Disciplina: BI63 B - ECOSSISTEMAS Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Documentos relacionados
Disciplina: BI63 B - ECOSSISTEMAS Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Ecologia de Populações Padrões de distribuição

Disciplina: BI63 B ECOSSISTEMAS

Disciplina: EB68 C Conservação e Recuperação Ambiental

Medidas de Dispersão. Prof.: Joni Fusinato

Ecologia BIE210. Populações: Padrões espaciais e temporais I

BIOLOGIA PROF(A). MARCUS ALVARENGA

O que é uma variável binomial? 2 qualidades 2 tamanhos

ECOLOGIA DE POPULAÇÕES

ECOLOGIA DE POPULAÇÕES

Variáveis Aleatórias. Prof. Tarciana Liberal Departamento de Estatística - UFPB

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO Campus Universitário de Sinop ECOLOGIA GERAL ECOLOGIA DE POPULAÇÕES (DINÂMICA POPULACIONAL E DISPERSÃO)

Ecologia de Populações

X = j=1 X j n. X j. Número de abortos Local TOTAL Rio Vermelho Costa da Lagoa TOTAL

Medidas de Dispersão. Prof.: Joni Fusinato

Programa Analítico de Disciplina BIO131 Ecologia Básica

CAPÍTULO 4 DESCRIÇÃO E EXPLORAÇÃO DOS DADOS 2ª parte

GESTÃO DE INFORMAÇÃO FLORESTAL

Ecologia de Populações. Prof. Mariana Bender Departamento de Ecologia e Evolução - UFSM

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE

Aluno(a): N o : Turma:

SILVICULTURA. Enga Agra Clélia Maria Mardegan

Ecologia Decomposição

Classificação e ordenação de um povoamento florestal atingido pelo fogo

Ecossitemas e saúde Ambiental:: Prof MSc. Dulce Amélia Santos

BIE-212: Ecologia Licenciatura em Geociências e Educação Ambiental. Estrutura e dinâmica de populações

Caracterização espacial dos indivíduos de Nectandra rubra na área da Floresta Estadual do Amapá FLOTA

Ecossistemas e Saúde Ambiental :: Prof.ª MSC. Dulce Amélia Santos

ESTUDOS FITOSSOCIOLÓGICOS EM COMUNIDADES INFESTANTES DE AGROECOSSISTEMAS

LCF Recursos Florestais em Propriedades Agrícolas. DENDROMETRIA e INVENTÁRIO

ECOSSISTEMA. inseparavelmente ligados. Organismos vivos + Ambiente (abiótico) interagem entre si

Efeito de estratégias de manejo em plantio de eucalipto sobre a ocorrência de aves. Camila Cristiane Isabella

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DISCIPLINA: ECOLOGIA

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS

Prof. Adriano Mendonça Souza, Dr. Departamento de Estatística PPGEMQ / PPGEP - UFSM

Distribuição geográfica e Áreas de endemismo

Modelos básicos de distribuição de probabilidade

Disciplina: BI63 B ECOSSISTEMAS. Tema da aula - Distúrbios: Sucessão Ecológica: principais conceitos e aplicações.

Comunidades Vegetais

Prof. Everlon Cid Rigobelo. Ecologia do Solo

Comunidades Vegetais

O USO DA ESTATÍSTICA NA ENGENHARIA ENGENHARIA AMBIENTAL

Planejamento Experimental

Estatística Aplicada

MEDIDAS DE DISPERSÃO. Os dados a seguir referem-se ao índice pluviométrico de três cidades no Estado de São Paulo, em 3 diferentes ocasiões

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ECOLÓGICA

BIOLOGIA. Ecologia e Ciências Ambientais. Dinâmica de populações. Prof.ª. Daniele Duó

Roteiro das Práticas 1 a 3

Forma pela qual está dividido a população

Introdução à estatística. Prof. Anderson Rodrigo da Silva

Ecologia de Populações e Comunidades

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo. Variáveis Aleatórias Contínuas

Nome do candidato (a):

POPULAÇÃO DE PLANTIO DE ALGODÃO PARA O OESTE BAIANO

Distribuição geográfica e Áreas de endemismo. Alouatta juara( ) e A. macconelli( )

-ECOLOGIA APLICADA. Espécies símbolos. Prevenção da Poluição. Conservação de áreas. Preservação da diversidade genética bbbb

Distribuições de Probabilidade Discretas

Parte I. Recursos Florestais Silvicultura. PHD3334 Exploração de Recursos Naturais. Universidade de São Paulo

Física Geral - Laboratório. Aula 2: Organização e descrição de dados e parâmetros de dispersão e correlação

INTRODUÇÃO A ESTATISTICA PROF. RANILDO LOPES

Prof. Dr. Rhainer Ferreira

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo. Planejamento de Experimentos

Prof. Paulo Vitor de Morais


Unidade III Medidas Descritivas

Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Avaliação de variáveis do povoamento com base em parcelas

Influência das caraterísticas locais e da paisagem na ocupação de um primata endêmico da Mata Atlântica

BIE-212: Ecologia Licenciatura em Geociências e Educação Ambiental. Estrutura e dinâmica de populações

LABORATÓRIO DE FÍSICA I FSC5141 JOSÉ RICARDO MARINELLI

Aula 1: Medidas de Concentração, Especialização e Localização. Prof. Eduardo A. Haddad

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

LCF Recursos Florestais em Propriedades Agrícolas. SILV 06 - BIOMETRIA e INVENTÁRIO FLORESTAL

Ecologia de Populações e Comunidades

Prof. Lorí Viali, Dr.

b) Variáveis Aleatórias Contínuas

O MÉTODO DOS QUADRATS

Conceito de Estatística

LCF Recursos Florestais em Propriedades Agrícolas. SILV 06 - BIOMETRIA e INVENTÁRIO FLORESTAL

ECOLOGIA GERAL GUIA DA DISCIPLINA

CEPEC/Fertilizantes Heringer S/A Martins Soares - MG

Desenho Técnico. Aula 5 Prof. Daniel Cavalcanti Jeronymo. Cotagem e Escalas

LCF Recursos Florestais em Propriedades Agrícolas. BIOMETRIA e INVENTÁRIO FLORESTAL

Impactes na biodiversidade

Ecologia de comunidades Novas perspectivas: Macroecologia & Teoria metabólica. Alexandre Palma

ESTATÍSTICA. x(s) W Domínio. Contradomínio

Estrutura populacional e distribuição espacial de Qualea grandiflora Mart., em área de transição no Piauí

Origem, genética e evolução das plantas daninhas

Variável aleatória. O resultado de um experimento aleatório é designado variável aleatória (X)

IRRIGAÇÃO BRANCA NA FORMAÇÃO DO CAFEEIRO

Exemplo (tabela um) distribuições marginais enquanto que. Distribuição Conjunta

Variáveis Aleatórias. Prof. Tarciana Liberal Departamento de Estatística - UFPB

COLÉGIO SHALOM Ensino Médio 1ª Série. Profº: Ms Marcelo Biologia Aluno (a):. No.

Disciplina: Prof. a Dr. a Simone Daniela Sartorio. DTAiSeR-Ar

ESTATÍSTICA EXPERIMENTAL. Controle experimental e Princípios básicos da experimentação. Aula 02 e 03

História de vida. História de vida. Estratégia r vs. estratégia K. História de vida 06/09/2013. Investimento reprodutivo vs. sobrevivência de adultos

Transcrição:

Curso de Graduação em Engenharia Ambiental Disciplina: BI63 B - ECOSSISTEMAS Profa. Patrícia C. Lobo Faria http://paginapessoal.utfpr.edu.br/patricialobo Estrutura etária, de tamanho e espacial de populações.

Como representar a estrutura de populações?

Distribuição etária Ecologia de Populações... Representação da quantidade de indivíduos (sua proporção) em cada faixa de idade. É uma distribuição de frequência (%)! Como definir idade?

Definindo idades... Estimativas, a partir de diferentes estágios ontogenéticos: Número de anéis de crescimento em plantas ou cicatrizes foliares; Número de camadas de escamas em peixes; Número e tipos de dentes (de leite ou permanente, número de incisivos...) Tamanho e forma de chifres, Massa do dente de elefante, Formato de folhas, número de ramificações...

Estrutura etária Ecologia de Populações... reconhecer diferentes estágios de desenvolvimento 3 classes : juvenil reprodutiva senil (pósreprodutiva) Como representar a distribuição etária?

Pirâmides etárias: o que representam? OU EM DECLÍNIO

Estrutura etária: pirâmides (Odum & Barrett) Padrões gerais: Pirâmides etárias do arganaz em condições experimentais: Ambiente ilimitado Controlado (B = D)

Com plantas: ESTRUTURA DE TAMANHO (alternativa para estágios ontogenéticos) distribuição etária é comumente representada pela distribuição de diâmetros do caule à altura do peito (DAP- a 1,3m) ou da altura total O que a figura mostra? O que a estrutura representa? Classes de diâmetro (cm) População em expansão, que se mantém

Qual o significado de cada estrutura? A população está em expansão? Está estável? Senil (colapso)? Tem sido explorada??

Padrão espacial Reflete o modo de distribuição dos indivíduos de uma população em determinado local.

Distribuição Geográfica inclui todas as áreas que são ocupadas por indivíduos de uma espécie, durante seu ciclo de vida. Distribuição geográfica da erva mate (Ilex sp).

Três tipos de distribuição espacial de populações. aleatória, ao acaso ou randômica uniforme, regular ou homogênea agregada, agrupada ou contagiosa

Distribuição uniforme, regular ou homogênea rara na natureza, há tendência de afastamento entre indivíduos, mantêm distância mínima. resulta de forte competição (com a morte surge o espaçamento), territorialidade ou alelopatia. Ex.: moitas de creosoto no deserto, peixes com defesa de território, colméias de spp agressivas, árvores emergentes (adultos),..., pomar, plantio revegetação.

Ex.: bichos de farinha, bivalves em banco de lama, parasitas ou predadores solitários, figueiras na Amazônia. Distribuição aleatória, ao acaso ou randômica A presença de um indivíduo não influencia a presença de outro: sem dependência de proximidade. Ocorre em ambientes muito homogêneos.

Distribuição agregada, agrupada ou contagiosa É a mais comum na natureza; resulta das características do meio (micro-hábitats): concentração de recursos ou condições particulares ou de comportamento social dos indivíduos, que formam grupos, têm baixa dispersão,...

Como determinar o padrão espacial de uma população? área distância

Como determinar o padrão espacial de uma população? 100 parcelas 120 indivíduos Quantos indivíduos em cada unidade amostral?

Índice de dispersão de Morisita - I d (área): Tomar amostras da população Contar o número de indivíduos em cada amostra Verificar a distribuição de frequência de ocorrência de amostras com diferentes números de indivíduos [f (x)] = quantas amostras têm 0 indivíduos, quantas têm 1,...,] comparar o valor com o esperado! x 2 - N I d = n = 0,85 N(N - 1) N = nº de indivíduos total n = nº de unidades amostrais (parcelas) x 2 = quadrado do número de indivíduos em cada parcela, somadas todas as parcelas [f (x).(x 2 )] F(x) = nº de unidades amostrais com diferentes números de indivíduos

Índice de dispersão de Morisita (área): ao acaso, aleatória, randômica I d = 1 uniforme, regular, homogênea Id <1 0: perfeitamente uniforme agregada, agrupada, contagiosa Id >1 Máximo = n

MÉTODO DE HOLGATE (A): sem parcelas d d A = (d 2 /d 2 ) n d d A = 0,5: aleatória A > 0,5: agregada A < 0,5: uniforme d d d d

Método sem parcelas: Holgate estabelece-se um determinado número de pontos aleatórios no hábitat a partir de cada ponto, mede-se a distância até a planta mais próxima (d) e a distância até a segunda planta mais próxima de determinada espécie (d ) calcula-se os quadrados de d e d e sua razão, para cada ponto somam-se as proporções e divide-se pelo nº de pontos (n) A = (d 2 /d 2 ) n A = 0,5: aleatória A > 0,5: agregada A < 0,5: uniforme

Referências Capítulo 1 Fundamentos em Ecologia (Ricardo Pinto Coelho) Parte do capítulo 36 Vida: a ciência da biologia (Sadava e colaboradores) Parte do capítulo 6 Fundamentos de Ecologia (Odum e Barrett) Parte do capítulo 5 Fundamentos em Ecologia (Townsend e colaboradores) Partes dos capítulos 13 e 14 Economia da Natureza (Ricklefs) Texto na página pessoal.