Percepção de pais e alunos quanto a qualidade da merenda escolar ofertada pelas escolas publicas do município de Alegre, ES

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> as disponibilidades alimentares são agora. > os hábitos alimentares mudaram devido à. > os conhecimentos científicos evoluíram.

Transcrição:

14078 - Percepção de pais e alunos quanto a qualidade da merenda escolar ofertada pelas escolas publicas do município de Alegre, ES Perception of parents and students about the quality of school meals offered by the public schools from the municipality of Alegre - ES SOUZA, Mariane Pereira dos Santos 1 ; GUEDES, Ana Paula Oliveira 1 ; COSTA, Ariane Cardoso 1 ; MARCONSINI, Sabrina Sabino 1 ; COSWOSK, Jânderson Albino 2 ;LIMA, Wallace Luís 3, 1 Acadêmica do curso Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus de Alegre, ES, Brasil, arianecardosocosta@hotmail.com; 2 Prof.do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), jacoswosk@ifes.edu.br; 3 Prof. Dr. do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus de Alegre, wallace@ifes.edu.br Resumo: As escolas nem sempre podem oferecer a seus alunos uma alimentação de qualidade. O objetivo do trabalho foi analisar a visão de pais e alunos quanto a qualidade da alimentação ofertada pelas escolas públicas do município de Alegre, ES. Constatou-se que os pais não consideram a merenda recebida por seus filhos como sendo saudável. Sugere-se as instituições a implantação do Projeto Horta na Escola, por ser uma excelente ferramenta no trabalho de Educação alimentar. Palavras-chave: Alimento Saudável; Recreio; Segurança alimentar. Abstract: Schools cannot always offer their students a quality diet. This study aims to analyze the perspective of parents and students about the quality of food offered by the public schools from Alegre, ES. It was observed that parents do not consider the meals received by their children healthy. It is suggested to institutions to implement the Project "Vegetable Garden at School", which is an excellent tool for nutritional education work Keywords: Food Healthy; Recreation; food safety Introdução Em idade escolar, as crianças consomem alimentos constituídos de gordura, açúcares, sal e carboidratos refinados, evitando àqueles ricos em vitaminas e minerais, como vegetais e frutas (NOVAES et al., 2007). Entretanto, a inserção de alimentos no processo de ensino é significativa, pois faz parte do cotidiano do aluno, e dessa forma pode ajudar a criar hábitos alimentares saudáveis (PIETRUSZYNSK et al., 2010). O problema em questão é que nem sempre as escolas podem oferecer a seus alunos uma alimentação equilibrada, o que faz com que estes se dirijam as cantinas e cosumam alimentos inadequados a sua segurança alimentar e nutricional. Diante disso, o objetivo do trabalho foi analisar a visão de pais e alunos quanto a qualidade da alimentação ofertadas pelas escolas públicas do município de Alegre, ES. Metodologia O trabalho foi realizado no Município de Alegre, Região Sul do Espírito Santo, Brasil, no primeiro semestre letivo de 2013. Cadernos de Agroecologia ISSN 2236-7934 Vol 8, No. 2, Nov 2013 1

Para coleta de dados foi realizada uma entrevista com 50 pais e 50 alunos de escolas públicas do Município. Como instrumento facilitador da pesquisa, foi utilizado um questionário semiestruturado, contendo 8 questões voltadas para os pais e 5 questões voltadas para os alunos. A entrevista foi realizada na rua, onde os pesquisadores escolhiam de forma aleatória pessoas que passavam pelo local e as questionava, caso fossem estudantes ou pais de alunos das escolas públicas locais. As respostas obtidas foram transcritas em papel e ao término das perguntas, o pesquisador as mostrava para os entrevistados para que estes com o trancrito. Os alunos entrevistados apresentaram idade entre 9 e 13 anos e, por esta razão, só eram abordados quando junto de seus pais ou responsáveis para que estes autorizassem a entrevista com os menores. Após a coleta dos dados, foi montada uma planilha e posteriormente, foram geradas figuras para melhor interpretação dos resultados. Resultados e discussões Aos pais, foi primeiramente questionado quanto ao tipo de alimentação ofertada pela escola na qual o filho frequenta e foi observado que 100% dos entrevistados disseram que a merenda é constituída por arroz, feijão e um tipo de carne, alternando com biscoito ou bolo e suco e raramente com uma fruta de sobremesa. Quando questionados sobre a qualidade dos alimentos servidos na merenda, foi observado que apenas 2% do total relataram que muitas vezes seus filhos vão para escola sem almoçar por falta de alimentos em casa e, quando a merenda é biscoito ou bolo, a criança passa o dia com fome. Para 10% a merenda é considerada boa, mas que poderia melhorar, e ainda sugeriram que fossem incluídos alimentos diferenciados. Para 88% a alimentação não é boa, pois não é saudável em função de sempre faltar verduras e legumes (Figura 1a). Quando questionados sobre a forma de melhorar a qualidade da alimentação dos filhos por parte dos professores, alunos e pais, respectivamente, foi observado que todos os 100% dos entrevistados disseram que a escola é um ambiente de aprendizagem, portanto é muito importante que a alimentação também seja considerada uma atividade educativa, cabendo, portanto ao professor, fornecer aos alunos informações e conhecimentos relacionados à alimentação e a saúde. Aproximadamente 98% do total relataram que os alunos poderiam se esforçar para comer na escola, pois a maioria dos filhos reclama escolar e procuram outras alternativas para se alimentarem. Apenas 2% disseram que os alunos já se esforçam para comer o que a escola oferece, possivelmente por ser uma fonte gratuita de alimentação (Figura 1b). Todos os entrevistados acreditam que é obrigação dos pais incentivar seus filhos a se alimentarem das refeições oferecidas nas escolas ao invés de permitirem que as 2 Cadernos de Agroecologia ISSN 2236-7934 Vol 8, No. 2, Nov 2013

crianças consumam alimentos alternativos, de origens, muitas vezes, desconhecidas. Figura 1: Visão dos pais quanto à qualidade da merenda nas escolas públicas do município de Alegre (a) e postura dos alunos, segundo os pais, ao comer os alimentos ofertados pela escola (b). A inserção de informações nutricionais dos alimentos no ensino pode ser uma alternativa viável para promover a saúde nas escolas e dessa forma, conscientizar os alunos sobre os hábitos de vida saudáveis (PIETRUSZYNSK et al., 2010). Ao serem questionados a respeito de mandar lanche para o filho comer no intervalo do recreio, apenas 2% afirmaram que não tem condições financeiras para comprar lanche, apesar de às vezes a criança pedir. 80% disseram que não pensam nisso porque a escola já oferece merenda. 8% contaram que precisam mandar lanche, apesar de às vezes as crianças pedirem. Dos entrevistados, 80% disseram que não pensam a respeito devido a escola já oferece merenda e 8% relataram que precisam mandar lanche ou deixam seus filhos comerem na cantina por não gostarem da comida servida no refeitório (Figura 2a). Com relação a alimentação do filho fora da escola, 88% afirmaram sempre orientar que os filhos comam verduras, legumes e frutas e abandonem as guloseimas (alimentos industrializados). Apenas 2% disseram que não tem condições de manter uma alimentação equilibrada e a criança come o que tem a disposição em casa (Figura 2b). Os pais também foram questionados quanto ao Projeto Horta na Escola (cultivo de uma horta para ajudar na alimentação) e 100% relataram que nas escolas não tem uma horta com variedades de verduras e legumes e concordaram que essa seria uma boa estratégia pra variar o cardápio e fazer com que as crianças comam alimentos saudáveis, seguros e nutritivos. Cadernos de Agroecologia ISSN 2236-7934 Vol 8, No. 2, Nov 2013 3

Figura 2: a) Opinião dos pais a respeito de mandar merenda para escola e b) Tipo de alimentação ofertada pelos pais fora da escola. Por fim, os pais disseram que além da horta, outra alternativa para melhorar os hábitos alimentares das crianças, seria envolvê-las no processo, incentivando-as a plantar, colher e ajudar a preparar os alimentos na escola, pois no dia-a-dia elas não levam muito a sério o que os pais falam sobre alimentação saudável. Conhecer e participar do processo de produção dos alimentos, principalmente de hortaliças, desperta não somente nos alunos, mas em toda família, vontade de mudar os hábitos alimentares, pois estes passam a compreender que estes alimentos são fontes de vitamina, sais minerais e fibras (TURANO, 1990). Com relação aos alunos, foi questionado sobre o tipo de alimentação recebida na escola e para 98% dos entrevistados concordaram com os pais dizendo que a merenda é arroz branco ou temperado, feijão ou feijão tropeiro e carne, alternando com biscoito de sal, bolo, suco e maçã. Apenas 2% não sabem o que é a merenda por não terem o hábito de se alimentarem na escola (Figura 3a). Para 90% dos discentes a alimentação servida pelas escolas não é saudável, pois falta salada. 6% discordaram, dizendo que a merenda é boa e que a escola oferece o que muitas vezes eles não têm em casa e os demais 2% relataram que a comida é boa, mas é em pouca quantidade. 2% não souberam responder a essa questão por não se alimentarem das refeições fornecidas pelas escolas (Figura 3b). Os alunos disseram que para melhorar a alimentação, procuram às vezes comer salada e frutas, porém afirmaram que não conseguem abrir mão dos alimentos industrializados. Sobre o Projeto Horta na Escola, 100% dos entrevistados não souberam responder ao certo do que se tratava, mas relataram que nas escolas encontram plantios de cebolinha verde e outros temperos. Ao serem explicados sobre projeto e da possibilidade da implantação de uma Horta na Escola todos os entrevistados acreditam que essa é uma ótima alternativa para incentivar os alunos a se alimentarem de forma correta. Porém, eles ainda acrescentaram que as crianças, na maioria das vezes, não gostam de se 4 Cadernos de Agroecologia ISSN 2236-7934 Vol 8, No. 2, Nov 2013

alimentarem de forma saudável e que, por esta razão, a horta não surtiria efeitos significativos, devendo também vir acompanhada de incentivos por parte da escola, como por exemplo, preparar os alimentos de forma diferenciada, realizar palestras sobre hábitos saudáveis e permiti-los participar do trabalho de alguma forma (plantio, colheita ou preparo). A relação direta com os alimentos contribui para que as crianças mudem o hábito alimentar, trocando os produtos industrializados e do tipo fast-food por outros naturais e saudáveis (MORGADO, 2008). Figura 3: a) Tipo de alimentação ofertada nas escolas (a) e opinião dos alunos em relação a qualidade da comida (b). Conclusões A alimentação ofertada nas escolas públicas do Município de Alegre não é, segundo os pais e alunos entrevistados, saudável, pois carecem de verduras, legumes e frutas. O Projeto Horta na Escola apresenta-se como alternativa viável, por ser uma excelente ferramenta no trabalho de educação e de mudança dos hábitos alimentares dos estudantes da rede pública de ensino do município de Alegre - ES Referências bibliográficas: MORGADO, F. S.; SANTOS, M. A. A. A horta escolar na educação ambiental e alimentar: experiência do projeto horta viva nas escolas municipais de Florianópolis. EXTENSIO Revista Eletrônica de Extensão, n. 6. p.1-10, 2008. NOVAES, J. F.; FRANCESCHINI, S. C. C.; PRIORE, SILVIA, E. Hábitos alimentares de crianças eutróficas e com sobrepeso em Viçosa, MinasGerais, Brasil. Revista de Nutrição, Campinas, v. 6, n. 20, p.633-642, 2007. Cadernos de Agroecologia ISSN 2236-7934 Vol 8, No. 2, Nov 2013 5

PIETRUSZYNSK, E. B.; ALBIEROLL, K. A.; PÖPPER, G.; TEIXEIRA, P. F. Práticas pedagógicas envolvendo a alimentação no ambiente escolar: apresentação de uma proposta. Rev. Teoria e Prática da Educação, v. 13, n. 2, p. 223-229, 2010. TURANO, W. A didática na educação nutricional. In: GOUVEIA, E. Nutrição Saúde e Comunidade. São Paulo: Revinter, 1990. 246 p. 6 Cadernos de Agroecologia ISSN 2236-7934 Vol 8, No. 2, Nov 2013