Descritores: Gerenciamento, Enfermagem e Dimensionamento.



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Transcrição:

INSTRUMENTO PRÁTICO PARA CLASSIFICAÇÃO DE PACIENTES CONFORME FUGULIN E BRADEN SIMULTANEAMENTE Faria HS¹, Barboza J², Pantano NP², Chagas LF² Hospital de Câncer de Barretos Fundação Pio XII Email: naiti_elle@hotmail.com 1. Enfermeiro Gerente de Enfermagem do Hospital de Câncer de Barretos 2. Enfermeira Residente em Oncologia pelo Hospital de Câncer de Barretos. Descritores: Gerenciamento, Enfermagem e Dimensionamento. Introdução: As organizações de saúde, dentre elas as hospitalares, têm investido na busca de novas estratégias de gestão que possibilitem conciliar a redução dos custos, a melhoria da qualidade dos serviços oferecidos e a satisfação dos clientes. Assim, é necessário que a gerência do serviço de enfermagem avalie continuamente a carga de trabalho de sua equipe, utilizando conhecimentos e instrumentos que lhe permitam realizar um melhor planejamento, alocação, distribuição e controle do quadro de enfermagem (1,2). Os sistemas de classificação de pacientes podem ser definidos como métodos que determinam, monitoram e validam as necessidades de cuidado individualizado do paciente 3. Justificativa: Ciente da alta carga de trabalho do profissional enfermeiro a gerência de enfermagem do Hospital do Câncer de Barretos desenvolveu uma ferramenta para agilizar o trabalho dos mesmos e permitir maior tempo para realização de outras atividades diárias. A ferramenta criada unifica duas escalas de classificação de pacientes muito utilizadas pelos serviços de enfermagem, a Fugulin que classifica os pacientes de acordo com o grau de dependência da equipe de enfermagem sendo extremamente útil no dimensionamento de pessoal, e a Braden que determina o risco do paciente desenvolver úlcera por pressão. Objetivo: Relatar a experiência de elaboração de uma ferramenta de trabalho

que permite a classificação de pacientes conforme Fugulin e Braden simultaneamente. Metodologia: Após busca na literatura nacional e analise dos artigos foi desenvolvida no Microsoft Excel uma ferramenta prática que simplifica e unifica os instrumentos Fugulin e Braden utilizados na classificação de pacientes. Fugulin Resultados: Conforme tabela abaixo. Classificação de pacientes conforme Fugulin e Braden Braden Estado Mental/Percepção Sensorial 1 Orientado no tempo/espaço (Nenhuma Limitação) 4 2 Períodos de desorientação no tempo/espaço (Levemente Limitado) 3 3 Períodos de inconsciência (Muito Limitado) 2 4 Inconsciente (Totalmente Limitado) 1 Oxigenação 1 Não depende de oxigênio 2 Uso intermitente de máscara ou cateter de oxigênio 3 Uso continuo de máscara ou cateter de oxigênio 4 Uso de Ventilação Mecânica ou BIPAP Sinais Vitais 1 Controle de Rotina 2 Controle de 6/6hs 3 Controle de 4/4hs 4 Controle de intervalos< ou = 2hs Deambulação / Atividade 1 Anda Frequentemente/Deambula 4 2 Anda Ocasionalmente c/auxilio 3 3 Locomoção através de cadeira de rodas 2 4 Restrito ao Leito/ Acamado 1 Motilidade/ Mobilidade 1 Movimenta todos os seguimentos corporais (Sem limitações) 4 2 Limitação de Movimentos (Levemente Limitado) 3 3 Movimentação c/auxilio (Bastante Limitado) 2 4 Incapaz de se movimentar (Totalmente Imóvel) 1 Alimentação 1 Auto Suficiente

2 Por boca, c/auxilio ( Se acompanhante = 1 ) 3 Através de SNG/SNE 4 Através de NPP/NPC Nutrição Muito Pobre 1 Provavelmente Inadequado 2 Adequado 3 Excelente 4 Cuidado Corporal /Fricção e Cisalhamento 1 Auto suficiente (Nenhum Problema) 3 2 Auxilio no Banho de Chuveiro+ Hig. Oral (Problema em potencial) 2 3 Banho de Chuveiro + Hig. Oral P/Enfermagem (Problema em potencial) 2 4 Banho no Leito e Higiene P/Enfermagem (Problema) 1 Integridade da Pele 1 Pele Integra 2 Alteração da cor da Pele (Epiderme, Derme ou ambas) 3 Incisão cirúrgica (Músculo e tecido subcutâneo ) 4 Destruição da derme, epiderme, músculo c/comprometimento Curativo 1 Sem curativo ou paciente auto suficiente para troca 2 Curativo 1x dia 3 Curativo 2x dia 4 Curativo 3 ou + x dia Tempo p/curativo 1 Sem curativo ou paciente auto suficiente para troca no banho 2 Entre 5 e 15 min 3 Entre 15 e 30 min 4 Superior a 30 min Umidade Completamente molhada 1 Muito molhada 2 Ocasionalmente molhada 3 Raramente molhada 4 Eliminações 1 Auto suficiente 2 Uso de vaso sanitário com auxilio 3 Uso de comadre ou eliminações no leito 4 Uso de comadre ou eliminações no leito + SVD para Controle De Diurese Terapêutica 1 Medicações I.M ou V.O. 2 Medicações E.V. Intermitente 3 Medicações E.V. Intermitente + Terapêutica p/sng/sne 4 Uso de Droga Vasoativas p/controle da Pressão Arterial

CM 12 a 17 CI 18 a 22 AD 23 a 28 SI 29 a 34 I > 34 Total Valores de Referência AR = ou < 11 MR 12 a 14 BR 15 a 16 Conclusão: Nota-se assim a importância da função gerencial como elemento integrante do trabalho do enfermeiro a fim de oferecer uma assistência segura que leve em consideração as reais necessidades da clientela. Nessa realidade o enfermeiro é o elemento da equipe de saúde que gerencia o cuidado prestado ao cliente em busca de resultados que tem de ser alcançados através de pessoas numa interação humana constante 5. É essencial que o enfermeiro encontre ferramentas que facilitem seu trabalho, fundamentem a assistência prestada e permitam também um cuidado seguro e de qualidade a todos. Desta forma a adaptação das classificações Braden e Fugulin foi importante no cotidiano hospitalar do enfermeiro pois agiliza a sistematização da assistência. Bibliografia: 1. Rogenski KE, Fugulin FMT. Índice de segurança técnica da equipe de enfermagem da pediatria de um hospital de ensino. Rev. Esc. Enferm USP. 2007; 41(4): 683-9. 2. Fugulin FMT. Dimensionamento de pessoal de enfermagem: avaliação do quadro de pessoal das unidades de internação de um hospital de ensino [tese doutorado]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 2002. 3. Vigna CP, Perroca MG. Utilização de sistema de classificação de pacientes e métodos de dimensionamento de pessoal de enfermagem. Arq Ciências e Saúde. 2007, Jan/Mar; 14(1): 8-12.

4. Araújo CRD, Lucena STM, Santos IBC, Soares MJGO. A enfermagem e a utilização da escala de Braden em úlcera por pressão. Rev. Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro. 2010, Jul/Set, 18(3): 359-64. 5. Gaidzinski RR, Peres HHC, Fernandes MFP. Liderança: aprendizado contínuo no gerenciamento em enfermagem. Rev Bras Enfermagem, Brasília (DF). 2004, Jul/Ago; 57(4): 464-6. OBSERVAÇÃO: Conforme contato com organização do evento, a tabela não entrará na contagem de palavras.