SUBSTITUTA DE CONSELHEIRO DRA. SÍLVIA MONTEIRO PRIMEIRA CÂMARA SESSÃO DE 02.09.14 ITEM Nº 101



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Transcrição:

SUBSTITUTA DE CONSELHEIRO DRA. SÍLVIA MONTEIRO PRIMEIRA CÂMARA SESSÃO DE 02.09.14 ITEM Nº 101 TC-004749/026/10 Contratante: Prefeitura Municipal de Santo André. Contratada: Vega Distribuidora de Petróleo Ltda. Autoridade(s) que firmou(aram) o(s) Instrumento(s): Adilson de Lima (Secretário de Segurança Pública Urbana e Trânsito), Alberto Rodrigues Casalinho (Secretário de Obras e Serviços Públicos) e Cleide Bauab Eid Bochixio (Secretária de Educação e Formação Profissional). Objeto: Fornecimento parcelado de combustível (gasolina, álcool e óleo diesel), destinados a diversos setores da Prefeitura. Em Julgamento: Termo Aditivo celebrado em 11-08-10. Justificativas apresentadas em decorrência da(s) assinatura(s) de prazo, nos termos do artigo 2º, inciso XIII, da Lei Complementar nº 709/93, pelo Conselheiro Claudio Ferraz de Alvarenga, publicada(s) no D.O.E. de 27-11-10. Advogado(s): Niljanil Bueno Brasil. Fiscalizada por: GDF-5 - DSF-I. Fiscalização atual: GDF-4 - DSF-II. Em exame o termo aditivo nº 127/2010 ao contrato firmado entre a Prefeitura Municipal de Santo André e a empresa Vega Distribuidora de Petróleo Ltda., que teve por objeto o fornecimento parcelado de combustível (gasolina, álcool e óleo diesel). O pregão presencial e o contrato firmado em 14/12/2009 foram julgados regulares, por decisão da Egrégia Primeira Câmara 1, em Sessão realizada em 25/05/10. O Termo Aditivo em exame, com fundamento no artigo 65, inciso II, alínea d, da Lei nº 8.666/93, promoveu o realinhamento de preços dos seguintes itens: a) O preço do álcool passou de R$1,0475 para R$1,2807 a partir de 27/01/2010; b) O preço da gasolina comum passou de R$ 2,01 para R$ 2,08 para o período de 27/01/2010 a 31/01/2010 e a partir de 02/05/2010. Para o período de 01/02/2010 a 01/05/2010de R$ 2,01 para R$ 2,10; 1 Pelo voto dos Conselheiros Cláudio Ferraz de Alvarenga, Presidente e Relator, Antonio Roque Citadini e Eduardo Bittencourt Carvalho. 1

c) O preço do óleo diesel passou de R$ 1,62 para R$1,65 a partir de 27/01/2010. A fiscalização, ao proceder à instrução dos autos, opinou pela regularidade do termo nº 127/2010 (fls. 759/760). (fls.765/766). No mesmo sentido manifestou-se a Assessoria Técnica A Chefia de ATJ (fls.767/768) propôs assinatura de prazo à Origem, consignando que não restou configurada a hipótese para o realinhamento dos preços, destacando que a documentação encartada nos autos pela contratada, para fundamentar sua pretensão, consiste em cópias das notas fiscais de seus fornecedores. Diante da falha verificada, foi assinado o prazo de 30 (trinta) dias aos interessados, nos termos do inciso XIII, do artigo 2º, da Lei Complementar nº. 709/93, para que apresentassem os esclarecimentos (fl.769). Em atendimento, a Prefeitura Municipal de Santo André apresentou as justificativas e os documentos de fls.772/862. Em linhas gerais, disse que além das notas fiscais, valeu-se de boletins oficiais para verificar o efetivo aumento de preços dos produtos para conceder a revisão de preços. Alegou que a previsibilidade das oscilações de preços não exonera a Administração de agir com prudência, pois, considerando o tipo do produto licitado e o fornecimento parcelado (no decorrer de 12 meses), as flutuações podem ocorrer tanto pra maior como para menor, dependendo do período sazonal e das decisões governamentais de outras esferas. Salientou que o reajustamento não é direito cuja eficácia fica submetida somente à previsão contratual ou ao pedido do particular, vez que está inserto dentre as obrigações da Administração Pública o poder-dever de manter as condições efetivas da proposta vencedora do certame licitatório respectivo. Colacionou a doutrina e a jurisprudência na tentativa de conferir regularidade à matéria. Por fim, pleiteou a regularidade do termo aditivo em exame. 2

Analisando o acrescido, a Assessoria Técnica, sob os aspectos econômico-financeiros e jurídicos, ratificou manifestação anterior pela regularidade dos atos praticados, posição acompanhada pela Chefia de ATJ (fls.865/867). De outro lado, a SDG opinou pela irregularidade da matéria, consignando que o reequilíbrio dos preços dos produtos não encontra respaldo no artigo 65 da Lei de Licitações, a exemplo da decisão proferida no TC- 22652/026/08 (Segunda Câmara, em Sessão de 05/02/2013, Conselheiro Relator Sidney Estanislau Beraldo). É o relatório. GCCCM/02. 3

PRIMEIRA CÂMARA GCCCM SESSÃO DE 02/09/2014 ITEM Nº 101 Processo: Contratante: Contratada: Objeto: TC-4749/026/10. Prefeitura Municipal de Santo André. Vega Distribuidora de Petróleo Ltda. Fornecimento parcelado de combustível (gasolina, álcool e óleo diesel). Licitação: Pregão Presencial nº 794/09. Contrato: Contrato celebrado em 14/12/2009. (Julgados regulares, por decisão da Egrégia Primeira Câmara, em Sessão realizada em 25/05/10). Em exame: Termo Aditivo nº 127/10, firmado em 11/08/2010. Autoridades que firmaram os instrumentos pela contratante: Adilson de Lima (Secretário de Segurança Pública Urbana e Trânsito), Alberto Rodrigues Casalinho (Secretário de Obras e Serviços Públicos) e Cleide Bauab Eid Bochixio (Secretária de Educação). Responsável que firmou os instrumentos pela contratada: Ademir Pereira de Souza (Representante). Advogado: Niljanil Bueno Brasil (OAB/SP nº 83.420). Não restou evidenciado nos autos que os realinhamentos de preços concedidos decorreram das hipóteses legais previstas no artigo 65, II, d da Lei nº 8.666/93. A recomposição econômico-financeira do ajuste é cabível quando da ocorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual, o que não se verificou no caso em exame. A simples elevação do preço do produto, em face de regular oscilação do mercado, configura fato previsível (álea ordinária), restando descaracterizadas as hipóteses para o realinhamento previsto no mencionado dispositivo legal. Aliado a isso, destaco que no caso concreto, o aumento de preços ocorreu a partir de 27/01/2010, portanto, apenas 44 dias após a assinatura do contrato original. Nessa linha caminhou a decisão proferida pelo eminente Conselheiro Renato Martins Costa, no julgamento do TC-2622/006/07 (Segunda Câmara, em Sessão de 30/06/2009): 4

A segunda, porém, se refere à revisão de preços que altera a própria equação econômico-financeira da contratação, hipótese do caso concreto em exame. Todavia, para que se possa aceitar tal mudança, o contratado deve comprovar e demonstrar que o encargo se tornou insuportável, o que definitivamente não ocorreu. Nesses termos, a majoração é possível, desde que fique comprovada a existência de fatores imprevisíveis, ou previsíveis, mas de conseqüências incalculáveis, que tornem muito onerosa a execução pelo contratado. O fato é que os argumentos apresentados, ao menos nesta instância de julgamento, não conseguem provar a ocorrência de qualquer eventualidade econômica extraordinária ou extracontratual. Consoante leciona Marçal Justen Filho: O restabelecimento da equação econômico-financeira depende da concretização de um evento posterior à formulação da proposta, identificável como causa de agravamento da posição do particular. Não basta a simples insuficiência da remuneração. Não se caracteriza o rompimento do equilíbrio econômico-financeiro quando a proposta do particular era inexeqüível. A tutela à equação econômico-financeira não visa a que o particular formule proposta exageradamente baixa e, após vitorioso, pleiteie elevação da remuneração. Exige-se, ademais, que a elevação dos encargos não derive de conduta culposa imputável ao particular. Se os encargos tornaram-se mais elevados porque o particular atuou mal, não fará jus à alteração de sua remuneração. Caracteriza-se uma modalidade de atuação culposa quando o evento causador da maior onerosidade era previsível e o particular não o previu. (...). Cabia-lhe o dever de formular sua proposta tomando em consideração rodas as circunstâncias previsíveis. Presume-se que assim tenha atuado. Logo, sua omissão acarretou prejuízos que deverão ser por ele arcados. Rigorosamente, nessa situação inexiste rompimento do equilíbrio econômico-financeiro da contratação. Se a ocorrência era previsível, estava já abrangida no conceito de encargos. (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 11ª edição, p. 543). As justificativas colacionadas pela Origem limitam-se a descrever o comportamento do mercado de combustíveis, indicando suas oscilações sazonais, demonstrando que havia conhecimento suficiente para prever aumentos como aqueles que deram ensejo à celebração do 1º Termo Aditivo, após apenas 18 (dezoito) dias da celebração do ajuste, os quais não podem, portanto, serem considerados imprevisíveis. E também no TC-1162/002/07 (Segunda Câmara, em Sessão de 06/05/2014, sob a relatoria do eminente Conselheiro Robson Marinho): No mérito, deve ser negado provimento ao pleito da recorrente. É certo que a Carta Constitucional abriga e resguarda a garantia da manutenção da equação econômica concebida nos contratos administrativos, e que este princípio também se acha disposto no art. 65, inc. II, d, da Lei 8.666/93. Entretanto, as razões da recorrente não merecem prosperar na medida em que meras flutuações de preços de insumos e produtos derivados de petróleo dentro do período mínimo de reajuste de 12 5

(doze) meses, sem qualquer contexto de desajuste drástico e generalizado do cenário econômico, constituem a álea ordinária e não se enquadram na hipótese do art. 65, II, d, da Lei 8.666/93. Tal posicionamento é pacífico nesta Corte. E também é este o posicionamento que se extrai de julgados do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: CONTRATO ADMINISTRATIVO - Ação de cobrança - Alegação de desequilíbrio financeiro. Elevação de preço de mercado (variação de preços combustíveis, pneus, dissídio salarial e encargos tributários) - Inocorrência da Teoria da imprevisão - Petição inicial que não aponta fatos excepcionais, imprevistos e imprevisíveis, ocorridos depois da proposta de preços que se sagrou vencedora no processo de licitação, para autorizar tal revisão. Regular flutuação do mercado. Álea ordinária. Previsibilidade. Recurso não provido. (Apelação 0001241-79.2009.8.26.0588, Relator: Desembargador Ronaldo Andrade, Órgão julgador: 3ª Câmara de Direito Público, Data do julgamento: 28/8/2012). AÇÃO REVISIONAL - CONTRATO ADMINISTRATIVO. Fornecimento de combustível pela autora à Municipalidade. Pedido de revisão contratual, diante do aumento do preço do álcool hidratado no mercado. Descabimento Situação que não se enquadra nas hipóteses do art. 65, II, 'd', da Lei nº 8.666/93 Variação do preço do combustível que não se mostra imprevisível, nem de consequência incalculável Ausência de prova da elevação extraordinária dos encargos, a inviabilizar a execução do ajustado Álea econômica ordinária, que não enseja o realinhamento dos valores do contrato Ação julgada procedente em parte na 1ª Instância Sentença reformada Recurso da Municipalidade provido, prejudicado o apelo da autora. (Apelação 0008442-48.2009.8.26.0063, Relator: Desembargador Leme de Campos, Órgão julgador: 6ª Câmara de Direito Público, Data do julgamento: 11/04/2011). APELAÇÃO e RECURSO ADESIVO - Contrato administrativo - Ação declaratória - Alegação de desequilíbrio financeiro - Elevação de preço de mercado (materiais e insumos) - Mutabilidade do contrato administrativo - Teoria da imprevisão - Não ocorrência - Regular flutuação do mercado - Álea ordinária - Previsibilidade - Reajuste previsto no contrato (...) 1. Apesar de serem três os tipos de áleas ou riscos que atingem a mutabilidade dos contratos administrativos, quais sejam: a) álea ordinária ou empresarial; b) álea administrativa; e c) álea econômica, apenas a álea administrativa e a econômica são capazes de gerar alterações nos elementos dos contratos administrativos. 2. A mera alteração de preços dos materiais envolvidos representa flutuação normal de mercado e configura fato previsível (álea ordinária). Tanto é previsível que constou do referido contrato cláusula de reajuste dos materiais, razão pela qual não é hipótese que justifica a alteração dos termos do contrato (...). (Apelação e Recurso Adesivo 3002640-54.2009.8.26.0439, Relator: Desembargador Vicente de Abreu Amadei, Órgão julgador: 1ª Câmara de Direito Público, Data do julgamento: 26/6/2012). Feitas essas considerações, voto pela irregularidade do termo aditivo em exame, referente ao contrato firmado entre a Prefeitura Municipal de Santo André e a empresa Vega Distribuidora de Petróleo Ltda., aplicando-se, 6

em consequência, o disposto nos incisos XV e XXVII do artigo 2º da Lei Complementar nº 709/93. Voto, também, pela aplicação de multa individual aos Senhores Adilson de Lima (Secretário de Segurança Pública Urbana e Trânsito) e Alberto Rodrigues Casalinho (Secretário de Obras e Serviços Públicos) e à Senhora Cleide Bauab Eid Bochixio (Secretária de Educação), autoridades responsáveis pela assinatura do termo aditivo, em valor correspondente a 200 (duzentas) UFESP s, com fundamento no artigo 104, inciso II, da Lei Complementar nº 709/93, por desrespeito ao artigo 65, II, d da Lei nº 8.666/93, fixando-lhes o prazo de 30 (trinta) dias para o recolhimento, contados do transito em julgado da decisão. E pela fixação do prazo de 60 (sessenta) dias, contados a partir da expiração do prazo recursal, para que os interessados apresentem a esta Corte notícias sobre as providências adotadas em virtude da presente decisão. Transcorrido o prazo recursal, bem como aquele fixado para a adoção das medidas cabíveis, remetam-se cópias das peças dos autos ao Ministério Público, para as providências de sua alçada. Expeçam-se os ofícios necessários. 7