TREINAMENTO FÍSICO AQUÁTICO NA OSTEOARTROSE DE JOELHO RESUMO

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Transcrição:

TREINAMENTO FÍSICO AQUÁTICO NA OSTEOARTROSE DE JOELHO Diogo de Souza Clarindo 1 Alexandre Figueiredo Zaboti 2 RESUMO A presente pesquisa trata-se de um estudo experimental realizada no período de abril a maio de 23 na Clínica Escola de Fisioterapia da UNISUL, em Tubarão, SC. Foi realizada com uma amostra de dois pacientes com diagnóstico de osteoartrose de joelho, gênero feminino, 52 e 71 anos, submetidos à avaliação fisioterapêutica. Objetivou avaliar os benefícios do treinamento físico aquático, mais especificamente identificar o efeito do treinamento sobre a flexibilidade, verificar o efeito deste sobre o condicionamento aeróbio e analisar o efeito sobre força muscular e dor. De acordo com Chahade; Giorgi e Pastor (21, p. 35), a osteoartrose é uma desordem caracterizada por mecanismos degradativos conduzidos por células e por processos reparativos cartilaginosos. Realizaram-se 15 sessões de treinamento físico aquático e após reavaliação fisioterapêutica observou-se aumento da flexibilidade em um paciente e inalteração em outro; melhora do condicionamento aeróbio em ambos os pacientes e melhora do nível de aptidão cardiorrespiratória somente em um, permanecendo igual em outro; aumento da força muscular e redução da dor em ambos os pacientes. Palavras-chaves: hidroterapia; treinamento físico aquático; osteoartrose de joelho; fisioterapia. ABSTRACT The present research it is an experimental study accomplished in the period of April to May of 23 in the School Clinic of Physiotherapy of UNISUL, in Tubarão, SC. It was accomplished with a sample of two patient with diagnosis of knee osteoarthritis, feminine gender, 52 and 71 years, submitted to the physiotherapy evaluation. It aimed at to evaluate the benefits of the aquatic physical training, more specifically to identify the effect of the training on the flexibility, to verify the effect of this on the aerobic conditioning and to analyze the effect on muscular force and pain. In agreement with Chahade; Giorgi and Pastor (21, p. 35), the osteoarthritis is a disorder characterized by degradetive mechanisms driven by cells and for cartilaginous reparative processes". they Took place 15 sessions of aquatic physical training and after physiotherapy revaluation increase of the flexibility was observed in a patient and unaltered results in other; it only gets better of the aerobic conditioning in both patients and improvement of the level of aptitude cardiovascular in a, staying equal in other; increase of the muscular force and reduction of the pain in both patients. Word-key: hydrotherapy; aquatic physical training; knee osteoarthritis; physiotherapy. 1 Acadêmico do curso de fisioterapia da UNISUL, Tubarão, SC. Trabalho apresentado como requisito à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. 2 Professor e orientador da pesquisa.

INTRODUÇÃO A osteoartrose, patologia reumática mais freqüente, concentrou o seu tratamento em medidas fisioterápicas e na melhora dos sintomas articulares através do uso de analgésicos e agentes antiinflamatórios (CHAHADE; GIORGI; PASTOR, 21, p. 34). Sendo o joelho a articulação mais atingida pela osteoartrose (ADAMS; HAMBLEN, 1994, p. 365). Diante das medidas fisioterapêuticas, a utilização de agentes físicos constitui parte integrante e essencial da terapêutica, complementando os demais meios de tratamento habitualmente adotados. Dentre esses agentes, a hidroterapia é um recurso fisioterapêutico que vem demonstrando resultados positivos no tratamento e na prevenção de várias patologias. Conforme Degani (1998, p. 91), a hidroterapia é toda aplicação externa de água, em qualquer de seus estados físicos, com finalidade terapêutica. Portanto, quais benefícios o treinamento físico aquático proporciona aos portadores de osteoartrose de joelho? De acordo com Koury (2, p. 114), pessoas com osteoartrose tornam-se menos ativas em razão da dor e da limitação do movimento associadas à progressão da doença. A inatividade leva à atrofia muscular, diminuição da capacidade funcional e aumento de peso, que agrava a condição. Segundo Chahade; Giorgi e Pastor (21, p. 35), a osteoartrose representa cerca de 3% a 4% das consultas em ambulatórios especializados na clínica do sistema osteoartículo-muscular e é responsável, no Brasil, por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho e a quarta a determinar aposentadoria com 6,2%. Baseado em tais evidências, procurou-se desenvolver este trabalho buscando um recurso fisioterapêutico que contribuísse para a melhora da condição patológica, objetivando avaliar os benefícios do treinamento físico aquático em portadores de osteoartrose de joelho, mais especificamente identificar o efeito do treinamento sobre a flexibilidade; verificar o efeito do treinamento físico aquático sobre o condicionamento aeróbio; analisar o efeito do treinamento sobre força muscular e dor. MÉTODOS E TÉCNICAS A pesquisa realizada foi do tipo experimental, que segundo Gil (1995, p. 53) consiste essencialmente em submeter os objetos de estudo à influência de certas variáveis,

em condições controladas e conhecidas pelo investigador, para observar os resultados que a variável produz no objeto. Sendo realizada na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL, situada na cidade de Tubarão, no período de abril a maio de 23. Utilizando uma população de dois pacientes do gênero feminino com idade de 52 e 71 anos, com diagnóstico médico de osteoartrose de joelho grau leve à moderado, aprovados pelos Teste de Par-Q (GHORAYEB; CARVALHO; LAZZOLI, 1999, p. 253) e Teste de Fatores de Risco para Doença Coronariana (American College Sport Mediceni). Como instrumentos foram utilizados: uma ficha de avaliação; uma ficha diária de reabilitação para controle dos pacientes; bicicleta ergométrica marca Monark, modelo Ergomedic 828E; oxímetro marca Moriya, modelo 1; cronômetro marca Mondaine; estetoscópio e esfigmomanômetro marca Premium, modelo Rappaport; caixa de madeira ou flexômetro com dimensão de 3,5 x 3,5 x 3,5 centímetros; fita métrica marca Dynatronics tamanho 1,5 metro; cadeira extensora marca MS Souza; cadeira flexora marca MS Souza; anilhas; Escala de Dor Percebida de Borg; piscina terapêutica com dimensão de 15 m x 9 m, profundidade mínima de,8 m e máxima de 1,4 m, temperatura de 33º C a 35º C (Celsius); frequencímetro marca Polar, modelo T61 Codeo e bastão flutuante 1 metro. Como procedimentos, primeiramente avaliou-se a flexibilidade, através do teste de Wells. Em seguida foi realizada a Técnica de Astrand para avaliar a aptidão aeróbia, que consiste de um teste submáximo de cicloergometria. Na avaliação da força foi empregado o Teste de Carga Máxima TCM, de forma decrescente. A Escala de dor percebida de Borg foi utilizada para mensurar a sensação de dor na avaliação e reavaliação após treinamento físico aquático (MARINS; GIANNICHI, 1998, p. 96). O programa de treinamento físico aquático foi composto por três fases: a primeira fase foi o período de aquecimento de 5 minutos, com exercício de caminhada de baixa intensidade, e alongamento estático ativo por minutos. A segunda fase foi o período de treinamento, que provê atividade de média intensidade, através de corrida na piscina com profundidade no nível do processo xifóide, que estabeleça de 5 a 6% da freqüência cardíaca máxima, inicialmente durante 6 minutos aumentando 1 minuto a cada 3 sessões. A terceira fase foi o alongamento estático ativo, durante minutos, que objetivou o alongamento de tríceps sural, isquiotibiais, quadríceps e adutores de quadris (JOURNAL OF THE AMERICAN GERIATRICS SOCIETY, 21, p. 815). A duração do programa foi inicialmente de 31 minutos, e por fim de 35 minutos, conforme o acréscimo de 1 minuto na

segunda fase do treinamento a cada 3 sessões, sendo realizado com uma freqüência de 5 dias por semana, de segunda à sexta- feira, totalizando 15 sessões. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS O gráfico 1 identifica a flexibilidade dos músculos dorsais e isquiotibiais, através do banco de Wells, na avaliação e reavaliação fisioterapêutica após treinamento físico aquático. O paciente 1 (71 anos) obteve na avaliação uma marca de 38,7 cm e na reavaliação, 42 cm, aumentando 3,3 cm após o treinamento físico aquático. O paciente 2 (52 anos) não apresentou diferença de marca na avaliação e reavaliação fisioterapêutica, permanecendo com 5 cm. Gráfico 1 - Comparação da flexibilidade na avaliação e reavaliação fisioterapêutica após treinamento físico aquático Alcance (cm) 6 5 4 3 2 5 5 42 38,7 1 2 Paciente Fonte: dados coletados pelo próprio pesquisador Para Araújo (1999, p. 32), é possível que diferentes estratégias de treinamento para distintos movimentos articulares produzam resultados diversos, contudo, existe consenso de que flexibilidade é altamente treinável. De acordo Levin (apud CAMPION, 2, p. 312); Panush (apud NIEMAN, 1999, p. 124); Koury (2, p. 114); consenso publicado pelo Journal of the American Geriatrics Society (21, p. 815), o treinamento da flexibilidade aumenta ou mantém a amplitude de movimentos de cada articulação afetada. O gráfico 2 verifica a aptidão cardiorrespiratória antes e após o treinamento físico aquático em uma população de dois pacientes com osteoartrose de joelho. O paciente 1 (71 anos) apresentou, na avaliação, o VO 2 máx. indireto de 13,96 ml (Kg. min) -1 e na reavaliação, 15,3 ml (Kg. min) -1. O paciente 2 (52 anos) apresentou, na avaliação, o VO 2 máx. indireto de

2,5 ml (Kg. min) -1 e na reavaliação, 23,37 ml (Kg. min) -1. Pôde-se observar um aumento do VO 2 máx. indireto ml (Kg. min) -1 em ambos pacientes, sendo que o paciente 1 apresentou um aumento de 1,7 ml (Kg. min) -1 e o paciente 2 (52 anos), um aumento de 2,87 ml (Kg. min) -1. Gráfico 2 - Comparação da aptidão cardiorrespiratória na avaliação e reavaliação fisioterapêutica da amostra após treinamento físico aquático VO 2 máx. ml (Kg. min) -1 35 3 25 2 15 5 13,96 15,3 2,5 1 2 23,37 Paciente Fonte: dados coletados pelo próprio pesquisador. Segundo consenso publicado pelo Journal of the American Geriatrics Society (21, p. 817), o exercício aeróbico tem numerosos benefícios fisiológicos que aliviam as deteriorações do envelhecimento, como a capacidade aeróbica (medida de aptidão aeróbia). O treinamento da resistência aeróbia aumentará o consumo máximo de oxigênio (VO 2 máx.) nos adultos sedentários da mesma forma que nos pacientes mais novos. Sendo que a resistência causada pela água é alterada pelo aumento da velocidade das caminhadas e consequentemente pela turbulência ao redor da pessoa, as caminhadas aquáticas são uma excelente atividade aeróbia (LEVIN apud CAMPION, 2, p. 316). Conforme Koury (2, p. 114), a participação em atividades aeróbicas na piscina aumenta a circulação nas articulações, melhora a capacidade funcional, a perda de peso e diminui a força de compressão sobre as articulações. De acordo com Iversen; Liang e Pae (21, p. 27), o exercício aeróbico melhora a resistência e reduz a fadiga, mas tem efeitos moderados sobre a força muscular. A tabela 1 mostra o nível de aptidão cardiorrespiratória antes e depois do treinamento físico aquático em uma amostra de dois pacientes com osteoartrose de joelho. Segundo Cooper (apud MARINS; GIANNICHI, 1998, p. 152), a aptidão física para mulheres estabelece os seguintes níveis: muito fraca, fraca, regular, boa, excelente e superior, de

acordo com faixa etária. Verificando a tabela, pôde-se concluir que o paciente 1 (71 anos) não evoluiu após o treinamento, permanecendo no nível muito fraca, enquanto o paciente 2 (52 anos) evoluiu de fraca para regular. Tabela 1 Comparação do nível de aptidão cardiorrespiratória na avaliação e reavaliação fisioterapêutica após treinamento físico aquático. Nível de aptidão cardiorrespiratória Paciente 1 Muito Fraca Muito fraca Paciente 2 Fraca Regular O gráfico 3 analisou a força muscular para flexão do joelho na avaliação e reavaliação fisioterapêutica da amostra após treinamento físico aquático. Pôde-se perceber que o paciente 1 (71 anos) ergueu a carga de 2 Kg na avaliação e 4 Kg na reavaliação, aumentando 2 Kg após o treinamento. Enquanto o paciente 2 (52 anos) ergueu a carga de 6 Kg na avaliação e Kg na reavaliação, aumentando 4 Kg após o treinamento. Gráfico 3 - Comparação da força muscular para flexão de joelho na avaliação e reavaliação fisioterapêutica da amostra após treinamento físico aquático Carga (kg) 15 12 9 6 3 6 4 2 1 2 Paciente Fonte: dados coletados pelo próprio pesquisador. O gráfico 4 analisou a força muscular para extensão de joelho na avaliação e reavaliação fisioterapêutica da amostra após treinamento físico aquático. Observou-se que o paciente 1 (71 anos) ergueu carga de Kg na avaliação e 17 Kg na reavaliação, apresentando

um aumento de 7 Kg após treinamento. O paciente 2 (52 anos) ergueu Kg na avaliação e 18 Kg na reavaliação, aumentando 8 Kg após treinamento físico aquático. Gráfico 4 - Comparação da força muscular para extensão de joelho na avaliação e reavaliação fisioterapêutica após treinamento físico aquático Carga (kg) 25 2 17 18 15 5 1 2 Paciente Fonte: dados coletados pelo próprio pesquisador. Segundo consenso publicado pelo Journal of the American Geriatrics Society (21, p. 819), o ambiente aquático provê resistência para fortalecer grupos de músculos ao redor de juntas artríticas. Santarem (1999, p. 47), estabelece que os exercícios com resistência são particularmente indicados para pessoas idosas e debilitadas. Segundo Levin (apud CAMPION, 2, p. 319); Panush (apud NIEMAN, 1999, p. 124), a hidroterapia visa aumentar a força e resistência muscular melhorando a estabilidade articular dos pacientes com osteoartrite. O gráfico 5 analisa a percepção subjetiva de dor da amostra, segundo a Escala de Dor Percebida de Borg, aplicada na avaliação e reavaliação fisioterapêutica após treinamento físico aquático. O paciente 1 (71 anos) referiu 5 na avaliação e na reavaliação da dor, enquanto o paciente 2 (52 anos) referiu 4 na avaliação e 3 na reavaliação fisioterapêutica da percepção de dor.

Gráfico 5 - Comparação da dor na avaliação e reavaliação fisioterapêutica após treinamento físico aquático Escala de dor 9 8 7 6 5 4 3 2 1 5 4 1 2 3 Paciente Fonte: dados coletados pelo próprio pesquisador. Segundo Koury (2, p. 114), os pacientes com doença articular degenerativa acham a hidroterapia menos dolorosa que outros tipos de exercícios. De acordo com o consenso publicado pelo Journal of the American Geriatrics Society (21, p. 819), exercício aquático é uma boa escolha para pacientes com osteoartrite, exercícios executados na piscina com água a 34º C promovem analgesia para músculos e articulações dolorosos. Conforme Tinsley (apud CAMPION, 2, p. 259); Koury (2, p. 114), a hidroterapia atua no tratamento da osteoartrose aliviando a dor. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após 15 sessões de treinamento físico aquático, pôde-se concluir que houve aumento da flexibilidade dos músculos dorsais e isquiotibiais de um paciente, enquanto manteve-se igual em outro paciente. O condicionamento aeróbio melhorou nos dois pacientes, quando verificado o VO 2 máx.. Porém, se tratando do nível de aptidão cardiorrespiratória, somente em um dos pacientes houve melhora, enquanto no outro permaneceu inalterado. Analisando a força muscular, houve aumento em ambos os pacientes. A dor reduziu também em ambos os pacientes.

Com isso, avaliou-se que o treinamento físico aquático é um recurso benéfico para o tratamento da osteoartrose de joelho, promovendo alterações nos sinais e sintomas clínicos da patologia. Sugere-se, contudo, que novas pesquisas sejam realizadas com uma amostra maior de pacientes, utilizando grupo controle, por um período mais longo de treinamento físico aquático, e que novas variáveis sejam analisadas, como fármacos e qualidade de vida. Assim, será possível obter resultados mais fidedignos sobre o efeito do treinamento físico aquático na osteoartrose de joelho. REFERÊNCIAS ADAMS, J. C.; HAMBLEN, D. L. A coxa e o joelho. In:. Manual de ortopedia. 11 ed. São Paulo: Artes Médicas, 1994, cap. 15, p. 351-388. ARAÚJO, C. G. S. de. e Treinamento da Flexibilidade. In: GHORAYEB, N.; BARROS, T. O Exercício. Preparação Fisiológica, Médica, Aspectos Especiais e Preventivos. São Paulo: Atheneu, 1999, cap. 3, p. 25-34. CHAHADE, W. H.; GIORGI, R. D. N.; PASTOR, E. M. H. Osteoartrose. Revista Brasileira de Medicina. v. 58, n. 5, mai. 21, p. 34-314. DEGANI, A. M. Hidroterapia: os efeitos físicos, fisiológicos e terapêuticos da água. Fisioterapia em Movimento. Curitiba: Champagnat, v. XI, n. 1, abr./set. 1998, p. 91-6. GHORAYEB, N.; CARVALHO, T. DE; LAZZOLI, J. K. Atividade Física Não-competitiva para a População. In: GHORAYEB, N.; BARROS, T. O Exercício. Preparação Fisiológica, Médica, Aspectos Especiais e Preventivos. São Paulo: Atheneu, 1999, cap. 22, p. 249-259. GIL, A. C. A Formulação do Problema. In:. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995, cap. 4, p. 52-59. IVERSEN, M. D.; LIANG, M. H.; PAE, S. C. Artrites. Artrite reumatóide, Osteoartrite, Espondiloartropatias, Lúpus erimematoso sistêmico, Polimiosite, Dermatomiosite e Esclerose sistêmica. In: FRONTERA, W. R.; DAWSON, D. M.; SLOVIK, D. M. Exercício Físico e Reabilitação. Tradução Maria da Graça Figueiró da Silva; Jussara Burnier. Porto Alegre: Artmed, 21, cap. 13, p. 215-234. JOURNAL OF THE AMERICAN GERIATRICS SOCIETY. Exercise Prescription for Older Adults With Osteoarthritis Pain: Consensus Pratice Recommendations. American Geriatrics Society, v. 49, n. 6, jun. 21. KOURY, J. M. Joelho. In:. Programa de Fisioterapia Aquática. Um Guia para a Reabilitação Ortopédica. São Paulo: Manole, 2, cap. 6, p. 3-116.

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