PRÁTICAS E DESAFIOS EM PROL AO DIA DA CONSCIÊ NCIA NEGRA. GT 8 Espaços Educativos, Currículos e Formação Docente (Saberes e Práticas)

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Transcrição:

PRÁTICAS E DESAFIOS EM PROL AO DIA DA CONSCIÊ NCIA NEGRA José Rival de Araújo 1 Acácia Santos Araújo 2 GT 8 Espaços Educativos, Currículos e Formação Docente (Saberes e Práticas) RESUMO Em um ambiente contagiado de preconceito, entre eles o racial, algumas escolas se propõem em realizar atividades educativas de conscientização e valorização de nossas origens, nesta perspectiva, este trabalho trás o relato da experiência na comemoração do Dia da Consciência Negra, que foi realizada no Colégio Estadual Gonçalo Rollemberg Leite. Estará sendo abordado passo a passo da construção das oficinas, expondo os desafios e os resultados, além da discussão produtiva sobre a importância da comemoração deste dia no ambiente escolar. Palavras-chave: Práticas. Consciência Negra. Escola. ABSTRACT In a contagious environment of prejudice, among them racialism, some schools propose to carry out educational activities of awareness and valorization of our origins. In this perspective, this work brings the report of the experience in commemorating the Black Consciousness Day, which was held at the College State Gonçalo Rollemberg Milk. It will be approached step by step of the construction of the workshops, exposing the challenges and the results, as well as the productive discussion about the importance of celebrating this day in the school environment. Keywords: Black Consciousness. School. Importance. INTRODUÇÃO O ensino escolar na contemporaneidade é alvo de inúmeras discussões nas diferentes áreas do conhecimento científico, sobretudo, no que diz respeito às metodologias educativas utilizadas no processo de ensino-aprendizagem e os temas que vêm sendo abordados no âmbito escolar, tendo em vista estes, é importante frisar a cultura e manifestações que a circunda na educação escolar. Todas as manifestações culturais possuem valores específicos, que resistem as inúmeras transformações com o passar dos anos, por esse motivo faz-se necessário que essas manifestações culturais, principalmente as que influenciam na formação social e identitária de 1 Graduando do curso de Geografia pela Universidade Federal de Sergipe. E-mail: <rival.araujo@hotmail.com>. 2 Graduanda do curso de Geografia pela Universidade Federal de Sergipe. E-mail: <acaciaaraujo_ geo@hotmail.com>. 1

nosso território, seja abordada nos espaços de produção do saber, com objetivo de valorização e da desconstrução de pensamentos negativos. Partindo desse pressuposto, nos últimos anos o trabalho de conscientização e valorização da cultura afro-brasileira tem sido incrementado principalmente a partir das proposições da Lei 10.639/03 nas escolas, que tem o dever de incluir em seus currículos a História da África e dos africanos e a cultura negra no Brasil, ressaltando assim sua importância na sociedade brasileira. Diversas são as formas de abordagem dos temas sobre a história da África e a influência que recebemos, que é trabalhá-los paralelamente a interdisciplinaridade escolar. Nessa perspectiva, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), os quais estabelecem que a diversidade cultural do país deve ser trabalhada nas escolas, e a lei nº 10.639, de 2003, a qual garante alterações as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, têm por objetivo inserir no currículo trabalhos de conscientização da cultura afro. Portanto, faz-se necessário relatar experiências didático-pedagógicas associadas ao processo de ensino e aprendizagem e a herança cultural dos africanos presentes no território brasileiro e a partir dos conhecimentos adquiridos buscarmos desenvolver em prol da comemoração do dia da consciência negra no Brasil, oficinas culturais em turmas do Colégio Estadual Gonçalo Rollemberg Leite pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). As confecções das oficinas foram trabalhadas com diferentes temas, porém com o mesmo objetivo, a reflexão sobre suas origens, abordando questões que vão muito além da escravatura e do preconceito ainda existente na sociedade que vivemos. As oficinas, foram expostas para a comunidade escolar no dia 26 de novembro de 2015 e os alunos envolvidos nas atividades compartilharam e expuseram suas pesquisas e reflexões na escola e em seus respectivos turnos. A IMPORTÂNCIA DO NEGRO NA CULTURA BRASILEIRA: TRAJETÓRIA DA AFRO DESCENDÊNCIA E O DIA DA CONCIÊNCIA NEGRA Para se falar sobre a cultura afro-brasileira não se poderia deixar de mencionar o período escravo que se constitui numa mancha difícil de apagar. É impossível se falar sobre a cultura dos negros, sua passagem pelo Brasil e seus dias atuais se não for escrito sobre a escravidão e suas consequências. [...]. (LUNA, 1968). 2

A trajetória do negro no Brasil teve início no processo escravocrata, onde africanos foram transportados em grandes navios de forma desumana. Uma quantidade exorbitante de escravos foi transportada da África pelo Atlântico até chegar ao Brasil, vindos principalmente da região Oeste e Central da África, atingindo posteriormente outras regiões do Continente. Não é necessário ter vivido aquela época para saber o quão doloroso foi para aquelas pessoas que estavam sendo tratadas como mercadorias, tendo o direito a vida e a liberdade usurpada por homens e mulheres que se achavam superiores, e nesse sentimento de raiva, desespero e tristeza formaram grupos rebeldes contrários aos maus tratamentos e as precárias condições que eram submetidos, surgindo assim os Quilombos. Entre inúmeros grupos de escravos fugitivos, um se descava, o Quilombo dos Palmares, o qual localizava-se em Alagoas e teve como seu mais importante líder, Zumbi dos Palmares. No entanto, após cinco anos de luta e, todo o empenho dos negros refugiados esses foram derrotados e, em 20 de novembro de 1695, Zumbi foi assassinado. Diante desse contexto histórico, podemos entender o sofrimento e a forma desumana com a qual os negros foram tratados no período colonial, e a partir daí contextualizaremos de forma mais clara a importância da comemoração do Dia da Consciência Negra no Brasil. A partir de 1970, no dia 20 de novembro comemora-se o dia da Consciência Negra. Entretanto, essa data não é por acaso, ela foi escolhida por ter sido o dia em que Zumbi dos Palmares foi assassinado. Antes desta, já se comemorava o dia da Consciência Negra, porém a data era outra, antes de 1970, esse era comemorado no dia 13 de maio em alusão ao dia da abolição da escravatura, que ocorreu no ano de 1888. Essa mudança ocorreu a partir da luta de movimentos sociais de luta contra a discriminação racial que defendem a ideia baseada que a abolição da escravatura trouxe para os negros uma sensação equivocada de liberdade, por não garantir condições dignas a vida pós-escravidão, o que prova que mesmo com a abolição da escravidão, o negro continuou escravo, então, não se teria motivo nenhum para comemoração O dia da Consciência Negra, foi então inserido como uma forma de lembrar os diversos Zumbis dos Palmares que existiram, lutaram e morreram sonhando com a liberdade do seu povo, não só a liberdade física, mas também a liberdade de expressar-se. 3

A CONSCIÊNCIA NEGRA NO ÂMBITO ESCOLAR Ao longo de décadas no Brasil é notável o processo de luta de grupos étnicos por liberdade, dentre elas a liberdade de expressão e valorização de sua cultura. Sabe-se que o Brasil é um país que foi colonizado por brancos europeus, que escravizaram os negros africanos e os nossos nativos que foram denominados de indígenas fazendo com que ocorresse um grande processo de miscigenação. No entanto, ao longo desse processo nega-se as características étnicas presente no povo brasileiro, tais como, traços físicos, costumes, saberes, religião e ritmos musicais. O fato é que a cultura negra está diretamente ligada ao processo de colonização e presente na identidade social e cultural de todos os brasileiros, embora seja negada por grande parte da população brasileira que desconhece e desvaloriza a importância que o negro teve no passado e ainda tem nos dias atuais para o povoamento do território brasileiro. Nas escolas, a promoção e a valorização das culturas consideradas étnicas vêm sendo refletidas e debatida como forma didática de reconhecimento sobre nossas origens advindas do Continente africano. Esse reconhecimento dos valores culturais afro nas escolas, pode ser atribuído às lutas de classes e grupos étnicos historicamente no Brasil, refletindo de maneira direta na atuação do ensino até hoje, em todo o território brasileiro de modo geral. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que tem como objetivo principal regulamentar o modelo educacional brasileiro como também a constituição de 1988 em seu (art.242) estabelecem que o ensino de História deve considerar as contribuições das diferentes etnias formadoras do povo brasileiro. No entanto, a mesma apresenta algumas lacunas sobre como deve ser aplicado esse ensino. Diante da problemática apresentada e da necessidade de se estabelecer uma lei mais concreta na regulamentação do Ensino Étnico nas escolas brasileiras, de acordo com o Ministério da Educação MEC, foi implementada no ano de 2003, a Proposta de Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação das Relações Étnico - raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro Brasileira e Africana a Lei 10.639 2003, que por meio de documento elaborado pelo grupo de trabalho interministerial da educação MEC- MJ estabelece em sua portaria Seppir n. 605 de 20 de maio de 2008, alteração na LDB, com o objetivo de estabelecer metas efetivas como também a implementar em todo território nacional por meio da lei 10.639 2003, tornando obrigatório o ensino de 4

História e Cultura Afro-Brasileira na educação básica, que posteriormente, foi regulamentada por meio da resolução nº. 1, de 17 de junho de 2004, pelo Conselho Nacional de Educação. Esse por sua vez, instituiu nas Diretrizes Curriculares Nacionais a educação das relações Étnicas Raciais e para o Ensino de História e Cultura afro-brasileira e Africana. O Plano Nacional de Implementação de Metas das Diretrizes, evidencia que os brasileiros são indivíduos que vivem em uma sociedade complexa, plural, diversa e desigual. Portanto, essa diversidade e pluralidade não se torna evidente por meio das diferentes culturas que constituem essa população, para isso foi criado o Programa Diversidade na Universidade que tem por finalidade propor condições que possibilitem a inserção da diversidade cultural e da equidade social no âmbito escolar e da sala de aula do Ensino Médio. Visando também a superação do racismo nas escolas é que o plano de Metas das Diretrizes apresenta o livro Superando o Racismo na Escola. SERRANO, afirma a alteração da LDB tornando obrigatório o ensino de História e cultura afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino básico, sejam elas públicas ou particulares. De maneira a redesenhar as tradições africanas nas escolas como também incentivar os professores a ter uma melhor relação com a sociedade negra, embora como afirma Serrano, Tratando-se de assunto bastante polêmico, essas leis provocaram reações de todo tipo, com relação a lei nº 10.639, paralelamente as manifestações de apoio, existiram protesto no meio educacional contrários a sua aplicação, uma das objeções levantadas admoestava que a lei seria desnecessária e, inclusive, de índole autoritária (SERRANO, 2007) A partir da afirmação do autor é possível observar que ainda há rejeição do cumprimento das leis que se referem ao conhecimento da culta afro nas escolas. O Ministério da Educação, apresenta um livro Quilombos - Espaço de resistência de homens e mulheres negros de Shuma Shumaher, que entende as comunidades Quilombolas como núcleo de resistência negra, criado e destinado a professores das comunidades quilombolas do Rio de Janeiro e as demais escolas do sistema Educacional Brasileiro, O livro tem por finalidade contribuir para a determinada legislação o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro como membro formador da sociedade nacional, resgatando assim a contribuição do povo negro nas áreas sociais, na economia e na política, como um povo pertencente à história do País (BRASIL, 1996), como 5

também efetivando por meio de uma visão construtiva as comunidades quilombolas do Rio de Janeiro, recuperando sua história e valores culturais e tradicionais. O campo dessas ações refere-se, por seu turno, a um país de culturas e tradições múltiplas, algumas pouco conhecidas das nossas crianças, jovens e até dos professores. A educação apresenta-se como mecanismo de transformação de um povo, e a escola responde por, democraticamente e de forma comprometida com a promoção do ser humano, estimular a formação de valores, hábitos e comportamentos que respeitem as diferenças e as características próprias dos diversos grupos étnicos que formam a sociedade brasileira. (SHUMAHER, 2005). No ano de 2004 foi criado pelo MEC a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), com o objetivo de fornecer informações aos professores sobre os diversos tipos de preconceitos presentes nas escolas brasileiras, em especial ao preconceito racial. O objetivo é fornecer aos educadores conhecimentos estratégicos de como lidar com esses problemas, bem como colocá-los em um patamar de ferramenta de educação positiva e não mais visto como um problema e quebrar paradigmas apresentados ao longo da história da educação. Além de destruir, as barreiras impostas aos afros descendentes muitas vezes taxados de seres incapazes de transcender os obstáculos apresentados ao longo da sua vida escolar. Esses acontecimentos ocasionados por falta de bom planejamento voltada aos alunos negros ou de outras etnias, tinha seu fortalecimento no próprio sistema educacional brasileiro e nos governantes, os quais não apresentaram ao longo do processo histórico políticas públicas que visasse a essa categoria. A começar com o próprio livro didático que apresenta uma nomenclatura Eurocêntrica e não enfatiza como deveria ser as relações estabelecidas entre o Brasil e o continente Africano. PRÁTICAS DE ENSINO NO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA A partir dos conhecimentos adquiridos buscamos fazer-se entender a importância da cultura negra em todas as perspectivas e baseado nesses entendimentos buscamos desenvolver em prol da comemoração do dia da Consciência Negra no Brasil, oficinas culturais relacionadas à temática. 6

As atividades foram desenvolvidas no Colégio Estadual Prof. Gonçalo Rollemberg Leite, organizada pelos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e pela supervisora responsável pela atuação do programa na referida escola e professora regente da disciplina geografia. Os trabalhos foram realizados junto às turmas que contam com o auxílio dos bolsistas do PIBID, sendo duas turmas no turno da matutino (9º D e 1º A) e outras duas no turno vespertino (9º E e 9º F) que desenvolveram as atividades nos seus respectivos turnos. Todas informações foram colhidas pelos alunos envolvidos nas atividades mediante pesquisas, e auxílio por parte dos bolsistas e pela professora regente. Diante da diversidade de valores herdados dos nossos descendentes, fizemos uma seleção, e foram escolhidos cinco temas a serem abordados em quatro turmas: Culinária: A culinária de origem africana possui grande importância na identidade da cultura brasileira, fazendo parte de sua tradição. É notável que, muitas das receitas que os brasileiros preparam e comercializam são de origem africana, a exemplo de pratos como o vatapá, acarajé, caruru, mungunzá, sarapatel, baba de moça, cocada, bala de coco e até o feijão com arroz são exemplos das iguarias da cozinha brasileira chegando a ser admirada em todo o mundo. Um dos fatores que influenciaram a valorização da culinária afro brasileira foi a sua história, desde a chegada dos escravos africanos no Brasil esses povos vindos de outro continente com hábitos e costumes diversos aos poucos foram-se adaptando pouco a pouco ao novo território, e essa adaptação deu-se, principalmente na preparação dos alimentos. O comportamento humano está ligado ao bom gosto, bom gosto também pela comida e isto envolve todos os sentidos. Sentidos físicos e culturais ligados à estética ao gosto. Como relata Franco (2001, p. 24), [...] o gosto é, portanto, moldado culturalmente e socialmente controlado. O mesmo autor afirma que não existe um gosto universal, e sim, um gosto que se adequa com cultura e condições sociais diferentes. Os alunos responsáveis por esse tema abordaram a influência da culinária africana na rotina do brasileiro que apresenta dois aspectos: primeiro diz respeito ao modo de preparar e temperar os alimentos; segundo, à introdução de ingredientes na culinária brasileira. Eles apresentaram suas pesquisas em cartazes, e amostra de comidas e alimentos originados da África que fazem parte do seu cotidiano. 7

Personalidades: A turma responsável por esse tema tinha como objetivo pesquisar nomes de pessoas negras que marcaram de alguma forma a história e principalmente a cultura afro, como por exemplo Nelson Mandela, o jurista brasileiro Joaquim Barbosa, Zumbi dos Palmares entre outros. As pesquisas foram anexadas em cartazes, apresentadas em sala de aula e exposta para comunidade escolar. Religião: A cultura africana é de grande importância na identidade da cultura brasileira, entre diversos exemplos, podemos citar a religião que foi introduzida num período conturbado de escravidão e encontra-se fortemente descriminada, relacionada a intolerância livre do Brasil que hostilizam sobre tudo as crenças dos afros descendentes. Como pondera Ponciano, no Brasil o racismo é crime se alguém discriminar alguém pela cor de sua pele sofrerá ação penal, o mesmo afirma porém, que não há ação penal no que diz respeito ao preconceito da cultura, e principalmente da religião afro-brasileira. Segundo Pierre Verger (1981, p. 22), a presença das religiões africanas na América é uma consequência imprevista do tráfico de escravos. O autor também faz a seguinte exaltação: [disso resultou, no Novo Mundo, uma multidão de cativos que não falava a mesma língua, possuindo hábitos de vida diferentes e religiões distintas. Em comum, não tinham senão a infelicidade de estar, todos eles, reduzidos à escravidão, longe de suas terras de origem) (VERGER, 1981). Os escravos não traziam consigo nenhum pertence, nenhum bem material, apenas a roupa do corpo, cabendo a eles o improviso nas suas manifestações religiosas, manifestações essas que sofreram repressão por parte dos colonizadores. A turma teve como objetivo, pesquisar as religiões afras predominantes no Brasil, entre elas o candomblé, umbanda e quimbanda e despertar junto aos alunos um maior interesse sobre a cultura e religião afro que está intrinsecamente ligada à sua própria cultura, levando em consideração a nossa forte ligação cultural e genotípica, as pesquisas foram apresentas pelos alunos e expostas em cartazes. Comunidade quilombolas em Sergipe: Dentre as oficinas em comemoração ao Dia da Consciência Negra foi realizada ainda uma pesquisa sobre as comunidades quilombolas de Sergipe. Procuramos com essa prática estudar os principais elementos identitários desses povos, a sua importância na composição da cultura sergipana, a espacialização das mesmas em Sergipe e os processos de luta e conquista da terra quilombola. 8

Após a coleta dos dados, que retratassem a dinâmica dessas comunidades, bem como, os procedimentos legais que asseguraram a conquista da terra e o reconhecimento desses povos enquanto remanescentes de quilombos, os discentes construíram um mapa temático das comunidades quilombolas de Sergipe, em que foram identificados os municípios nos quais se localizam as mesmas e através de imagens demonstraram elementos da cultura e o modo de vida de seus habitantes. A importância em pesquisar sobre o histórico dos quilombos do estado de Sergipe, possibilitou que os alunos adquirissem esse novo conhecimento, uma vez que, a maioria não sabia da existência das comunidades quilombolas no território sergipano. Manifestações musicais: sabendo que o Brasil possui forte influência da cultura africana, a turma responsável por esse tema, que foi a mesma das comunidades quilombolas, tinha como objetivo pesquisar sobre os ritmos musicais: dança e música de origem afro que predominam no Brasil. As pesquisas foram expostas em cartazes e apresentadas pelos alunos que ainda elaboraram, ensaiaram e fizeram uma apresentação artística, utilizando-se do ritmo axé e de passos da capoeira. As turmas envolvidas na confecção das oficinas trabalharam com temas diferentes, mas com o mesmo objetivo, a reflexão sobre suas origens, abordando questões que vão além da escravatura e da presença do preconceito em torno dessa. A comemoração ao dia da Consciência Negra, ainda contou com a participação de dois professores da Universidade Federal de Sergipe, convidados pelos bolsistas do PIBID, que proferiram palestra sobre a comemoração ao dia da Consciência Negra e sobre a contribuição do negro na formação da sociedade brasileira. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos que o processo discriminatório do povo negro, como também a desvalorização da sua cultura é intensificada desde o período colonial e que esses fatos ocorrem com frequência no século XXI, devido a imagem negativa que os próprios afro descendentes têm sobre suas origens, impedindo que os mesmos não reconheçam que são frutos do Navio Negreiro, essa afirmação é baseada nas dificuldades encontradas, tanto em relação a direção do escola que dificultou a realização da atividade, como por parte dos 9

próprios alunos que, não se empenharam na realização das tarefas, havendo até mesmo a recusa por parte de alguns discentes quando foram solicitados para confeccionar os materiais para apresentação. Essa situação foi modificada, e destaco que foi a melhor parte de todo o processo de comemoração ao Dia da Consciência Negra, pois o objetivo foi alcançado! Não estávamos ali apenas para cumprir o que foi posto em reunião do Pibid e com a professora regente. Não estávamos ali para complementar a carga horária e nem para avaliação quantitativa dos alunos. Estávamos ali para desconstruir qualquer pensamento negativo sobre os afro-brasileiros, para exemplificar a diversidade de cores, de sabores, de crença e de ritmos existente no nosso Brasil, mas que foi influenciado pelo Continente africano. Estávamos ali para mostrar a partir de diversas ferramentas (filmes, imagens, notícias, documentários) que todos nós temos uma origem, e que eles precisavam descobrir a sua, pois o que programamos foi que cada um daqueles alunos se encontrassem se vissem no que estavam fazendo. É importante destacar que, a execução deste trabalho possibilitou que ocorresse uma maior interação entre os alunos envolvidos; aguçou a curiosidade e o interesse dos mesmos pelo tema abordado; chamou a atenção dos professores das outras disciplinas, que de alguma forma acabaram contribuindo para a realização do trabalho, seja orientando os alunos nos ensaios da dança, seja ensaiando com aos alunos a leitura de crônicas de Machado de Assis que relatam o papel do negro em nossa sociedade, ou cedendo suas aulas para o debate e confecção dos materiais. Agradecemos a toda comunidade escolar, e principalmente aos professores que têm a intenção em fazer desse trabalho sobre a Consciência Negra um projeto da escola que envolva os alunos dos três turnos, contribuindo assim para a afirmação de suas origens e a desconstrução dos preconceito que ocorrem dentro do próprio ambiente escolar no tocante aos aspectos referentes as manifestações culturais das populações afrodescendentes não só no estado de Sergipe, mas também em grande parte do nosso país. 10

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