Tensões, perspectivas e desafios do ensino médio no brasil: entre a obrigatoriedade e a evasão escolar.

Documentos relacionados
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

RESULTADO SISTÊMICO 2. Programa de busca ativa, inclusão e acompanhamento de crianças e adolescentes na escola implementado

Como enfrentar os desafios da heterogeneidade faixa etária e inclusão na EJA?

DETERMINANTES DA EQUIDADE NO ENSINO SUPERIOR: PERFIL E DESEMPENHO DE TRABALHADORES-ESTUDANTES

Autora: PATRÍCIA FONTES MARÇAL Orientadora: DINORA TEREZA ZUCCHETTI

RESOLUÇÃO DO CONSELHO SUPERIOR Nº 202/2016, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2016

O ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO COM DEFICIÊNCIA: CAMINHOS A SEREM PERCORRIDOS. Ana Laura Herrero Pereira¹; Juliana Mantovani²

Maratona SEDF Gran Online. Prof. Carlinhos Costa

A Conferência Nacional da Educação (Conae), realizada no período de 28 de março a 1º de abril de 2010, em Brasília-DF, constituiu-se num

Limites e possibilidades de uma política pública de avaliação da educação profissional e tecnológica na perspectiva emancipatória

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PROPOSTA DE MINUTA PARA INSTITUIR A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS DO IFES

A IMPLANTAÇÃO DO ENSINO DO DIREITO CONSTITUCIONAL NO CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO Letícia Oliveira Ramos 1 ; Joaquim Carlos Klein de Alencar 2

Dados e desafios dos anos finais do ensino fundamental no Brasil

Os Direitos da pessoa com TEA

ISBN QUALIDADE NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: E SUAS RELAÇÕES COM A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

EDUCAÇÃO DE JOVENS, ADULTOS E IDOSOS

OFERTA DA EDUCAÇÃO EM CACHOEIRA DO SUL: UM OLHAR SOBRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS

DIREITO À EDUCAÇÃO: ACESSO, PERMANÊNCIA E APROPRIAÇÃO DO CONHECIMENTO DA CRIANÇA PÚBLICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Direito Constitucional

A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO DISTRITO FEDERAL: CAMINHOS QUE DESAFIAM

Art O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

CONSTITUIÇÃO DO BRASIL 1988

DIREITO À EDUCAÇÃO: POLÍTICAS DE PLANEJAMENTO DAS TECNOLOGIAS E SUA INSERÇÃO NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CAMPO GRANDE MS

ENSINO MÉDIO DICIONÁRIO

Agenda de combate à pobreza no Brasil e seu efeito sobre as políticas públicas de educação. Roberta Sousa

AULA 03 ROTEIRO CONSTITUIÇÃO FEDERAL ART. 5º; 37-41; ; LEI DE 13/07/1990 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E C A PARTE 03

LEI DE RESPONSABILIDADE EDUCACIONAL

Estado do Rio Grande do Sul Conselho Municipal de Educação - CME Venâncio Aires

Educação voltada a jovens empreendedores: A atuação do SEBRAE no Estado de Pernambuco a luz da metodologia de Filion

IPET ED INFANTIL. Prof Zeza

Audiência Pública na Comissão Mista da Medida Provisória n. 746/2016 Senado da República, Brasília em 9/11/2016

Pp Elaine Laranjeira Souza

LDB Introdução. Conceito de Educação 12/07/2017

PROJETO DE LEI N o, DE O Congresso Nacional decreta:

O direito à educação de jovens e adultos: luta social e reconhecimento jurídico

Condições de Vida e objetivos educacionais: subsídios para um possível questionário suplementar na Pnad Contínua nos anos 2020.

CARTA DE GOIÂNIA - GO

CURRÍCULOS E PROGRAMA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Lei de Diretrizes e Bases

POEB - POLÍTICAS E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Regime de Colaboração: um desafio para a educação pública com qualidade

Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação e Diversidade NEPED/IFRN

O ACESSO E PERMANÊNCIA DOS ESTUDANTES NO ENSINO SUPERIOR E A PRÁXIS DO GESTOR

BNCC ENSINO FUNDAMENTAL

PARECER HOMOLOGADO(*) (*) Despacho do Ministro, publicado no Diário Oficial da União de 25/06/2007

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

OTÁVIO CALILE LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL - LDB

As Ações Afirmativas como Políticas Públicas de Inclusão Social no. Profa. Dra. Berenice Quinzani Jordão UEL BRASIL.

10 Ensinar e aprender Sociologia no ensino médio

TÍTULO: 11 ANOS DA LEI 10639/2003 E O ENSINO DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE SÃO PAULO

Mariléte Pinto de Oliveira UNISUL

ENSINO MÉDIO COM VISTAS A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Lei n.º de 20 de dezembro de 1996 Lei Orgânica e Geral da Educação no Brasil. Profº Carlinhos Costa

Tema - EDUCAÇÃO BRASILEIRA: Perspectivas e Desafios à Luz da BNCC

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CNE UNIÃO NACIONAL DOS DIRIGENTES MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO UNDIME BASE NACIONAL COMUM:

ENSINO MÉDIO INTEGRADO NO RIO GRANDE DO SUL: CONSIDERAÇÕES SOBRE A POTELICNIA E OS INSTITUTOS FEDERAIS

Fonte [1] A LDB, nos artigos 22 a 38, detalha no Capítulo II a Educação Básica (EB), a qual, consoante o art. 22, objetiva, in verbis, (...) desenvolv

PROC. Nº 0018/11 PLL Nº 001/11. Conforme pesquisa, EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

O PROCESSO DE EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL: ALGUNS DADOS e

LEGISLAÇÃO BÁSICA DA EDUCAÇÃO. Prof. Reginaldo Pinheiro

ETAPAS DE ENSINO DICIONÁRIO

Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira

Art A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno

Políticas Públicas e Legislação Educacional

V ENCONTRO ESTADUAL DOS CONSELHOS DE EDUCAÇÃO DO PARÁ OUT /2016 O PAPEL DOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO NOS SISTEMAS DE ENSINO

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei nº 9394/96. Prof. Carlinhos Costa

CENPEC SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO INTEGRAL

APONTAMENTOS SOBRE AS ATUAIS POLITICAS DE CURRÍCULO PARA O ENSINO FUNDAMENTAL RESUMO

LDB-LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL- art 21 a 26 8º

ENADE Relatório da IES FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS DOURADOS. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96

Resumo Aula-tema 03: Constituição Federal de 1988 e a educação

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

ENADE Relatório da IES UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS JATAÍ. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais PAÍS RICO É PAÍS SEM POBREZA

ENADE Relatório da IES UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS CATALÃO. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

CRIANÇA E ADOLESCENTE FORA DA ESCOLA NÃO PODE (EVASAO ESCOLA)

O Plano Nacional de Educação. Maria Alice Setubal, educadora e presidente dos conselhos do Cenpec e da Fundação Tide Setubal

FGV EBAPE. Educação Básica no Brasil: Desafios e possibilidades dos ensinos infantil e médio. Henrique Paim. 25 de Setembro de 2017

ENADE Relatório da IES UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS PELOTAS. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

ENADE Relatório da IES UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE GUARAPUAVA. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

ATIVIDADES ARTÍSTICAS E CULTURAIS PROMOVIDAS PELO PET- BIOLOGIA: Contribuindo na formação de professores de Educação Básica

A partir da década de 1990, no Brasil e no mundo, o paradigma tende a ser deslocado da integração para a inclusão. A Educação Inclusiva surgiu, e vem

INICIATIVAS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PARA A GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA: DA PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 À 1998

IMPACTOS DO GOLPE SOBRE AS POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO

ORGANIZAÇÃO E FINALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL

A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA: PERSPECTIVAS DA UNIDADE ESCOLAR E O PAPEL DO CUIDADOR

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Estudo sobre os problemas de infraestrutura e políticas públicas para escolas que atendem aos sujeitos rurais nos municípios e distritos de São Carlos

PEDAGOGIA. Currículo (Teoria e Prática) Componentes Curriculares. Professora: Nathália Bastos

LEGISLAÇÃO DO ENSINO E CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS. Profª Ana Paula F. Yajima

TERMO DE REFERÊNCIA PARA REVISÃO DO PLANO DIRETOR SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

ENADE Relatório da IES UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS GOIÂNIA. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO E COMBATE AO TRABALHO INFANTIL. Araucária 2016

Antônia Pereira da Silva Graduanda em Letras-Português pelo PARFOR da Universidade Federal do Piauí

REFLEXÕES SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO DO (A) PEDAGOGO (A) DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UFPB

EIXO 2: Políticas de educação básica e de formação e gestão escolar

Transcrição:

Tensões, perspectivas e desafios do ensino médio no brasil: entre a obrigatoriedade e a evasão escolar. Andréia Melanda Chirinéa Universidade Sagrado Coração e-mail: andreia.melanda@gmail.com Mayara Cristina Veronez da Silva Universidade Sagrado Coração e-mail: mayara_1908@hotmail.com Lívia Maria dos Santos Universidade Sagrado Coração e-mail: liviasantos28@hotmail.com Comunicação Oral Pesquisa em andamento. Eixo 2- Formação de professores, políticas educacionais e práticas educativas Introdução: O objetivo deste trabalho é discutir as principais causas da evasão escolar no ensino médio brasileiro, procurando entender o princípio da obrigatoriedade escolar frente ao desafio da implementação da lei 12.796/13, que alterou a LDB 9.394/96 e que institui obrigatoriedade dos quatro aos dezessete anos, ou seja, da pré-escola até o final do ensino médio. A pesquisa realizada tem cunho bibliográfico e tomou como base os dados apresentados pelo Anuário Brasileiro de Educação de 2014, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Além dessas fontes foram utilizados artigos, livros e capítulos de livros que tratam do tema estudado.

O trabalho é relevante, uma vez que contribui para o debate sobre a obrigatoriedade escolar no ensino médio, discute as principais causas da evasão dos alunos matriculados nesta etapa de ensino e as tensões geradas pelo sentido de obrigatoriedade da lei 9.394/96. Embora este trabalho não traga dados empíricos coletados, a autora Maria Marly de Oliveira (2007), lembra que a pesquisa bibliográfica se constitui no estudo e na análise de documentos de domínio científico tais como livros, periódicos, enciclopédias, ensaios críticos, dicionários e artigos científicos, sendo a principal finalidade, proporcionar aos pesquisadores o contato direto com obras, artigos ou documentos que tratem do tema em estudo. Nesta pesquisa, os dados coletados demonstram as causas e os principais embates sociais e políticas que provocam o abandono e a evasão dos alunos no ensino médio brasileiro. A concepção que se tem atualmente sobre a educação incorpora ideais democráticos e obrigatoriedade ao cenário educacional brasileiro. A Constituição expressa: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988). Como se observa, a educação é vista como processo formador que conclama a participação coletiva e colaborativa para que esta se desenvolva de maneira mais completa possível, visando os fins educacionais últimos, que dela se esperam. Assim, partilha responsabilidades entre Estado e família, contando com apoio e incentivo de toda a sociedade. A promoção da educação no contexto atual requer novos posicionamentos. Não há como se pensar em qualquer esfera de promoção de seu desenvolvimento que seja hermeticamente fechada aos anseios e percepções coletivas. No Estado despótico, os indivíduos singulares só têm deveres e não direitos. No Estado absoluto, os indivíduos possuem, em relação ao soberano, direitos privados. No Estado de Direito, o indivíduo tem, em face do Estado, não só direitos privados, mas também direitos públicos. O Estado de Direito é o Estado dos cidadãos (BOBBIO, 1992, p. 61). Portanto cabe ao Estado oferecer Educação gratuita e obrigatória a toda a educação básica, de acordo com a constituição federal de 88 e a LDB 9.394/96, a começar pela pré-escola (4 e 5 anos) e terminar no último ano do ensino médio.

Considerado a etapa final da educação básica, e inserido como nível de ensino obrigatório através da lei 12.796 de 2013, lei que altera a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº. 9.394/96, o Ensino Médio constitui hoje a última etapa da educação básica e tem por finalidade, segundo o Art. 22 da LDB 9.394/96: desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores São muitos os motivos que conduzem o estudante a abandonar seus estudos. Dentre eles, destacam-se os fatores internos, associados ao desenvolvimento psíquico do aluno, bem como os fatores externos de natureza socioeconômica como demonstra o gráfico abaixo. Jovens se veem obrigados a optar por trabalhar ao invés de estudar, devido à necessidade de contribuição para o sustento familiar. A tabela abaixo mostra o total de abandono no Ensino Médio no período compreendido entre 2007 e 2010. Período Total de Abandono no Ensino Médio 2007 13,2 %

2008 12,8 % 2009 11,5 % 2010 10,3 % Fonte: IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Séries Históricas e Estatísticas. O total de abandono pode ser explicado, questões relacionadas a aspectos socioeconômicos, relação do aluno com o ambiente escolar, com os professores, causas relativas às práticas pedagógicas e institucionais, como o currículo e a própria gestão da escola. Além dos aspectos socioeconômicos, o desinteresse dos jovens pelo ensino médio também se materializa nos problemas disciplinares e na violência nas relações escolares. Tais fatores aliam-se ainda: às condições precárias de oferta do ensino, contribuindo para o acirramento dos problemas enfrentados: escolas mal equipadas, professores despreparados, mal remunerados e, muitas vezes, cansados, sem tempo e espaço para desenvolverem uma educação mais apropriada ao público demandante (OLIVEIRA, 2010, p.275) Segundo Oliveira (2010) o acesso ao ensino médio é profundamente desigual entre as camadas da população: apenas 24,9% de jovens de 15 a 17 anos dos 20% mais pobres da população estudam no ensino médio, enquanto para os correspondentes 20% mais ricos o percentual se eleva para 76,3%. O fracasso escolar, para Snyders (2005), é o fracasso escolar da política vigente. Apesar dessa política vigente, o campo educacional tem muito ainda que fazer pela educação. Transformações que saiam do papel e se harmonizem com a realidade. Corrobora com esta perspectiva os dizeres de Krawczyk (2009, p.9): a evasão, que se mantém nos últimos anos, após uma política de aumento significativo da matrícula no ensino médio, nos revela uma crise de legitimidade da escola que resulta não apenas da crise econômica ou do declínio da utilidade social dos diplomas, mas também da falta de outras motivações para os alunos continuarem seus estudos. Segundo o INEP, em 2012 a oferta no ensino médio totalizou 8.376.852 matrículas, 0,3% menor que em 2011. Assim como em anos anteriores, a rede estadual continua a ser a maior responsável pela oferta de ensino médio, com 85% das matrículas. A rede privada atende 12,7% e as redes federal e municipal atendem juntas pouco mais que 2%. Dados revelam que, em 2007, o número de

matriculados no ensino médio era de 8.369.369 alunos, e a que a população entre 15 e 17 anos era de 10.262.468 jovens, já em 2011 esse de alunos era de 8.400.689, e a população era de 10.580.060 jovens. Esses dados revelam que apesar da expansão dessa etapa de ensino, o número de matriculados é baixo, que a procura ainda é pequena. Considerações finais. A construção de uma sociedade mais justa, igualitária em que as relações que nelas se estabeleçam sejam realmente humanas, perpassa pela consolidação dos princípios de uma sociedade de direitos. Os textos legais oferecem direitos e deveres em relação à educação; esta expressão possibilita à sociedade civil requerer sua efetivação em todos os aspectos que isto implica, principalmente, quanto aos parâmetros de qualidade. Portanto, não basta consolidar legalmente a obrigatoriedade escolar, é preciso dar condições efetivas de permanência do aluno no ensino médio. Isso pode ser feito por meio de políticas públicas específicas para o atendimento, a valorização e para o currículo do ensino médio. E ainda pelo comprometimento não só da universalização mas da qualidade da educação básica brasileira. Palavras-chave: Políticas Públicas; Evasão Escolar; Ensino Médio. REFERÊNCIAS BOBBIO, N. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992. BRASIL. Presidência da República. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso em: 21 out.2014. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE) Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2010. Disponível em:< http://censo2010.ibge.gov.br/apps/trabalhoinfantil/> Acesso em: 21 out. 2014. KRAWCZYK N. O ensino Médio no Brasil. São Paulo: Ação Educativa, 2009.

OLIVEIRA, D, A. O ensino médio diante da obrigatoriedade ampliada: que lições podemos tirar de experiências observadas? Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 91, nº 228, 2010. OLIVEIRA, M. M. Como fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis: Vozes, 2007. SNYDERS, Georges. Escola, classe e luta de classes. São Paulo: Centauro, 2005.