COMPOSIÇÃO DAS LANCHEIRAS DE ALUNOS DE UMA ESCOLA PARTICULAR DE APUCARANA PR BARBARA CRISTINA HAUPTMANN FRANCO DE SOUZA 1 ; TATIANA MARIN, 2

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1 COMPOSIÇÃO DAS LANCHEIRAS DE ALUNOS DE UMA ESCOLA PARTICULAR DE APUCARANA PR BARBARA CRISTINA HAUPTMANN FRANCO DE SOUZA 1 ; TATIANA MARIN, 2 RESUMO Objetivo: Avaliar a relação entre a qualidade dos alimentos presentes nas lancheiras com o estado nutricional. Método: Trata-se uma pesquisa qualitativa, quantitativa e transversal. Resultado: Os casos de obesidade pode estar relacionado com o alto consumo de industrializados e baixa presença de alimentos in natura. Assim como, o baixo consumo de guloseimas podem estar ligado a prevalência de eutrofia. Conclusão: A composição das lancheiras podem influenciar no estado nutricional da criança. Palavras-chave: Crianças. Hábitos alimentares. Avaliação antropométrica. ABSTRACT Objective: To evaluate the relationship between the quality of food in lunch boxes with the nutritional status. Method: This is a qualitative research, and quantitative. Result: The cases of obesity could be related to the high consumption of industrialized and low presence of fresh foods. As well as, low consumption of sweets may be linked to prevalence of eutrophy. Conclusion: The composition of lunchboxes can influence the nutritional status of the child. Keywords: Kids. Eating habits. Nutritional Evaluation. Introdução É importante ter uma alimentação saudável e adequada, para cada fase da vida, a alimentação tem uma importância diferente, mas é essencial em todas elas. Na criança, a nutrição adequada garante crescimento e desenvolvimento normais, sendo esta fase da vida uma das mais vulneráveis (GIUGLIANI, VICTORA, 2000; CUNHA, 2013). 1 Acadêmica do Curso de Graduação em Nutrição da Faculdade de Apucarana FAP. 2 Docente e coordenadora do Curso de Nutrição da FAP.

2 Quando a criança sai do seu lar e começa a frequentar ambientes diferentes como a escola, em alguns casos, elas consomem lanches trazidos de casa. Sendo assim, a escola é um local importante para a promoção da saúde e produção da autoestima, sendo um ambiente propício à formação de hábitos alimentares saudáveis (BRASIL, 2006). Os hábitos alimentares da família também exercem grande influência sobre as práticas alimentares visto que são eles, na sua maioria, que elaboram as lancheiras. O crescimento de opções alimentares traz extensas vantagens, ao facilitar o transporte, o armazenamento e o preparo. Porém, na sua grande maioria estes alimentos são industrializados e vem ganhando espaço e destaque no mercado, onde os alimentos prontos estão substituindo a comida tradicional (BARROS, 2015). Alimentos como biscoitos recheados, refrigerantes e outros alimentos industrializados, devem ser evitados, pois estes contribuem para o desenvolvimento de doenças crônicas (como obesidade, diabetes e hipertensão), na alimentação dos indivíduos em geral (BRASIL, 2012). Portanto, é recomendado que crianças em idade escolar realizem as três principais refeições (café da manhã, almoço e jantar), com lanches intermediários entre as mesmas. Sendo assim, ao elaborar uma lancheira, estas devem compostas por 1 porção de alimento fonte de carboidratos, 1 porção de alimento fonte de proteínas e 1 porção de frutas, fornecendo assim a ingestão de vitaminas, minerais e fibras, além de 1 bebida, preferencialmente sem açúcar de adição, para garantir a hidratação da criança (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012). Os carboidratos são necessários devido serem uma fonte de energia, portanto deve-se dar preferência aos integrais ou rico em fibras (sanduíches naturais, pães caseiros, torrada, aveia e etc) (AMARAL, 2008). As proteínas são nutrientes que ajudam na construção das células. É interessante sempre alternar no tipo de proteínas (peito de frango, atum, ovos, leite e derivados) (GOUVÊA, 1999). É importante que contenha a presença de alimentos in natura, pois eles podem apresentar maior biodisponibilidade de vitaminas e minerais (ZANCUL, 2004). Para a bebida, a água é uma boa opção, mas também podem entrar na lancheira das crianças: água de coco, sucos de frutas natural ou chás gelados feitos em casa (FREITAS, 2002). Objetivo

3 Avaliar a relação entre a qualidade dos alimentos presentes nas lancheiras com o estado nutricional. Método Foi aplicada uma pesquisa qualitativa, quantitativa e transversal. Foram analisados o peso, altura e idade sendo mensurados em dados numéricos. Após a coleta de dados, os mesmo foram descritos em uma tabela e posteriormente foi possível verificar as curvas de crescimento de P/I, E/I e IMC/I. Para a avaliação da composição das lancheiras, foi acompanhado as crianças por dez dias, antes do intervalo, onde a professora responsável pela turma solicitava que as crianças colocassem os lanches sobre a carteira para que pudesse ser feito a observação do que foi levado como merenda. Foram incluídos nessa pesquisa 13 crianças de ambos os sexos entre 6 e 8 anos, que transportavam lancheiras a escola e que tinham o termo de autorização assinado pelos pais e/ou responsáveis. Foram excluídas aquelas que faltaram no dia da coleta de dados. Esta pesquisa foi desenvolvida após aprovação do comitê de ética em pesquisa com seres humanos da FAP CETI-FAP, número do Parecer: Resultado Foi possível observar que a maioria das crianças encontram-se adequadas nos parâmetros avaliados, P/I, IMC/I e E/I. Todas as crianças estão eutroficas no P/I e adequadas na E/I. Porém 23% (n=3) delas, sendo uma minoria, foi encontrado com obesidade apenas no IMC/I. Pode-se notar um baixo consumo de produtos in natura e uma escolha frequente por cereais, bolos e bolachas com cobertura ou recheados, sendo os mais levados para o lanche. Para obter o resultado das bebidas foi realizado a média do consumo através da soma da porcentagem dos lanches, dividido, pelo número de dias. Através disso, observou-se que 58% (n=8) das crianças escolheram opções mais saudáveis, não optando por refrigerantes e sucos artificiais.

4 Pode-se observar também uma baixa frequência no consumo de doces, balas e chocolates visto que em apenas dois dias foram levados os mesmo, sendo que o máximo encontrado foi de 15% (n=2) no 6º dia. Conclusão Ao comparar informações sobre o estado nutricional com a composição das lancheiras é possível destacar que há uma relação entre maus hábitos alimentares e o estado nutricional, sendo que os casos de obesidade apresentado pode estar relacionado com o alto consumo de alimentos industrializados e baixa presença de frutas, verduras e legumes. Assim como, o baixo consumo de doces, balas e chocolates podem estar ligado a prevalência de eutrofia, como também a predominância de escolhas mais saudáveis de bebidas. Referências AMARAL, C.M.C. Educação alimentar. FMPB, Disponível no site: Fundação Passos Barros Acesso em 22 out BARROS, Milla Previtera. A influência da publicidade de alimentos na obesidade infantil. 41f. Trabalho de Conclusão de Curso - Faculdade de Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas,Centro Universitário de Brasília UniCEUB, Brasília, Disponível em: < Acesso em: 20 de jun BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas. Brasília-DF: Ministério da Saúde, Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da saúde, CUNHA, Luana Francieli da. A Importância de uma Alimentação Adequada na Educação Infantil. Monografia (Especialização em Ensino de Ciências). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, FREITAS, Paulo G. Saúde um Estilo de Vida. Baseado no Equilíbrio de Quatro Pilares. São Paulo: IBRASA, 2002.

5 GIUGLIANI, E. R. J.; VICTORA, C. G. Alimentação complementar. J Pediatr. Rio de Janeiro, 76, Supl 3: , GOUVÊA, E. L. C. Nutrição, saúde e comunidade. Rio de Janeiro, Revinter, SBP. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia. Manual de orientação: Manual da lancheira saudavél. São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia, ZANCUL, Mariana de Senzi. Consumo alimentar de alunos nas escolas de ensino fundamental em Ribeirão Preto. 85f. Dissertação (Mestrado) Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, 2004.