FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA: NOVAS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES.

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Transcrição:

FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA: NOVAS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES csigaran@terra.com.br

Modelo Patriarcal Foi critério de medida para compreender a família durante muito tempo, embora ainda hoje tenha influência. Predominou, principalmente, entre o século XVI e XIX.

Contexto: Pré-capitalista; Agrícola; Grande influência da Igreja; Fundamentos Básicos: União do casal acontecia através do acordo; demarcada diferença entre homem e mulher, pai e mãe, trabalho e não trabalho, provedor e dona de casa, dimensão pública e privada. A sexualidade feminina era preservada; principal valor da mulher: maternidade; Vínculos: Indissolúveis, Monogâmicos, ligados à reprodução e ao prestigio social; Fontes de legitimidade: Comunidade e família extensa; Estrutura Típica: Família Extensa; Casal sem domicílio próprio, vivia nas fazendas, sítios agrícolas; Natalidade: Regulada pela sociedade e família extensa: máximo de filhos e máximo de mão de obra. Função Parental: Delegada à família extensa. Grande participação dos avós. Foco: No social, no grupo e não no indivíduo

Modelo Moderno consolida-se no século XIX e vai até meados do século XX

Contexto: Plenamente Capitalista, Industrial. Influência da Igreja diminui; Fundamentos Básicos: Surge a igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, ainda que de forma mais teórica do que real; a mulher começa a trabalhar fora, mas a participação do homem ou da mulher na área pertencente ao outro ainda é eventual, descontínua e não valorizada. Vínculos: união através da paixão; relacionamento idealizado; Fontes de legitimidade: É o casal que se define soberanamente; Estrutura Típica: Família Nuclear; Fronteira claramente estabelecida: pai, mãe e filhos/ Adulto e criança/ Vida pública e Vida privada. Os adultos são porta vozes da autoridade, detentores do saber e poder; Natalidade: Regulada pelo casal, é voluntária; Função Parental: Quem cuida é o pai e a mãe; o pai já está mais presente na vida dos filhos. Foco: Fechada em seus laços familiares;

Modelo Contemporâneo meados do século XX até a atualidade

Contexto: Pós-industrial e pós-produtivo. Caracterizado pelos serviços e consumo da produção. Expansão dos meios de comunicação; Fundamentos Básicos: Romantismo é convertido em busca de prazer e conforto; Prazer individual e imediato é a finalidade da vida; A igualdade entre homem/mulher já é um fato reivindicado politicamente, gerando crise dos padrões do ser homem e ser mulher ; Deveres e privilégios são compartilhados; Vínculos: Escolha Mútua; Trazem, em si, a possibilidade de serem dissolvidos; Fontes de legitimidade: Mais centrada no indivíduo do que no casal; Estrutura Típica: Família Reorganizada, com possibilidades plurais de representação; É formada por laços de consanguinidade ou não; Existe a separação dos papeis conjugais e parentais; Natalidade: Reduzida drasticamente; Regulada pelo prazer e conforto; A sexualidade é desvinculada da reprodução ou de uma resposta feminina ao desejo masculino; Função Parental: Existe uma equação de parentalidade: pai, mãe, madrasta, padrasto e outros que assumem esta função; é enfatizada a atenção aos desejos, às ideias e aos projetos dos filhos; O poder das mães é crescente. Foco: Centrado no prazer do individuo;

As famílias não são 100% contemporâneas, 100% modernas ou 100% tradicionais. Habitual: Equação em que coexistam os 3 modelos, na maioria das vezes de forma conflituosa.

ALGUNS FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA A EXPANSÃO DO MODELO CONTEMPORÂNEO FAMILIAR E AO MESMO TEMPO DESESTABILIZARAM A FAMÍLIA NAS ÚLTIMAS DÉCADAS: Crescimento da economia Movimento da Mulher: Independência econômica, sexual, escolaridade crescente, busca de outros prazeres além da criação de filhos; O poder do homem, baseado na relação econômica, como único provedor, cai em contradição, ao mesmo tempo em que lhe é permitido abrir o seu campo afetivo; Mudanças jurídicas passam a garantir direitos tanto à mulher quanto para os homens; Questionamento sobre a discriminação de outros grupos: homossexuais, étnicos, etc.; Revoluções da informação, ciência e tecnologia abalam os sistemas de crenças da vida privada familiar, com diferentes padrões de comportamento e forte apelo ao consumo.

FATORES: EXPANSÃO/ DESESTABILIZAÇÃO Dificuldade por parte dos pais de manter sob controle o que será transmitido a seus filhos, minando a condição que garantia a transmissão estável de valores e padrões de comportamento entre as gerações; Diminui o contato com avós, primos, tios... A ascendência tem mais valor que a descendência. A inovação suplantou a tradição; as novidades substituem o permanente e quebram autoridades (familiares e escolares); Contato íntimo com pessoas vindas de outras famílias, acumulando vínculos profundos com pessoas que não fazem parte do núcleo original de suas vidas (madrastas, padrastos, enteados...) Fronteiras de identidades entre os dois sexos passam a ser fluidas e permeáveis, com possibilidades plurais de representação (homem dono-de-casa, mãe e pai solteiros, mulher chefe de família, casais homossexuais masculinos ou femininos, parceiros masculinos mais jovens, casal sem filhos por opção, produção independente, bebê de proveta; uniões transculturais; poliamor...);

A abertura da vida privada familiar tem participado cada vez mais intensamente da construção da identidade do indivíduo, levando muitas vezes a uma crise na representação desta identidade: Quem sou eu? Como educar meus filhos? Posso confiar neste grupo? A quem eu devo seguir?

Na tentativa de responder a estas questões uma saída tem sido a busca da família idealizada do passado como modelo para a construção de um futuro. Tal movimento leva ao impedimento da legitimação da Família Contemporânea.

Censo Demográfico / 2010 - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Dos 190 milhões de brasileiros, os principais grupos são: - 60.002 (0,03%) são pessoas do mesmo sexo que vivem juntas - Essa foi a primeira vez que o IBGE incluiu no questionário uma pergunta para contabilizar o número de cônjuges do mesmo sexo.

E como os homens e as mulheres estão se movimentando na Família Contemporânea?

Os homens ainda mostram-se mais tradicionais em suas atitudes do que as mulheres, as quais mostram-se mais igualitárias. (Areias e Guimarães, 2004; Féres- Carneiro, 1995, 2001;Nicolau e Kosminsky, 2007; Strey et al, 2007; Scott Coltrane, 2000; Wagner et al, 1997)

HOMEM: Alicerces abalados, sem referências claras que o levem a sentir-se homem. - Possibilidade de abrir seu campo afetivo e renovar sua relação com a vida através da paternidade. Nolasco (2001)

Se a Adriana esperasse para conhecer melhor o Agenor, ela poderia ter tido uma boa surpresa, encontrando um homem que não deixaria para ela a responsabilidade pelos cuidados da casa. Mas a pressa, essa busca pelo prazer imediato, característicos do mundo atual, não permitiu que ambos pudessem se conhecer. Nem ele foi menos apressado do que ela, pois já saiu despejando nela o seu sonho de ter uma família. Esse é um dos riscos das mudanças contemporâneas: a pressa de buscar o prazer e ser feliz ou o medo de se envolver e ser infeliz, o que dificulta o encontro mais profundo entre os parceiros. Por outro lado, um grande ganho que tivemos foi a possibilidade de formar o casal que queremos ser, a família que queremos formar. Hoje, existe a possibilidade de buscar um parceiro que tenha a mesma forma de ser e de viver a

E as crianças e adolescentes, como estão se movimentando na Família Contemporânea?

Mundo Público Outras visões Transmissão Geracional Modelo do pais Mundo Privado A influência mais forte que as crianças recebem é dentro da família, quando pais/mães transmitem suas crenças e valores, às vezes sem ter consciência disso. Modelos de Identificação Variados (recriar padrões introjetados)

Mundo Público Outras visões Transmissão Geracional Modelo do pais Mundo Privado A influência mais forte que as crianças recebem é dentro da família, quando pais/mães transmitem suas crenças e valores, às vezes sem ter consciência disso. Modelos de Identificação Variados (recriar padrões introjetados)

Pais mais tradicionais passarão modelos mais tradicionais, pais que dividem tarefas ensinarão um modelo mais igualitário de papeis de gênero, ou seja, ensinarão um modelo mais contemporâneo de família.

A forma e a qualidade das relações familiares não está diretamente associada à estrutura da configuração familiar vivida, mas às narrativas que tais famílias constroem sobre elas mesmas, quer sejam de desqualificação ou de valorização de suas capacidades. Para a criança, independentemente da configuração familiar, é necessário que exista alguém que faça a função paterna, trazendo os limites ao lugar a ela destinado, e alguém que se encarregue amorosamente dos cuidados maternais. Deste desempenho é que depende a sólida constituição psíquica dos filhos. Educar, no contexto contemporâneo, é assumir riscos ante a geração seguinte, uma vez que não há mais compromissos com as tradições familiares. Este fato oportuniza liberdade para invenções, mas pode levar a falta de referências sobre o exercício destas funções parentais. Nesse sentido, é importante que estas famílias sejam auxiliadas a parar de comparar sua estrutura e funcionamento com padrões idealizados do passado, administrando seus medos e ameaças de rejeição pelo ambiente externo, que muitas vezes penaliza aqueles que transgridem a ordem estabelecida da família. É educando com a verdade, educando para compartilhar a vida com todas as diferenças, que poderão tirar melhor proveito de sua configuração e estabelecer melhores formas de interação e apoio entre seus membros, favorecendo seus lados fortes. É preciso reservar um lugar especial para cada criança, para cada família, e não pretender forçar as situações para poder se acreditar que somos uma família feliz!

Hoje, não se tem uma cartilha padronizada do que é ser família. Não existe uma família contemporânea prototípica, mas sua grande característica é a tolerância em relação à diversidade dos seus componentes, é a possibilidade de ser o que se deseja e é possível ser. É a possibilidade de construir a família que queremos. Mas sem deixar de lado os valores, a ética, princípios, sonhos e regras que se acredite necessário manter. Não é a ausência de responsabilidades e sim a oportunidade de estar ocupando o seu lugar preferido de identidade Estamos reaprendendo a ver o mundo. Nesta busca, é necessária a coragem de deixar para traz o velho mundo, sem deixar de dialogar com a cultura e com os processos históricos dos quais pertencemos. Nesse caminhar para o novo mundo, muitas coisas mudaram, mas há algo que continuará sempre sendo fundamental nos relacionamentos familiares: a qualidade de seus vínculos, isso é insubstituível. Creio que uma condição prévia para a compreensão e consolidação da Família, no Mundo Contemporâneo, é o Desejo de participar de uma EXPERIÊNCIA SINGULAR!

Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) A família deve ser "compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa" No conceito contemporâneo de família, o único requisito para a sua constituição não é mais jurídico e sim fático: o afeto. CSIGARAN@TERRA.COM.BR