Painel de Conjuntura Macroeconômica junho 2017

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4,80 5,22 5,35 5,12 3,40 3,36 9,75 11,08 50,82 0,50 1,00-26,25 46,00 70,00 5,50

Transcrição:

Painel de Conjuntura Macroeconômica junho 2017 Semana 5 PIB IBC-br de abril/17 apresenta crescimento de 0,28%, porém Focus aponta piora na expectativa para o segundo semestre. Preços e Juros Mês de junho com temperaturas negativas para os preços. Redução significativa em horizonte distante. Balança Comercial e Câmbio Resultado parcial até a quarta semana de junho. Câmbio - A taxa de equilíbrio. Cotação JBS. Mercado de Trabalho Em maio, PR tem saldo positivo. Tecnologia Sua majestade o Rei da Suécia. Opinião O governo e o desafio da percepção seletiva. www.isaebrasil.com.br

002 Painel de Conjuntura Macroeconômica Estimativas para encerramento do ano - Brasil Estimativas para Encerramento do Ano - Brasil 2017 2018 PIB (% do crescimento) 0,39 2,10 Produção Industrial (% do crescimento) 0,55 2,30 Inflação - IPCA (%) 3,48 4,30 SELIC 8,50 8,50 Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB) 51,50 55,07 Taxa de Câmbio - fim do período (R$/US$) 3,32 3,40 Balança Comercial (US$ Bilhões) 58,25 45,00 Investimento Direto no País (US$ Bilhões) 75,00 75,00 Fonte: Bacen Agenda da Semana 26-06 Relatório Focus (Bacen) 26-06 Sondagem do Consumidor Junho-2017 (FGV) 26-06 Nota Mercado Aberto Maio-2017 (Bacen) 26-06 Balança Comercial (MDIC) 27-06 IPC (Fipe) (3ª quadrissemana Junho-2017) 27-06 NotaI Setor Externo Maio-2017 (Bacen) 28-06 IPP (Índice de Preços Produção - Maio -2017) (IBGE) 28-06 Nota de Política Monetária e Operações de Crédito (Bacen) 28-06 Fluxo Cambial (Bacen) 29-06 Resultado Primário do Governo Central Maio-2017 (Bacen) 29-06 IGP-M Junho-2017 (FGV) 30-06 Pnad Contínua Maio-2017 (IBGE) 30-06 Nota Política Fiscal Maio-2017 (Bacen)

Painel de Conjuntura Macroeconômica 003 PIB IBC-br de abril/17 apresenta crescimento de 0,28%, porém Focus aponta piora na expectativa para o segundo semestre Novamente o Relatório Focus, do Banco Central do Brasil (BCB), divulgado em 26/06/2017, trouxe perspectivas decrescentes para o PIB, prevendo 0,39%. No final de maio/17 o indicador apontava 0,49% de crescimento em 2017: queda de 20% em pouco mais de um mês. Interessante é ver que as perspectivas para 2018 tinham sido pouco impactadas até agora, mas já começam a sentir os efeitos da crise política, porém menos pessimistas que as expectativas para 2017. Na semana passada, o IBC-Br apontou crescimento de 0,28% da economia em abril/17(com ajuste sazonal), se comparado com o mês anterior. Reforçando a pesquisa do BCB, que é responsável pelo IBC-Br, o monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV) também apontou crescimento em abril/2017: 0,42% quando comparado com março/17 (série dessazonalizada). Essa prévia do PIB ainda carrega efeitos do bom desempenho da Agropecuária relativos à safra 2016/2017, que ocorre em vários períodos por todo país (milho safrinha no centro-oeste, por exemplo, teve excelente produtividade e ainda está acontecendo a colheita). Um reflexo disso é que os dados de emprego do setor foram favoráveis em maio/2017, pois entre admissões e desligamentos foram registrados mais 46 mil empregos em relação aos dados de abril. Outro dado que chama atenção na pesquisa da FGV é a terceira diminuição sucessiva do consumo das famílias (1,9%), com destaque para a diminuição da demanda por serviços e produtos não duráveis. A mudança na qualidade da demanda é fator fundamental para o amadurecimento do consumo. Neste momento, parece que a queda está mais vinculada à diminuição da renda, o aumento do desemprego e a falta de confiança na economia. Outro indicador que continua em trajetória decrescente é a Produção Industrial. No começo de maio de 2017 a expectativa para seu crescimento era de 1,49%, segundo o Focus. Já nesta semana, marcou 0,55%. E a expectativa para 2018, que vinha resiliente, também sofreu queda de 2,50% para 2,30%: O governo terá que se esforçar muito para minimizar o fechamento de indústrias. Uma saída dada como certa é a liberação de incentivos, os quais, infelizmente, afetam apenas os segmentos industriais mais fortes ou representativos.

004 Painel de Conjuntura Macroeconômica Inflação Mês de Junho com temperaturas negativas para os preços O inverno começou gelado para a inflação e o mercado projeta deflação para o mês de junho. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 26.06, pelo Banco Central do Brasil (BCB), mostra que a mediana para o IPCA, que é o índice oficial de inflação, projeta junho com -0,15%, enquanto as TOP 5 (estimativa elaborada pelas instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA), mostram deflação de -0,27% para o mês. Para o ano de 2017 a estimativa de mercado variou de 3,64% para 3,48% em uma nova revisão para baixo, lembrando que há um mês a expectativa era de 3,95%. Para 2018 o IPCA foi de 4,33% para 4,30%, ante 4,40% elaborada quatro semanas atrás. A mediana das Top 5 para o médio prazo, também teve sua expectativa reduzida e já estima patamares abaixo da banda inferior da meta para 2017, saindo de 3,16% para 2,94%. Para 2018 a projeção se manteve em 4,00%. Com as expectativas de inflação já abaixo dos 3% para o ano corrente e o mês de junho com fortes possibilidades de fechar com deflação, somados ao emaranhado de problemas com a justiça que o planalto está inserido no cenário político, as possibilidades de ajustes fiscais vão ficando cada vez mais turvos diante da falta de previsibilidade a curtíssimo prazo para retomada de crescimento da economia.

Painel de Conjuntura Macroeconômica 005

006 Painel de Conjuntura Macroeconômica SELIC Redução significativa em horizonte distante. Há muitas semanas no relatório Focus do BC que a expectativa do mercado para a taxa básica de juros se mantêm em 8,50% para encerrar o ano de 2017, com uma acomodação próxima de 8,50% para 2018. Enquanto isso, na expectativa do mercado o IPCA cede para o limite da banda inferior da meta para 2017, e abaixo do centro da meta para 2018. Vemos que no Relatório de Inflação (RI de junho) divulgado na quinta (22) o IPCA esperado para 2017 segue em caminho ao limite inferior da meta, apontando 3,8%. Em momentos de inflação crescente ajusta-se a taxa básica para acompanhar o IPCA. Já quando a inflação apresenta redução, a esperada redução dos juros não ocorre. A inflação ao consumidor voltou a situar-se em patamar inferior ao esperado no trimestre até maio, repercutindo a evolução favorável dos preços de alimentos e bens industriais, conforme relatório de inflação. Isso na visão de quem vê o copo meio cheio. Para quem o vê meio vazio, vem sempre a preocupante constatação: redução de preços em alimentos e bens industriais, leia-se redução da renda e desemprego. O cenário externo, a balança de pagamentos e o câmbio não estão efetivamente desfavoráveis. Tem sobrado o atraso nas reformas como se isto não estivesse precificado pelo mercado. Entretanto, o BC continuará amarrado à incerteza percebida pelos agentes econômicos quanto à velocidade de adoção das reformas e de ajustes na economia brasileira. Embora enxergue essa situação robusta do balanço de pagamentos e o progresso no processo desinflacionário na ancoragem das expectativas, a redução dos juros em um patamar minimamente adequado para animar a economia real parece estar em um horizonte mais distante.

Painel de Conjuntura Macroeconômica 007 Balança Comercial Resultado Parcial até a quarta semana de junho. Até a 4ª semana do mês de junho de 2017 a balança comercial apresentou um superávit de US$ 5,334 bilhões. As exportações apresentaram um crescimento de 34,4% em relação ao mesmo período de 2016, atingindo o volume de US$15,154 bilhões. O crescimento ocorreu em razão do aumento nas vendas de produtos básicos em 31,9%, petróleo em bruto, soja em grão e minério. Os manufaturados subiram 14,2%, sendo o açúcar, celulose e ferro fundido com maiores volumes e os semimanufaturados em 28,7%, representados por automóveis de passageiros, tubos flexíveis de ferro/aço e veículos de carga. As importações atingiram US$ 9,820 bilhões, 5,7% acima da média de junho/2016. Este resultado reflete uma elevação nas compras, principalmente com bebidas e álcool em 204,2%, seguido de combustíveis e lubrificantes em 63,1% e adubos e fertilizantes em 39,6%, entre outros. No ano, as exportações somam US$ 103,081 bilhões e as importações US$ 68,722 bilhões, resultando num superávit de US$ 34,359 bilhões. Câmbio A cotação do dólar encerrou o primeiro dia da semana cotado a US$/R$ 3,3015, com uma queda acima de 1%. Essa cotação tem se firmado como um novo equilíbrio entre oferta e demanda do mercado de câmbio, originada pela aversão ao risco desencadeada pela delação de corrupção envolvendo a JBS e o governo Temer. Embora ocorram os desmontes de posições no mercado, os fluxos de saídas da moeda não justificam as grandes oscilações. Ao contrário, a balança comercial tem sido generosa nos seus superávits melhorando nossa reserva de capital estrangeiro, trazendo mais liquidez ao mercado. O setor externo demonstrou desinteresse na moeda americana. A menor expectativa do FED em aumentar a taxa juros reduziu a atratividade pela moeda ao redor do mundo, deixando os mercados mais líquidos. Com atuação quase que diária do Banco Central na venda de dólar futuro através de swap cambial e a expectativa com o cenário político apostando na mudança do atual presidente, o mercado operará na semana na cotação de equilíbrio JBS, sujeito a especulações.

008 Painel de Conjuntura Macroeconômica Mercado de Trabalho Paraná termina o mês de Maio-2017 com saldo positivo na geração de empregos formais. De acordo com os números divulgados pelo CAGED no último dia 20 de junho, o Paraná terminou o mês de maio de 2017 com saldo positivo na geração de empregos formais num total de 2379 empregos. Esse é o quinto mês seguido que o estado tem o saldo positivo na geração de empregos formais. O saldo total acumulado é de 26.330 empregos, que colocam o Estado na 4ª colocação no ranking nacional, atrás apenas de São Paulo (59 mil), Minas Gerais (50 mil) e Goiás (34 mil). O fato de ser o quinto mês com saldo positivo indica que atividade econômica no estado está apresentando sinais de recuperação. Com relação aos setores de atividades econômicas, a comparação com o mesmo período do ano anterior mostra que o saldo positivo no mês de maio deve-se ao setor de indústria de transformação que terminou com um saldo de 1.232 contra 3.533 em maio de 2016, com destaque para a indústria de produtos alimentícios, seguida pelo setor de construção civil, com um saldo de 794 vagas, e pelo setor de agropecuária, que terminou o mês com um saldo de 439 vagas.

Painel de Conjuntura Macroeconômica 009 Tecnologia Sua majestade o Rei da Suécia Sexta-feira passada, 23 de junho, o presidente Michel Temer foi notificado pela primeira ministra da Noruega que, caso seja comprovado o aumento no desmatamento da Amazônia em 2016, o fundo de proteção anual subsidiado pelo país poderá ser reduzido em mais da metade em 2017, resultando em aproximadamente 35 milhões dólares, de acordo com a Reuters (http: /reut.rs/2tghdac). A ordem dos acontecimentos não é precisada pela mídia, mas é possível que esta notícia tenha sido o motivo do presidente ter dito em uma conferência de imprensa, na Noruega, a frase: Thanks to His Majesty the King of Sweden, "Obrigado a sua majestade o Rei da Suécia". Fonte: Royal Central (http: /bit.ly/2tgtx5z) Alguns dias antes, a OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) publicava o Green Growth Indicators de 2017 (http: /bit.ly/2tghes5). "Crescimento verde", em sua tradução literal, é sobre o crescimento e desenvolvimento de nossas florestas levando em consideração a utilização destes recursos naturais para o bem-estar da sociedade. A sessão específica, sobre recursos florestais, ressalta a redução de florestas, de 1990 a 2015, no Brasil (-8%), Indonésia (-28%) e Argentina (-13%). A consultoria McKinsey Co. publicou em fevereiro/2017, o relatório Beyond the supercycle: how technology is reshaping resources (Além do superciclo das commodities http: /bit.ly/2th1blv), que aborda vários aspectos sobre como tecnologias: inteligência artificial, robotização, big data e internet das coisas estão modificando a forma que recursos são produzidos e consumidos. A expectativa é que reduções de custo entre 900 bilhões e 1.6 trilhão de dólares sejam economizados em 2035. Considerando as 5 maiores commodities mundiais e as possibilidades na composição desse número:

010 Painel de Conjuntura Macroeconômica (a) Petróleo: a participação de carros elétricos e autônomos reduzirá o consumo de combustíveis fósseis, (b) Gás Natural: apresentará crescimento à medida que as empresas se descarbonizem, mas terá que competir no longo prazo com energias renováveis. Para maiores detalhes sobre impactos em Carvão, Minério de Ferro e Cobre pode-se realizar a consulta no relatório completo no link http: /bit.ly/2th1blv. Opinião O governo e o desafio da percepção seletiva Apesar de alguns oportunistas quererem vincular a situação difícil pela qual passa o País ao período de um ano de governo Temer e não ao desgoverno dos 13 anos petistas, que tomaram de assalto as contas públicas para fins pessoais e partidários e que feriram quase de morte as instituições, o fato é que a economia brasileira continua dando alguns sinais de melhora. Esses indícios de melhora na economia bastam para efeitos de percepção? Não é o que parece. O povo brasileiro não demonstra otimismo com o discurso de Michel Temer. A expectativa da população é que o desemprego siga crescendo, apesar de já ter atingido o índice recorde de 13,6%, e também que os preços continuem aumentando e o poder de compra encolhendo. Ao que parece, a equipe do governo precisa estabelecer uma forma de comunicação eficaz, pois isso não está se verificando. Eventuais distorções de percepções podem estar gerando interferências no processo de comunicação Estereotipagem: não se percebe o fato real, mas a projeção de um estereótipo. Preconceitos alimentam alterações de percepção deste tipo. Efeito halo: determinadas características de alguns objetos invadem outros objetos, ou seja, a percepção que se tem de algo contamina um objeto correlacionado. Algo como uma contaminação da percepção. Expectativa: em relação a determinados fatos e coisas, faz com que se perceba somente o que se quer. São exemplos desse tipo de distorção a profecia autorrealizável, a percepção seletiva, a projeção e a defesa perceptiva. Todas essas modalidades partem da expectativa de ver ou não ver determinados objetos ou aspectos. É aqui que age o que se denomina de percepção seletiva: vê-se apenas o que se quer ver. Fica a sensação de que correligionários, simpatizantes e oportunistas utilizam-se bem da percepção seletiva.

Painel de Conjuntura Macroeconômica Atento ao quadro de instabilidade econômica e com o intuito de auxiliar nas tomadas de decisões do mercado, o ISAE reuniu profissionais das áreas financeira e econômica e criou o Comitê Macroeconômico, com o objetivo de agregar valor à sociedade por meio de pesquisas, análises e interpretações de dados macroeconômicos. O Comitê Macroeconômico é coordenado por Rodrigo Casagrande, professor do Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE, e Fabio Alves da Silva, executivo de finanças da Renault. É composto por profissionais que possuem competências complementares, provenientes de diferentes instituições, como ISAE, Banco Central do Brasil, Renault e SEBRAE. O comitê também conta com a participação de alunos do CFO ISAE, programa desenvolvido com o objetivo de capacitar o profissional de finanças em conceitos e temas técnicos específicos da teoria financeira que ajudam na condução estratégica dos negócios, trazendo a visão de pessoas que impulsionam as ações e potencializam resultados, além de alunos do Programa de Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE. EQUIPE TÉCNICA André Alves Adriano Bazzo Christian A. Geronasso Christian Bundt Luciano De Zotti Jefferson Marcondes Patrick Silva COORDENAÇÃO TÉCNICA Fabio Alves da Silva COORDENAÇÃO GERAL Rodrigo Casagrande www.isaebrasil.com.br