em ácido sulfúrico por 1 minuto e lvgem em águ corrente e choque térmico em águ 80ºC, respectivmente. Semerm-se três sementes de tods s espécies por vso. N semedur, diferencirm-se os trtmentos com e sem inoculção de FMA. A inoculção foi relizd em cd cov bixo ds sementes, onde form plicdos 1,0 ml de um suspensão de esporos contendo cerc de 100 esporos do fungo. Pr recomposição flor microbin dos demis vsos sem FMA form diciondos o solo 1,0 ml do filtrdo do solo livre de propágulos de fungos micorrizicos. O experimento foi conduzido por 90 dis contr d germinção. E umidde do substrto estv sendo mntid, trvés de irrigção diári conforme necessidde d plnt. Avlição d colonizção micorrízic em rízes Pr vlição d colonizção micorrízic em rízes utilizou-se o método de clremento e colorção de rízes pigmentds, segundo Giovnnetti & Mosse (1980). Form coletds s rízes com clibre de té 1 mm de diâmetro, ds espécies de plnt em cd trtmento form lvds em águ corrente e mergulhds em solução quos de KOH 10% por 24h. Posteriormente, pós retird dos componentes celulres. As rízes form lvds em águ destilds e trnsferids pr solução HCL 0.02 mol/l por 10min. Termindo o processo de difnizção, o mteril foi submetido o processo de colorção em solução de Azul de Tripno 0,05% em lctoglicerol (ácido cético, glicerin e águ, 1:1: 1). Em seguid dez frgmentos de cerc de 1,0 cm for distribuídos em lâmins de vidro e observds em microscópio estereoscópio ACSA, Ptos-PB, v.12, n.4, p.392-396, outubro-dezembro, 2016, ISSN: 1808-6845

MATÉRIA SECA PARTE 394 com umento de 40x e os resultdos trnsformdo em percentgem de rízes colonizds. Pr obtenção d produção de mtéri sec, prte ére e rízes ds plnts form submetids à secgem em estuf (65-70 ) por 48 hors e posteriormente pesds. O experimento foi conduzido em delinemento inteirmente csulizdo, com oito trtmentos e três repetições. Os ddos de percentgem form trnsformdos em x+0,5. Os resultdos form submetidos nlise d vriânci e comprção de médi pelo Tukey 5%. Foi utilizdo o progrm computcionl Assitt 7.0 (Silv & Azevedo, 2009). MATÉRIA SECA PARTE RESULTADOS E DISCUSSÃO Produção de mtéri sec A produção de mtéri sec d prte ére (MSPA) ds muds de Pitdeni stipulce não difere esttisticmente entre si qundo inoculd com FMA entre s doses de P. Sendo mior produção presentd pels n presenç do FMA já com 60 mg dm -3 de P. Já sem FMA os resultdos form bem inferiores do que com FMA especilmente n presenç de P (Figur 1). É provável que o mior crescimento dest espécie tenh sido provocdo pelo efeito sinérgico proporciondo pel inoculção do fungo n presenç de P no solo. ÁEREA, g plnt -1 b c Piptdeni stipulce bc bc c TRATAMENTOS Figur 1. Produção de mtéri sec n prte ére de Piptdeni stipulce com e sem FMA com e sem doses de fosforo. Pr muds de Ceslpini ferre com FMA, tmbém não houve diferenç entre s produções de MSPA pr os diferentes trtmentos de P. Por outro ldo, s plnts sem FMA presentrm produção significtivmente inferior às plnt com fungo micorrizico. O que se observ, é que, mesmo com o lto gru de vrição de crescimento d espécie, percebe-se benefício d presenç do fungo pr o seu crescimento, especil se comprrmos 0 de P+FMA e 0 de P sem FMA (Figur 2). b b Ceslpini ferre AÉREA, g plnt -1 c bc c bc TRATAMENTOS Figur 2. Produção de mtéri sec n prte ére de Ceslpini ferre com e sem FMA com e sem doses de fosforo. ACSA, Ptos-PB, v.12, n.4, p.392-396, outubro-dezembro, 2016, ISSN: 1808-6845

COLONIZAÇÃO RADICULAR, % 395 Já produção de mtéri sec ds rízes muds de mbs s espécies não presentrm diferenç significtiv os trtmentos plicdos. Colonizção As lts doses de P influencirm depressivmente tx de colonizção rdiculr ds muds de P. stipulce e C. férre. Sendo observdo redução prtir de 120 dm -3 de P pr primeir e já prtir de 60 dm -3 de P pr segund. Ess respost pode indicr que P. stipulce sej mis dependente do fungo micorrizico. A A Piptdeni stipulce Ceslpini ferre b B b C c TRATAMENTOS Figur 3. Colonizção rdiculr por FMA de Piptdeni stipulce e Ceslpini ferre e doses de fosforo. (letrs miuscls comr s primeirs coluns e minusculs comprm s segunds) CONCLUSÃO A inoculção de FMA e P influenciou positivmente o crescimento de Pu-ferro e de Jurem brnc AGRADECIMENTOS Ao CNPq pelo finncimento do projeto; Ao professor Diércules Rodrigues dos Sntos pel orientção; Aos colegs do curso, que judrm n execução do projeto; Aos colegs do Lbortório de Solos e do Lbortório de Microbiologi d Unidde Acdêmic de Engenhri Florestl, por todo poio e contribuição. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, M.R.V. et l.,. Biodiversidde d Cting pribn. In: JARDIN, M. A. G.; BASTOS, M. N. do C.; Sntos, J. I. M. (Eds). Desfios d Botânic do Novo Milênio: Inventário, Sistemtizção e Conservção d Diversidde Vegetl. Belém: MPEG, UFRA; EMBRAPA, Brsil/ Museu Prense Emílio Goeldi. 2003. 296p. CARNEIRO, M.A.C.; SIQUEIRA, J.O.; MOREIRA, F.M.S.; CARVALHO, D.; BOTELHO,S.A.; SAGIN Jr., O.J. Micorriz rbusculr em espécies rbóres e rbustivs de ocorrênci no Sudeste do Brsil, Cerne, Lvrs, 4:129-145. 1998. CAVALCANTE, U.M.T., MAIA, L.C., COSTA, C.M.C., CAVALCANTE, A.T. & SANTOS, V.F. Efeito de fungos micorrízicos rbusculres, d dubção fosftd e d esterilizção do solo no crescimento de muds de mrcujzeiro mrelo. Revist Brsileir de Ciênci do Solo 26:1099 1106, 2002. FARIA, M.P.; SIQUEIRA, J.O.; VALE, F.R. do; CURI, N. Crescimento inicil d Acáci em respost fósforo, nitrogênio, fungo micorrízico e rizóbio. Ver. Brs. de Ci. Solo: Cmpins, 20:209-216, 1996. FURTINI NETO, A.E.; SIQUEIRA, J.O.; CURI, N.; MOREIRA, F.M.S. Fertilizção e reflorestmento com espécies ntivs. In: Nutrição e Fertilizção Florestl. eds. Gonçlves, J.L. de M.; Benedetti.V. Pircicb: IPEF, 2000, 427 p. GIOVANNETTI, M.; MOSSE, B. An evlution Discrição d metodologi of techniques to mesure vesiculr-rbusculr mycorrhizl infection in roots. The New Phytology: London, 84:484-500, 1980. GONÇALVES, J.L.M.; FREISÊDAS, V.M.; KAGEUAMA, P.Y.; GONCALVES, JLC.; DIAS, J.H. ACSA, Ptos-PB, v.12, n.4, p.375-383, outubro-dezembro, 2016, ISSN: 1808-6845

396 Produção de biomss e sistem rdiculr de espécie de diferentes estágios sucessionis. R. Inst. Florest. 4: 363-367, 1992 LIMA, H.N.; VALE, F.R.; SIQUEIRA, J.O.; CURI, N. Crescimento inicil cmpo de sete espécies rbóres ntivs em respost dubção minerl com NPK. Inst. Univ. d Amzôni, Serie Agráris, 21:189-195, 1997. RODAL, M.J.N. & NASCIMENTO, L.M. do. Levntmento florístico d florest serrn d reserv biológic de Serr Negr, microrregião de Itpric, Pernmbuco, Brsil. Act Botânic Brsílic, 16(4): 481-500. 2002. SILVA F. de A. S.; AZEVEDO, C.A.V. de. Assistt. 7.7, 2009 SIQUEIRA, J.O. ; FRANCO, A.A. Biotecnologi do Solo: Fundmentos e Perspectivs. Brsíli: MEC Ministério d Educção, ABEAS; Lvrs:ESAL, FAEPE, 1988. 236 p. SIQUEIRA, J.O; CARNEIRO, M.A.C.; ROSADO, S.C.S.; DAVIDE, A.C.; CURI, N. Mycorrhizl coloniztion nd mycrotrophic growth of ntive woody species s relted to successionl groups in Southestern Brsil. Forest Ecology nd Mngement. 107:241-252. 1998. SMITH, E.S.; READ, J.D. Mycorrhizl symnbiosis. 2. ed. New York>Acdemic Press, 1997. ACSA, Ptos-PB, v.12, n.4, p.392-396, outubro-dezembro, 2016, ISSN: 1808-6845