Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A TÍTULO: ESTUDO DE CASO PARA REDUÇÃO DE PERDAS EM SETOR DE MEDIÇÃO

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Transcrição:

TÍTULO: ESTUDO DE CASO PARA REDUÇÃO DE PERDAS EM SETOR DE MEDIÇÃO Autores: Maurício André Garcia: Cargo atual: Coordenador Técnico de Micromedição e Uso Racional Ivan de Carlos Cargo atual: Engenheiro de Controle de Perdas Responsável pela apresentação: Maurício André Garcia Currículo: Formação: Tecnologia Sanitária Universidade de Campinas UNICAMP Engenharia Civil Universidade Paulista UNIP Área de atuação: Controle de Perdas Micromedição e Uso Racional Material de apoio necessário para apresentação: Projetor multimídia com computador; Programa Power Point. 1

OBJETIVO Apresentar a metodologia utilizada pela SANASA CAMPINAS, para a redução do Índice de Perdas de Água na Distribuição IPD, de um setor de medição localizado no município de Campinas, cujas perdas eram superiores a 50% e suas causas de difícil diagnóstico. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO O trabalho foi realizado em um setor típico de abastecimento de água da cidade de Campinas, denominado Jd. Garcia bloco I, localizado na região oeste da cidade, cujas características populacionais sócio-econômicas correspondem à classe média. O setor é isolado fisicamente, abastecido por uma única entrada de água, onde existe uma estrutura de controle composta por um macromedidor e uma válvula redutora de pressão hidraulicamente operada, com aproximadamente 240 ligações de água, 277 economias e extensão total de rede de 3,13 Km. O desenvolvimento do estudo foi dividido em duas etapas, combate às perdas físicas e perdas não físicas. 1ª Etapa: Combate às perdas físicas: A partir da instalação da estrutura de controle, composta por uma válvula redutora de pressão e um macromedidor, foi verificado que o IPD do setor estava bastante elevado, superior a 50%. Diante desta situação foram adotados alguns procedimentos tradicionais para diagnóstico das perdas, como: verificação das condições e do dimensionamento do macromedidor, pesquisas de vazamentos com geofones em períodos noturnos, verificação da micromedição, fiscalização de irregularidades, porém nenhuma das atividades surtiu o efeito desejado e as perdas continuavam altas. Analisando o histograma de consumo obtido através do macromedidor, no período de 27/06/2003 a 04/07/2003, verificamos que a vazão mínima noturna era de 2,77 l/s e a média era de 4,43 l/s, resultando em um fator de pesquisa elevado que indicaria a existência de vazamentos nas redes e/ ou nos ramais prediais. Diante desta constatação a próxima etapa foi a realização de pesquisas de vazamentos em períodos noturnos, por funcionários experientes e com equipamentos adequados, porém não verificada a existência de vazamentos. 2

A partir deste momento a suspeita recaiu sobre algumas empresas existentes no setor, que poderiam estar utilizando água no período noturno. Após monitoramento do consumo noturno das empresas e fiscalização das suas ligações de água, concluímos que o abastecimento estava normal e o consumo noturno era pequeno, resultando apenas a suspeita da existência de vazamentos não visíveis nas redes e/ ou nos ramais prediais, de difícil detecção em função das características do solo e da topografia local. Foi contratada uma empresa para detecção dos possíveis vazamentos, utilizando os equipamentos denominados dataloggers de ruídos associados aos geofones eletrônicos, já utilizados pela Sanasa. Esta experiência piloto tinha o objetivo de comprovação da eficiência do método, bem como o treinamento dos funcionários da Sanasa. Foram utilizados 34 dataloggers de ruídos, que abrangeram toda extensão da rede de água do Setor e com o apoio da área técnica da Sanasa, foram detectados 06 vazamentos, sendo 02 de maiores proporções em redes de distribuição, 03 em ramais prediais e 01 num ferrule de derivação junto ao colar de tomada. Após a eliminação dos vazamentos pelas equipes da Sanasa e elaboração de novo histograma de consumo, a vazão mínima noturna atingiu o valor de 0,28 l/s e o IPD reduziu para uma média de 17%, voltando a aumentar cada vez que ocorrem novos rompimentos de redes e/ ou ramais, pois o setor de medição é muito pequeno e os casos de rompimentos alteram de forma significativa o IPD. A partir deste momento concluímos que as principais causas do IPD em torno de 17%, não eram mais perdas físicas e sim perdas não físicas, especialmente submedição dos hidrômetros, erros de medição no macromedidor e eventuais fraudes. 2ª Etapa: Combate às perdas não físicas: Foram selecionadas 22 das 240 ligações de água existentes no setor, correspondendo a 9,2% do total. Nestas foram instalados medidores padrão, tipo volumétricos classe C, em série com o medidor existente dentro da caixa de proteção padrão Sanasa. Também foram instalados equipamentos coletores de dados (dataloggers) por um período de 07 dias ininterruptos, para elaboração dos perfis de consumos. 3

Com os perfis de consumos foi possível a definição dos volumes consumidos em cada uma das 13 faixas de vazão previamente determinadas. Após a coleta de dados, os hidrômetros existentes em cada ponto de consumo foram substituídos por medidores novos tipo monojato e multijato de ø ¾ x 1,5 m³/h classe metrológica B, previamente aferidos nas mesmas faixas de vazão. Os medidores substituídos também foram aferidos seguindo as mesmas faixas de vazão, embora os mesmos sejam de diferentes fabricantes e possuam diferentes tempos de instalação, todos são medidores de ¾ x 3 m³/h classe metrológica B. Com os erros médios obtidos em cada faixa de vazão, foi possível determinar o volume não medido em cada faixa, ou seja, a submedição dos hidrômetros. Todos os hidrômetros existentes no setor foram substituídos por hidrômetros novos, ø ¾ x 1,5 m³/ h, com a expectativa de aumento no volume marcado em torno de 7%, devido a melhor exatidão dos equipamentos em baixas vazões. Também foram realizadas vistorias detalhadas nas ligações de água para eliminação de eventuais irregularidades e finalmente foram instalados lacres de segurança numerados, tanto nas caixas de proteção quanto nas porcas dos medidores instalados em cavaletes tradicionais. CONCLUSÃO Após a conclusão dos trabalhos o IPD do setor diminuiu consideravelmente, chegando próximo de 10% em meses com abastecimento contínuo, porém como as redes de distribuição são de cimento amianto e com idade avançada, mesmo existindo uma VRP na entrada do Setor, eventualmente ocorrem rompimentos de rede ou de ramal predial, que aumentam significativamente o IPD. Concluímos que em função das características topográficas do bairro, do tipo de solo e das redes de distribuição de água, os vazamentos existentes eram de difícil detecção pelos métodos tradicionais, portanto a utilização dos referidos equipamentos se mostrou bastante eficiente. Neste trabalho a Sanasa contratou uma mão de obra especializada para a prestação do serviço, porém o mesmo foi integralmente acompanhado pela nossa área técnica, que hoje tem totais condições de utilização dos equipamentos. Este estudo de caso serviu como justificativa para a aquisição dos equipamentos pela Sanasa. 4

Os trabalhos realizados para a redução das perdas não físicas deram resultados positivos, porém não houve o aumento esperado na micromedição do setor, pois acreditamos que houve uma retração natural dos consumidores, que passaram a fazer economia, entretanto o estudo indicou que deverá haver um aumento no volume micromedido em torno de 7%, pois os índices de submedição encontrados foram de 15,46% nos hidrômetros usados e de 8,24% nos medidores novos que foram instalados. ANEXOS 4.1 Planta do Setor de Medição Jd. Garcia Bloco I 5

4.2 Foto de uma instalação em Caixa de Proteção padrão Sanasa 6

4.3 Tabelas para cálculo dos índices de submedição médio HIDRO RETIRADO HIDRO INSTALADO 3/4" x 3 m3/h 3/4" x 1.5 m3/h Classe / Vazão B 3 m³/h B 1,5 m³/h Referência Faixas (l/h) Erros Volume Erros Volume 1 0-8 -100,00% -1456,54-100,00% -1456,54 2 8-15 -66,35% -986,66-2,67% -39,65 3 15-30 -18,11% -357,04 0,83% 16,30 4 30-45 -4,24% -59,26 0,88% 12,31 5 45-60 -0,78% -9,01 0,88% 10,16 6 60-75 0,28% 2,40 0,30% 2,58 7 75-90 0,69% 6,05 0,23% 1,99 8 90-120 0,85% 8,84 0,34% 3,55 9 120-150 0,89% 7,89 0,21% 1,87 10 150-500 0,53% 25,30-0,62% -29,34 11 500-750 0,63% 10,44-0,79% -13,15 12 750-1050 0,70% 3,68-0,62% -3,28 13 1050-1500 0,79% 0,55-0,78% -0,54 Volume total não medido -2803,38-1493,75 Índice de submedição -15,46% -8,24% 7

Referênc Faixas Volume ia (l/h) % Volume médio % Duração Tempo (h) 1 0-8 8,03% 1456,54 50,68% 364:54:00 2 8-15 8,20% 1487,09 17,22% 123:57:00 3 15-30 10,87% 1971,97 13,15% 94:39:49 4 30-45 7,72% 1399,29 6,18% 44:30:17 5 45-60 6,38% 1156,19 3,88% 27:55:52 6 60-75 4,72% 855,15 1,87% 13:26:34 7 75-90 4,83% 875,28 1,35% 9:45:05 8 90-120 5,74% 1041,68 1,48% 10:41:14 9 120-150 4,86% 881,85 0,94% 6:48:03 10 150-500 26,19% 4749,16 2,76% 19:51:52 11 500-750 9,17% 1662,58 0,38% 2:42:21 12 750-1050 2,92% 529,02 0,11% 0:45:27 13 1050-1500 0,39% 70,16 0,01% 0:02:26 100,00% 18.136 Litros 100,00% 720:00:00 Média de consumo obtida : 18.136 litros / mês Total de horas em um mês de 30 dias: 720 h 8