COMENTÁRIO DA PROVA Excetuando-se as questões de Literatura, a diversidade racial foi a temática desta prova. Novamente, uma prova parecida com a dos anos anteriores, com uma grande diferença para melhor: maior grau de precisão das questões; alternativas mais claras e menos dúbias. Um avanço, um bom avanço, mas ainda algumas imprecisões. Agora, continua a nossa ressalva, já feita em anos anteriores: a prova de Língua Portuguesa do ITA deveria estar à altura do ITA, à altura das provas de Matemática, Física e Química do ITA. Em nossa visão, poderia haver um grau de complexidade um pouco maior, para que combine com todo o processo de seleção em si e com a inteligentíssima opção muito bem sucedida de uma prova temática. Quanto à Literatura Brasileira... Bem, o ITA insiste na ideia de se cobrarem obras clássicas da Literatura Brasileira, sem exigir uma lista de leituras obrigatórias. Sim, normalmente são questões sobre livros fundamentais, mas que muitas vezes exigem que o aluno conheça mais do que genericamente os enredos. Neste ano, sem maiores problemas, na medida em que Dom Casmurro, Senhora e A hora da estrela são livros mais que consagrados. Entretanto, a pergunta éaseguinte: quais e quantas seriam as obras indispensáveis da Literatura Brasileira cujo enredo o candidato deve conhecer a fundo? As 10 principais? As 20? Ou as 30 mais? Algo que, a nosso ver, deveria ser repensado, para que o aluno estude mais e estude melhor a Literatura Brasileira. Quanto aos poemas, dois textos maravilhosos ( A voz do canavial e Velha chácara ) e um texto mediano, de Alice Ruiz, brilhante poeta contemporânea, que merecia, no entanto, ter outro(s) poema(s) dela como objeto de questão, pois o pequeno poema, transcrito da forma como foi, sem sua costura com outros poemas da autora, se mostra um tanto insípido. Professor Fábio - Português do Curso Positivo. 1
A letra B está descartada, pois o texto não se restringe a elementos de uma imigração exclusivamente europeia (vide a citação a Machado de Assis, por exemplo). Rubem Braga parte da concordância parcial com José Leal e, a partir disso, expõe a sua ideia de que como a imigração gera bons frutos, mesmo oriundos de vagabundos, aventureiras, tontos. Letra D Letra E 2
I. INCORRETA. Nada a respeito se afirma no texto. II. CORRETA. Sim, no sentido de que (...) dentro de algum deles, como sorte grande da fantástica loteria humana, pode vir a nossa redenção e a nossa glória. Boa questão sobre o uso do quê. a) INCORRETA. QUE = integrante da locução conjuntiva subordinativa temporal logo que. III. CORRETA. Rubem parte de uma concordância parcial, como se observa no início do segundo parágrafo, contraposta com um mas, que aparece já na sequência do mesmo parágrafo. b) INCORRETA. QUE = Pronome relativo. c) INCORRETA. QUE = Pronome relativo. d) CORRETA. Demarca o início de uma oração substantiva. IV. CORRETA. Muitas ilustrações a respeito disso no último e maior parágrafo do texto. e) INCORRETA. QUE = Pronome relativo. Letra D Letra D Excelente questão sobre mecanismos de coesão. A proposição II está muito genérica e mal formulada, inviabilizando a resolução da questão. Temos mais o seguinte: Na A, repórter refere-se a José Leal; Na B, gente assim refere-se aos imigrantes que chegam ao Brasil; I. CORRETA. Única alternativa inquestionável nesta questão. Na D, Muitos refere-se aos imigrantes que chegam ao Brasil; II. SEM RESPOSTA. Qual seria tal direção argumentativa : concordância ou discordância? Faltaram dados para uma análise mais criteriosa. Na E, seus refere-se aos antepassados imigrantes de alguns ilustres brasileiros citados no texto. III. INCORRETA, já em seu início, pois Rubem Braga não concorda com o repórter. Letra C IV. INCORRETA também já em seu início, pois Rubem Braga não concorda com o repórter. Gabarito oficial: A; Nosso gabarito: sem resposta 3
Boa questão sobre pontuação. Agora, vale a ressalva: de acordo com o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), a grafia correta seria dois-pontos e não dois pontos. O item II está INCORRETO porque os dois-pontos são utilizados, normalmente, para introduzem um esclarecimento, o que inviabiliza, no caso, a utilização do ponto e vírgula. Letra B Na letra A, a palavra asfalto representa o meio urbano em sua globalidade. Logo, se estabelece esta relação de contiguidade entre asfalto e cidade, relação metonímica por excelência. Letra A 4
Ótima questão relacionando os Textos 1 e 2. De modo esquemático, o que há de comum nos dois textos é o seguinte: Outra boa questão relacionando os Textos 1 e 2, que fazem uso referências externas : em 1, à reportagem de José Leal; em 2 aos estudos de antropologia política de Pierre Clastres. OPÇÃO TEXTO 1 TEXTO 2 A SIM SIM B SIM C SIM D E Letra B Letra A 5
Boa e fácil questão de interpretação de texto. Letra C As crianças e os primitivos demonstrariam um tipo de xenofobia mais primária e transparente, ao passo que os desenvolvimentos posteriores da civilização tornariam evidente também tal postura/atitude, de forma mais complexa e sofisticada. A expressão quer dizer introduz maior explanação sobre a visão de mundo demonstrada por muitas pessoas sobre a África. Letra C Letra B Dois aspectos questão: interessantes nesta excelente A letra E nos apresenta um fato que não está presente no enredo de Dom Casmurro. Na letra C, cita-se um comportamento de Dona Glória que está descrito no capítulo 115, intitulado Dúvidas sobre dúvidas. 1) A banca foi muito feliz na relação entre a tirinha e o Texto 2; 2) De certa forma, o aluno deveria conhecer minimamente o personagem Hagar, bem como todo o seu contexto: um viking, que como todo grande viking, é alguém bastante ligado à navegação. Repertório cultural: indispensável. Letra E Levando em consideração o ponto 2 mencionado anteriormente, fica fácil intuir que navegantes refere-se a nós, os vikings, representados por Hagar e seu filho. Letra D 6
É a leitura fundamental de Senhora: o amor que tudo e todos regenera. Letra C O final do romance, com Macabéa morta, vítima de atropelamento, revela-nos uma ironia um tanto perversa e cáustica: a hora da estrela de Macabéa é quando morre atropelada por uma Mercedez-Benz, cuja logomarca vem a ser uma estrela. Letra E Letra A Questão direta de intepretação do belo poema de Manuel Bandeira. Sem maiores comentários. 7
Um sentimento exacerbado e de raiz romântica inviabilizou a letra A, evidentemente errada. Letra A O texto de João Cabral de Melo Neto coloca em evidência a rusticidade da plantação da cana-deaçúcar (grafia oficial com hífen), mas sim a sonoridade existente num canavial, tão bem abordada nas outras alternativas. Seria de bom tom que o ITA reconsiderasse tal gabarito. Gabarito oficial: E; Nosso gabarito: B 8