e sua deficiência Fabíola Isabel Suano de Souza

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Transcrição:

e sua deficiência Fabíola Isabel Suano de Souza

INTRODUÇÃO

Vitamina D: introdução Pró-hormônio cutânea (90%) (secosteroide): síntese endógena Duas formas: vitamina D2 (ergocalciferol) e vitamina D3 (colecalciferol UVB 30 00+5nm) Enzima envolvida na síntese: 1 α-hidroxilase presente em várias células (Ex. pulmonares, sistema imune,etc) Receptores de vitamina D: variações na estrutura e função em função de polimorfismos

Exposição solar Ideal: Ângulo oblíquo: 10:00 15:00 < 10:00 e depois da as 15:00 ângulo de incidência mais oblíquo (= inverno) - < síntese Filtros solares (2 mg/cm 2 2 ) FPS 8 92,5% e FPS 15 99%

Enzimas envolvidas no metabolismo da vitamina D Suaini NHA et al. Nutrients 2015, 7, 6088-6108; doi:10.3390/nu7085

Eur J Pediatr (2015) 174:565 576.

limentos-fonte Cashman KD. Endocrine. 2015. DOI 10.1007/s12020-015-0711-x

Recomendações 0 12 meses 400 AI EAR RDA 1 18 anos ----- ----- 600 UI estante e lactante ----- ----- 600 UI adequate intake R estimated adequate recommendation A recommended dietary allowance UI ----- ----- Institute of Medicine. Dietary Reference Intake, 2011

DEFICIÊNCIA: COMO IDENTIFICAR

Consensos internacionais e nacionais JPGN 2013; 56: 692-701. Med J Austr.2013;18: 142-5. Pediatrics 2008; 122: 398-417. www.sbp.com.br DC Nutrologia, 2014

Como identificar a deficiência? Concentrações séricas de 25(O OH)D < 50 nmol/l ou 20 ng/ml upos de risco para de-ficiência: Lactentes amamentados sem suplementação Indivíduos com necessidade de rigorosa fotoproteção (LES) Má-absorção de gorduras Doenças hepáticas Obesos Insuficiência renal e síndrome nefrótica Uso de medicamentos rifampicina, isoniazida e anticonvulsivantes (fenitoína e fenobarbital). Misra M et al. Pediatrics 2008; 122:398-417.

Raquitismo carencial Conceito: prejuízo na mineralização do tecido osteóide no nível da cartilagem de crescimento epifisário resultando em deformidades e crescimento Pico de incidência: 3 a 18 meses Manifestações clínicas clássicas: crescimento pondero-estatural, atraso no desenvolvimento e dentição, crânio tabes, fronte olímpica, alargamento das junções condrocostais (rosário), cintura diafragmática (sulco de Harrison), deformidade torácica, alargamento epifisário (punhos e tornozelos), encurvamento da diáfise (genu varum) e fraturas (galho verde).

Alterações laboratoriais nos diferentes estágios de deficiência de vitamina D ef. VitD Cálcio Fósforo Fosfatase alcalina e NL ou NL ou derada NL ou ve PTH 25-OH-D 1,25-OH-D Radiol. NL Osteopen Alt.raquític moderada NL ou Alt.raquític graves

DEFICIÊNCIA: PREVALÊNCIA

Recém-nascidos Matern Child Nutr. 2015 Sep 15.

Crianças e adolescentes Eur J Pediatr (2015) 174:565 576.

Adolescentes: Brasil 62% dos adolescentes com concentrações de 25 OHD entre 10 a 30 ng/ml Ann Nutr Metab. 2009;54(1):15-21

ianças e adolescentess Karalius VP et al. J Pediatr Endocrinol Metab. 2014 May;27(5-6):461

rianças e adolescentes (obesidade) Karalius VP et al. J Pediatr Endocrinol Metab. 2014 May;27(5-6):461

DEFICIÊNCIA: ALÉM DO OSSO

Front Physiol. 2014 Jun 24;5:228.

Adipócito Ding C et al. Br J Nutr. 2012; 108:1915-22.

Resistência insulínica eterson CA et al. Ther Adv Endocrinol Metab 2014, Vol. 5(6) 166 189.

Asma Brehm JM. Curr Allergy Asthma Rep. 2014; 14:4 Cassim R et al. Allergy. 2015; 70: 33

Vitaminaa D: asma Efficacy of high-dose vitamin D in pediatric asthma: a systematic review and meta-analysis. Incluídos 5 estudos envo olvendo a administração de doses maiores ou iguais a 500 UI/dia (500 a 2000 UI/dia) Redução significante na 0,41 IC 95% 0,27-0,63) exacerbação da asma (RR Pojsupap S et al. J Asthma. 2014; 21: 1-9.

Objetivo: avaliar a eficácia e segurança d suplementação de vitamina D com coadjuvante no tratamento da asma. PLoS One. 2015 Aug 31;10(8):e0136841

Considerações: vitamina D e asma Relação entre baixas concentrações séricas com gravidade, pior na função pulmonar e número de exacerbações Melhor controle da doença: redução no uso de CTC inalado e sistêmico Ainda não é possível recomendar uma estratégia absoluta par uso terapêutico ou profiláticoo da vitamina D nas doença alérgicas importante identificar e tratar a deficiência Giustina AD et al. World Allergy Organ J. 2014; 7: 27-34

TRATAMENTO

Tratamento da deficiência 25(OH)D < 20 ng/ml (50 nmol/l) Tratamento (dose diária) 0 12 meses tamento: 2.000 UI/dia (6 semanas) nutenção: 400 a 1.000 UI/dia 1 18 anos tamento: 2.000 UI/dia (6-8 semanas) nutenção: 600 a 1.000 UI/dia Tratamento (dose semanal) 0 12 meses Tratamento: 50.000 UI (sem) (6 semanas) Manutenção: 400 a 1.000 UI/dia 1 18 anos Tratamento: 50.000 UI (sem) (6-8 semanas) Manutenção: 600 a 1.000 UI/dia

PREVENÇÃO

Prevenção: lactentes

Recém nascido à termo: Conclusões: vitamina D Suplementação medicamentosa oral profilática 1 semana de vida até 12 meses: 400 UI/dia 12 a 24 meses: 600 UI/dia * Lactentes em aleitamento materno e com fórmula infantil, independente da região do país. Recém-nascido pré-termo: Quando peso > 1500 g ou NE plena: 400 UI/dia

Conclusões: vitamina D Ausência de estudos na literatura sobre exposição solar segura necessidade de se atingir concentrações séricas adequadas de vitamina D em lactentes suplementação medicamentosa profilática é sempr recomendada (400 a 600 UI/di) Para crianças e adolescentes do GRUPO DE RISCO: dose mínima diária 600 UI/dia com monitoramento periódic co e reajuste quando necessário Crianças e adolescentes saudáveis devem ser incentivados para hábito alimentares e estilo de vida adequado consumo de alimentos fonte de vitamina D (ex: peixes marinhos) e práticas de atividades ao livr associada a exposição solar segura Tratamento deve ser iniciado em situações de DEFICIÊNCIA (25-OH-VitD 20 ng/ml) independente da presença de sintomas