A RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR NOS ACIDENTES DO TRABALHO: APLICAÇÃO DA TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE



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Transcrição:

A RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR NOS ACIDENTES DO TRABALHO: APLICAÇÃO DA TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE CHAMORRO, N. A. A. Resumo: O estudo baseia-se na responsabilidade civil do empregador pela perda da chance do empregado que sofre acidente de trabalho dentro da empresa, e a sua responsabilização. A segurança ao empregado é dever do empregador, sob as regras da Constituição Federal de 1988, sendo que ao empregador decai a responsabilidade civil de reparação pelos danos causados. Palavras-chave: Acidente. Responsabilidade. Trabalho. Abstract: The study is based on the employer`s liability for loss of chance of the employee who suffers an accident at work within the company, and accountability. A security employee is the employer`s duty under rules of the Federal Constitution of 1988, and the employer declines liability for damage repair. Keywords: Accident. Responsibility. Work INTRODUÇÃO O tema abordado no presente trabalho tem como base de pesquisa a área do Direito do Trabalho e Responsabilidade Civil, onde se utiliza as teorias pertinentes, se delimitando no estudo acerca da perda da chance do empregado que sofre acidente de trabalho dentro da empresa exercendo determinada função, e consequentemente a responsabilização pelo dano causado, analisando casos concretos, jurisprudências e entendimento doutrinários. Para que o acidente do trabalho seja considerado fato típico a ensejar indenização, necessário que haja lesão, perturbação funcional ou doença ocupacional, no exercício da atividade laboral pelo empregado, podendo inclusive ser durante o expediente de trabalho ou quando do deslocamento para o trabalho.

A responsabilidade civil nasce do ato ilícito que ensejou dano a outrem, seja de ordem moral ou material, cabe o direito a reparação, através da indenização. Os direitos hoje respaldados pela responsabilidade civil são variados, sendo que em voga os direitos da personalidade encontram-se em destaque, principalmente no que tange ao direito a honra, imagem, e estética, dentre outros, havendo grande evolução jurisprudencial no sentido. A responsabilização não é somente das pessoas físicas, como legitimados a responder pode as pessoas jurídicas causarem dano a outrem, e perfeitamente cabível o dever de reparação por estas. Ademais, a responsabilidade poderá ser contratual, decorrente do descumprimento de alguma obrigação firmada entre partes em contrato, e extracontratual, onde praticado o ato ilícito causa dano a outrem, agindo culposa ou dolosamente, tem o dever de reparar. Dessa forma, o acidente do trabalho gera o dever de indenizar quando comprovado nexo causal entre ao acidente e o exercício da atividade laboral para a empresa, ou seja, objetivamente responsável. Há de se ressaltar que a responsabilidade civil poderá ser objetiva ou subjetiva, inclusive com modernização a respeito do acidente de trabalho, restando a facilitar para o empregado à provar o dano. A responsabilidade objetiva advém da teoria do risco, onde afastando a subjetividade da conduta causadora do dano, bastando à comprovação do nexo causal, o ato ilícito, gera o dever de indenizar. Já para a responsabilidade subjetiva, inspirada na culpa, restaria muito difícil para o empregador provar a culpa do empregado, já que toda a documentação relacionada ao acidente, como normas internas, entrega de equipamentos de segurança, por exemplo, estaria com a empresa, que de forma nenhuma fará prova contra ela mesma. Evolui-se muito a concepção a respeito do acidente de trabalho, já que com a adoção da teoria do risco, não há necessidade da comprovação da culpa,

pois a empresa é que detém todo o aparato de provas para demonstrar a ocorrência do acidente, sendo o empregado a parte mais fraca da relação. Em favor do empregador há legislação pertinente principalmente na prevenção dos acidentes no trabalho como implantação de medidas e normas, constitucionalmente previstas, que visam proteger a saúde e integridade física do empregado, através de equipamentos de segurança e treinamentos. Ademais com a obrigação de resguardar o empregado de qualquer ocorrência, o empregador tem obrigação de adotar como prevenção o seguro contra acidentes e cobertura previdenciária. Ocorrido o acidente e demonstrada a responsabilidade objetiva, muito se tem falado da teoria da perda de uma chance, onde o empregador indenizará o empregado, na possibilidade de ganho futuro, como progredir na carreira, estudo, constituir família, ou seja, a reparação pela probabilidade de uma vantagem perdida. REFERENCIAIS TEÓRICO-METODOLÓGICOS A relação de emprego é o núcleo jurídico do Direito do Trabalho, mas há distinção entre os termos de relação de emprego e relação de trabalho. No que diz respeito o termo refere-se a todas relações jurídicas caracterizadas por terem sua prestação essencial centrada em uma obrigação de fazer consubstanciada em labor humano 1. A legislação brasileira na verdade possui uma posição intermediária entre a relação de emprego e a relação de trabalho, sendo que o artigo 442, da Consolidação das Leis Trabalhistas, possui aspectos contratuais quando menciona o acordo tácito ou expresso, e institucional, quando usa a expressão relação de emprego. Inclusive, por Sérgio Pinto Martins, a Comissão encarregada de elaborar o projeto da Consolidação das Leis Trabalhistas, era integrada por 1 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2008. p. 287.

institucionalistas e contratualistas, por esta razão a mistura das teorias na criação das normas, definindo que o contrato de trabalho não pode ser correspondente à relação de emprego. Ou é ou não é. Contrato é negócio jurídico, o ajuste de vontades. Relação de emprego é a relação jurídica 2. A relação de trabalho ou ainda de emprego entre empregador e empregado, é de relevante valor, no que tange a apreciação do infortúnio laboral, sendo que mesmo no trajeto ao trabalho o empregado sofre um acidente, passível a responsabilização civil do empregador. Necessário desta forma, que para que o acidente de trabalho seja tipificado como fato jurídico, além da necessidade do resultado lesão, perturbação funcional ou doença ocupacional, deve este ocorrer no exercício da prestação laboral a serviço da empresa, ou ainda no trajeto ao trabalho ou a residência do empregado 3. O termo responsabilidade serve para indicar a situação toda especial daquele que, por qualquer título, deva arcar com as consequências do fato danoso, sendo que uns se baseiam na doutrina do livre-arbítrio, como Pontes de Miranda, sendo sociológica a noção de responsabilidade como aspecto social, mas próxima seria a ideia de obrigação, de consequência pelo ato do homem 4. A primeira legislação a respeito da responsabilidade no acidente de trabalho começou com o Decreto 3.724, de 15 de janeiro de 1919, seguindo do Decreto 24.637, de 10 de julho de 1934, prosseguiu com o Decreto-lei 7.036, de 10 de novembro de 1944, e com a Lei 5.316, de 14 de setembro de 1967, regulamentada pelo Decreto 61.784, de 28 de novembro de 1967 5. No acidente de trabalho o empregado, genericamente, o empregado perde sua capacidade laboral, depois de averiguada a culpa do empregador, ou em casos de responsabilidade objetiva, consignado o nexo causal entre o ato ilícito e o dano, sendo também devida a reparação pela perda de uma chance. A teoria da perda de uma chance (perte dúne chance) guarda certa relação com o lucro cessante uma vez que a doutrina francesa, onde a teoria teve 2 MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários à CLT. São Paulo: Atlas, 2006. p. 370-372. 3 RODRIGUES, Fernando Luiz; POMBO, Sérgio Luiz da Rocha; DALLEGRAVE NETO, José Affonso (coords). Direito do Trabalho. Reflexões Atuais. Peculiariedades e questões controvertidas acerca dos acidentes do trabalho. Curitiba: Juruá, 2007. p. 219. 4 STOCO, Rui. Tratado de Responsabilidade Civil. Doutrina e Jurisprudência. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. p. 115-116. 5 CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 9ª ed. São Paulo: Atlas. p.147.

origem na década de 60 do século passado, dele se utiliza nos casos em que o ato ilícito tira da vítima a oportunidade de obter uma situação futura melhor 6. Essa teoria estaria entre o dano emergente, o que efetivamente se perdeu, e o lucro cessante qual seja a reparação daquilo que razoavelmente deixou de lucrar, sendo relevante que nos dois casos é necessário que o ofendido prove as suas perdas efetivamente. CONCLUSÃO O empregador possui formas de prevenir o acidente de trabalho, adotando as normas de segurança a saúde do seu empregado, obrigação constitucionalmente prevista. Tem o dever de fornecer o equipamento de segurança ao empregado, por este a parte vulnerável da situação, merecendo a proteção da sua saúde e integridade física. O objetivo específico do presente baseou-se na análise o dever do empregador em oferecer o equipamento de segurança devido ao seu empregado, sob a ótica da legislação trabalhista, bem como o dever do empregado em utilizar os equipamentos a fim de evitar qualquer dano a sua integridade física e psicológica. Definida quais as normas regulamentadoras caso tenha ocorrido o acidente de trabalho, e ainda a forma de responsabilização do empregador que não toma as devidas cautelas de prevenção de acidentes dentro de sua empresa. Demonstrou-se o instituto da responsabilidade civil e seus preceitos a respeito da reparação seja pelo dano moral, estético ou material causado ao empregado que sofre o acidente de trabalho pelo descumprimento das normas técnicas de saúde e segurança do trabalho pelo empregador. Analisada ainda, a perda da chance daquele empregado que sofre o acidente de trabalho e a devida reparação pelo instituto da responsabilidade civil. Mesmo com a entrega do equipamento de proteção individual ao empregado, o empregador não se exime de responder pelo acidente de trabalho ante seu dever de vigilância sob o uso correto do equipamento fornecido. 6 CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 9ª ed. São Paulo: Atlas. p.77.

Há grandes perdas de colocação profissional do empregado que sofre um acidente de trabalho, principalmente se ocorrido gravemente, seja pela possibilidade de incapacitação para o trabalho e até mesmo a sua invalidez. Este empregado que não consegue retornar a atividade laborativa a qual é capacitado, traz consequências psicológicas, principalmente àquele indivíduo com idade produtivo, e social a título de Previdência Social. As consequências trágicas ao empregado que sofre um acidente de trabalho, são imaginárias no campo físico, como a amputação de um membro ou a dor psíquica, nas duas formas o empregador tem sempre o dever de vigilância sob os seus empregados quanto ao uso correto de equipamento individuais de proteção, pois a responsabilidade será sempre sua. REFERÊNCIAS CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 9ª ed. São Paulo: Atlas. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: LTr, 2008. MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários à CLT. São Paulo: Atlas, 2006. RODRIGUES, Fernando Luiz; POMBO, Sérgio Luiz da Rocha; DALLEGRAVE NETO, José Affonso (coords). Direito do Trabalho. Reflexões Atuais. Peculiariedades e questões controvertidas acerca dos acidentes do trabalho. Curitiba: Juruá, 2007. STOCO, Rui. Tratado de Responsabilidade Civil. Doutrina e Jurisprudência. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.