V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 1

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Transcrição:

V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 1 CONTROLE DE ESTOQUE NAS EMPRESAS DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO DO MUNICÍPIO DE IBITIRAMA-ES CONTROL OF STOCK IN THE COMPANIES OF CONSTRUCTION MATERIALS IN THE MUNICIPALITY OF IBITIRAMA-ES Fernanda Matos de Moura Almeida Rafael Matos de Moura Fábio da Cunha Leão Eduardo Gonçalves da Silva Provete Área: Contabilidade Sub-área: Temas livres RESUMO O controle do estoque é função elementar para a gestão de qualquer empresa. O objetivo dessa pesquisa é demonstrar como os gestores das empresas de material de construção do município de Ibitirama-ES realizam o controle de estoque. As empresas que participaram da pesquisa, se classificam como microempresas. Essa pesquisa tem caráter descritivo, bibliográfico, documental e de levantamento. Um formulário foi aplicado aos gestores por meio de visita in loco. Os resultados demonstram que uma das empresas, realiza de maneira informal o controle de estoque e que o principal fator limitante para o controle de estoque nessas empresas, é a falta de conhecimento sobre as práticas de controle de estoque. Palavras-chave: Controle de estoque. Material de construção. Ibitirama-ES. ABSTRACT The inventory control function is basic to the management of any company. The objective of this research is to demonstrate how corporate managers of construction materials in the municipality of Ibitirama-ES perform inventory control. Companies that participated in the survey, are classified as small businesses. This research is descriptive, bibliographic, documentary and survey. A questionnaire was administered to managers through on-site visit. The results show that an enterprise carries on an informal inventory control and that the main limiting factor for the control of stock in these companies is the lack of knowledge about the practices of inventory control. Keywords: inventory control. Building material. Ibitirama-ES. 1 - INTRODUÇÃO O controle é uma função gerencial básica e importante para o sucesso de qualquer empreendimento. Por meio do controle é que a empresa tem visão das operações por ela realizadas e confronta essas operações com o que fora planejado. O estoque representa o custo das mercadorias existentes na empresa em determinado período (OLIVEIRA et al., 2005). 1

V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 2 Sem estoque é impossível uma empresa trabalhar, pois ele funciona como amortecedor entre vários estágios da produção até a venda final do produto (DIAS, 1993). Dentro do contexto de estudar e conhecer a realidade das empresas do ramo de comércio de materiais de construção no que tange a controle de estoque surge a seguinte pergunta: como os gestores das empresas de material de construção do município de Ibitirama-ES realizam o controle de estoque de mercadorias? O objetivo dessa pesquisa é demonstrar como os gestores das empresas de material de construção do município de Ibitirama-ES realizam o controle de estoque de mercadorias. Martins (2003) afirma que é preciso conhecer o custo do produto, para administrar seu preço de venda. Este estudo destaca a necessidade da prática de controle de estoque para as empresas, evidenciando o custo das mercadorias. Bortoli Neto (1980) afirma que existe carência de pesquisas que conheçam a realidade de pequenas empresas, que são empresas importantes para a economia nacional e regional. Os resultados da pesquisa poderão auxiliar os gestores em assuntos pertinentes ao estoque como: registros de entrada e saída de mercadorias, reposição de estoque, custo da mercadoria vendida e elaboração do preço de venda das mercadorias. As empresas participantes dessa pesquisa são gerenciadas pela própria família que investem todo o capital nesse negócio, e não conhecem ferramentas contábeis ou administrativas para auxiliar na gestão de suas empresas. Espera-se com essa pesquisa que os gestores se atentem para a importância do controle de estoque das mercadorias, e gerenciamento desse controle. Métodos utilizados na pesquisa: quanto aos objetivos, descritiva e quanto aos procedimentos de coleta de dados bibliográfica, documental e de levantamento. Para descrever a realidade das empresas foi realizada visita in loco, buscando conhecer as rotinas das empresas envolvidas com relação ao controle de estoques. 2 - CARACTERÍSTICAS DA MICROEMPRESA Para Palermo (2002) por força da lei, as microempresas devem adotar, para sua identificação, seguida à sua designação ou firma, a expressão microempresa ou, abreviadamente ME. As microempresas podem ter natureza comercial ou civil. Como o presente estudo trata de empresas comerciais, somente serão comentadas estas empresas. Considera-se como sendo microempresa comercial apenas aquela que se utiliza do comércio para sobreviver no mercado (PALERMO, 2002). Segundo Ahorn (2006) tendo em vista que, em termos mundiais, não existe uma padronização de critérios para enquadramento das empresas segundo o seu porte, é conveniente 2

V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 3 abordar qual é a situação vigente no país. No que diz respeito à classificação das Micro e Pequenas Empresas - MPE s - é preciso destacar que não existe, no Brasil, um critério único. Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - (BNDES, 2008) as empresas se classificam de acordo com a receita operacional bruta anual. A classificação de porte de empresa adotada pelo BNDES e aplicável à indústria, comércio e serviços, conforme a Carta Circular nº 64/02, de 14 de outubro de 2002: Microempresas: receita operacional bruta anual até R$ 1.200 (um milhão e duzentos mil). Pequenas Empresas: receita operacional bruta anual superior a R$ 1.200 (um milhão e duzentos mil reais) e inferior ou igual a R$ 10.500 (dez milhões e quinhentos mil). Médias Empresas: receita operacional bruta anual superior a R$ 10.500 (dez milhões e quinhentos mil reais) e inferior ou igual a R$ 60 milhões (sessenta milhões). Grandes Empresas: receita operacional bruta anual superior a R$ 60 milhões (sessenta milhões). Diversos são os critérios utilizados para definir micro e pequena empresa: número de empregados e faturamento são exemplos (LONGENECKER et al., 2004). De acordo com a Lei Complementar nº 123/2006 (BRASIL, 2006) cap. II no artigo 3º, para fins fiscais, o critério utilizado de classificação é o de faturamento: Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o artigo 966 da Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de empresas mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I- No caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a duzentos e quarenta mil reais (BRASIL, 2006, p. 2). Chiavenato (2005) apresenta outro critério para definição do tamanho das empresas, considerado como sendo o mais utilizado pelo SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Classificação por porte Indústria Comércio e Serviços ME Microempresa Até 19 funcionários Até 09 funcionários PE - Pequena Empresa 20 a 99 funcionários 10 a 49 funcionários MDE Média Empresa 100 a 499 funcionários 50 a 99 funcionários GE Grande Empresa 500 ou mais funcionários 100 ou mais funcionários Quadro 1: Classificação das empresas Fonte: Chiavenato (2005) 3

V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 4 O número de empregados é aparentemente, o parâmetro mais adotado no Brasil para classificação de empresas (BORTOLI NETO, 1980). O critério de classificação utilizado nesse estudo foi o critério sugerido por Chiavenato (2005) que se refere ao número de funcionários. 2.1 - IMPORTÂNCIA DA MICROEMPRESA NA ECONOMIA Lacerda (2006) afirma que a importância da microempresa, não se dá somente pela participação econômica ou pela sua contribuição social no país, mas representam, para muitos, uma chance de realizar um sonho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - (IBGE, 2001), uma importante contribuição das micro e pequenas empresas - MPE s no crescimento e desenvolvimento do país é a de servirem de amortecedor do desemprego. Compõem uma alternativa de ocupação para uma pequena parcela da população que tem condição de desenvolver seu próprio negócio, em uma alternativa de emprego formal ou informal, e para uma grande parcela da força de trabalho excedente, em geral com pouca qualificação, que não encontra emprego nas empresas maiores. As MPE s desempenham um papel importante no cenário econômico brasileiro, e contribuem para um grande percentual do Produto Interno Bruto - PIB. A representatividade das MPE s para a economia brasileira pode ser entendida através de alguns dados do SEBRAE (2007): 5,1 milhões de estabelecimentos; 48% da produção nacional; 98,5% das empresas existentes no país; 95% das empresas do setor industrial; 99,1% do setor de comércio; 99% do setor de serviço; 60% da oferta de emprego; 42% do pessoal ocupado na indústria; 80,2% dos empregos no comércio; 63,5% da mão de obra do setor de serviços; e, 30% do Produto Interno Bruto. Brandão (2004), afirma que esse segmento de empresas tem tornado fator essencial para o fortalecimento econômico no país, uma vez que permite oportunidades, e o preenchimento de uma importante lacuna social, que é a absorção de mão de obra. Banterli e Manulesco (2007), afirmam que as MPE s são 99,2% das empresas brasileiras. Empregam cerca de 60% das pessoas economicamente ativas do país, respondem por 30% do PIB, geram empregos e rendas para a população, sendo essenciais para a economia brasileira, e buscam políticas específicas para facilitar sua sobrevivência. Dentre as grandes empresas, muitas começaram sua história a partir de pequenos empreendimentos, que proporcionaram oportunidades aos gestores para o desenvolvimento de seu potencial administrativo. Sem contar a importância dos empregos que criaram, inclusive de crescimento das cidades e realização de sonhos que se tornaram possíveis (BRANDÃO, 2004). 4

V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 5 2.2 MORTALIDADE DA MICROEMPRESA De acordo com o Relatório de Pesquisa do SEBRAE (2004), a taxa de mortalidade empresarial no Brasil, apurada entre as empresas constituídas e registradas nas juntas comerciais dos Estados nos anos de 2000 a 2002, apresenta que: 49,4% encerraram as atividades com até 02 anos de existência, 56,4% com até 03 anos e 59,9% não sobrevivem além dos 04 anos. Um trabalho do SEBRAE-SP (2005) confirma as altas taxas de mortalidade das MPE s. Em São Paulo 29% das novas empresas encerram suas atividades antes de completar 01 ano, 42% antes de completar 03 anos, 53% antes de completar 04 anos e 56% antes de completar 05 anos. O alto índice de mortalidade preocupa os estudiosos. Os recursos perdidos em empreendimentos mal sucedidos afetam a economia brasileira (BRANDÃO, 2004). Dados do Relatório de Pesquisa do SEBRAE (2004) apresentam alguns motivos de fechamento das empresas: falhas gerenciais; causas econômicas conjunturais; logística operacional; e, políticas públicas. Verifica-se nas pesquisas do SEBRAE, que há um despreparo por parte dos gestores para as práticas gerenciais, fator de relevância para a sobrevivência de uma empresa. Degen (1989) apud Dutra (2002) indica outras razões como sendo importantes no insucesso empresarial: falta de experiência por parte dos gestores; pouco ou nenhum conhecimento do mercado em que atua; falta de capital para iniciar o negócio; erros gerenciais no desenvolvimento do negócio; excessiva centralização gerencial do empreendedor; crescimento mal planejado; rápida obsolescência do produto; abordagem incorreta de vendas; falta ou erros de planejamento do empreendimento, como na projeção de vendas, de custos e do fluxo de caixa. Para Drucker (2002) o que as empresas realmente necessitam é de ferramentas que auxiliem no processo de tomada de decisão sem que seja necessário adivinhar em que estágio da economia a empresa se encontra. A elevada taxa de mortalidade das micro e pequenas empresas é reflexo das várias dificuldades enfrentadas pelos gestores no país (BARBOZA, 2006). 2.3 GESTÃO DE ESTOQUE Segundo Almeida (2002) os estoques representam os bens que uma empresa possui destinados à fabricação ou à venda de acordo com os objetivos e a sua atividade. Para as empresas comerciais o estoque representa o conjunto de mercadorias a serem vendidas. Para as empresas industriais o estoque significa matéria-prima adquirida, em transformação ou acabada. Para as empresas de serviço o estoque representa o material de consumo disponível para o desempenho de suas atividades (HOJI, 2007; MARION, 2005). 5

V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 6 Como o foco desse estudo é a empresa comercial, considera-se aqui como sendo estoque, todas as mercadorias disponíveis para venda. O estoque é necessário para que o processo de vendas da empresa funcione com um número mínimo de preocupações. O controle de estoque acompanha e controla a quantidade e o investimento financeiro da empresa (DIAS, 2006). Para Assaf Neto e Silva (2002) o investimento em estoque é um dos fatores mais importantes para a adequada administração financeira de uma empresa. Esta proeminência pode ser conseqüência tanto da participação deste ativo no total de investimento, quanto da relevância de gerir o ciclo operacional. O estoque deve acompanhar a projeção das necessidades da empresa. A grande maioria procura manter em estoque uma quantidade de mercadorias superior às suas necessidades normais, denominado estoque de segurança. Esse estoque é uma forma de atender a uma inesperada demanda, provocada principalmente por certos imprevistos (MARTINS, 1986). Controlar o estoque não se resume apenas em controlar a quantidade de materiais estocados, mas, conseguir apresentar o quanto está empregado nos produtos, fornecendo o volume financeiro pelo qual esse material está estocado (FRANCISCHINI, 2004). Longenecker et al. (2004) afirmam que quanto maior for o investimento no estoque, maior será a necessidade de empregar um controle de estoque apropriado. A importância do controle de estoque se dá em pequenos comércios, e é atestada pelo fato de que o estoque representa o maior investimento em capital de giro. Segundo Sá e Sá (1995) o controle de estoque deve ser desenvolvido com a criação de fichas ou formulários que devem conter as entradas, saídas e os saldos remanescentes. Para Dias (1993), todas as formas de registro de estoque objetivam controlar a quantidade de materiais em estoque, tanto o volume físico quanto o financeiro. A avaliação de estoque anual deverá ser realizada em termos de preço, para proporcionar uma avaliação exata do material e informações financeiras atualizadas. Segundo Dias (2006) o principal objetivo do controle de estoque é a otimização do investimento, aumentando o uso eficiente dos meios financeiros, e conseqüentemente, minimizando as necessidades de capital investido. O conceito de controle está inteiramente relacionado ao conhecimento da realidade, comparando-a com o que havia sido planejado, identificando as divergências e suas origens, para então tomar medidas corretivas (MARTINS, 2003). Atkinson et al. (2000) afirmam que controle é o conjunto de procedimentos e ferramentas que os funcionários da empresa utilizam para mantê-la em direção ao alcance dos seus objetivos. 6

V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 7 O gestor da empresa é responsável por fixar o sistema de controle interno, verificar seu cumprimento por parte dos funcionários e, é também responsável por sua modificação, visando adaptá-lo de acordo com as necessidades de cada organização (CREPALDI, 2002). Não existe um modelo padrão de controle interno que se adapte às reais necessidades de qualquer empresa, cabe ao gestor adequá-lo da melhor maneira possível de acordo com sua realidade (GUIMARÃES, 2001). Possível se torna perceber a partir das afirmações apresentadas por Crepaldi e Guimarães que o sistema de controle interno deverá ser adaptado às necessidades de cada empresa, não existindo um modelo a ser seguido por todas as empresas. 2.4 GIRO DE ESTOQUE De acordo com Francischini (2004) o giro de estoque é definido como o número de vezes em que o estoque é totalmente renovado em certo período. O giro de estoque demonstra a relação entre estoques e volume de vendas. Através dele, é possível definir o número de vezes que o estoque médio é vendido durante um período de tempo (PARENTE, 2007). Segundo Marion (2005) através do estoque de mercadorias, calcula-se quanto tempo em média a empresa leva para vender, ou seja, girar seus estoques. Esse prazo denomina-se como Prazo Médio de Rotação dos Estoques - PMRE. E através das duplicatas a receber calcula-se quanto tempo a empresa leva para receber suas vendas, denominando-se esse prazo como sendo o Prazo Médio de Recebimento das Vendas - PMRV. A partir do momento em que a empresa, tem em mãos o PMRE e PMRV, fácil se torna calcular o ciclo operacional da empresa, o período de tempo em que a empresa leva para comprar, vender e receber (MARION, 2005). Hoji (2007, p. 09) define ciclo operacional como sendo a soma do prazo de rotação dos estoques e prazo de recebimento da venda. O ciclo operacional, conforme afirmam os autores Marion e Hoji, representa o tempo em que a empresa movimenta seu estoque. 2.5 MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO E CONTROLE DE ESTOQUES De acordo com Oliveira e Perez Jr. (2007) os métodos de avaliação do estoque objetivam separar o custo de todos os componentes do estoque entre o que foi consumido e o que permaneceu no estoque. A Lei das Sociedades por Ações apresenta os estoques de mercadorias em uma empresa comercial como sendo aqueles avaliados pelo custo de aquisição da mercadoria, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado quando necessário (ALMEIDA, 2002). 7

V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 8 Segundo Sá e Sá (1995) o estoque pode ser avaliado pela média aritmética simples, pelo último preço de compra, pelo maior preço de entrada ou pelo preço corrente no mercado. Dias (2006) e Francischini (2004) afirmam que a avaliação do controle de estoque pode ser realizada principalmente pelos métodos: Média Ponderada Móvel (MPM); Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS); ou, Último que Entra, Primeiro que Sai (UEPS). A MPM tem por base o preço de todas as retiradas, ao preço médio do suprimento total do item em estoque. Age como um estabilizador, pois equilibra as flutuações de preços; contudo, em longo prazo, reflete os custos reais das compras dos materiais (DIAS, 1993). Nesse método, tanto as quantidades que entram no estoque quanto as que saem são valorizadas pelo custo unitário médio de aquisição (ALMEIDA, 2002) Iudícibus e Marion (2004), afirmam que a avaliação do estoque pelo PEPS tem a vantagem de fornecer, em períodos de alta de preços, um valor para o estoque final próximo do valor das últimas compras, portanto, próximo do custo de reposição. Este método é o mais indicado para o inventário periódico, pois as unidades em estoques serão consideradas as de aquisição mais recente, tornando-se fácil a identificação e a avaliação. Neste método, os materiais adquiridos há mais tempo são baixados primeiro que os mais novos (BRUNI, 2006). O PEPS é o método de controle de estoque onde as unidades que são vendidas são valorizadas pelos primeiros custos unitários, e as que entram no estoque são valorizadas sempre na ordem dos últimos que entram no estoque (ALMEIDA, 2002). Para Martins (2003) com a adoção do UEPS, existe tendência de se apropriar custo mais recente aos produtos, o que provoca normalmente redução do lucro contábil. Provavelmente por essa razão, essa forma de apropriação, não é admitida pelo Imposto de Renda Brasileiro. Segundo Bruni (2006) no Brasil esse método não é aceito pela legislação brasileira em decorrência da antecipação de benefícios fiscais, decorrentes do cálculo de custos maiores, principalmente na época de altas taxas de inflação. Dias (1993) menciona que, seja qual for o método, PEPS, UEPS ou MPM, seu emprego está condicionado ao tipo de empresa, porque a avaliação do estoque influi diretamente no custo dos bens vendidos, e qualquer variação no valor do estoque repercute de imediato nos custos operacionais e conseqüentemente nos lucros. Para Martins (2003) o PEPS apresenta os menores custos dos materiais, o UEPS apresenta os maiores e o Preço Médio fica entre os extremos. Percebe-se, que para fins gerenciais o UEPS é o método que melhor reflete os custos, sendo a maneira mais eficiente para o gestor tomar suas decisões. Porém, na legislação brasileira esse método não é aceito. 8

V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 9 3 - METODOLOGIA O presente estudo foi realizado no município de Ibitirama-ES, localizado na região Sul do Estado do Espírito Santo, há aproximadamente 215 km da Capital Vitória, envolvendo a totalidade (3) das empresas de comércio de material de construção localizadas na sede do município. As empresas foram selecionadas pela facilidade de acesso, segundo Vergara (2007) um dos critérios para determinação da população a ser estudada é o critério de acessibilidade. A pesquisa é de caráter descritivo, bibliográfico, documental e de levantamento de dados. O instrumento de coleta de dados utilizado nessa pesquisa foi um formulário testado previamente apresentando resultados positivos no que tange aos objetivos propostos. Durante a aplicação do formulário, os pesquisadores apresentaram aos gestores, modelos de controle e avaliação de estoque via MPM, PEPS e UEPS. Após a aplicação do formulário, os dados foram tabulados e analisados quantitativamente e qualitativamente. 4 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS Com intuito de preservar a identidade das empresas, na análise e discussão dos dados, não foi mencionado o nome de nenhuma empresa, ou gestor. Dentre as empresas envolvidas na pesquisa, 02 são gerenciadas pelo proprietário e 01 conta com um gestor contratado para realizar atividades administrativas. Em relação ao nível de escolaridade dos entrevistados, 01 gestor possui o primeiro grau incompleto, 01 o segundo grau incompleto e 01 o segundo grau completo. Todas as empresas classificam-se como sendo Microempresas, considerando o número de funcionários, critério utilizado nesta pesquisa. Segundo dados do SEBRAE (2004) o índice de sobrevivência das empresas é: 49% sobrevivem até 02 anos; 59,4% até 03 anos; e, 59,9% não sobrevivem mais que 04 anos. Contrariando os dados apresentados pelo SEBRAE, em Ibitirama-ES as empresas pesquisadas demonstram estar consolidadas no mercado - 2 já atuam no comércio de material de construção há mais de 10 anos e 01 empresa atua há menos de três anos. Percebe-se que as empresas do ramo de material de construção de Ibitirama-ES, que são objeto de estudo nesta pesquisa, superam as expectativas em relação ao índice de sobrevivência das microempresas. Apenas 01 das empresas pesquisadas, atua há menos de 03 anos. A fim de identificar o método de controle de estoque utilizado para o registro das entradas de mercadorias nas empresas pesquisadas, perguntou-se qual a forma de realização desses controles. Segundo Iudícibus e Marion (2004) existem vários mecanismos para se realizar o controle de estoque, podendo ser processado manualmente ou com o uso de equipamentos, assim como, processamento eletrônico de dados. 9

V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 10 Cada empresa realiza as entradas das mercadorias de uma forma diferente: 01 empresa registra as entradas de mercadorias através de uma planilha eletrônica; 01 empresa realiza o controle através de anotações informais; e 01 empresa não controla as entradas de mercadorias. Essa empresa apresentou como justificativa por não realizar controle de estoque, a falta de funcionário qualificado para executar esse procedimento. Em relação à freqüência desse controle, Iudícibus e Marion (2004) apresentam o inventário periódico ou permanente como sendo as formas de controle de estoque. Em 01 das empresas pesquisadas, o registro é realizado diariamente; 01 empresa registra as entradas semanalmente; e 01 empresa respondeu outros. Logo, o controle realizado pelas empresas, pode ser caracterizado como sendo inventário permanente. Sá e Sá (1995) apresentam como ferramentas para o controle de estoque fichas ou formulários contendo as entradas, saídas e os saldos remanescentes. Cada uma das 03 empresas pesquisadas possui uma forma diferente de registrar as saídas de mercadorias. Sendo que 01 registra as saídas de mercadorias através de planilha eletrônica; 01 através de anotações informais; e outra não controla o registro das saídas devido à falta de funcionário qualificado para executar tal tarefa. Bem como no registro de entradas de mercadorias, foi verificada a freqüência do controle desse registro. Quanto às saídas de mercadorias verificou-se que 01 das empresas registra suas entradas no estoque diariamente; 01 empresa registra as entradas semanalmente; e 01 empresa optou pela resposta outros. Assim como o controle da entrada de mercadorias, o controle de saídas se caracteriza como inventário permanente. A fim de verificar se o preço de venda da mercadoria é atualizado conforme as compras efetuadas para reposição de estoque, foi perguntado aos gestores das empresas pesquisadas se existe ajuste no preço de venda das mercadorias no intervalo entre uma compra e outra. Francischini (2004) afirma que o controle de estoque não se resume no controle de quantidades, mas deve fornecer também o volume financeiro pelo qual esse material está sendo estocado. Todas as empresas entrevistadas informaram que realizam o ajuste do preço de venda da mercadoria entre uma compra e outra. Embora uma das empresas tenha afirmado não realizar controle de entrada e saída de mercadorias, todas ajustam o preço de venda das mercadorias. As empresas que ajustam o preço de venda das mercadorias explicaram que o método utilizado para realizar tal ajuste se dá pela comparação do preço atual da mercadoria em estoque e o atual preço de mercado do produto expresso na tabela do fornecedor. Em relação ao controle da quantidade de mercadoria em estoque, verificou-se que as 03 empresas envolvidas no estudo, controlam a quantidade de mercadoria que possuem em estoque 10

V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 11 através da ajuda do fornecedor. Esse processo ocorre sempre que há visita do fornecedor na loja, o fornecedor observa a existência de mercadoria em estoque e sugere a reposição de mercadoria. Embora 02 gestores tenham respondido que realizam o controle das entradas e saídas de mercadorias de forma permanente, isso não fica claro com as respostas obtidas em relação ao controle da quantidade de mercadorias. Se a empresa realiza efetivamente o controle, não precisa da ajuda do fornecedor para identificar se possui ou não um produto no estoque. Ao receber o fornecedor os responsáveis pelo setor de compras já deveriam saber quais as mercadorias precisam repor no estoque. Com o intuito de identificar se as empresas controlam o custo da mercadoria em estoque, perguntou-se aos gestores se o mesmo é ajustado. Foi observado que 100% dos gestores das empresas pesquisadas disseram que fazem o ajuste do preço da mercadoria em estoque. Longenecker et al. (2004) afirmam a importância do controle de estoque nos comércios de varejo, visto que o estoque representa o maior investimento em capital desses negócios. Todas as empresas pesquisadas estão classificadas como microempresa e a maior parte do investimento realizado por essas empresas está aplicado em estoques de mercadorias. Visto que 100% das empresas ajustam o custo da mercadoria, perguntou-se de que forma é realizado esse ajuste, e 02 empresas através de uma pesquisa dos preços com o fornecedor. Os gestores têm contato semanalmente com os seus fornecedores, e durante esse contato confirmam o valor de mercado do produto no momento exato, e, passam a adotar esse preço a partir. Mesmo que não efetivem a compra, o gestor faz a alteração do preço da mercadoria que possui em estoque. A partir da informação dos fornecedores os gestores alteram os preços de custo e venda das mercadorias em estoques. Foi perguntado aos gestores se existem dificuldades em relação ao controle de estoque. Nas 03 empresas pesquisadas (100%), os gestores afirmaram que possuem dificuldade para realizar o controle de estoque. E as dificuldades citadas são: falta de tempo para estar realizando esse trabalho, e falta de funcionário qualificado para realizar o controle de estoque. Os pesquisadores apresentaram durante a aplicação do formulário 03 planilhas impressas de modelo de controle e avaliação de estoque (PEPS, UEPS e MPM) propostas por Iudícibus e Marion (2004). Foi observado que nenhum dos gestores tem conhecimento sobre esses métodos de avaliação. Portanto, os pesquisadores explicaram o funcionamento dessas planilhas ressaltando a sua importância. Apesar de 02 gestores afirmarem em todas as perguntas que realizam o controle de estoque, através de visita in loco apenas 01 da empresa apresentou documentos que comprovem esse 11

V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 12 controle. O controle acontece de maneira informal, não caracterizando-se como sendo um controle que avalia o estoque conforme apresenta a literatura (PEPS, UEPS ou MPM). Embora 02 gestores tenham respondido que a principal dificuldade para controlar o estoque é a falta de tempo, observou-se que a maior dificuldade encontrada por eles é a falta de conhecimento dos instrumentos ou métodos para avaliar os estoques. A partir da percepção dos pesquisadores pela inexistência de um método científico adequado para avaliação dos estoques nas empresas pesquisadas, foi perguntado, se existe interesse dos gestores em testar uma planilha de controle de estoque, e 100% dos gestores têm interesse em testar uma planilha de controle de estoque. Os gestores justificam que têm preferência por utilizar planilha eletrônica e já possuem computador na empresa. Segundo Marion (2005) o estoque de mercadorias possibilita o cálculo do Prazo Médio de Rotação dos Estoques -PMRE. Questionou-se com os gestores o conhecimento sobre o PMRE, e observou-se que 02 gestores conhecem e controlam o prazo médio de estocagem das mercadorias, e 01 não conhece e nem controla. Uma empresa tem como PMRE o período de 40 dias; 01 empresa tem o PMRE de 60 dias; e 01 empresa não conhece, portanto não controla o PMRE. Ressalta-se que o controle existente em uma das empresas, se refere à quantidade física e monetária de forma empírica. A planilha apresentada pelo gestor demonstra a quantidade e os valores existentes em estoque, não contendo um histórico da movimentação de cada mercadoria. Conforme exposto anteriormente, os preços das mercadorias são ajustados de acordo com o valor da última compra. 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a análise e discussão dos dados coletados durante a pesquisa, constatou-se que das 03 empresas envolvidas, apenas 01 realiza o controle de estoque das mercadorias, mas o faz de maneira informal por meio de planilha eletrônica elaborada pelo próprio gestor. Notou-se que os gestores das empresas de material de construção de Ibitirama-ES não utilizam nenhum critério formal para avaliar seus estoques. A única empresa que apresentou um instrumento para controle de estoque demonstra nesse controle, apenas as quantidades existentes no estoque no momento atual, não contendo o histórico das movimentações da empresa no que diz respeito às entradas e saídas de mercadorias. Embora não haja a utilização de um método que avalie as entradas e saídas de mercadorias pelo PEPS, UEPS ou MPM observou-se que o instrumento utilizado pelo gestor que realiza o 12

V Congresso UFV de Administração e Contabilidade e II Mostra Científica 13 controle de estoque, é de grande utilidade, principalmente se comparado às outras empresas que não realizam nenhum tipo de controle. Os gestores foram orientados pelos pesquisadores, quanto à importância da realização do controle de estoque de forma quantitativa e qualitativa. E apresentaram planilhas para avaliação do estoque a partir dos métodos: PEPS, UEPS e MPM. Foi afirmado pelos gestores envolvidos na pesquisa que a principal dificuldade para a realização do controle de estoque é a falta de tempo. Porém, percebeu-se com a pesquisa que a principal dificuldade enfrentada pelos gestores é a falta de conhecimento sobre o controle de estoque. Sugere-se aos gestores das empresas pesquisadas a utilização de um controle de estoque monetário e quantitativo contendo as movimentações de mercadorias da empresa e fornecendo os saldos no estoque em termo físico e monetário. Como foi constatado o interesse dos gestores em adquirir uma planilha para controle de estoque, uma nova pesquisa poderá ser realizada com o intuito de implantar uma planilha para controle de estoque e avaliar os resultados da implementação dessa planilha. 6 - REEFERÊNCIAS AHORN, M. R. A dimensão sócio ambiental das pequenas empresas no contexto da terceirização: fragilidades alternativas. Santo Amaro: 2006. Dissertação de mestrado, Centro Universitário SENAC. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/pesquisaperiodicoform.do. Acesso em: 27. Ago. 2008. ALMEIDA, M. C. de. Curso Básico de Contabilidade. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. ATIKINSON, A. A.; BANKER, R. D.; KAPLAN, R. S.; YOUNG, S. M. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 2000. BANTERLI, F. R.; MANULESCO, F. M. K. As Micro e Pequenas Empresas no Brasil e sua Importância para o Desenvolvimento do País: Artigo desenvolvido pela Univap- Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas- FCSA, São José dos Campos. BARBOZA, L. C. Solução inédita expande negócios com micro e pequenas empresas. Boletim Informativo Serasa. Ano 16, nº 99. São Paulo: Agosto 2006. Disponível em: http://www.serasa.com.br/bis/2006/bis099/bis99-1.htm. Acesso em: 06 nov. 2008. BNDES. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Classificação de Porte de Empresa. Disponível em: www.bndes.gov.br/clientes/porte/porte.asp> Acesso em: 02 jan. 2008. BORTOLI NETO, de A. Tipologia de problemas das pequenas e médias empresas. São Paulo: 1980. Dissertação de mestrado, FEA/USP. BRANDÃO, R. K. S. Gestão Financeira das MPE s: análise do segmento do comércio e serviço da cidade de Caratinga/MG. Pedro Leopoldo: 2004. Dissertação de mestrado, Fundação Cultural Dr. Pedro Leopoldo/ Centro de Educação Permanente. BRASIL. Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br. Acesso em: 28 jul. 2008. BRUNI, A. L. Administração de custos, preços e lucros. São Paulo: Atlas, 2006. CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: Dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2005. 13

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