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2. Caso em que a família aduz não reunir condições para controlar, tratar ou submeter o filho a tratamento voluntário (fl. 2, verso).

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Transcrição:

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA»OAT, «REGISTRADO(A) SOB N ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n a 691.578-5/0-00, da Comarca de JALES, em que é recorrente o JUÍZO "EX OFFICIO", sendo apelante FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO sendo apelado SEBASTIÃO OTÁVIO ALVARENGA: ACORDAM, em Primeira Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AOS RECURSOS, V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores REGINA CAPISTRANO (Presidente, sem voto), CASTILHO BARBOSA e RENATO NALINI. São Paulo, 25 de novembro de 2008. ^ ^ LUÍS CORTEZ Relator

VOTO N : 1299 APEL.N 0 : 691.578.5/0-00 COMARCA: Jales APTES. : Juizo ex officio e Fazenda Pública do Estado de São Paulo APDO. : Sebastião Otávio Alvarenga DIREITO À SAÚDE - Fornecimento de medicamento - Imprescindibilidade do fornecimento - Necessidade econômica - Art. 196 da Constituição Federal - Norma constitucional diretamente aplicável - Obrigação dos entes públicos - Observância da Lei n" 10.741/03 (Estatuto do Idoso) Recursos oficial e voluntário não providos. Reexame necessário e recurso de apelação contra a r sentença de fls 43/47, que concedeu a segurança em favor do apelado, portador de doença oftalmológica, para que lhe sejam fornecidos gratuitamente pelo Estado de São Paulo os medicamentos Travatan e Cloridrato de Dorzolamida/Maleato de Timolol (Cosopt). Apela a Fazenda Pública do Estado de São Paulo levantando preliminar de inexistência de direito líquido e certo, no mérito alega a impossibilidade de fornecimento de medicamentos receitados por médico particular, bem como daqueles que não haja previsão orçamentária, além de aduzir que a concessão da ordem implica em ofensa ao princípio da separação dos poderes Prequestiona os artigos 1 o, 2 o, 23, II, 24, XII, 196 e 198 da Constituição Federal, o artigo 222 da Constituição Estadual e pede provimento ao recurso (fls. 50/58). Apelo tempestivo e dispensado de preparo. Contra-razões às fls. 60/66. Apelação Cível n 691 578.5/0-00 - voto 1299 I

O representante do Ministério Público opinou pelo não provimento do recurso (fls 77/79). É o relatório. O autor apontou ser portador de doença oftalmológica, com indicação médica para uso dos medicamentos Travatan e Cloridrato de Dorzolamida/Maleato de Timolol (Cosopt) (fls. 18). O artigo 196 da Constituição Federal assegura o direito à saúde, estabelecendo : "Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação". As normas infraconstitucionais, relativas aos serviços de saúde (especialmente a Lei n 8.080/90) e mais especificamente relativas a medicamentos (Portaria n 3 916/98 do Ministério da Saúde), dispõem a respeito do fornecimento de medicamentos como um direito subjetivo, estabelecendo, inclusive, o fornecimento pelo Poder Público, respondendo todos os integrantes da Federação (União, Estado e Município), vinculados que estão ao cumprimento da norma constitucional, ajustando-se entre eles a repartição dos recursos e obrigações; assim, no caso dos autos, existe direito a ser amparado, motivo pelo qual não procede a preliminar levantada. Não se trata, ademais, de permitir que o Judiciário passe a formular políticas públicas na área de saúde, porque a determinação normativa já existe, elaborada sem a participação do Judiciário, o Judiciário, sob pena de abrir mão de garantir efetividade/a^ Apelação Cível n 691.578 5/0-00 - voto 1299 2

direitos fundamentais, cuida para que sejam cumpridas as normas já definidas. O que se reconhece, então, é que a promoção e proteção à saúde (diretamente vinculadas ao direito à vida e a dignidade da pessoa humana), como objetivos do Estado, expressam conteúdo de norma programática, o que não exclui seu conteúdo como direito fundamental subjetivo, sujeito, portanto, à proteção jurisdicional (Ingo Wolfgang Sarlet, A Eficácia dos Direitos Fundamentais, Porto Alegre. Livraria do Advogado Editora, 2007, p 312), nem sempre limitado pela sua regulamentação (a qual, às vezes, pode representar retrocesso em relação à garantia constitucional). São inegáveis os limites da intervenção jurisdicional, notadamente, aqueles relacionados às restrições do Poder Público, que não pode atender a todas as necessidades da população e, por conseguinte, os denominados direitos sociais prestacionais têm limites na capacidade econômica do Estado, a denominada "reserva do possível" O direito subjetivo à saúde, que inclui o fornecimento de medicamentos, não é, portanto, um direito ilimitado, pois : "O direito à saúde deve ser interpretado como um direito à igualdade de condições (equidade) no acesso aos serviços de saúde que determinada sociedade pode fornecer com os recursos disponíveis. É essa a interpretação mais adequada do artigo 196 das Constituição, que garante "acesso universal e igualitário aos serviços e ações de saúde. É ainda corroborada pelo principal tratado internacional ratificado pelo Brasil para a proteção dos direitos sociais, que impõe aos Estados o dever de protegê-los progressivamente "até o máximo de seus recursos disponíveis" (artigo 2 o do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais)" (Octávio Luiz Motta Fe Folha de São Paulo, 10/08/07). Apelação Cível n 691.578.5/0-00 - voto 1299

"Além disso, o que a Constituição assegura é que todos tenham, em princípio, as mesmas condições de acessar o sistema público de saúde, mas não que qualquer pessoa, em qualquer circunstância, tenha um direito subjetivo definitivo a qualquer prestação oferecida pelo Estado ou mesmo a uma prestação que envolva a proteção de sua saúde"... "De outra parte, não se poderá olvidar que o princípio da proporcionalidade também opera nesta esfera e que não se afigura como proporcional (e até mesmo razoável) que um particular que disponha de recursos suficientes para utilizar um bom plano de saúde privado (sem o comprometimento de um padrão digno de vida para si e sua família, e sem prejuízo, portanto, do acesso a outros bens fundamentais como educação, moradia etc.) possa acessar, sem qualquer tipo de limitação ou condição, o sistema público de saúde nas mesmas condições que alguém que não esteja apto a prover com recursos próprios a sua saúde pessoal"' (Ingo Wolfgang Sarlet, op cit., p. 347). Mas, a existência de limites, deve ser avaliada dentro do parâmetro da razoabilidade, verificando-se, por exemplo, se os medicamentos ou tratamento exigidos têm custos muito elevados ou são excepcionais, circunstancias ausentes no caso em análise; sequer houve indicação do valor dos medicamentos pleiteados. Igualmente não se questionam, na hipótese dos autos, as condições financeiras do autor (fls. 11 e 17), patrocinado por advogado do convênio PGE-OAB (10), bem como a necessidade dos medicamentos (fls. 18). Há que se ressaltar, ainda, que, tendo em vista a idade do autor (fls. 13) aplicável ao caso o Estatuto do Idoso (Lei n 10.741/03), que determina expressamente aos órgãos públicos o dever de garantir envelhecimento em condições salutares, inclusive com o fornecimento gratuito de medicamentos. Basta conferir as disposições dos artigos 9 o e 15, 2 o ; deste modo, irrelevante o fato dos remédíofe terem sido receitados por médico particular \ \ Apelação Cível n 691.578 5/0-00 - voto 1299 4

A destinação de verbas para a saúde no orçamento existe, deve ser ajustada em caso de necessidade, e, por isso, não se inviabiliza o atendimento de direito fundamental por tal razão. A jurisprudência é firme nesse sentido, inclusive nesta Câmara, como pode se verificar nas apelações n 730 504-5/7-00 e 725.022.5/5-00, prevalecendo as razões expostas na bem lançada sentença Para fins de prequestionamento, anoto que não houve violação aos artigos 1 o, 2 o, 23, II, 24, XII, 196 e 198 da Constituição Federal e ao artigo 222 da Constituição Estadual. Ante o exposto, o voto é pelo não provimento dos recursos oficial e voluntário. Luís Francisco Agmlar Cortez relator ^^ Apelação Cível n 69l 578.5/0-00 - voto I299 5