PELA PRIMEIRA VEZ, ARROBA SOBE MAIS QUE CUSTO NO 1º SEMESTRE

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Transcrição:

Resumo da evolução dos custos em Junho/08 PELA PRIMEIRA VEZ, ARROBA SOBE MAIS QUE CUSTO NO 1º SEMESTRE Pela primeira vez, a arroba do boi gordo no primeiro semestre do ano teve alta superior ao do Custo Operacional Total (COT), considerando-se dados a partir de 2004 esta pesquisa do Cepea com o apoio da CNA começou a ser divulgada em março de 2003. Entre janeiro e junho deste ano, o COT registrou alta recorde, de 23,09%, mas a arroba foi impulsionada pela oferta bastante restrita de boi gordo, valorizando no período 26% na média Brasil, que inclui dez estados. Tabela: Variação dos acumulados dos primeiros semestre de 2004 a 2008 ANO COT ARROBA DO BOI 2004 + 3,75% - 1,54% 2005 + 5% - 11,76% 2006 + 4,16% - 8,13% 2007 + 6,6% + 5,5% 2008 + 23,09% + 26% Fonte : Cepea/CNA No balanço do primeiro semestre de 2008, vários insumos registraram altas recordes. A suplementação mineral foi a grande vilã dos elevados custos de produção no período, com reajuste de 81,37% (média Brasil). O pecuarista que faz a recria também amargou o aumento de 46,07% nos valores do bezerro no primeiro semestre deste ano, devido à baixa oferta do animal. Como se não bastasse, o item adubos e corretivos também teve forte reajuste no período, de 44,35%. Essa expressiva alta ocorreu, principalmente, no início do plantio da nova safra. Mesmo com as temperaturas mais baixas e com a piora das pastagens, os preços do bezerro seguiram em alta em junho. O animal (de 8 a 12 meses) valorizou 18% de maio para junho deste ano, sendo o insumo que mais subiu no período e que, conseqüentemente, mais influenciou a alta dos custos no mês. Os itens adubos e corretivos e suplementação mineral também tiveram forte alta de maio para junho, de 8,72% e de 7,7%, respectivamente. Vale lembrar que a compra de bezerros representa 12,42% dos custos de produção do produtor e adubos e corretivos, 11,43%. A suplementação mineral é o item que mais está influenciando os custos neste ano, com participação de 20,6% no custo total. Para a arroba, a valorização observada em junho foi praticamente três vezes maior que a do mês anterior. Enquanto de abril para maio houve alta de 4,35% no valor médio do boi, de maio para junho o reajuste foi de 12,67%.

Variação do COT, IGP-M e @ - 2004 a 2008 130,00 125,00 120,00 115,00 110,00 105,00 100,00 95,00 1 sem 2004 1 sem 2005 1 sem 2006 1 sem 2007 1 sem 2008 90,00 85,00 Fonte: Cepea/CNA COT Brasil IGP-M - FGV Arroba INSUMOS Maior alta anual: Suplementos Minerais: 81,37% Quanto representa nos custos totais: 20,6% Quem é prejudicado? Todos os pecuaristas brasileiros Menor aumento anual: Medicamentos em geral: 0,77% Quanto representa nos custos: 0,48% Quem é beneficiado? Todos os pecuaristas brasileiros REGIÕES Onde os custos (efetivos) aumentaram mais em 2008? Rondônia: 38,26% Quanto representa do rebanho amostrado? 6,7% Onde a arroba desvalorizou em 2008? Nenhum estado o preço da arroba deflacionou Onde os custos (efetivos) estão mais controlados em 2008? Minas Gerais: 14,12% Quanto representa do rebanho amostrado? 12,7% Onde a arroba subiu mais em 2008?

Mato Grosso: 35,91% EM APENAS QUATRO ESTADOS SITUAÇÃO É FAVORÁVEL AO PRODUTOR Analisando o histórico das pesquisas de custos de produção pelo Cepea, 2008 é o ano em que o pecuarista mais gastou para produzir boi. Em 2007, o aumento de janeiro a junho foi de 6,33% e, em 2008, chegou a 25,83%. Tanto o Custo Operacional Total (COT) quanto o Custo Operacional Efetivo (COE) continuaram subindo com força de maio para junho nos dez estados desta pesquisa (GO, MG, MT, MS, PA, PR, RS, RO, SP e TO). Na média Brasil, houve alta de 4,4% para o COT e de 4,7% para o COE no período. A arroba, por sua vez, subiu 12,67% de maio para junho. No acumulado deste ano, contudo, apenas quatro dos dez estados pesquisados apresentam alta da arroba superior à dos custos. A situação mais desfavorável ao pecuarista no acumulado do primeiro semestre é observada no Rio Grande do Sul, onde o COT subiu 19,35% e a arroba valorizou apenas 10,82%. Na seqüência vem o Pará, com elevação de 29,81% no COT de janeiro a junho e alta 21,98% para o boi. O cenário também não é favorável ao produtor paranaense, visto que houve reajuste de 31,23% no COT e de apenas 25,62% na arroba. Os estados de Goiás, Rondônia e São Paulo também registraram elevação dos custos superiores às da arroba. Já cenário positivo ao pecuarista é observado em Mato Grosso. Isso porque, naquele estado, os preços da arroba subiram com muito mais intensidade que os custos. De janeiro a junho deste ano, enquanto o COT teve alta de 23,82%, a arroba valorizou 35,91%. Em Minas Gerais a situação também é favorável ao produtor, visto que houve aumento de 12,35% para o COT e de 21,15% para o boi. Em junho, o COT foi recorde, de 4,4%, acumulando alta de 23,09% no semestre, 3,4 vezes maior que a inflação da economia brasileira (IGP-M) no período, que ficou em 6,82%. A elevação no consumo dos alimentos, decorrente do aumento da renda e a utilização de alguns cereais para a produção de biocombustíveis são os principais motivos da inflação dos produtos agrícolas em 2008. Segundo o Banco Mundial, 100 milhões de pessoas podem ser prejudicadas pelo aumento global nos preços dos alimentos.

Variação Mensal e Acumulada COE (1) COT (2) Boi Gordo R$/@ Ponderações Estados junho-08 jan/08 jun/08 junho-08 jan/08 jun/08 junho-08 jan/08 jun/08 Goiás 6,26% 26,23% 5,75% 23,68% 13,21% 19,46% 12,4% Minas Gerais 2,56% 14,12% 2,54% 12,35% 13,69% 21,15% 12,7% Mato Grosso 2,02% 29,86% 1,89% 23,82% 13,21% 35,91% 15,8% Mato Grosso do Sul 4,43% 24,98% 4,05% 21,63% 13,73% 30,27% 14,5% Pará 9,87% 33,76% 9,40% 29,81% 9,79% 21,98% 10,7% Paraná 4,79% 35,44% 4,44% 31,23% 14,18% 25,62% 6,0% Rio Grande do Sul 3,28% 20,06% 3,45% 19,35% 8,19% 10,82% 8,5% Rondônia 3,37% 38,26% 2,58% 27,50% 13,45% 23,72% 6,7% São Paulo 7,11% 28,07% 6,64% 25,24% 13,88% 24,65% 8,0% Tocantins 4,68% 27,10% 4,57% 23,56% 8,92% 26,89% 4,7% Brasil* 4,70% 26,92% 4,40% 23,09% 12,67% 25,93% *- Referente a 81,38% do rebanho nacional segundo o Rebanho Efetivo Bovino PPM / IBGE 2005. 1 - Custo Operacional Efetivo (COE) Fonte: Cepea/USP-CNA 2 - Custo Operacional Total (COT) Variação dos Principais Indicadores Indicadores junho-08 IGP-M 1,98% Acumulado_Janeiro IGP-M 6,82% Taxa de Câmbio -2,41% Variações dos Preços dos Principais Insumos da Pecuária de Corte Média Ponderada para GO, MT, MS, PA, RO, RS, MG, PR, TO e SP Ponderação Variação acumulada do COT junho/08 jan/08 - jun/08 junho/08 Combustíveis e Lubrificantes 2,95% 4,22% -0,41% Adubos e Corretivos 11,43% 44,35% 8,72% Sementes forrageiras 5,57% 10,29% 2,81% Suplementação Mineral 20,60% 81,37% 7,68% Medicamentos - Vacinas 1,33% 6,11% 0,14% Medicamentos - Controle Parasitário 0,87% 5,10% 2,40% Medicamentos - Antibióticos 0,43% 4,39% -0,22% Medicamentos em geral 0,48% 0,77% 0,33% Insumos para reprodução animal 0,42% 4,20% 2,73% Insumos para construção/manutenção de cercas 1,03% 13,86% 5,17% Construções em geral 8,43% 15,43% 5,07% Máquinas e implementos agrícolas 6,54% 2,48% 0,00% Serviço terceirizado de máquinas pesadas 3,46% 1,00% 0,15% Compra de animais bezerro 12,42% 46,07% 17,99% Mão-de-obra 20,42% 12,48% 1,27% Fonte: Cepea/CNA

CARNE: AGORA O CRESCIMENTO É DO PREÇO O primeiro semestre deste ano foi marcado pela valorização histórica do preço da carne brasileira no mercado internacional. A combinação do aumento da renda de países emergentes, que são os principais consumidores da carne nacional, com as dificuldades de tradicionais países concorrentes em suprir a demanda do mercado internacional fez com que a busca pelos produtos brasileiros aumentasse significantemente entre os importadores. No primeiro semestre deste ano, o valor médio da tonelada exportada foi de US$ 3.656,00, alta de 46% em relação ao do mesmo período no ano anterior. O maior valor observado até então, era de US$ 2.494,00/tonelada no primeiro semestre de 2007. Em moeda nacional, nem mesmo a recente valorização do Real frente ao dólar foi suficiente para reduzir os valores recebidos pelos exportadores. O preço médio no primeiro semestre deste ano foi de R$ 5.966,00/t, recuperando as baixas registradas no mesmo período de 2007 em reais (Figura 1). Média do 1 semestre 9000 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 R$/t US$/ton Figura 1. Evolução do preço médio real da tonelada exportada de carne bovina nos primeiros semestres (base: IPCA de junho/2008). Fontes: Secex e IBGE Em relação ao volume exportado pelo Brasil, foram embarcadas 681,1 mil toneladas de carne in natura e industrializada no primeiro semestre, redução de 21% se comparado ao mesmo período de 2007. A receita, contudo, aumentou 10,5% de janeiro a junho deste ano, se comparado a igual período do passado, somando 2,4 bilhão de dólares, a maior receita para o período nesta década. Isso ocorreu porque a valorização da tonelada foi bem superior à queda da quantidade. No mercado interno, o aumento da renda da população e a elevação dos preços das carnes substitutas fizeram com que consumidores se dispusessem a pagar mais pela carne. A cotação média observada

no primeiro semestre de 2008, em valores reais, foi a mais alta quando comparada à do mesmo período de anos anteriores. O traseiro negociado no mercado atacadista da Grande São Paulo, por exemplo, valorizou 23% no primeiro semestre de 2008, negociado, em média, a R$ 5,67 no período. 6.00 5.00 4.00 3.00 2.00 1.00 0.00 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Figura 2. Evolução dos preços médios reais do traseiro bovino observada nos primeiros semestres no atacado da Grande São Paulo (base: IPCA de junho/08). Fonte: Cepea e IBGE