Mst.. Sandro de Souza A intensidade e duração do exercício determinam o dispêndio calórico total durante uma sessão de treinamento, e estão inversamente relacionadas. Para a aptidão cardiorrespiratória, o American College of Sports Medicine (ACSM) recomenda intensidades que corresponda entre 55 e 65% a 90% da frequência cardíaca máxima (Fcmáx) ou entre 40 e 50% a 85% da reserva de captação do oxigênio (VO2R) ou da frequência cardíaca de reserva (FCR). 1
VO2R é entendido como a diferença entre o VO2 máximo obtido em um teste direto, ao através de modelos indiretos e o VO2 em repouso. Ou seja: VO2R = VO2máx VO2 repouso Da mesma forma, a FCR é entendida como a diferença da Frequência cardíaca máxima obtida em um teste ou utilizando modelos de predição (ex: 220 idade) e a Frequência cardíaca em repouso, obtido com o indivíduo deitado e estável. Ou seja: FCR = FC máx FC rep Fonte: arquivo Fonte: arquivo 2
Se o VO2 máx for de 43,8 ml.kg.min, o MET máximo é de 12,5. (MET máx= VO2máx 3,5 ). Utiliza-se o percentual da Reserva de VO2 (% de VO2R) como cálculo base para a determinação da intensidade do exercício. Assim, para calcular o VO2 alvo, utiliza-se a seguinte fórmula: Ex: Intensidade = 40% VO2 máx = 17,5 ml.kg.min VO2 alvo = (0,40) x (17,5 3,5) + 3,5 VO2 alvo = (0,40) x (14) + 3,5 VO2 alvo = 5,6 + 3,5 VO2 alvo = 9,1 ml.kg kg.min ou 2,6 METs 3
Utiliza-se também como parâmetro para a prescrição da intensidade do exercício o método de Frequência Cardíaca de Reserva (FCR) conhecida como método karvonen. Determina-se uma região (zona) a ser trabalhada. Ex: Intensidade = de 70 a 80 % FC máx = 190 Bpm FC rep = 60 Bpm FCR 70% = ((190 60) x 0,70) + 60 FCR 70% = (130 x 0,70) + 60 FCR 70% = 91 + 60 FCR 70% = 151 Bpm FCR 80% = ((190 60) x 0,80) + 60 FCR 80% = (130 x 0,80) + 60 FCR 80% = 104 + 60 FCR 80% = 164 Bpm Zona de Treino de 70 a 80 % = 151 a 164 Bpm Frequência Cardíaca de Repouso 60 Bpm 70 Bpm 80 Bpm FC máx (BPM) Método da FC máx Método de reserva da frequência cardíaca 70% 80% 60% 80% 60% 80% 60% 80% 140 98 119 108 124 112 126 116 128 150 105 128 114 132 118 134 122 136 160 112 136 120 140 124 142 128 144 170 119 145 126 148 130 150 134 152 180 126 153 132 156 136 158 140 160 190 133 162 138 164 142 166 146 168 200 140 170 144 172 148 174 152 176 Estimadas para pessoas com idade entre 20 a 80 anos de idade (220 idade) 4
EQUAÇÕES METABÓLICAS (ACSM, 2006) FCR = (FC máx FC repouso ) % + FC repouso 1:1 R = (máx 3,5) % + 3,5 CÁLCULOS METABÓLICOS DO ACSM (equações de caminhada, corrida e potência) Equação de Caminhada do ACSM = (0,1 x V) + (1,8 x V x I) + 3,5 consumo de oxigênio em mililitros por quilo por minuto (ml.kg -1.min -1 ) V velocidade da caminhada em metros por minuto (m.min -1 ) I inclinação da caminhada em percentual (%) Apropriada para velocidades entre 50 100 m.min -1 ACSM s Guidelines for Exercise Testing and Prescription, 7th Ed. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins, 2006 5
Equação de Corrida do ACSM = (0,2 x V) + (0,8 x V x I) + 3,5 consumo de oxigênio em mililitros por quilo por minuto (ml.kg -1.min -1 ) V velocidade da caminhada em metros por minuto (m.min -1 ) I inclinação da caminhada em percentual (%) Apropriada para velocidades acima de 134 m.min -1 ou para velocidades acima de 80 m.min -1 se o indivíduo estiver realmente correndo. ACSM s Guidelines for Exercise Testing and Prescription, 7th Ed. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins, 2006 Equação para Cicloergômetro de Membros Inferiores = 1,8 x W + 7 Peso consumo de oxigênio em mililitros por quilo por minuto (ml.kg -1.min -1 ) W potência da bicicleta em quilograma.metro (kgm.min -1 ) M massa corporal em quilograma (kg) Apropriada para potências entre 300 a 1200 kgm.min -1 Fator de conversão de Potência 1 W 6,12 kgm.min -1 ACSM s Guidelines for Exercise Testing and Prescription, 7th Ed. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins, 2006 6
EQUAÇÕES METABÓLICAS (ACSM, 2006) Para cálculo do dispêndio energético da sessão, considera-se: a) Em primeiro lugar o NET = (max 3,5) x % intensidade b) Em segundo lugar, converte-se o valor de expresso em ml.kg -1.min -1 para L.min -1 multiplicando-o pela massa corporal do indivíduo em kg e dividindo por 1000 [isto é, 1000 ml.l -1 ]. c) Em seguida, converte-se o valor de expresso em L.min -1 para kcal.min -1 multiplicando-o por 5 [isto é, aproximadamente 5 kcal.l -1 de O 2 durante o exercício em steady state]. Swain. Sports Med 2000 Jul; 30 (1): 17-22 Nome: Carlos Pereira da Silva max : 45,6 ml.kg -1.min -1 Idade: 27 anos FC max 193 bpm Peso: 80 kg FCr ep : 70 bpm ZONA DE INTENSIDADE DESEJADA FCR = (193-70) x 60% + 70 FCR = (193-70) x 80% + 70 FCR 60% = 144 bpm FCR 80% = 168 bpm R = (45,6-3,5) x 60% + 3,5 R = (45,6-3,5) x 80% + 3,5 R 60% = 28,7 ml.kg -1.min -1 R80% = 37,2 ml.kg -1.min -1 Vel. Corrida = 126, 3 m.min -1 Vel. Corrida = 168,4 m.min -1 7,6 km.h -1 10,1 km.h -1 CALCULANDO O DISPÊNDIO ENERGÉTICO NET = (max - 3,5) x % intensidade NET 60% = 25,2 ml.kg -1.min -1 2,0 l.min -1 10,1 kcal.min x 5-1 NET 80% = 33,6 ml.kg -1.min -1 2,7 l.min -1 13,5 kcal.min -1 Sessão Isocalórica de 400 kcal: 60% R = 40 min 80% R = 30 min 7
Conversões de Unidades DE PARA CÁLCULO W kgm.min - 1 x 6,12 kgm.min -1 W 6,12 m.min -1 km.h -1 X 1000 60 km.h -1 m.min -1 1000 x 60 ml.kg - 1.min - 1 L.min - 1 1000 x massa L.min - 1 ml.kg - 1.min - 1 x 1000 massa ml.kg - 1.min - 1 MET 3,5 MET ml.kg - 1.min - 1 x 3,5 Kg Gordura kcal x 7.700 kcal Kg Gordura 7.700 RECOMENDAÇÕES DO ACSM A RESPEITO DA UTILIZAÇÃO DAS EQUAÇÕES O VO2 medido para determinado ritmo de trabalho é altamente reprodutível para determinado indivíduo; entretanto, a variabilibade interindividual no VO2 medido pode comportar um erro padrão de estimativa de 7%. Já que as equações são usadas frequentemente para predizer o VO2. As equações são apropriadas somente para o exercício aeróbio submáximo em estado estável. A incapacidade de conseguir um estado estável resulta em superestimativa do VO2. A exatidão das equações não é afetada pela maioria das influências ambientais (calor e frio), porém as variáveis que modificam a eficiência metabólica (p. ex., anormalidades da marcha; vento, areia) resulta em perda de exatidão. As conjeturas inerentes para o uso das equações pressupõem que os ergômetros são calibrados corretamente e usados de maneira apropriada, (p. ex., sem segurar nas barras laterais durante o exercício em esteira rolante). 8
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