OS IMPACTOS DA ALCA E DO ACORDO COMERCIAL COM A UNIÃO EUROPÉIA - O CASO DA CADEIA TÊXTIL/CONFECÇÕES 1 Victor Prochnik 2



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Transcrição:

OS IMPACTOS DA ALCA E DO ACORDO COMERCIAL COM A UNIÃO EUROPÉIA - O CASO DA CADEIA TÊXTIL/CONFECÇÕES 1 Victor Prochnik 2 1. Apresentação Este artigo discute as oportunidades e riscos que se abrem para a cadeia produtiva Têxtil/Confecções (CTC) do Brasil 3, tendo em vista a perspectiva de criação de áreas de livre comércio nas Américas (ALCA) e com a União Européia (UE). Este artigo foi escrito a partir de uma versão mais ampla, disponível em www.ie.ufrj.br/cadeiasprodutivas. As desigualdades no comércio internacional da CTC são muitas e têm prejudicado o país. Caso as barreiras tarifárias dos países importadores fossem menores, o Brasil já estaria exportando bem mais (em 2002, o Brasil exportou 1,18 bilhões de dólares em produtos da CTC www.abit.org.br). As principais assimetrias atualmente existentes na regulação dos fluxos de comércio, junto com fatores desfavoráveis à posição do Brasil, são as seguintes: O principal problema decorre da tendência de aumento do consumo mundial de fibras químicas (sintéticas e artificiais) em comparação com o de fibras naturais. Isto porque, como visto abaixo, o Brasil é mais competitivo exatamente na cadeia dos produtos feitos a base de algodão. Esta defasagem tende a diminuir a competitividade brasileira, principalmente quando se leva em consideração que grande parte dos tecidos atualmente produzidos são mistos. As tarifas de importação cobradas pelos países desenvolvidos (PD) para os produtos da CTC são maiores do que as tarifas para outros produtos industriais. As tarifas médias da UE (EUA) para todas manufaturas são 3,5% (3,0%), enquanto para têxteis são 8,2% (8,1%) e para confecções são 11,7 (12,0%) - Trade and Development Report, 2002. 1 O trabalho que deu origem a este artigo fez parte da pesquisa Projeto de Pesquisa MDIC/FINEP/NEIT-IE-UNICAMP Estudo de Competitividade por Cadeias Integradas. 2 Professor do Instituto de Economia e do Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis da UFRJ - e-mail: victor@ie.ufrj.br. 3 Os principais setores da CTC são: cultura de fibras vegetais, com destaque para o algodão; produção das fibras químicas; setor de fiação e tecelagem e confecções.

Há uma escalada tarifária e muitos picos tarifários, que prejudicam nossas exportações. Nos EUA, por exemplo, 13% das tarifas para têxteis e vestuário estão acima do nível de 15% - Hoekman & Olarreaga (2002). Há um rápido aumento do número de acordos regionais, envolvendo a concessão de preferências tarifárias e acesso favorecido. Os EUA, por exemplo, concedem preferência aos países do NAFTA, CARIBE, Israel, países africanos da AGOA e outros. Os países em desenvolvimento (PED), beneficiados por acordos, conseguiram aumentar sua participação no comércio mais rapidamente do que os que não conseguiram participar. Existe grande assimetria comercial o Brasil tem pouca importância para UE e EUA, mas estes são mercados relevantes para o Brasil. Há uma crescente divisão do trabalho na cadeia têxtil, em que países desenvolvidos fazem o pano e subcontratam confecções em país em desenvolvimento, importando produto final - este esquema, dentro do Brasil, apenas começa a funcionar. São relevantes, também, outras formas de apoio dos países desenvolvidos a sua produção nacional. O caso mais importante é o dos subsídios que recebem os produtores americanos de algodão. Cresce o número de concorrentes internacionais. Também é importante discutir a competitividade da CTC brasileira. A CTC brasileira é muito competitiva na cultura do algodão e na sua fiação e tecelagem. Neste último setor, a liderança da cadeia está nas mãos de um pequeno grupo de grandes empresas, internacionalmente competitivas. Suas exportações, que concentram boa parte das exportações de toda CTC, são volumosas e crescentes. As três maiores, Santista, Vicunha e Coteminas, são responsáveis por praticamente um terço de todas exportações da CTC. Para essas empresas líderes, a adesão a ALCA e implantação do acordo tarifário com a UE é muito importante porque, se as empresas dos países concorrentes forem beneficiadas e as brasileiras não, a posição competitiva destas últimas pode se tornar insustentável. No contexto da ALCA, por exemplo, o acordo faria com que o Brasil passasse a competir de

igual para igual com o México e ficasse mais protegido, no acesso aos mercados, da concorrência asiática. Mesmo assim, no período recente, devido à combinação de maior competitividade com câmbio favorável, mesmo prejudicadas pelos diversos tipos de barreiras tarifárias e não tarifárias, as exportações brasileiras da CTC vem aumentando. Este aumento se verifica tanto no âmago dos segmentos mais competitivos (algodão, tecidos de algodão e outros têxteis, incluindo lençóis, cama & mesa etc.) como, também, no segmento de vestuário. A adesão aos acordos implica, também, em zerar, progressivamente, as tarifas de importação. Este é outro problema discutido no texto, pois, no Brasil, a grande maioria dos trabalhadores está empregada em empresas ineficientes para os padrões internacionais e, em geral, de pequeno porte, como mostra este trabalho, entre outros já realizados sobre a CTC. Por exemplo, estudo patrocinado pela Confederação Nacional da Indústria e pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil afirma que... o país tem evidentes fragilidades competitivas nos setores mais dinâmicos do comércio mundial, ou seja, naqueles que envolvem confecções e fios e tecidos sintéticos, sem perspectivas de uma reversão deste quadro no curto prazo. É importante lembrar que a quase totalidade dos investimentos feitos no Brasil nos anos 90 beneficiou a cadeia de têxteis naturais (algodão), praticamente não contemplando a cadeia sintética ou de origem química." CNI/ABIT (2000, pg 14). Assim, existem dois problemas, que se superpõem, na CTC: uma grande massa de empresas ineficientes e uma sub-cadeia menos competitiva, a de produtos a base de fibras químicas (sintéticas e artificiais). Quanto ao primeiro problema, a adesão progressiva aos acordos pode ser uma oportunidade para as empresas ineficientes, se elas se aprimorarem, nos anos de adaptação, aos novos patamares de competição, dados pela concorrência internacional. Caso contrário, pode haver um novo processo de concentração, possivelmente levando a uma maior especialização da CTC. Note-se que, nos anos 90, diante da pressão das importações, uma modernização semelhante não ocorreu. Segundo CNI/ABIT (2000, p. 7), "A abertura da economia brasileira na década de 1990 e o acirramento da competição mundial, com a consolidação de diversos produtores de baixo

custo - basicamente os asiáticos,..., promoveram radical transformação do setor,... As empresas mais atingidas foram as firmas de menor porte, com atuação exclusiva no mercado interno e baixo nível tecnológico (Funcex, 1999a).. Dentro da cadeia têxtil, os setores mais atingidos pela concorrência externa foram o produtor de fibras de algodão, o de fios e tecidos sintéticos e o de confecções." A tabela 1 confirma este resultado, mostrando que os ganhos de produtividade que caracterizaram a evolução da indústria brasileira, na década de noventa, não chegaram ao conjunto das empresas têxteis e de confecções (embora se destaque o avanço das empresas líderes). Tabela 1 crescimento médio anual (%) entre 1990 e 2000 Cadeia Vestuár. acessór. Ind têxtil Valor agregado -2,6-1,8-3,2 Pessoal ocupado -1,6-1,0-4,7 Produtividade -1,0-0,8 1,6 Fonte: IBQP-PR Nos setores industriais, o ciclo de investimentos e aprimoramento se deu nos segmentos menos ameaçados pelas importações, quando houve crescimento do mercado interno, medidas de proteção contra importações - CNI/ABIT (p. 10). O mesmo se verificou com a cultura de algodão. A relocalização da produção para o centro-oeste, em programa de trabalho integrado entre governo e iniciativa privada, incluindo aumento de alíquotas tarifárias, foi um sucesso e criou forte competência na base da CTC. A tabela 2, por sua vez, indica que a evolução dos setores de fiação, têxtil e confecções, no início da década atual, também não foi favorável. Dificilmente, nestas condições, os empresários estarão investindo em aumentos da produtividade. O crescimento das exportações, portanto, é muito relacionado às mudanças no câmbio.

Tabela 2 índices acumulados de produção fisica Elo da cadeia/ Mês dez. 2000 dez. 2001 Beneficiamento, fiação e tec. fibras têxteis 105,2 94,8 naturais Fiação e tecelagem de fibras artificiais ou 105,1 94,4 sintéticas Outras indústrias têxteis 109,2 93,5 Artigos do vestuário e acessórios 108,2 90,6 Fonte: FIBGE Não se pode prever se o mercado interno vai voltar a crescer e qual o impacto deste crescimento sobre o investimento e a modernização na cadeia têxtil. O câmbio e a competitividade regulatória e sistêmica são outras variáveis intervenientes, que podem ajudar ou não a posição da indústria brasileira frente a seus concorrentes internacionais. Uma solução para o segundo problema, a falta de competitividade da sub-cadeia de produtos têxteis sintéticos e artificiais, é ainda mais complicada, porque, neste caso, os determinantes da competitividade são sistêmicos. Para eliminar o déficit estrutural, é necessário um plano de investimentos coordenados, nesta sub-cadeia, com a participação de empresas internacionais da base da cadeia (fibras e filamentos). Estas observações, portanto, por um lado, recomendam cautela no processo de abertura. Isto é, sugere-se, por um lado, evitar assumir compromissos de longo prazo que podem, em uma conjuntura desfavorável, sujeitar as parcelas menos eficientes da cadeia produtiva a uma concorrência externa muito mais forte. Por outro lado, é útil investir na competitividade da CTC, criando outras competências competitivas como as que o país possui, atualmente, em algodão e produtos de algodão.