1) Maturação da cana Colheita da cana e analise da qualidade do caldo A maturação da cana é o aumento da concentração de sólidos solúveis no caldo; especialmente da sacarose. A maturação da cana é influenciada pela temperatura, teor e água disponível no solo, fertilidade do solo, estado nutricional, idade das plantas e variedades. Baixas temperaturas associadas ao déficit hídrico são os principais fatores climáticos responsáveis pela maturação da cana. A fertilidade do solo, principalmente a disponibilidade de nitrogênio e de potássio, influencia na maturação da cana: em condições de maior disponibilidade de N e K a cana-de-açúcar atrasa a maturação. Há grande efeito varietal na maturação da cana e, de um modo geral, as variedades têm sido classificadas, quanto à maturação, em precoces, medias e tardias. Ante ao exposto pode-se conceituar a maturação da cana como sendo o resultado da ação de vários mecanismos bioquímicos, influenciados pelas condições edafoclimáticas, que envolve a síntese, a translocação e o acúmulo de sacarose no colmo. 2) Ação das enzimas de síntese e hidrolise da sacarose Em cana-de-açúcar a síntese de sacarose ocorre inicialmente nas folhas, sendo realizada pelas enzimas sintetase da sacarose e sintetase da sacarose fosfato, localizadas nos cloroplastos. A hidrolise da sacarose produz glicose e frutose, e é medida pelas invertases vacuolares, também designadas sacaroses. A glicose e a frutose apresentam a propriedade de reduzir o cobre da forma cúprican (Cu 2+ ) para a cuprosa (Cu + ), em meio alcalino. 3) Métodos utilizados para avaliar a maturação da cana Há vários métodos para se avaliar a maturação da cana, sendo alguns bem subjetivos e exigindo maior experiência do avaliador. Um desses é a aparência do canavial, que quando maduro apresenta-se com muitas folhas secas e maduras e, consequentemente poucas folhas verdes. Os métodos refratométricos e polarimétricos, que utilizam respectivamente o refratômetro e o polarímetro, são os mais usados. Alguns pequenos produtores rurais também realizam a densimetria do caldo para avaliar a maturação da cana, principalmente para calcular a necessidade de diluição do caldo para a fermentação. * (Foi realizado em aula a determinação da quantidade de sólido solúveis por densimetria) A relação entre teor de sacarose aparente, determinada por polarimetria, da base e da ponta do colmo industrializável também tem sido utilizada para se avaliar a maturação da cana.
Tabela 1 Maturação da cana baseada na relação entre a sacarose aparente da ponta e da base do colmo. Cana Madura Maturidade média Em início de maturação Imatura ou verde Relação sac. ponta do colmo / sac. base colmo 85 a 100% 70 a 84% 60 a 69% Menor que 59% 4) Avaliação do acúmulo de matéria seca (MS) na parte aérea da cana e da produção de colmos Diversos métodos têm sido utilizados, mas na maioria dos trabalhos faz-se uma amostragem de determinada área. Exemplo: Dados: 1- Área de amostragem: 2 cm de sulcos. 2 - Espaçamento entre sulcos = 1,2 m. 3 - Massa de toda parte aérea da cana = 36 Kg.
Cálculos: 4 - Massa de colmos industrializáveis = 28,8 Kg. 5 - Massa de matéria natural (MN) da sub-amostra de toda parte aérea = 150 g. 6 - Massa de MS da sub-amostra de toda a parte área = 45 g. 1. Acúmulo de MN na parte aérea. Em 2,4 m 2 (2 m x 1,2 m) 36 kg Em 10.000 m 2 X kg X = 150.000 kg MN 150 t de MN/ha. 2. Produção de colmos industrializáveis Em 36 kg de MN 28,8 kg de colmos industrializáveis Em 150.000 kg de MN X kg de colmos industrializáveis X = 120.000 kg de colmos 120 t de colmos/ha. 3. Acúmulo de MS na parte aérea Em 150 g = 0,15 kg de MN 45 g = 0,045 kg de MS Em 150.000 kg de MN X kg de MS X = 45.000 kg MS 45 t de MS/ha. 5) Pagamento da cana A cana foi paga, em diversas unidades sucroalcooleiras, até 1997 pelo teor de sacarose aparente do caldo, designado de PCTS. (iniciais de: Pagamento de cana pelo teor de sacarose). A partir de 1998 algumas unidades sucroalcooleira iniciaram a implementação do sistema de pagamento da cana pelo total de açúcares recuperáveis, designado gramaticalmente incorreto de Açúcar Total Recuperável (ATR). O pagamento da cana pelo total de açúcares recuperáveis é um aprimoramento do PCTS, e inclui, além da sacarose, dos açucares redutores, da eficiência de extração e industrialização, o percentual da produção destinado à fabricação de álcool e açúcar e também o preço de comercialização. É, portanto um sistema que adota diversas variáveis para o pagamento da cana e também no qual o fornecimento da cana é um parceiro da usina / destilaria. Nos estados produtores de cana há um conselho de produtores de cana-de-açúcar que estabelece normas para o pagamento da cana pelo total de açúcares recuperáveis, designados abreviadamente de CONSECANA.
Os CONSECANA elaboram algumas fórmulas para se avaliar a qualidade da cana, mas esta avaliação também pode ser realizada de forma mais simples, como se exemplifica a seguir. 6) Qualidade do caldo e a produção de sacarose Os colmos da cana-de-açúcar são constituídos basicamente do caldo, e seus solutos, e da parte não solúvel, também chamada de fibra ou bagaço. Em média a composição do colmo é: Comentário: o teor de fósforo inorgânico (Pi) do caldo deve situar-se em torno de 150mg/dm 3 para que ocorra uma boa clarificação do caldo durante a fabricação do açúcar. A presença do amido, ceras e K, dentre, é fator detrimental à classificação e a qualidade do açúcar produzido. 7) Algumas designações adotadas pelo setor sucroalcooleiro. 7.1) Pureza do caldo: % de sacarose na fração açucares.
7.2) Açúcares redutores: glicose e frutose 7.3) POL, abreviatura da palavra polarização, utilizada incorretamente para designar sacarose aparente. Comentar sobre outros métodos de determinação da sacarose. POL = desvio de luz polarizada. Leitura polarimétrica. Azul na determinação de P em extratos de solos ou plantas por analogia. x kg de P por ha. 7.4) Cálculos com base no exemplo do item 4. 120 t de colmos industrializáveis por ha. Passar a amostra de colmos (28,8 kg) na picadeira de forragem homogeneizar retirar uma sub-amostra de 1 kg pesar exatamente 500g do colmo prensar. (250 kg / cm 2 por 60 segundos (± 5 segundos) recolher o caldo e medir o volume filtrar o caldo em papel de filtro sub-amostra do caldo será utilizada para determinar a % de sólidos solúveis, por refratometria classificar o caldo, usando clarificante a base de alumínio fazer a leitura da concentração de sacarose aparente no caldo clarificado. Esta leitura é realizada no polarímetro ou sacarímetro. Exemplo: Em 500g de colmo 0,5 kg 350 ml de caldo = 0,35 L Em 120.000 kg de colmos X L de caldo X = 84.000 L de caldo Em 100mL = 0,1 L de caldo 17 g = 0,017 kg de sacarose Em 84.000 L de caldo X kg de sacarose aparente X = 14.280 kg de sacarose 14,2 t de sacarose aparente / ha
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