GESTÃO DE INVESTIMENTOS Unidade I Fundamentos do Processo de Investimento Prof: Cleber Almeida de Oliveira



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Transcrição:

GESTÃO DE INVESTIMENTOS Unidade I Fundamentos do Processo de Investimento Prof: Cleber Almeida de Oliveira 1. Introdução Estamos iniciando a disciplina de Gestão de Investimentos após a aula de nivelamento que introduziu a relação tempo e dinheiro e alguns termos que serão empregados durante o curso. Os objetivos propostos nesta aula são: conhecer a dinâmica das decisões de investimento de uma empresa, os conceitos de risco e retorno relacionados aos investimentos e descrever o risco Brasil. A figura 1 ilustra a importância da educação administrativa financeira aliada à experiência para o sucesso empresarial. Figura 1 - Gestão de Investimentos e a Educação Financeira O sucesso empresarial e a maximização do retorno para o acionista são os alvos almejados pelos gestores. Além dos objetivos econômicos e financeiros de maximização da riqueza e lucros, há outros objetivos sociais, ambientais, educacionais, morais aos quais o gestor deve atentar durante o seu pocesso decisório. No cenário cada vez mais concorrido, nos dias de hoje, a manutenção do nível de operação da empresa é cada vez mais desafiador para os gestores de investimentos. 2. A dinâmica decisorial da organização Para implementar a operação de uma empresa é inevitável que se faça gastos. Estes gastos são classificados em duas naturezas: os gastos de investimentos e os gastos de consumo. Os gastos de investimentos representam os ativos da empresa e são divididos em dois tipos: (a) os investimentos não circulantes que, entre outros, citamos como exemplos os equipamentos, prédios e tecnologias e (b) os investimentos circulantes como disponibilidades, clientes e estoques. Os gastos de consumo dizem respeito às despesas como salários, aluguéis, concessionárias de luz, água e telefone e etc. Todos os gastos de investimentos representam os ativos da organização que são sustentados pelos financiamentos, que por sua vez, envolvem obtenção de fundos de duas fontes: próprios (acionistas ou sócios) e de terceiros (credores). A figura 2 ilustra a dinâmica decisorial do gestor. 1

Figura 2 - Dúvidas do Investidor Os acionistas ou sócios fornecem fundos para empresa esperando que a mesma possa proporcionar retorno satisfatório. Este retorno é composto pela soma de dois elementos: a taxa de remuneração do capital 1 e a taxa de risco. Os sócios esperam que este retorno seja feito através da distribuição dos lucros ou por meio do aumento do valor da empresa. Quando o valor da empresa aumenta, o montante de realização futura do investimento cresce com a incorporação de riqueza. Já os credores fornecem recursos, mas requerem que a empresa os pague em uma data específica e com um valor preestabelecido. Os credores podem ser de natureza operacional como os fornecedores, governo e funcionários ou de natureza onerosa como as instituições financeiras. Neste último caso, o capital deve retornar acrescido de juros, que também leva em consideração a remuneração do capital e a taxa de risco. Contudo, deve-se levar em consideração que a taxa de risco de capital de terceiros tende, em decorrência das modalidades de garantias, ser menor que a taxa de risco do capital próprio. Este fato, teoricamente, sustenta a afirmação de que o capital de terceiros é menos oneroso que os recursos aportados pelos sócios. A Figura 3 ilustra a natureza dos investimentos de capitais de uma empresa. Capital de Giro Figura 3 - Natureza dos Investimentos de Capitais Ativos : Indica onde a empresa aplica os recursos de que dispõe, compreende os Bens e Direitos. Ativo Circulante são aqueles poderão ser realizados no prazo máximo de um ano, a partir da data do balanço. Exemplo: (Caixa, Bancos, Aplicações financeiras, DPL à receber, Estoques ); 1 Representa a melhor taxa em relação aos investimentos livre de risco. 2

Realizável a longo prazo : Ativos a serem recebidos após um ano. ( Impostos à recuperar, créditos com coligadas). Permanente : Ativos utilizados na atividade da empresa, cuja a realização é lenta. Tangíveis - veículos, móveis e utensílios, terrenos, prédios.. Intangíveis - marcas e patentes. Passivos: Indicam de onde provém os recursos utilizados pela empresa, podendo ser de Próprios e de Terceiros, portanto são as Obrigações. Circulante : São as dividas à pagar até 1 ano. ( I.R, Salários, Empréstimos, Fornecedores...). Exigível a longo prazo : São dívidas à serem pagas a partir de 1 ano. (Empréstimos de L.P, Impostos parcelados, dívidas de concordata ) Patrimônio Líquido : São os recursos dos investidores que permanecem na empresa para seu uso próprio. (Capital social, Reserva de Capital, Reserva de lucros, Reserva de Reavaliação, Lucros/Prejuízos acumulados). A figura 4 ilustra a disposição dos investimentos no balanço patrimonial de uma empresa. Figura 4 - Mapa de Investimentos 2.1 - Decisões de Investimento A assertividade decisória está pautada em três decisões básicas: operacional, de investimento e de financiamento. São elas que norteiam a preparação estratégica e a condução operacional do negócio visando o alcance do diferencial corporativo. No planejamento de um negócio, o gestor tem basicamente três funções essenciais: (a) conhecer com detalhe sua logística operacional e as condições para torná-la competitiva; (b) definir o montante de recursos financeiros necessário para viabilizar seu processo operacional e gerar retorno para os investidores e (c) conhecer a fonte e as condições de captação de recursos para realizar os investimentos necessários. 3

Os principais motivos para fazer dispêndio de capital : Expansão: expandir o nível de operações, através de aquisição de ativos imobilizados. Exemplo: infra-estrutura adicional como imóveis e instalações fabris. Substituição: substituir ou renovar ativos obsoletos ou gastos. Exemplo: atualização de softwares, manutenções preventivas com consumo de peças. Modernização: reconstrução, recondicionamento ou adaptação de máquina ou das instalações existentes. Exemplo: instalações elétricas, de ar condicionado, reconstrução de aeronaves. Outras finalidades: propaganda, pesquisa e desenvolvimento, serviços de consultoria a administração e novos produtos. Entretanto, na prática empresarial, pouco se estuda sobre a eficiência do montante a ser investido por uma companhia. Estamos aqui nos referindo ao volume necessário de recursos para que o negócio seja rentável e competitivo não havendo desperdícios. A relação volume de investimento e eficiência operacional nem sempre é equilibrada. Ociosidade de maquinário, sub-aproveitamento de espaço, desperdício do capital intelectual e excesso de estoques são alguns dos exemplos que implicam em necessidade de recursos de forma a sustentar este volume de ativos. Certamente, a ocorrência de excesso de investimentos coloca a perder todo o esforço para obtenção de condições ótimas de financiamento. Os investimentos, como já visto, representam os ativos de uma entidade e são em duas naturezas: os investimentos circulantes e os não circulantes. De maneira estática, pode-se definir ativo como bens e direitos que uma empresa possui e que foram adquiridos a um custo monetário mensurável". Entretanto, a definição dos ativos remota o ato de investimento de uma entidade e pode gerar diversas definições, como: (a) Investimento seria um gasto registrado no ativo, em função de sua vida útil ou da expectativa de benefícios futuros. (Paulo Breda) ; (b) O ato de investir implica em aplicar capital em um componente produtor de resultado. (Antônio Lopes de Sá) ; (c) "... aplicações de recursos visando à geração de rendimentos ou à prestação de serviços que satisfaçam a uma necessidade social sem fins lucrativos." (Milton Augusto Walter) ; (d) Investimentos é um ativo possuído por uma empresa para fins de acréscimo patrimonial por meio da distribuição (tais como juros, royalties, dividendos e aluguéis), para fins de valorização ou para benefícios do investidor, tais como os obtidos de relacionamentos comerciais entre empresas. Levando em consideração todos os autores acima citados, poderíamos concluir por um conceito o qual nos basearemos no curso de administração: Investimento é o capital empregado na compra bens ou serviços, tangíveis ou intangíveis, circulantes ou não circulantes cujo objetivo é, direta ou indiretamente, gerar receitas para a empresa. Em economia, investimento significa a aplicação de capital em meios de produção, visando o aumento da capacidade produtiva (instalações, máquinas, transporte, infraestrutura) ou seja, em bens de capital. O investimento produtivo se realiza quando a taxa de lucro sobre o capital supera ou é pelo menos igual à taxa de juros. 4

3. Conceito de Risco e Retorno 3.1 - Considerações iniciais Risco e retorno são variáveis básicas da tomada de decisão de investimentos. Genericamente, o risco é uma medida de volatilidade ou incerteza dos retornos,e retorno é a expectativa de receitas de qualquer investimento. Para GITMAN p.202), risco é a possibilidade de prejuízo financeiro. Já para GROPPELLI p. 67, o risco é uma medida da volatilidade ou incerteza dos retornos. Retorno, de acordo com LEMES JR. p. 135), é o total de ganhos ou de perdas de um proprietário ou aplicador sobre investimentos anteriormente realizados. Já para GITMAN p.203), o retorno é medido como o total de ganhos ou prejuízos dos proprietários decorrentes de um investimento durante um determinado período de tempo. 3.2 - Relação Risco x Retorno A figura 5 ilustra a relação entre o risco e retorno. Compreende-se que quanto maior o risco da aplicação maior será o retorno potencial esperado. Figura 5 - Relação Risco x Retorno Em suma, pode-se definir Risco como o grau de incerteza associado a um investimento. Quanto maior a volatilidade dos retornos de um investimento, maior será o seu risco. Quando dois projetos têm os mesmos retornos esperados, escolhe-se o de menor risco. 3.3 - Retorno Esperado ou Taxa de Retorno Esperada Retorno esperado ou Taxa de Retorno Esperada é, de acordo com (GROPPELLI, et al., 1999), a remuneração que os investidores solicitam para manter suas aplicações no ativo considerado. Vale ressaltar que o retorno esperado difere-se do retorno efetivo apenas por se tratar ex-ante, enquanto que o retorno efetivo já foi efetivamente conhecido. A probabilidade será usada como forma de quantificar o nível de possibilidade de um projeto ter os seus valores projetados correspondidos efetivamente, levando sempre em consideração os cenários projetados para cada um deles. Exemplo: Probabilidade Investimento A Investimento B Cenário 01: Expansão Econômica 0,3 100% 20% Cenário 02: Estabilidade- Normal 0,4 15% 15% Cenário 03: Recessão Econômica 0,3 70% 10% Total: 1 5

Se multiplicarmos a probabilidade pela taxa de retorno projetada e daí somarmos esse produtos, teremos então a taxa de retorno esperada ou retorno esperado. Por exemplo: Você está prestes a investir ou em uma franquia de sorvetes do Mc Donalds ou em um parque de diversões. Ambos os eventos estão sujeitos ao sucesso em relação às condições climáticas do lugar em que serão instalados. 3.4 - Medidas de Risco Definido o retorno esperado de um projeto ou investimento, o que resta agora é conhecer o grau de risco envolvido. No exemplo anterior, percebe-se que a taxa de retorno esperada para o Investimento A e para o Investimento B é a mesma. Assim, torna-se necessário saber quais dos dois projetos apresentam o menor risco. Neste caso, as unidades de risco adotadas serão as medidas de dispersão tradicionalmente trabalhadas pela Estatística: variância, desvio-padrão e coeficiente de variação. Imagine que você se defronta com as seguintes decisões a tomar. Você deve indicar qual opção você prefere em relação a cada par de alternativas. Alternativa 1 - Escolha entre: a) um ganho certo de $240.000,00 b) 25% de chance de ganhar $1.200.000,00 e 75% de chance de não ganhar nada Alternativa 2 - Escolha entre: a) uma perda certa de $750.000,00 b) 75% de chance de perder $1.000.000,00 e 25% de chance de não perder nada A tabela 1 ilustra o resultado da pesquisa de escolha, caracterizando o perfil de risco para cada alternativa Tabela 1 - Gráficos de Perfis de Risco 6

4. Curiosidade: Risco País A expressão "risco país" entrou para a linguagem cotidiana do noticiário econômico, principalmente em países que vivem em clima de instabilidade, como o Brasil e a Argentina. O "risco país" é um indicador que tenta determinar o grau de instabilidade econômica de cada país. Desta forma, se tornou decisivo para o futuro imediato dos países emergentes. A seguir, estão enumerados alguns pontos básicos, segundo matéria no sítio www.portalbrasil.net/economia_riscopais.htm, que facilitam o entendimento desse conceito, que vem tendo cada vez mais destaque. O que é exatamente o risco país? O risco país é um índice denominado Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+) e mede o grau de "perigo" que um país representa para o investidor estrangeiro. Este indicador se concentra nos países emergentes. Na América Latina, os índices mais significativos são aqueles relativos às três maiores economias da região: Brasil, México e Argentina. Dados comparativos de outros países - como Rússia, Bulgária, Marrocos, Nigéria, Filipinas, Polônia, África do Sul, Malásia e outros - também são considerados no cálculo dos índices. Quem é responsável pelo cálculo do índice? O risco país é calculado por agências de classificação de risco e bancos de investimentos. O banco de investimentos americano J. P. Morgan, que possui filiais em diversos países latino-americanos, foi o primeiro a fazer essa classificação e é o disponibilizado pelo Portal Brasil em sua seção de índices financeiros. Que variáveis econômicas e financeiras são consideradas no cálculo do índice? O J. P. Morgan analisa o rendimento dos instrumentos da dívida de um determinado país, principalmente o valor (taxa de juros) com o qual o país pretende remunerar os aplicadores em bônus, representativos da dívida pública. Tecnicamente falando, o risco país é a sobretaxa que se paga em relação à rentabilidade garantida pelos bônus do Tesouro dos Estados Unidos, país considerado o mais solvente do mundo, ou seja, o de menor risco para um aplicador não receber o dinheiro investido acrescido dos juros prometidos. Como se determina essa sobretaxa? Entre outros, são avaliados, principalmente, aspectos como o nível do déficit fiscal, as turbulências políticas, o crescimento da economia e a relação entre arrecadação e a dívida de um país. Como se expressa o risco país? Em pontos básicos. Sua conversão é simples: 100 unidades equivalem a uma sobretaxa de 1%. Concretamente, o que significa este índice para os investidores? É um orientador. O risco país indica ao investidor que o preço de se arriscar a fazer negócios em um determinado país é mais ou menos elevado. Quanto maior for o risco, menor será a capacidade do país de atrair investimentos estrangeiros. Para tornar o investimento atraente, o país tem que elevar as taxas de juros que remuneram os títulos representativos da dívida. E quais os efeitos para a economia ter o país classificado como "risco perigoso"? 7

As principais conseqüências são: retração do fluxo de investimentos estrangeiros e um menor crescimento econômico, o que acaba acarretando em aumento do desemprego e salários menores para a população. QUESTÕES PARA 5. Considerações Finais Ao final deste módulo o aluno deve ser capaz de descrever a dinâmica do processo decisório na área de investimento nas empresas, conceituar risco, retorno e retorno esperado relacionados aos investimentos. Além disso, compreender a importância do risco país para o Brasil. 6. Atividade Determinada empresa estava em dúvida se investia em 03 de seus projetos de expansão. Ambos eram mutuamente excludentes. A tabela seguir mostra o desempenho de cada projeto frente aos cenários econômicos traçados para o próximo ano: VPL's p(n) Proj A Proj B Proj C Cenário 01 (Pessimista): Recessão Econômica 0,4 150.000 140.000 180.000 Cenário 02 (Realista): Estagnação Econômica 0,4 250.000 280.000 250.000 Cenário 03 (Otimista): Crescimento Econômico 0,2 500.000 380.000 350.000 Determine: a) Construa a árvore de decisão; b) O Retorno Esperado de cada projeto; c) Indique qual projeto deve ser escolhido. 8