PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO BIENIO

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Transcrição:

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO BIENIO 2012-2013 1. Introdução A elaboração do planejamento estratégico da ANTP para o biênio 2012-2013 levou em conta, como pano de fundo, os cenários e a conjuntura da mobilidade urbana e trânsito no país e, ainda, a importância que este setor representa na questão ambiental, este último criando cenários também no plano internacional. Considerou, ainda, o papel histórico da ANTP em seus 35 anos de existência, referencia na definição do campo de atuação da organização. Para servir de base à discussão no desenvolvimento do planejamento estratégico, foi elaborado um documento referencial colocado em discussão na 135ª Reunião Extraordinária do Conselho Diretor, em 1º de fevereiro de 2012. Após o encontro, que contou com a presença de 24 membros do Conselho e de outros 10 convidados, foi preparado um documento preliminar, consolidando as sugestões colhidas no evento. Tendo em vista que ao longo da história recente da ANTP já haviam sido realizadas outras atividades de formulação de processos de Planejamentos Estratégicos Bienais, em especial o último evento, realizado em 2008, considerou-se que o material histórico existente refletia em grande aproximação o pensamento da comunidade técnica da organização. Por esta razão, como metodologia de trabalho, decidiu-se atualizar o cenário externo, incorporando eventos e novas circunstâncias ocorridas no âmbito da mobilidade e trânsito a partir de 2008 e colocar em análise três aspectos relevantes para o planejamento da organização: bandeiras permanentes, bandeiras temporárias, pontos fortes e vulnerabilidades em face do cenário atual. A partir da discussão desses aspectos, foram definidas quais seriam as oportunidades e ações potenciais da organização. A partir da reunião do Conselho, o documento preliminar foi apresentado aos presidentes e secretários de Comissões Técnicas e aos representantes regionais da ANTP, para conhecimento, tendo recebido, ainda, comentários e sugestões. Ao final, foi preparado o presente Planejamento Estratégico, que apresenta as principais alterações do cenário da mobilidade e trânsito que podem impactar ou influenciar a ANTP, as bandeiras permanentes e temporárias e um conjunto de propostas de ações. 1

2. Cenários sob os quais a ANTP está envolvida 2.1. Lançamento da Década Mundial de Segurança Viária pela ONU Em 11 de maio de 2011, foi lançada mundialmente, pela ONU, a Década Mundial de Segurança Viária, com o objetivo de reduzir em 50% as mortes no trânsito em 10 anos. Motivados pelo lançamento da campanha mundial, o Comitê Nacional pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito, formula documento com o plano brasileiro de redução de acidentes. A ANTP participou ativamente da elaboração deste documento, por meio da Comissão Técnica de Trânsito, bem como coordenando as propostas produzidas por outras entidades paulistas: ABRAMET, CEDATT e Comissão de Trânsito do Instituto de Engenharia de São Paulo. O documento final do Comitê Nacional espelha fortemente as contribuições da ANTP. No documento, são alinhadas propostas segundo seis eixos de ação: Gestão: criação do observatório nacional; criação da autarquia Denatran; criação de um sistema de informação confiável de acidentes de trânsito; dentre outras ações. Fiscalização: padronizar a fiscalização em todo o país; estabelecer ações prioritárias de fiscalização, com base em fatores de risco de acidentes e mortes; aperfeiçoamento do regime de autuações e punições com vistas à redução da impunidade; dentre outras. Saúde: ampliação e melhoria do atendimento pré-hospitalar fixo, móvel e hospitalar; elevar a qualidade do socorro às vítimas no local do acidente; ampliação e consolidação do serviço de reabilitação; fomentar políticas eficientes de transporte público, de modo a reduzir a necessidade da utilização de meios de locomoção individuais; dentre outros. Infraestrutura: capacitar os gestores de trânsito do SNT na gestão integrada dos riscos relacionados com a infraestrutura viária; criação do programa de proteção do pedestre e do ciclista; criação do programa de segurança de motocicleta; criação do programa de segurança rodoviária em trechos urbanos; criar programa permanente de manutenção e adequação das vias; dentre outras. Segurança Veicular: implantar o programa de inspeção técnica veicular; estabelecer o conceito e requisitos de veículo seguro. Educação: implantar um programa de comunicação social para valorização da segurança no trânsito; capacitar, formar e requalificar todos 2

os atores que intervêm no Sistema Nacional de Trânsito, incluindo professores da rede escolar; melhoria na formação de condutores; implantação da educação para o trânsito como prática pedagógica obrigatória nas escolas do Ensino Básico; dentre outras. 2.2. Publicação da Lei 12. 587 Lei da Mobilidade Urbana, em 3/1/2012. Em 3 de janeiro de 2012, finalmente foi publicada a Lei da Mobilidade Urbana, ao fim de quase 30 anos de luta para estabelecer marco regulatório para o sistema de transporte urbano e colocar a mobilidade urbana na agenda das três esferas de governo federal, estadual e municipal. Neste longo período foram promulgadas: a nova Constituição Federal o novo Código de trânsito Brasileiro, foram elaborados Projetos de Lei, foi instituído o Estatuto das Cidades, foi criado o Ministério das Cidades, que estabeleceu as diretrizes nacionais para a mobilidade urbana. A lei estabelece princípios, diretrizes e objetivos. Destaques: Acessibilidade universal; Desenvolvimento sustentável das cidades (sócio-econômico e ambiental); Equidade no acesso dos cidadãos ao transporte coletivo; Justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso de diferentes modos e serviços. Equidade no uso do espaço público de circulação. Eficiência na circulação urbana. Segurança nos deslocamentos das pessoas. Gestão democrática e controle social do planejamento e avaliação da Política Nacional de Mobilidade Urbana (estabelece a obrigatoriedade de criação de órgãos colegiados representativos da sociedade civil, operadores e governo). Estabelece marco legal para licitação e contratação de concessões e permissões. Estabelece prioridade para projetos de transporte público coletivo estruturadores do território e indutores do desenvolvimento urbano integrado; Exige que municípios com mais de 20 mil habitantes elaborem um plano de mobilidade urbana (antes a obrigação era para municípios com 500 mil hab; pela nova lei, 1.623 municípios brasileiros devem fazer o plano). 3

Garante fundamento legal para que os municípios implantem políticas de taxação (novos tributos) para priorizar modos de transporte sustentáveis e coletivos (pedágio urbano, estacionamento). Estabelece prioridade aos transportes coletivos em relação ao transporte individual motorizado. Estabelece prioridade dos transportes não motorizados (pedestres e bicicletas) aos motorizados. Estabelece os direitos aos usuários (informações, transparência na fixação da tarifa, etc.). Política de estacionamento e pedágio urbano. Dentre outros. 2.3. Grande investimento em infraestrutura de transporte a) O Programa de Aceleração do Crescimento da Copa (PAC da Copa) do Governo Federal, no valor de 11,8 bilhões em financiamento, contempla um amplo programa de implantação de infraestrutura de transporte em 12 capitais do país, destinado a garantir a mobilidade de milhões de pessoas em razão da Copa do Mundo 2014, dentre os quais, os milhares de estrangeiros que passarão pelo menos um mês em solo brasileiro. b) O Programa de Aceleração do Crescimento da Mobilidade Grandes Cidades (PAC da Mobilidade-Grandes Cidades) do Governo Federal, no valor de 18 bilhões, sendo 6 bilhões oriundos do Orçamento Geral da União e o restante de financiamento, contempla um amplo programa de implantação de infraestrutura de transporte em cidades com mais de 700 mil habitantes. c) Expansão do sistema de transporte sobre trilhos na Região Metropolitana de São Paulo. d) Expansão do sistema metroviário do Rio de Janeiro. 2.4. Rio + 20 Em junho de 2012, ocorrerá no Rio de Janeiro a Conferência do meio ambiente Rio + 20, tendo por objetivos: (i) libertar a humanidade da fome - erradicação de todas as formas de pobreza e conflito para sociedades estabilidade econômica e crescimento que beneficiem todos; (ii) economia verde. No documento preparatório (esboço zero, apresentado pelos co-presidentes), Cidades é contemplada no artigo 72: 4

72. Nós nos comprometemos em promover uma abordagem integrada e holística para o planejamento e a construção de cidades sustentáveis através do suporte às autoridades locais, redes de transporte e comunicação eficientes, edifícios mais verdes e um sistema de serviço de entrega e assentamentos humanos eficientes, qualidade de ar e água melhorada, redução de dejetos, uma melhor preparação e resposta para desastres e ampliação da resistência climática.. 3. Bandeiras Permanentes e Temporárias, Pontos Fortes e Vulnerabilidades. 3.1. Bandeiras permanentes a) Defender a prioridade aos programas, projetos e investimentos para o transporte coletivo e trânsito. b) Defender a prioridade ao transporte coletivo e aos transportes não motorizados no uso do espaço viário público. c) Defender a qualidade do transporte público, visando a ampliação da demanda. d) Defender a redução de mortes no trânsito e a ampliação da segurança viária. e) Defender uma nova matriz energética para o sistema de transporte público, voltada para melhoria do meio ambiente. f) Defender a qualidade de vida nas cidades cidades sustentáveis tanto no aspecto socioeconômico como no ambiental. g) Defender o transporte público como eixo indutor e instrumento de requalificação urbanística das cidades, devendo ser esta a premissa básica dos planos de mobilidade. h) Estimular a implantação de políticas de circulação de bicicletas nos municípios brasileiros. i) Estimular a estruturação e a requalificação dos órgãos de gestão e operação de transporte e de meio ambiente nas três esferas de governo, para acelerar as avaliações dos projetos nestas áreas e quanto à indicação de fontes de recurso. Criar indicadores para cidades acima de 300 mil habitantes. 5

3.2. Bandeiras Temporárias a) Lutar por um sistema de ônibus competitivo, que contemple veículos confortáveis, uma maior frequência nas linhas de ônibus, pontos de embarque com infraestrutura e áreas de entorno para atividades atraentes para o comércio. b) Defender a perenidade nos investimentos federais em transporte público e acelerar a liberação dos recursos para o PAC da Copa e da Mobilidade nas Grandes Cidades. c) Defender uma maior participação do transporte público nas cidades brasileiras, segundo as diretrizes da Lei de Mobilidade Urbana, e estimular que a divisão modal contemple pelo menos 50% de viagens em transporte coletivo. d) Estimular a qualificação do transporte público em um nível de competitividade para atrair o usuário do transporte individual motorizado. e) Estimular a prioridade no uso do espaço público pelo transporte coletivo e transporte não motorizado, estabelecendo política de restrição do uso do automóvel em vias urbanas e de estacionamento nas áreas centrais e junto a sistemas estruturais de transporte público. f) Difundir pesquisa de Avaliação de Imagem do transporte público nas principais cidades com coordenação e metodologia da ANTP. g) Difundir e consolidar a Lei de Mobilidade Urbana. Rever planos urbanos no sentido de compatibilizar uso e ocupação do solo com a rede de transporte, reduzindo os tempos de viagem e/ou as distâncias percorridas pela população. h) Empreender ações visando à revisão da legislação sobre licitação para dinamização dos processos licitatórios. Defender a atualização dos valores dos limites de licitação, a modalidade de licitação de técnica e preço para empreendimentos de transporte e serviços, considerando fatores técnicos e jurídicos e priorizando a qualidade. i) Defender a expansão do PAC de mobilidade para cidades de até 300 mil habitantes, que corresponde a 81 cidades e cerca de 60% da população do Brasil, incluindo as cidades de regiões metropolitanas. j) Defender a acessibilidade universal nos sistemas de transporte coletivo e mobilidade urbana. k) Defender a desoneração do transporte público e a redução das tarifas. l) Somar-se a campanha da UITP dobrar o uso do transporte público até 2025 m) Apoiar e colaborar no processo de elaboração dos Planos de Mobilidade Urbana para os Municípios de mais de 20 mil habitantes. 6

n) Incorporar a política industrial nas bandeiras da entidade, desdobrando-a em ações de promoção e defesa de mecanismos de crédito que facilitem o acesso dos operadores aos seus produtos. 4. Oportunidades e Potencialidades Propostas de Ação 4.1. Promoção das boas práticas e das experiências exitosas. a) Criar mecanismos para o incentivo à realização de boas práticas no setor de mobilidade urbana e trânsito. b) Criar mecanismos que promovam, divulguem e exponham as realizações exitosas no âmbito da mobilidade urbana e trânsito, considerando o tamanho das cidades, a região do país e os setores envolvidos. c) Criar mecanismos que promovam, divulguem e exponham as ações voltadas para a redução de mortes por acidente de trânsito em adesão à Década de Segurança Viária 2011-2020, lançada pela ONU em 11 de maio de 2011. d) Ampliar a participação do setor aquaviário. 4.2. Produção de conhecimento e capacitação. a) Pesquisar as carências de saberes específicos das equipes técnicas e dos gestores públicos (mão de obra e estrutura de gestão), em todo o país, na área de transporte de passageiros e trânsito, produzindo e implantando cursos de capacitação na modalidade presencial, mas especialmente na modalidade de Ensino a Distância, favorecendo a participação de alunos em todo o território nacional. b) Considerar a Lei da Mobilidade como uma oportunidade para empreender cursos de capacitação e elaborar, em conjunto com o BNDES, programa de capacitação para os municípios desenvolverem seus planos de mobilidade de acordo com o estabelecido na lei. 4.3. Constituir e manter o Observatório da Mobilidade Urbana. a) Aperfeiçoar e ampliar o Sistema de Informações da ANTP, enriquecendo o conteúdo das informações de forma a torna-lo mais atrativo também para o mercado e, em especial, para o setor industrial. 7

b) Propor às entidades associadas e parceiras a unificação de esforços em torno da ampliação do Sistema de Informações sobre Mobilidade Urbana. 4.4. Expandir a influência territorial da ANTP, buscando a equidade na participação da comunidade técnica e de gestão de transporte e trânsito em todo o país. a) Utilizar os recursos e os instrumentos criados pelas redes sociais, bem como novos sistemas tecnológicos de comunicação em rede virtual para criar mecanismos de envolvimento e participação da comunidade técnica e de gestão que constitui a ANTP e de melhorar a comunicação entre associados. b) Fortalecer e dar dinamismo aos fóruns, comissões técnicas, seminários, dentre outros, permitindo a participação ampla em todas as partes do país dos entes públicos e privados por meio de novas tecnologias de comunicação, para realização de debates e discussões e a realização de encontros e reuniões. c) Trabalhar em rede com outras entidades representativas do setor de transporte e trânsito. d) Aumentar a intersecção da ANTP com os movimentos sociais, trabalhadores de transporte e universidades. e) Fortalecer o papel da ANTP de aproximar e articular instâncias independentes no debate de temas de interesse comum nos assuntos regionais e intergovernamentais. f) Avaliar com o BNDES e Caixa Econômica os meios e recursos passíveis de disponibilização para ampliar a capacitação dos órgãos gestores. g) Promover a aproximação dos jovens, visando a ampliação do conhecimento sobre mobilidade urbana e trânsito nas novas gerações, assim como a renovação da entidade e suas lideranças. h) Promover a comunicação com a sociedade por meio das tecnologias empregadas em redes sociais, ampliando a discussão em defesa das bandeiras da ANTP. 4.5. Potencializar a exposição da marca da entidade a) Utilizar, de maneira mais eficaz, a marca da ANTP, como unificadora dos discursos e bandeiras nos eventos. 8

b) Potencializar os trabalhos nos congressos, em especial no congresso metroferroviário, visando ampliar as parcerias e atrair recursos que permitam continuar empreendendo seu papel e até ampliar seu campo de influência. c) Realizar a gestão da marca ANTP com profissionalismo ( Branding ). São Paulo, 27 de fevereiro de 2012. Luiz Carlos Mantovani Néspoli Superintendente Ailton Brasiliense Pires Presidente 9