IMPACTOS DA CRISE ECONÔMICA NA GESTÃO DAS FINANÇAS PESSOAIS FEVEREIRO 2018

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1 IMPACTOS DA CRISE ECONÔMICA NA GESTÃO DAS FINANÇAS PESSOAIS FEVEREIRO 2018

2 CRISE ECONÔMICA FEZ SETE EM CADA DEZ BRASILEIROS MUDAREM HÁBITOS EM RELAÇÃO AO DINHEIRO Atividade econômica deprimida, dificuldade para encontrar emprego, renda per capta reduzida, mudanças nos hábitos de consumo... Nos últimos anos os brasileiros foram obrigados a enfrentar um cenário bastante adverso. A recessão tomou conta das conversas no trabalho e do noticiário e do dia a dia das pessoas mas quais têm sido, de fato, as consequências disso no dia a dia do consumidor? Uma pesquisa recente do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes lojistas CNDL investigou a percepção e os efeitos dos impactos da crise financeira no orçamento das famílias, bem como as atitudes com relação às finanças para E a primeira constatação é que sete em cada dez pessoas ouvidas mudaram seus hábitos em relação ao dinheiro por causa da crise econômica (72,3%). Somente 19,1% garantem não ter feito mudanças, enquanto 8,6% não souberam responder. O orçamento mais curto fez com que muitas famílias modificassem a rotina de compras em vários aspectos, além de repensar algumas de suas prioridades. Assim, por exemplo, 55,3% passaram a evitar compras de bens supérfluos (aumentando para 67,9% entre os mais velhos e 69,1% na Classe A/B) e 55,2% reduziram os gastos com lazer, enquanto 54,0% passaram a fazer pesquisas de preço antes de adquirir um produto (aumentando para 63,8% na Classe A/B) e 51,7% a ficaram mais atentos às promoções, buscando preços menores (aumentando para 57,7% entre as mulheres e 65,6% na Classe A/B). 2

3 De modo geral, estabelecer estratégias a fim de diminuir as despesas em casa passou a ser comum para boa parte dos entrevistados: 51,5% buscaram economizar nos serviços de luz, água e telefone, pensando no valor da conta (aumentando para 70,7% entre os mais velhos e 61,9% na Classe A/B), ao passo em que 45,9% adotaram a substituição de produtos por marcas similares mais baratas, 44,4% passaram a controlar os gastos pessoais e/ou da família (aumentando para 62,4% na Classe A/B) e 43,1% passaram a evitar parcelamentos muito longos (aumentando para 54,6% na Classe A/B). Por outro lado, observa-se que a atitude menos adotada a partir da crise econômica foi o hábito de poupar ao menos uma parte dos rendimentos, mencionada por apenas 26,0% das pessoas ouvidas na pesquisa com percentuais semelhantes para fatores como gênero, idade e classe social. De fato, em momentos de aperto financeiro é mais difícil para o consumidor constituir reserva financeira quando a prioridade é pagar as contas e manter demais compromissos em dia. Cada família encontrou um jeito de lidar com a situação, sempre com o mesmo objetivo: fazer as despesas caberem no orçamento da casa. Em momentos de sufoco financeiro é importante os consumidores ficarem mais atentos aos gastos com itens supérfluos ou desnecessários e controlarem os gastos pessoais, mas atitudes como estas são recomendáveis em qualquer contexto para uma prosperidade financeira. destaca a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. 3

4 83% PRETENDEM MANTER OS HÁBITOS QUE ADQUIRIRAM DURANTE A CRISE Quais seriam por sua vez, os sentimentos evocados pela mudança de hábitos em decorrência da recessão? Nesse caso, o estudo indica que quatro em cada dez entrevistados sentiram alívio e tranquilidade por não estourar o orçamento (42,3%), enquanto 36,2% relatam a alegria por conseguir manter pelo menos o essencial (aumentando para 44,7% na Classe A/B). Em contrapartida, 32,5% mencionam a frustração por deixar de comprar certos produtos que gostam e 30,8% falam na limitação/impotência por querer e não poder comprar. Além disso, um em cada cinco consumidores se sente constrangido por não poder dar para família o que eles desejam (21,2%). SENTIMENTOS QUE TEVE COM RELAÇÃO À MUDANÇA DE HÁBITO Alívio e tranquilidade por não estourar o orçamento Alegria por conseguir manter pelo menos o essencial Frustração por deixar de comprar certos produtos que gosta Limitação/impotência por querer e não poder comprar 42% 36% 32% 31% Constrangimento por não poder dar para família o que eles desejam 21% Outros 1% 4

5 De qualquer forma, as mudanças proporcionadas por todo esse contexto parecem ter sido bem assimiladas pela grande maioria dos entrevistados: supondo que a situação do país melhore em 2018, 82,8% pretendem manter os hábitos que adquiriram durante a crise e somente 8,1% pretendem abandoná-los. Essa disposição para manter atitudes adotadas no período de adversidades está relacionada a efeitos claramente positivos nas finanças pessoais. Assim, por exemplo, 51,9% poderiam dar continuidade aos hábitos adotados por terem conseguido administrar melhor o orçamento (aumentando para 65,7% na Classe A/B), enquanto 51,2% dizem ter aprendido a economizar dinheiro, 49,6% passaram a controlar o impulso por compras e 46,9% aprenderam a fazer compras melhores. O QUE LEVARIA A DAR CONTINUIDADE AOS HÁBITOS EM RELAÇÃO AO DINHEIRO ADQUIRIDOS DURANTE A CRISE Consegui administrar melhor o meu orçamento Aprendi economizar dinheiro Aprendi a controlar meu impulso de compras Aprendi a fazer compras melhores Vi que manter uma vida financeira regrada não tem nada de ruim 52% 51% 50% 47% 41% Aprendi a fazer projeto para o futuro 31% Outros 1% Por outro lado, o desejo de recuperar o antigo padrão de consumo levaria parte das pessoas ouvidas a abandonar as práticas adquiridas no período de adversidades. Dentre aqueles que mudaram seus hábitos em relação ao dinheiro durante a crise, mas voltariam ao antigo padrão de comportamento em caso de melhora do cenário em 2018, 44,0% fariam isso por que no fim do momento de privação, iriam querer voltar ao tipo de vida que tinham antes, ao passo em que 26,2% não se sentem mais inseguros em relação ao futuro e por isso não precisam mais controlar-se, 23,3% têm dificuldades em manter uma vida financeira regrada e 23,1% gostam de comprar boas marcas, mesmo que sejam mais caras. 5

6 Finalmente, considerando o aprendizado obtido durante a recessão, o estudo indica que é muito difícil passar por isso sem modificar ao menos algum aspecto do comportamento em relação às finanças pessoais. Mais da metade da amostra, por exemplo, passou a pesquisar preços (54,8%), enquanto 48,5% começaram a ter mais controle sobre as compras por impulso (aumentando para 57,0% na Classe A/B) e 46,0% aprenderam a organizar os gastos (aumentando para 54,9% na Classe A/B). Somente 2,6% da amostra afirmam que não tiveram nenhum aprendizado. PESQUISA DE PREÇOS E CONTROLE DAS COMPRAS POR IMPULSO SÃO OS PRINCIPAIS APRENDIZADOS DA CRISE Foram quase três anos consecutivos de recessão, que se estendeu de meados de 2014 ao final de 2016, mas a economia brasileira voltou a crescer em 2017, ainda que em ritmo bastante lento. Esse início de recuperação conta também com alguma recuperação do consumo das famílias estimulado, por sua vez, tanto pela medida que librou o FGTS no primeiro semestre do ano passado quanto pela queda da inflação e dos juros. Por outro lado, o quadro geral da economia ainda é ruim, com poucos reflexos positivos diretos no dia a dia do consumidor. Portanto, é importante que as pessoas mantenham a prudência nos gastos e priorizem o planejamento e o controle do orçamento. 6

7 METODOLOGIA PÚBLICO-ALVO MÉTODO DE COLETA TAMANHO AMOSTRAL DA PESQUISA DATA DE COLETA DOS DADOS Residentes em todas Pesquisa realizada via 805 casos, gerando margem 10 a 22 as capitais brasileiras, web e pós-ponderada de erro no geral de 3,5 de novembro com idade igual ou considerando sexo, p.p. para um intervalo de de superior a 18 anos, idade, escolaridade, confiança a 95%. ambos os sexos e todas classe e região do as classes sociais. país. 7

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