BALANCED SCORECARD E SUA CONTRIBUIÇÃO NA GESTÃO FINANCEIRA EMPRESARIAL Arthur Elias Orlandin 1 Diana de Almeida e Silva 2 INTRODUÇÃO Esta pesquisa apresenta como tema central o Balanced Scorecard e sua contribuição na gestão financeira empresarial e tem como objetivo geral analisar as contribuições dos indicadores financeiros do Balanced Scorecard em uma empresa do setor têxtil. Desta maneira, em metas específicas, se desenvolverá uma contextualização sobre as ferramentas financeiras de gestão empresariais mais utilizadas pelas organizações, verificar os principais indicadores sugeridos pelo BSC nas quatro perspectivas de análise do mesmo, identificar os principais indicadores utilizados pelas empresas do setor têxtil em nível nacional e por fim sugerir uma aplicabilidade dos indicadores financeiros do Balanced Scorecard. O BSC possui a grande vantagem de simplificar o sistema de gestão empresarial para direcioná-lo a atingir os objetivos e metas estipulados pelo mesmo. Além disso, funciona como um painel de controle, o qual organiza informações estratégicas em um conjunto de indicadores que permitem a localização de problemas, definem os rumos do negócio, preveem turbulências e explicam para qual caminho a empresa está indo. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A proposta está fundamentada a partir de (Kaplan e Norton). Nesse sentido, a discussão teórica aborda a contextualização das ferramentas financeiras de gestão empresarial, verifica os principais indicadores sugeridos pelo Balanced Scorecard, identifica os principais indicadores utilizados pelas empresas do setor têxtil em nível nacional e por fim, visa a sugerir uma aplicabilidade dos indicadores financeiros do Balanced Scorecard. As ferramentas financeiras de gestão empresarial caracterizam-se por serem grandes auxiliadoras aos gestores por demonstrarem a capacidade de liquidação da entidade. Ao mesmo tempo, permitem uma ampla observação quanto a um quadro futuro de tomada de 1 Aluno(s) do Curso de Ciências Contábeis da FSG. 2 Professor Orientador do TCC.
decisões. Sob esta perspectiva, a partir de Oliveira, Júnior e Silva, entre as principais podemos citar o Balanço Patrimonial, o qual evidencia toda a situação patrimonial e financeira da empresa. O Demonstrativo de Resultado de Exercício corresponde às causas que desencadearam as modificações no patrimônio empresarial através das receitas de vendas ou serviços prestados, bem como as deduções, despesas e custos diretos e indiretos auferidos. Sob uma perspectiva futura, o fluxo de caixa tem a função de transparecer a saúde financeira da organização evidenciando todas as entradas e saídas de recursos de caixa ocorridos e projetados em longo prazo. E, sob o foco de geração de caixa, o Ebitda surge como um medidor capaz de evidenciar a capacidade que a organização possui em fazer caixa exclusivamente pelos seus processos operacionais. O Balanced Scorecard, segundo Kaplan e Norton, sugere indicadores financeiros voltados principalmente à geração de valor sob o capital investido. Ele concentra, sob a perspectiva de clientes, processos internos, aprendizado e crescimento e financeiramente, todos os recursos e capacidade presente na entidade para atender em determinado prazo o objetivo estratégico traçado, levantando indicadores de medição específicos para cada uma das quatro perspectivas. A análise de clientes visa a verificação da maior participação no lucro e faturamento da empresa. Os indicadores concentram-se na participação de mercado, retenção de clientes, desenvolvimento de novos produtos. O quadro financeiro é visto como consequência de todas as demais perspectivas uma vez que o principal objetivo da organização é o de obter lucro futuro. É necessária uma avaliação diferente para cada estágio financeiro a qual a empresa se encontre: crescimento, sustentação e colheita. As principais medidas se concentram na receita operacional, retorno sobre o investimento, lucratividade e aumento da receita. Os processos internos podem ater-se àqueles considerados críticos ou essenciais para atingir aos objetivos estratégicos da organização. As medidas de desempenho se concentram nas perdas, desperdícios e retrabalhos registrados. Através do treinamento e conhecimento adquiridos pelos colaboradores a empresa garante sua sobrevivência e a geração e valor através de indicadores de satisfação interna, rotatividade de funcionários e sua retenção. Para fins de comparabilidade serão verificado e analisado os indicadores financeiros utilizados por outras empresas do mesmo setor. Desta maneira obtêm-se uma justificativa para sugerir a criação de estratégias e mapeamento das mesmas adotando-se a aplicabilidade do Balanced Scorecard.
METODOLOGIA Quanto à metodologia, conforme Triviños e Gil, trata-se de uma pesquisa exploratória, uma vez que se caracteriza pela leitura do assunto e o escopo utilizado a respeito da analise foi o de estudo de caso. Em relação à abordagem da pesquisa, utilizou-se um instrumento predominantemente quali-quantitativo, pois foram realizados dois questionários: um direcionado para a quantificação e análise de dados referentes à entidade alvo do estudo e outro realizado juntamente a especialistas e profissionais da área de contabilidade. Sobre a delimitação da população e o objeto do assunto, a primeira entrevista foi realizada na própria empresa e teve como objeto o tema proposto para o trabalho, a segunda entrevista se efetuou através de cinco profissionais atuantes na área contábil com o objetivo de fornecer uma visão profissional do assunto. E sobre a técnica e coleta de dados, se concentraram em dados contábeis extraídos dos balanços e demonstrativos através dos quais se desenvolveram os questionários para a entrevista. Por fim, a análise de dados estes se concentrou ao âmbito financeiro da entidade, onde se podem verificar, através dos dados contábeis obtidos as informações necessárias para a realização da análise e consequentes propostas de intervenção. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS Foram identificados relatórios, demonstrativos, balanços e índices que a empresa faz uso tais como: ponto de equilíbrio; DRE gerencial; índices de liquidez e rotatividade de estoques. Para a realização de um planejamento estratégico a empresa realiza trimestralmente um acompanhamento de todas as informações transmitidas pelo escritório contábil através de Balanço Patrimonial. Além disso, em razão da realização de uma base para a geração de lucro, o escritório contábil faz um levantamento de ponto de equilíbrio o qual é elaborado a partir das receitas de vendas adquiridas no período, deduzindo os custos e despesas ocorridos no período em comparação aos últimos doze meses com um acumulado geral bem como uma média de todos os períodos. Também há a necessidade de controle de todas as deduções incidentes sobre a receita bruta e para isso a organização faz uso de um DRE gerencial mensal através do qual se verifica a representatividade que cada conta possui na redução do lucro líquido final. Para um planejamento futuro a entidade se utiliza de indicadores ou índices
financeiros, os quais, por sua vez, se concentram naqueles que evidenciam a capacidade que a empresa possui de liquidar suas obrigações e financiamentos. Para um aprimoramento do conhecimento, os especialistas na área de contabilidade revelam que os demonstrativos e balanços são de vital importância para as empresas uma vez que os gestores se valem disso para a tomada de decisões. Neste ponto o Balanced Scorecard visa um acompanhamento dos objetivos estratégicos traçados e metas estabelecidas, desde que estes estejam claros fixados de acordo com a sua estratégia de negócios para evidenciar a viabilidade da implantação. Dessa maneira os indicadores se moldariam aos objetivos estratégicos para atender às reais necessidades da empresa. Com isso, através da elaboração de um objetivo estratégico junto à organização, foi proposto um levantamento de indicadores nas quatro perspectivas BSC com a elaboração de um mapa estratégico gerando novos índices financeiros a serem observados. PERSPECTIVAS ESTRATÉGIA OBJETIVOS INDICADORES AÇÕES FINANCEIRA Lucratividade Aumento da lucratividade sem alteração no faturamento Lucratividade Retorno sobre o Capital Margem Líquida de contribuição Criação de um centro de controle de custos CLIENTES Aceitação do produto Diminuir as devoluções dos produtos adquiridos pelo cliente % de devoluções do período Medir a satisfação do cliente PROCESSOS INTERNOS Qualidade do produto Elaboração de produtos novos Elaboração de novos produtos e garantia da qualidade do produto final Quantidade de novos produtos desenvolvidos Taxa de retrabalho Pesquisas de novas tecnologias e criação de um controle de qualidade
Capacitação profissional APRENDIZADO E CRESCIMENTO Retenção de funcionários Retenção e capacitação profissional do colaborador Taxa de satisfação de colaboradores e treinamentos realizados Pesquisa de satisfação e treinamentos internos CONSIDERAÇÕES Com o principal objetivo de proporcionar ao gestor as contribuições geradas pelos indicadores financeiros do BSC na organização, a partir do planejamento estratégico que foi fixado pela empresa, se realizou um plano específico, objetivos, indicadores e ações a serem tomadas para cada perspectiva existente no BSC, a fim de alcançar a meta principal, bem como um acompanhamento contínuo do sistema. REFERÊNCIAS ALEX. Análise de Demonstrações Financeiras. Gitman. 2004. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/alex>. Acesso em: 25 set. 2010. ALMEIDA, Renilda Ouro de. BSC Novos Indicadores Empresariais. Publicado na Gazeta Mercantil/28 de Dezembro de 1999, pg 02. Disponível em: <http://www.perspectivas.com.br/artigono/renilda>. Acesso em: 09 out. 2010. BALZANI, Haylla Souza. Balanced Scorecard BSC: Uma Ferramenta de Gestão. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/haylla>. Acesso em: 09 out. 2010. FONTEDOSABER. A Importância do Fluxo de Caixa. Disponível em: < http://www.fontedosaber.com/administracao/a-importancia-do-fluxo-de-caixa_2.html>. Acesso em: 04 out. 2010. Fundamentus Invista Consciente. Disponível em: <www.fundamentus.com.br/graficos.php?papel=ptnt4&tipo=1>. Acesso em: 01 nov. 2010. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
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