Seguimento após tratamento das Neoplasias Intraepiteliais Cervicais. Fábio Russomano --IFF/Fiocruz Maio de de 2014

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Transcrição:

Seguimento após tratamento das Neoplasias Intraepiteliais Cervicais Fábio Russomano --IFF/Fiocruz Maio de de 2014

Possíveis conflitos de interesses Responsável por serviço público de Patologia Cervical (IFF/Fiocruz) Colaborador do INCA Responsável por clínica privada de colposcopia

Objetivos do seguimento Detecção de complicações Detecção de lesões residuais Possível novo tratamento conservador Redução do risco de câncer pós-tratamento conservador Identificar mulheres com menor necessidade de vigilância Kitchener H, et al, 2008. HPV testing as an adjunct to cytology in the follow up of women treated for cervical intraepithelial neoplasia.

Risco de NIC residual (qq grau) ou recorrente após EZT 50a, margens comprometidas <50a, margens comprometidas ou 50a, margens livres <50a, margens livres Flannelly et al., 2001. Follow up after LLETZ: could schedules be modified according to risk of recurrence?

Risco de recorrência após EZT maior em HIV Russomano et al., 2013. Recurrence of cervical intraepithelial neoplasia in human immunodeficiency virus-infected women treated by means of electrosurgical excision of the transformation zone (LLETZ) in Rio de Janeiro, Brazil.

Risco de doença invasiva nos primeiros 8 anos de seguimento pós-tratamento de NIC RU Vaporização à Laser Cone à Laser Coagulação fria Exérese por alça Soutter et al, 1997. Invasive cervical cancer after conservative therapy for cervical intraepithelial neoplasia.

Risco de recorrência de NIC diminui ao longo dos anos de seguimento (metanálise) Taxa por 100.000 mulheresano Anos de seguimento Taxa Taxade de câncer câncerapós apóstratamento para para NIC NIC = 56/100.000 mulheres-ano (2,8x) (2,8x) Soutter et al, 2006. Long-term risk of invasive cervical cancer after treatment of squamous cervical intraepithelial neoplasia.

Risco de recorrência de NIC diminui ao longo dos anos de seguimento Taxa de câncer após tratamento para NIC aumenta ao longo dos anos Seguimento inadequado Soutter et al, 2006. Long-term risk of invasive cervical cancer after treatment of squamous cervical intraepithelial neoplasia.

Diretrizes para o Reino Unido Após NIC II+ Citologia em 6 meses (na unidade secundária) Citologia anual por 10 anos Colposcopia a qualquer momento se citologia anormal Teste de HPV? Aguardar novas evidências Luesley et al, 2010. Colposcopy and programme management - Guidelines for the NHS Cervical Screening Programme.

Há tendência de clareamento de HPV após tratamento Tachezy et al.,2006. Longitudinal study of patients after surgical treatment for cervical lesions: detection of HPV DNA and prevalence of HPV-specific antibodies.

Não há diferenças significativas entre a Sensibilidade e Especificidade de citologia e teste de HPV na detecção de lesão residual ou recorrente Risco médio de falha do tratamento = 10% Arbyn, 2006. Clinical applications of HPV testing: A summary of meta-analyses.

Não há diferenças significativas nos valores preditivos de citologia e teste de HPV isolados ou combinados na detecção de lesão residual ou recorrente Kitchener H, et al, 2008. HPV testing as an adjunct to cytology in the follow up of women treated for cervical intraepithelial neoplasia.

Desempenho dos testes para detecção de doença residual ou recorrente em um ensaio clínico na Holanda Bais et al, 2008. Post-treatment CIN: randomised clinical trial using hrhpv testing for prediction of residual/recurrent disease.

O que fazer? Seguir (até quando?) Excluir doença residual ou recorrente: escolha um teste com alto VPN e menor custo Diferenciar regime de seguimento em função do maior risco de doença residual ou recorrente

Gostaria de obter uma cópia desta apresentação? www.abgrj.org.br

Grato pela atenção!