Base de Operação ZFM 31/07/2014
Sumário Título do documento 1. Questão... 3 2. Normas apresentadas pelo cliente... 4 3. Análise da Consultoria... 6 3.1 Operações com a ZFM e ALC... 6 3.2 Base de Cálculo do ICMS-ST... 7 3.3 Redução de Base de Cálculo do ICMS... 7 4. Conclusão... 8 5. Referências... 9 6. Histórico de alterações... 9 2
1. Questão O cliente, indústria fabricante de cosméticos, produtos de perfumaria, higiene pessoal e medicamentos, sediado no Estado de Minas Gerais, tem operações com a Zona Franca de Manaus e também com a Área de Livre Comércio e discorda da forma como o sistema Microsiga-Protheus está compondo a base de cálculo do ICMS-ST nos documentos emitidos para estas localidades. Determinados produtos não estão beneficiados com a isenção do ICMS próprio prevista para as operações com estas regiões, sendo assim, quando efetua uma venda destes, ele deverá calcular e destacar no documento fiscal o ICMS, consequentemente, não deverá deduzir o valor do ICMS do valor da operação e da base de cálculo do ICMS-ST. Ocorre que quando há redução de base de cálculo do ICMS próprio o sistema está descontando o valor calculado de ICMS da base de cálculo do ICMS-ST, ainda que não seja isenta a operação, quando não há redução de base de cálculo o sistema não desconta o valor do ICMS próprio. Abaixo o cliente exemplifica como o sistema está calculando a base de cálculo do ICMS-ST e como deveria calcular. Dados : Valor da mercadoria: 3.758,40 Desconto do PIS COFINS da ZFM (12,50%) : 469,80 Redução da base de cálculo do ICMS próprio : 9,90% Base de cálculo do ICMS próprio : 2.963,03 (3.758,40-469,80-9,90%) Valor do ICMS próprio : 207,41 (2.963,03 x 7%) IPI: 0,00 MVA: 103,36% Cálculo do sistema : Base do ICMS-ST: 6.200,45 Alíquota interna : 25% Valor do ICMS-ST: 1.342,70 Total da operação: 4.631,30 Cálculo que o cliente considera correto: Base do ICMS-ST: 6.687,70 (3.758,40-469,80 + 103,36%) Alíquota interna: 25% Valor do ICMS-ST: 1.464,52 Total da operação: 4.753,12 Perguntam se o entendimento do cliente está correto quanto à base de cálculo do ICMS-ST. 3
2. Normas apresentadas pelo cliente Título do documento O cliente apresentou as normas a seguir, embasando seu entendimento : INSTRUÇÃO NORMATIVA DLT/DRE Nº 05, DE 15 DE MAIO DE 1979 OBSERVAÇÃO: Norma absorvida pelo RICMS. Agora o Regulamento especifica os códigos das mercadorias. Trata da incidência do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias - ICM - nas saídas de armas e munições, perfumes, fumo, bebidas alcóolicas e automóveis de passageiros, com destino à Zona Franca de Manaus. O CHEFE DO DEPARTAMENTO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA DA DIRETORIA DA RECEITA ESTADUAL, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto no artigo 82 da Consolidação da Legislação Tributária Administrativa do Estado de Minas Gerais - CLTA/MG, aprovada pelo Decreto nº 19.175, de 11 de maio de 1978, e considerando que o inciso IV do artigo 3º do Regulamento do ICM, baixado pelo Decreto nº 18.895, de 19 de dezembro de 1977, dispõe, em consonância com o 1º do artigo 3º, do Decreto-lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, que o ICM não incide sobre a saída de produto industrializado, de origem nacional, com destino à Zona Franca de Manaus, para consumo, industrialização ou reexportação para o estrangeiro, à excessão da saída de armas e munições, perfumes, fumo, bebidas alcóolicas e automóveis de passageiros; considerando que o artigo 1º do Decreto-lei nº 340, de 22 de dezembro de 1967, redação dada pelo Decreto-lei nº 355, de 06 de agosto de 1968, define os capítulos e respectivas posições constantes da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, alterada pelo Decreto-lei nº 34, de 18 de novembro de 1966, que não estão alcançados pelo benefício fiscal mencionado no considerando anterior; considerando, finalmente, a necessidade de se relacionar expressamente os produtos industrializados cujas remessas para a Zona Franca de Manaus não estão beneficiadas pela não incidência prevista no inciso IV do artigo 3º do vigente Regulamento do ICM, RESOLVE: 1 - A incidência do ICM nas saídas de armas e munições, perfumes, fumo, bebidas alcóolicas e automóveis de passageiros, com destino à Zona Franca de Manaus, abrange a todos os produtos relacionados nos Capítulos 24, 33 e 93; nas Posições: 22.03-22.05-22.06-22.07 e 22.09, subposições: 02.00 a 07.00, do Capítulo 22; na Posição 87.02, subposições 01.00 e 02.00, do Capítulo 87, da Tabela anexa ao Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI. 2 - Fica reformulada toda e qualquer orientação decorrente de processo de consulta, dada em desacordo com esta Instrução Normativa. 3 - Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Belo Horizonte, aos 15 de maio de 1979. AFONSO MASCARENHAS DALE Chefe do Departamento 4
CONVÊNIO ICMS 34/06 Publicado no DOU de 12.07.06. Ratificação Nacional DOU de 31.07.06, pelo Ato Declaratório 08/06. Ficam convalidados pelo Conv. ICMS 20/13 os procedimentos adotados nos termos da cláusula primeira, no período de 01.01.13 a 30.04.13. Dispõe sobre a dedução da parcela das contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, referente às operações subseqüentes, da base de cálculo do ICMS nas operações com os produtos indicados na Lei Federal nº 10.147/00, de 21 de dezembro de 2000. O Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ, na sua 122ª reunião ordinária, realizada em Cuiabá, MT, no dia 7 de julho de 2006, tendo em vista o disposto na Lei Complementar n 24, de 7 de janeiro de 1975, resolve celebrar o seguinte C O N V Ê N I O Cláusula primeira Nas operações interestaduais com os produtos indicados no caput do art. 1º da Lei nº 10.147, de 21 de dezembro de 2000, destinados à contribuintes, a base de cálculo do ICMS será deduzida do valor das contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS referente às operações subseqüentes cobradas, englobadamente na respectiva operação. 1º A dedução corresponderá ao valor obtido pela aplicação de um dos percentuais a seguir indicados, sobre a base de cálculo de origem, em função da alíquota interestadual referente à operação: I - com produto farmacêutico relacionado na alínea "a" do inciso I do caput do art. 1º da Lei 10.147/00, com alíquota: a) de 7% - 9,34%; b) de 12% - 9,90%; Acrescido a alínea c ao inciso I do 1º à cláusula primeira pelo Conv. ICMS 20/13, efeitos a partir de 30.04.13. c) de 4% - 9,04% II - com produto de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal relacionado na alínea "b" do inciso I do caput do art. 1º da Lei 10.147/00, com alíquota: a) de 7% - 9,90%; (...) b) de 12% - 10,49%. Acrescido a alínea c ao inciso II do 1º à cláusula primeira pelo Conv. ICMS 20/13, efeitos a partir de 30.04.13. c) de 4% - 9,59% 5
3. Análise da Consultoria Título do documento 3.1 Operações com a ZFM e ALC As saídas de produtos industrializados de origem nacional para comercialização ou industrialização na ZFM ou ALC são beneficiadas com a isenção do ICMS, desde que o estabelecimento destinatário esteja situado nos municípios abrangidos pela norma tributária. O estabelecimento remetente deve abater do preço da mercadoria o valor equivalente ao ICMS dispensado na operação, indicandoo expressamente na nota fiscal. A exigência desse abatimento encontra respaldo no fato de o ICMS ser um imposto "calculado por dentro", ou seja, de o valor do imposto compor a sua própria base de cálculo. Assim, como a operação não será tributada devido à isenção, deve-se retirar o imposto do valor da mercadoria. As armas e munições, os perfumes, o fumo, as bebidas alcoólicas e os automóveis de passageiros, mesmo desmontados (CKD, de Complete Knock-Down, ainda que incompletos, exceto ambulância), excluem-se do benefício, incidindo o ICMS nas operações com a ZFM e ALC. RICMS-MG/2002 (...) ANEXO I DAS ISENÇÕES PARTE 1 DAS HIPÓTESES DE ISENÇÃO (a que se refere o artigo 6º deste Regulamento) (...) 50 Saída de produto industrializado de origem nacional, observadas as condições estabelecidas nos artigos 268 a 281 da Parte 1 do Anexo IX, com destino a estabelecimento de contribuinte do imposto localizado nos seguintes Municípios: (1213) a) Brasiléia, Epitaciolândia ou Cruzeiro do Sul, no Estado do Acre; Macapá ou Santana, no Estado do Amapá; Tabatinga, no Estado do Amazonas; Guajaramirim, no Estado de Rondônia, e Bonfim ou Boa Vista, no Estado de Roraima, para comercialização ou industrialização nas respectivas Áreas de Livre Comércio; (1213) b) Manaus, Rio Preto da Eva ou Presidente Figueiredo, no Estado do Amazonas, para comercialização ou industrialização na Zona Franca de Manaus. 50.1 A isenção prevista neste item não se aplica: a) às saídas de armas e munições, perfume, fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros, relacionados, respectivamente, nos Capítulos 93, 33, 24, 22 (posições 2203 a 2208) e 87 (posição 8703), mesmo desmontados (CKD, ainda que incompletos, exceto ambulância), da NBM/SH (com o sistema de classificação adotado até 31/12/96); b) aos produtos semi-elaborados relacionados na Parte 7 deste Anexo, quando destinados aos municípios relacionados na alínea "a" deste item. 50.2 A isenção prevista neste item somente será aplicável se o remetente abater do preço da mercadoria o valor equivalente ao imposto dispensado na operação, com indicação expressa na respectiva nota fiscal. (...) 6
3.2 Base de Cálculo do ICMS-ST Nas operações sujeitas à substituição tributária, as regras gerais deste regime determinam que a base de cálculo do imposto seja: Em relação às operações subsequentes: tratando-se de mercadoria que tenha seu preço final a consumidor, único ou máximo, fixado por órgão público competente, o preço estabelecido; tratando-se de mercadoria que não tenha seu preço fixado por órgão público competente, observada a ordem: o preço médio ponderado a consumidor final (PMPF) divulgado em portaria da Sutri; o preço final a consumidor sugerido ou divulgado por industrial, importador ou entidade representativa dos respectivos segmentos econômicos, aprovado em portaria da Sutri; ou o preço praticado pelo remetente, acrescido dos valores correspondentes a descontos incondicionais, inclusive, o incondicional, frete, seguro, impostos, contribuições, royalties relativos a franquias e outros encargos transferíveis ou cobrados do destinatário, ainda que por terceiros, adicionado da parcela resultante da aplicação sobre o referido montante do percentual de margem de valor agregado (MVA); Assim, a legislação dispõe que nos casos em que a base de cálculo do ICMS retido for estabelecida através de preço máximo ou único de venda a ser praticado pelo contribuinte substituído, fixado por autoridade competente, ou o preço final a consumidor sugerido por fabricante ou importador, ou ainda o PMPF, após divulgação ou aprovação em portaria da Sutri. Caso não existam os referidos valores, a base de cálculo do ICMS retido será composta pelo valor da operação praticada pelo contribuinte substituto, somados os valores correspondentes a descontos concedidos, inclusive incondicional, frete, seguro, impostos, contribuições, royalties relativos a franquia e de outros encargos transferíveis ao varejista. A este total será acrescido o percentual de MVA específica para cada produto. Nesta situação encontra-se o cliente, que aplica o MVA para o cálculo do ICMS- ST. 3.3 Redução de Base de Cálculo do ICMS A redução da base de cálculo do ICMS próprio nos termos do Convênio ICMS 34/2006 foi ratificada pelo Estado de Minas Gerais : RESOLUÇÃO N 5.431, DE 11 DE JULHO DE 2013 Ratifica o Convênio ICMS n 20, de 5 de abril de 2013, celebrado no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária - Confaz. Faço saber que a Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais aprovou e eu promulgo a seguinte resolução: Art. 1 - Fica ratificado o Convênio ICMS n 20, de 5 de abril de 2013, celebrado no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária - Confaz -, que altera o Convênio ICMS n 34, de 12 de julho de 2006, que dispõe sobre a dedução da parcela das contribuições para o PIS/Pasep e a Cofins, referente às operações subsequentes, da base de cálculo do ICMS nas operações com os produtos indicados na Lei federal n 10.147, de 21 de dezembro de 2000. Art. 2 - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Palácio da Inconfidência, em Belo Horizonte, 11 de julho de 2013; 225º da Inconfidência Mineira e 192º da Independência do Brasil. Deputado Dinis Pinheiro - Presidente Deputado Dilzon Melo - 1º-Secretário Deputado Alencar da Silveira Jr. - 3º-Secretário nas funções de 2º-Secretário 7
Desta forma, nas operações interestaduais de Minas Gerais Título com produtos do documento farmacêuticos, perfumaria e higiene pessoal, destinados a contribuintes do ICMS, a base de cálculo do ICMS próprio será deduzida dos percentuais indicados abaixo : Produto farmacêutico, com alíquota: de 7% - 9,34%; de 12% - 9,90%; de 4% - 9,04% Produto de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, com alíquota: de 7% - 9,90%; de 12% - 10,49%. de 4% - 9,59% 4. Conclusão Isto posto, considerando que o produto do cliente não se beneficia da isenção do ICMS, prevista para as operações interestaduais de Minas Gerais com a Zona Franca de Manaus ou Área de Livre Comércio, este deverá ser calculado e destacado no documento fiscal, consequentemente não deve ser abatido do valor da operação e, portanto, também não deverá ser deduzido para a composição da base de cálculo do ICMS substituição tributária. Quanto a redução da base de cálculo do ICMS, esta só deverá ser observada para o cálculo do ICMS próprio e não deverá intervir no cálculo do ICMS-ST, isto é, a base de cálculo do ICMS-ST não será deduzida do ICMS por este motivo, não há relação entre a aplicação da redução e a dedução do ICMS na base de cálculo do ICMS-ST, a dedução só ocorre quando o ICMS é isento. Assim, concluímos que o cliente está correto em seu entendimento, no sentido de que não deve ser deduzido o ICMS próprio nesta operação, para nenhum efeito, haja vista que o mesmo não está é isento e deve ser destacado no documento fiscal. O cálculo correto a considerar deve ser : Base do ICMS-ST: 6.687,70 (3.758,40-469,80 + 103,36%) Alíquota interna: 25% Valor do ICMS-ST: 1.464,52 Total da operação: 4.753,12 8
5. Referências http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/legislacao_tributaria/instrucoes_normativas/indtl_dre05_1979.ht m https://www1.fazenda.gov.br/confaz/ http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/legislacao_tributaria/ricms_2002_seco/anexoi2002seco.pdf http://www.almg.gov.br/opencms/export/sites/default/consulte/arquivo_diario_legislativo/pdfs/2013/07/l20 130712.pdf 6. Histórico de alterações ID Data Versão Descrição Chamado LJAC 31/07/14 1.00 Base de Cálculo do ICMS-ST Operações com a Zona Franca de Manaus TQDJBB 9