ENDIVIDAMENTO E IMPACTOS NAS FINANCAS DO CONSUMIDOR

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Transcrição:

ENDIVIDAMENTO E IMPACTOS NAS FINANCAS DO CONSUMIDOR Fevereiro 2017

Oito em cada dez pessoas têm a percepção errada do significado de estar endividado, 33% acreditam que estão endividados Embora mais de 58 milhões de brasileiros encontrem-se atualmente endividados e com o nome sujo, muitos deles não entendem sua situação como um todo. Ao mostrarem que não compreendem, de fato, o conceito do endividamento, essas pessoas estão se submetendo a riscos consideráveis para o desequilíbrio do orçamento pessoal. A pesquisa Endividamento e impactos nas finanças do consumidor, conduzida pelo SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), procurou mapear o comportamento com relação a administração dos gastos; assim como inadimplência e motivos do não pagamento dos compromissos assumidos. Os resultados indicam que oito em cada dez entrevistados possuem noção equivocada sobre o que vem a ser uma pessoa endividada (76,7%). A ideia mais recorrente entre os entrevistados é a de que se trata de alguém que possui contas em atraso/sem pagar (45,4%, aumentando para 51,8% na Classe A/B), seguida daqueles que acreditam tratar-se de alguém que teve o nome registrado em bureaus de crédito (31,3%, aumentando para 35,3% entre as mulheres e 34,2% na Classe C/D/E). Somente 20,8% da amostra compreendem, corretamente, que endividado é alguém com parcelas a vencer de compras/empréstimos. Três em cada dez acreditam que estão endividados (32,6%), sobretudo na faixa etária de 35 a 54 anos (40,9%) e na Classe C/D/E (36,2%). Quase a metade da amostra deixou de pagar/pagou alguma pelo menos uma conta em atraso nos últimos 12 meses (46,3%), principalmente nas faixas etárias de 18 a 34 anos (47,8%) e de 35 a 54 anos (53,1%), além dos que pertencem à Classe C/D/E (50,2%). As contas em atraso mais mencionadas são o cartão de crédito (18,9% do total de entrevistados), a conta de luz (17,4%, aumentando para 19,0% na Classe C/D/E) e a internet (13,5%, com aumento de 4,0 p.p em relação a 2015). 2

DEIXOU DE PAGAR/PAGOU ALGUMA CONTA COM ATRASO NOS ÚLTIMOS 12 MESES? RESPOSTAS GERAL DEZ/2015 GERAL DEZ/2016 Não, paguei todas as minhas contas em dia 42,5% 45,0% Sim, cartão de crédito 23,0% 18,9% Sim, conta de luz 17,9% 17,4% Sim, internet 9,5% 13,5% Sim, celular/telefone fixo 12,5% 10,4% Sim, conta de água 10,1% 10,2% Sim, TV por assinatura 12,7% 8,6% Sim, parcelas de outras compras 6,2% 7,7% Sim, crediário de lojas 12,0% 6,0% Sim, o limite do cheque especial 5,3% 4,9% Sim, empréstimos 7,7% 4,6% Sim, IPVA 3,9% 4,2% Sim, aluguel 4,0% 3,6% Sim, IPTU 5,4% 3,2% Sim, escola/faculdade 4,1% 3,0% Sim, plano de saúde 3,0% 3,0% Sim, prestação de carro/moto - 3,0% Sim, condomínio 2,5% 2,8% Sim, parcela do imóvel (casa, apartamento, lote) 0,8% 0,8% Sim, pensão alimentícia - 0,5% Não sabe 4,4% 8,7% Considerando apenas aqueles que deixaram de pagar ou pagaram alguma conta com atraso nos últimos 12 meses, 64,7% tiveram o nome incluído em cadastros de restrição ao crédito, sobretudo na Classe C/D/E (69,2%). 14,8% dos que já atrasaram contas já limparam o nome (com queda de 7,2 p.p em relação a 2015) e 49,9% ainda estão negativadas (aumentando para 53,1% na Classe C/D/E). Considerando apenas aqueles que deixaram de pagar ou pagaram alguma conta com atraso nos últimos 12 meses, 65% tiveram o nome negativado 3

Após a negativação, 89% mudaram a forma de administrar os gastos. Portabilidade de crédito é pouco utilizada por boa parte dos endividados Ter o nome sujo fez com que praticamente nove em cada dez pessoas mudassem, de alguma forma, o modo como lidam com o dinheiro (88,6%), sendo que as atitudes mais mencionadas são: pensar muito antes de fazer compras (33,8%, com aumento de 17,0 p.p em relação a 2015), controlar todos os gastos (29,6%, com queda de 17,2 p.p em relação a 2015) e comprar apenas quando podem pagar à vista (27,1%, com aumento de 16,5 p.p em relação a 2015). MUDANÇA NA FORMA DE ADMINISTRAÇÃO DOS GASTOS APÓS A NEGATIVAÇÃO RESPOSTAS GERAL DEZ/2015 GERAL DEZ/2016 Sim, depois desta experiência penso muito antes de fazer compras 16,8% 33,8% Sim, comecei a controlar todos os meus gastos 46,8% 29,6% Sim, só compro quando posso pagar à vista 10,6% 27,1% Sim, não empresto mais meu nome a terceiros - 23,8% Sim, evito usar o cartão de crédito 11,2% 22,6% Sim, cancelei o cartão de crédito 4,3% 11,1% Sim, evito sair com amigos compradores/que incentivam as compras 0,7% 9,5% Sim, evito frequentar shoppings 3,0% 4,2% Sim, depois desta experiência passei a fazer mais compras, pois percebi que não é nada demais ter o nome sujo 0,5% 1,3% Não, continuo agindo da mesma forma 6,1% 11,2% Outro - 0,2% 4

Finalmente, a pesquisa indica que somente 10,5% dos entrevistados garantem ter feito portabilidade de crédito/transferência de dívida para reduzir juros. A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, ressalta que os brasileiros ainda precisam conhecer melhor os benefícios da portabilidade: Trata-se de algo novo no país, pois a regulamentação do Banco Central foi feita apenas em 2014. Muita gente nem ouviu falar, mas, na verdade, é simples: se o consumidor tem uma dívida e encontra um banco disposto a oferecer condições melhores, é um direto dele migrar de instituição. É como se o novo banco estivesse comprando a dívida, o que pode significar juros e custos menores, por exemplo. Vale acrescentar que o banco atual onde o consumidor tem a dívida é obrigado, por lei, a fornecer todas as informações necessárias ao processo de negociação da portabilidade. Além disso, a instituição que se propõe a adquirir a dívida não pode, em nenhuma hipótese, realizar a chamada venda casada, condicionando a portabilidade à aquisição de qualquer serviço ou produto com exceção da conta corrente, caso o pagamento das parcelas seja feito com débito em conta. 5

CONCLUSÕES 76,7% possuem noção equivocada do termo endividamento. A ideia mais comum é a de que se trata de alguém que possui contas em atraso/sem pagar (45,4%), seguida daqueles que acreditam tratar-se de alguém que teve o nome registrado no SPC/Serasa (31,3%). Somente 20,8% da amostra compreendem corretamente que endividado é alguém com parcelas a vencer de compras/empréstimos. 32,6% acreditam que estão endividados. 46,3% deixaram de pagar/pagaram alguma conta em atraso nos últimos 12 meses. As contas em atraso mais mencionadas são o cartão de crédito (18,9%), a conta de luz (17,4%) e a internet (13,5%). Considerando apenas aqueles que deixaram de pagar ou pagaram alguma conta com atraso nos últimos 12 meses, 64,7% tiveram o nome incluído em cadastros de restrição ao crédito. 49,9% ainda estão negativadas. Ter o nome sujo fez com que 88,6% mudassem, de alguma forma, o modo como lidam com o dinheiro. As atitudes mais mencionadas são: pensar muito antes de fazer compras (33,8%), controlar todos os gastos (29,6%) e comprar apenas quando podem pagar à vista (27,1%). 10,5% garantem ter feito portabilidade de crédito/transferência de dívida para reduzir juros. 6

METODOLOGIA Público-alvo: residentes em todas as capitais brasileiras, com idade igual ou superior a 18 anos, ambos os sexos e todas as classes sociais. Método de coleta: pesquisa realizada via web e pós-ponderada considerando sexo, idade, escolaridade, classe e região do país. Tamanho amostral da pesquisa: 606 casos, gerando margem de erro no geral de 4,0 p.p para um intervalo de confiança a 95%. Data de coleta dos dados: 16 a 23 de novembro de 2016. 7