Reforma Tributária Antoninho Marmo Trevisan Gramado,26 de agosto de 2008
Sistema Tributário e Desenvolvimento Pressão Tributária A complexidade e a falta de neutralidade do sistema tributário brasileiro têm representado um grande entrave ao crescimento As principais distorções do sistema tributário brasileiro estão relacionadas aos tributos indiretos sobre bens e serviços, que são o objeto da reforma Exigências de tratamento justo e igualitário, bem como de simplificação Gastos do Governo e endividamento público geraram tributos exóticos, de baixa eficácia econômica e nocivos a determinadas atividades empresariais Necessidades de desenvolvimento regionais contribuíram para gerar um modelo tributário de difícil operacionalização e de alto custo administrativo Fonte: análise Trevisan
Sistema Tributário no Brasil Estrutura complexa favorece distorções locais O financiamento das 3 alçadas da Federação brasileira é conseguido por uma série de impostos, contribuições e taxas Além dos 13 tributos, existem outras 9 contribuições, das quais 5 são baseadas na folha de pagamento, 7 são destinados ao financiamento da Previdência Social, e o governo federal é responsável pela arrecadação de todos menos um deles Taxas: todos os níveis do governo cobram taxas, e normalmente as mais importantes e comuns são cobradas pelos municípios para financiar o lixo e a iluminação pública Fonte: análise Trevisan
Sistema Tributário no Brasil Administração de impostos para o contribuinte representa um alto custo, nem sempre mensurável A administração dos impostos brasileiros tem como característica básica a multiplicidade de agências arrecadadoras de tributos No âmbito federal, a Secretaria da Receita Federal - SRF tem sob sua competência a administração de todos os impostos federais do Brasil No âmbito estadual, cada um dos 26 estados e o Distrito Federal tem diferentes formas de administração de impostos O Brasil tem cerca de 5.600 cidades, com competência constitucional para arrecadar e, dessa forma, gerenciar os impostos e taxas locais Fonte: análise Trevisan
Principais distorções dos tributos sobre bens e serviços Características Complexidade Multiplicidade de legislações e competências tributárias União: PIS, Cofins, IPI, CIDE-combustíveis Estados: ICMS Municípios: ISS Multiplicidade de formas de apuração, alíquotas e bases de cálculo aplicáveis aos diversos tributos Isonomia Inexistência de neutralidade (não interferência na concorrência interna e externa e na alocação de fatores da produção) Incidências cumulativas Defeitos das incidências sobre o comércio exterior Guerra fiscal Crédito Tributário Fonte: Tesouro Nacional; análise Trevisan
Arrecadação de Impostos Fonte de receita confirma forte distorção em concentrar 2/3 da arrecadação sobre a produção e apenas 1/3 sobre os rendimentos Bens e Serviços 49% Outros 5% Receita/Lucro 18% Balança de Pagamentos 2% Propriedade 3% Folha 22% Fonte: Tesouro Nacional; análise Trevisan
Tributos arrecadados (federais, estaduais e municipais) % do PIB, 1987 2006 mostra o continuado aumento da arrecadação e a pressão sobre o custo do contribuinte 40 35 30 25 24,3 23,4 23,7 29,6 24,4 25,0 25,3 27,9 26,0 26,4 26,5 27,4 28,4 30,4 31,9 32,3 31,9 32,8 33,8 35,1 36,1 20 15 10 5 0 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2006 Fonte: IBGE; análise Trevisan
Carga tributária e renda per capita deveriam ser compatíveis O Brasil tem a maior distorção na América Latina Pressão Tributária 60 50 40 30 Carga Tributária Bruta (% do PIB) Brasil Africa do Sul Hungria Polônia Chile Portugal Espanha Israel Itália Austrália França Canadá Reino Unido Suécia Austria Holanda Alemanha Dinamarca Noruega USA 20 Bolívia Argentina México Coréia do Sul Singapura Japão 10 Venezuela Renda Per Capita (US$) 0-5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 Fonte: FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas; análise Trevisan
O que vai mudar parece pouco mas não é Objetivos da Reforma Tributária apresentada ao Congresso Nacional Substituir as 27 legislações estaduais do ICMS por apenas uma Neutralizar a guerra fiscal cobrando o imposto no Estado destinatário da mercadoria e não mais na origem Incorporar a CSLL no Imposto de Renda das pessoas jurídicas Juntar a COFINS, o PIS, o Salário Educação e CIDE num único tributo, o IVA, Imposto de Valor Adicionado Fonte: análise Trevisan
Guerra Fiscal enfrentamento ICMS Tempo para vigência Modificar a cobrança do ICMS nas transações interestaduais, fazendo com que o imposto seja devido ao Estado de destino A mudança nas regras do ICMS pode estender às vendas interestaduais o mesmo problema já enfrentado pelas empresas nas exportações: o acúmulo de créditos tributários sem perspectiva de aproveitamento No entanto, a mudança imediata no sistema de transações interestaduais não é recomendável, sendo necessária uma transição gradual para a tributação do ICMS no destino, reduzindo-se a alíquota na origem progressivamente Se a mudança for imediata, a proposta da Reforma Tributária terá de prever mecanismo de compensação para os benefícios já concedidos Fonte: Tesouro Nacional; análise Trevisan
Reforma Tributária afinal? Diagnóstico Debates com especialistas tem resultado em fortes críticas Preocupação é com os detalhes. De quanto será a alíquota do IVA? Calibragem da Receita Federal tem sido sempre para cima Continua preconceito contra a tomada de crédito. Visão fiscalista tende a dificultar a operação Governadores não se consideram responsáveis pela dívida com o contribuinte Congresso Nacional tem outras prioridades políticas Fonte: análise Trevisan
Guerra Fiscal Razões que levam ao debate sobre o fim da Guerra Fiscal são fortes mas o embate político é caloroso Custo Custo baixo ou nulo para o Estado que concede o benefício fiscal, mas elevado para o conjunto dos Estados e conflitos entre os municípios Renúncia estimada em R$ 25 bilhões/ano Reações ADINs junto ao STF Glosa de créditos pelos Estados Elevado nível de sonegação, elisão fiscal e de informalidade Fonte: análise Trevisan
Desafios para melhorar a competitividade da empresa brasileira são de diferentes naturezas. Carga tributária Transporte Taxas portuárias Carga tributária é onerosa e mal distribuída quando comparada a outros países: Ex: alimentos industriais: Brasil - 32,7%; França - 5,5%, Espanha -6%; Alemanha - 7%, Portugal - 8% Preço do transporte (frete ao porto/ton) é muito alto infra estrutura de transportes no Brasil é muito deficiente: Brasil: U$ 32; EUA: U$ 15; Argentina: U$ 17 Portos operam com taxas que encarecem o produto: Roterdã - U$ 3; Brasil - U$ 9 a U$ 12 Taxa de juros A taxa de juros real brasileira é a segunda maior do mundo Protecionismo Subsídios a produtos agrícolas chegam a 42% do valor de produção em países desenvolvidos Melhorias Apoiar a reforma tributária; atentar para as alíquotas; pressionar o Congresso Nacional; limitar a carga tributária; transparência nos gastos. Fonte: Tesouro Nacional; análise Trevisan
Antoninho Marmo Trevisan Presidente das Empresas Trevisan e da Trevisan Escola de Negócios Tel.: (11) 3138-5002 Fax: (11) 3138-5221 antoninho@trevisan.com.br www.trevisan.com.br www.trevisan.edu.br www.bdotrevisan.com.br