POLÍCIA FEDERAL AULA 02

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Transcrição:

1.Conceito de crime. 2.Tipicidade: o fato típico. AULA 02 2.1A conduta. 2.1.1 Conceito. 2.1.2 Teorias da ação. 2.1.3 Formas de conduta: ação e omissão. 2.1.4 Casos de ausência (exclusão) de conduta. 2.2Resultado. 2.2.1 Classificação dos crimes quanto ao resultado. 2.3 Nexo de causalidade. 2.3.1Causas absoluta e relativamente Independentes (Concausas). 2.3.2Nexo de causalidade na conduta omissiva. 2.4Tipicidade. 2.5Tipos dolosos. 2.5.1Conceito de dolo. 2.5.2Espécies de dolo. 2.5.3Estrutura dos tipos (crimes) dolosos. 2.6Tipos Culposos. 2.6.1Elementos do tipo (crime) culposo. 2.6.2Modalidades de culpa. 2.6.3Compensação de culpas. 2.6.4Excepcionalidade do crime culposo. Conceito Analítico de Crime - conduta; - resultado; Fato Típico - nexo de causalidade; - tipicidade. - legítima defesa; - estado de necessidade; Antijurídico - estrito cumprimento do ou Ilícito dever legal; - exercício regular de direito. - imputabilidade; - potencial consciência da Culpável ilicitude; - exigibilidade de conduta diversa. (*) OBS: CADA ELEMENTO ACIMA (FATO TÍPICO, ANTIJURIDICIDADE E CULPABILIDADE), NA ORDEM APRESENTADA, É UM ANTECEDENTE LÓGICO E NECESSÁRIO À APRECIAÇÃO DO SEGUINTE!! 2. Tipicidade: fato típico. São elementos do fato típico: a conduta, o resultado, o nexo de causalidade e a tipicidade. 2.1 Conduta. 2.1.1 Conceito. É a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade. 2.7Erro de tipo. 2.7.1Espécies e consequências. 2.8Iter Criminis ou fases da conduta. 2.9Consumação e tentativa. 2.9.1Classificação da tentativa. 2.10Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz. 2.11Arrependimento Posterior. 1. Conceito de Crime. O Código Penal não fornece conceito de crime. A doutrina, então, apresenta três acepções: conceito formal, conceito material e conceito analítico. A - CONCEITO FORMAL: crime é todo o fato proibido pela lei penal. B - CONCEITO MATERIAL: crime é todo o fato proibido pela lei penal e causador de lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. C - CONCEITO ANALÍTICO: crime é o fato típico, antijurídico (ou ilícito) e culpável. Estudar o crime em seus fragmentos é importante para ajudar a verificar sua ocorrência ou não. Neste aspecto, a conceituação de crime parte da identificação dos elementos que o compõem: a tipicidade, a antijuridicidade (ou ilicitude) e a culpabilidade. Consciente? Só os atos conscientes são relevantes, pois se alguém pratica uma conduta sem ter consciência do que fez, o ato é penalmente irrelevante. É o caso do sonambulismo. Voluntária? Para o direito penal, somente importam os atos que derivam da vontade do agente. Por isso que os casos de ato reflexos ou de coerção física irresistível são penalmente irrelevantes. 2.1.2 Teorias da Ação. a) Teoria Causal ou causalista (Liszt/Beling): ação é um movimento humano voluntário. É a mera enervação muscular que produz resultado no mundo exterior. Para a teoria causal, dolo e culpa são investigados somente na culpabilidade. CRÍTICA: não explica a omissão. b) Teoria Final ou finalista (Welzel): ação é o movimento humano voluntário dirigido a um fim qualquer, lícito ou ilícito. Dolo e culpa são investigados na tipicidade. Adotada pelo Código Penal. c) Teoria Social: ação é o movimento humano voluntário dirigido a um fim qualquer e inaceitável pela sociedade. 2.1.3 Formas de Conduta: ação e omissão. Ação é a conduta positiva, manifestada por meio de um movimento corpóreo. É o caso da maioria dos tipos penais, pois descrevem condutas positivas como: matar, subtrair, falsificar, apropriar. 19/11/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 1

Nestes casos, a norma penal proíbe a realização da ação, isto é, proíbe o matar, subtrair, falsificar, apropriar. Omissão é a conduta negativa consistente no não fazer de um movimento. Nestes casos, a norma penal determina uma ação, cometendo o delito aquele que se omite. 2.1.4 Casos de Ausência de Conduta. a) Coerção (força) física irresistível ( vis absoluta): aquele que causa o dano ou lesão em terceira pessoa nada mais é do que instrumento nas mãos do agressor coator. b) Atos Reflexos: é o caso de produzir dano ou lesão em terceiro em razão de receber descarga elétrica. c) Estados de inconsciência: sonambulismo, ataques epilépticos, hipnose. exaurimento da conduta, que influi na fixação da pena. Exemplo: crime de extorsão mediante sequestro (art. 159 CP). Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. Crime de Mera Conduta: o tipo penal descreve apenas a conduta proibida, não se exigindo resultado naturalístico para sua consumação, que ocorre apenas com a realização da conduta. Exemplo: crime de violação de domicílio (art. 150 CP). Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências. 2.3 Nexo de Causalidade. Consequência da Ausência de Conduta Se não há conduta, não há crime!! 2.2 Resultado O resultado pode ser: Naturalístico ou Material: é a modificação no mundo exterior provocada pela ação ou omissão do agente. Exemplo: a morte. Normativo ou Jurídico: é a lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Exemplo: a vida, no caso ação ou omissão do agente que produz a morte de outrem. Toda infração penal produz resultado normativo. Nem toda infração penal produz resultado naturalístico. Exemplo: crimes de mera conduta. 2.2.1Classificação dos crimes quanto ao resultado. Crime material: o tipo penal descreve a conduta proibida e o resultado naturalístico. A consumação do crime material requer, obrigatoriamente, a ocorrência do resultado naturalístico previsto na norma. Exemplos: homicídio (art. 121 CP), furto (art. 155 CP), roubo (art. 157 CP), estelionato (art. 171 CP). Art 121. Matar alguém. Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento. Crime formal: o tipo penal descreve a conduta proibida e o resultado naturalístico. Contudo, o crime formal será consumado independentemente da ocorrência do resultado naturalístico previsto na norma. É também chamado de crime de consumação antecipada. A ocorrência do resultado é considerada mero O nexo de causalidade é regido pelo artigo 13 do Código Penal: Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. O artigo refere-se ao resultado naturalístico, ou seja, à modificação no mundo exterior provocada pela ação ou omissão do agente. A existência do crime também depende da existência da ligação entre a ação ou omissão (conduta) do agente ao resultado naturalístico por ela produzido. Quanto ao nexo de causalidade, o Código Penal, segundo artigo 13 acima transcrito, adotou a Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais, segunda a qual tudo o que contribuir para o resultado é considerado sua causa. Entretanto, tal teoria implica o indesejável regresso à infinitude do passado para se buscar tudo o que tenha contribuído para a ocorrência do resultado. Assim, para limitar esse regresso ao infinito, emprega-se a Teoria da Eliminação Hipotética dos Antecedentes Causais, por meio da qual a investigação da cadeia causal do resultado deve ser interrompida no instante em que não houver dolo ou culpa por parte daquelas pessoas que tiveram alguma importância na produção do resultado (Fórmula de Frank). Exemplo: pela leitura do artigo 13 do CP, entendese que, no caso de um homicídio com emprego de arma de fogo, a conduta daquele que vendeu a arma ao agente do delito e até a conduta daquele que fabricou a arma, a pólvora são considerados causas do crime de homicídio. Nestes casos, apesar de existir nexo entre as condutas do vendedor e do fabricante e o resultado morte, eles não responderão pelo crime, pois não agiram com dolo ou culpa na produção do resultado morte. 2.3.1 Causas Absoluta ou Relativamente Independentes (Concausas). Determinados fatores podem se interpor no nexo de causalidade entre a conduta do agente e o resultado de modo a influenciar no caminho da causação do resultado. Esses fatores são chamados de causas absoluta ou relativamente independentes ou, somente, concausas. 19/11/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 2

a) Causas Absolutamente Independentes: são aquelas que produziriam por si só o resultado, independentemente da conduta do agente. Por isso que o agente responde só pelos atos que praticou, não sendo possível atribuir-lhe o resultado. Podem ser: a.1 preexistente (à conduta do agente): Alfredo é alvejado, mas morre não em razão do disparo, mas por conta do veneno que tomara anteriormente para se suicidar. A ingestão do veneno é a causa preexistente (anterior) à conduta do agente que produz a morte. Agente responde pela tentativa de crime. a.2 concomitante (à conduta do agente): atirar em pessoa que, no exato momento do disparo, sofre ataque cardíaco fulminante. O ataque cardíaco é a causa concomitante à conduta do agente que produz a morte. Agente responde pela tentativa de crime. a.3 superveniente (à conduta do agente): João envenena Mário que, antes que o veneno aja, morre atingido por uma viga. A queda da viga é a causa superveniente (posterior) à conduta do agente que causa a morte. Agente responde pela tentativa de crime. b) Causa Relativamente Independente: são aquelas que, somadas à conduta do agente, produzem o resultado. Em regra, não exclui o nexo de causalidade entre a conduta do agente e o resultado, de modo que o resultado poderá ser atribuído ao agente. Podem ser: b.1 preexistente (à conduta do agente): disparo de arma de fogo contra hemofílico que sangra até a morte. A hemofilia é a causa preexistente à conduta do agente que, somada ao tiro, produz a morte. Agente responde pelo crime consumado. b.2 concomitante (à conduta do agente): José, ao perceber que será alvejado por tiro, morre de infarto. O infarto é causa concomitante à conduta do agente que, somada ao disparo, produz a morte. Agente responde pelo crime consumado. b.3 superveniente (à conduta do agente): se, por si só, causou o resultado, este não pode ser atribuído ao agente: José é alvejado e falece em razão da queda do telhado em que se encontrava. Agente responde pelo crime tentado. se, não por si só, causou o resultado, este pode ser atribuído ao agente: Mário é alvejado e morre no hospital devido a medicamento ministrado errado. Agente responde pelo crime consumado. Art. 13 CP (...) 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. 2.3.2 Nexo de Causalidade na Conduta Omissiva. Os crimes podem ser praticados por omissão e, neste caso, podem ser: Crimes omissivos próprios (ou puros): são aqueles para os quais há um tipo penal que descreve a conduta omissiva. Basta que a conduta omissiva do agente se encaixa no tipo penal para que a tipicidade esteja completa, não precisando da ocorrência de resultado. Exemplo: Crime de omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. Crimes omissivos impróprios (ou comissivos por omissão ou impuros): para estes, há um tipo penal que descreve uma ação, contudo, o agente responde pelo crime porque estava juridicamente obrigado a evitar ou impedir a ocorrência do resultado e não o fez (omitiuse). Para que alguém responda por um crime omissivo impróprio, é necessário que tenha o dever jurídico de impedir a ocorrência do resultado. Os casos de dever jurídico estão previstos no art. 13, 2º do Código Penal: Art. 13. (...) 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; Exemplo: a mãe com relação aos filhos. b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; Exemplos: médico plantonista, guia de alpinistas, salva-vidas. c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Exemplo: nadador que convida amigo que não sabe nadar para uma travessia no mar tem o dever de impedir o afogamento. 2.4Tipicidade É a adequação, o enquadramento ou o encaixe da conduta praticada pelo agente à descrição prevista em um tipo penal, também denominada de tipicidade formal. Tipo penal é o modelo, o padrão de conduta que o Estado, por meio da lei, visa impedir que seja praticada. Através do tipo penal, o Estado descreve o modelo de conduta que quer proibir, sob pena de quem lhe desobedecer ser punido de acordo com as sanções previstas. Exemplos: Art 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 19/11/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 3

Mas não basta a tipicidade formal (o encaixe da conduta no tipo penal) para que a conduta seja típica, pois é necessária que ela seja materialmente típica. A tipicidade material quer significar a relevância da lesão ao bem jurídico protegido. Se a conduta for formalmente típica, porém não causar relevante lesão ao bem jurídico protegido, não será materialmente típica, excluindo sua tipicidade e, conseqüentemente, o crime. É o caso do furto de uma caneta BIC. Formalmente, a conduta enquadra-se no crime de furto, porém, a lesão ao patrimônio é insignificante, não se configurando, todavia, a tipicidade material do delito, não havendo, desta forma, crime por ausência de tipicidade. Assim: Tipicidade = tipicidade formal + tipicidade material 2.5 Tipos Dolosos. 2.5.1Conceito de Dolo Art. 18 Código Penal- Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Dolo é a vontade consciente de realizar a conduta prevista no tipo penal. 2.5.2Espécies de Dolo a) Dolo direto: quando o agente quer produzir o resultado (primeira parte no art. 18, I CP) b) Dolo Indireto: subdivide-se em: b.1 eventual: agente não quer produzir o resultado, mas assume o risco de produzi-lo; (parte final do art. 18, I CP) b.2 alternativo: o agente quer produzir um ou outro resultado, por exemplo, matar ou ferir. Teorias do Dolo adotadas pelo Código Penal Teoria da vontade: quando o agente quer produzir o resultado (dolo direto). Teoria do consentimento ou assentimento: o agente assume o risco de produzir o resultado (dolo eventual). PRETERDOLO Art. 19 Código Penal - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. No crime preterdoloso, o agente quer produzir um determinado resultado e o produz dolosamente, porém, sua conduta acaba por produzir outro resultado não querido, pelo qual responderá culposamente. Por isso que os crimes preterdolosos também são conhecidos como crimes qualificados pelo resultado, isto é, há dolo no antecedente (ex: a lesão) e culpa no consequente (ex: a morte). Exemplo: Art. 129 CP (...) Lesão corporal seguida de morte 3 Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: 2.5.3Estrutura dos Tipos Dolosos. Conduta Resultado (para os crimes materiais) Nexo de Causalidade Tipicidade: formal e material. Ausente qualquer um desses 04 elementos, não há fato típico e, portanto, não há crime!! 2.6Tipos Culposos. Art. 18 - Diz-se o crime: II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. No crime culposo, o agente nunca assumiu ou quis produzir o resultado previsível, porém, inobservando o dever objetivo de cuidado, acaba por produzi-lo. 2.6.1Elementos do Crime Culposo. Conduta humana (ação ou omissão) voluntária; Inobservância de dever objetivo de cuidado (negligência, imprudência ou imperícia); Resultado não querido ou assumido pelo agente; Nexo de causalidade entre a conduta do agente e o resultado; Previsibilidade do resultado: possibilidade de antever o resultado nas condições em que o fato ocorreu (se imprevisível, isenta o agente de responsabilidade) Tipicidade; 2.6.2Modalidades de Culpa Negligência: é o comporta-se sem cautela; é um deixar de fazer aquilo que a diligência normal impunha. É a culpa na forma omissiva. É negligente o pai que deixa veneno ao alcance de seu filho pequeno que, ao ingeri-lo, morre. Imprudência: é a conduta positiva praticada pelo agente sem observar o dever de cuidado. É imprudente aquele que, não sabendo lidar com arma de fogo, manuseia-a e provoca disparo, matando terceiro. Imperícia: é a inaptidão do agente para o exercício de profissão, arte ou ofício. Culpa Consciente x Culpa Inconsciente. Culpa consciente: é culpa com previsão, isto é, o agente pratica o fato, prevê a possibilidade de produzir o resultado não querido, mas, confiando em sua habilidade, o produz por imprudência, negligência ou imperícia. Culpa inconsciente:é a culpa sem previsão, isto é, o indivíduo pratica o fato sem prever o resultado que possa ocorrer. Em ambos os casos, há crime culposo. A diferença é que a pena será maior para aquele que age com culpa consciente. 19/11/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 4

Culpa Consciente Agente prevê o resultado Agente não quer produzir o resultado Agente acha que pode evitar a ocorrência do resultado com sua habilidade. 2.6.3Compensação de Culpas. Dolo Eventual Agente prevê o resultado Agente não quer produzir o resultado Agente é indiferente quanto à ocorrência do resultado e não tenta impedi-lo. Quer significar que, além do agente, a vítima também age culposamente. Exemplo: João, conduzindo seu automóvel em via pública em velocidade superior a permitida, atropela e mata pedestre que atravessava rua fora da faixa de pedestres. O agir imprudente do pedestre não impede a responsabilização penal do condutor. Em suma, não existe no a compensação de culpas. 2.6.4Excepcionalidade do Crime Culposo Art. 18 CP (...) Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. 2.7Erro de Tipo. O erro é a falsa percepção da realidade pelo agente. O sujeito, agindo em erro de tipo, faz, mas não sabe que o que está fazendo é crime, pois, se soubesse, não o faria. Exemplo: aluno que, ao final da aula, coloca em sua mochila livro de seu colega, imaginando ser seu. O aluno sabe que subtrair coisa alheia móvel é crime, porém não imagina estar praticando este delito, pois pensa estar levando livro que é seu. 2.7.1Espécies de Erro de Tipo e Consequências. b) Erro de tipo acidental: ocorre quando a falsa percepção da realidade recai sobre dados irrelevantes do tipo penal. O erro de tipo acidental subdivide-se em: Erro sobre a pessoa: sujeito mata sósia do inimigo. Responde como se tivesse atingido seu inimigo. Art. 20 CP (...) 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Erro sobre o objeto: agente subtrai saca de milho, acreditando ser saca de arroz. Agente também responde pelo crime praticado. Erro na execução do crime (aberratio ictus): em razão de inabilidade, agente erra na execução e acerta tiro em pessoa diversa da querida. Responde pelo crime praticado. Art. 73 CP - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. Resultado diverso do pretendido: agente atira pedra para quebrar vidraça de loja, mas, agindo com erro, acerta pessoa. Responde pelo resultado produzido se previsto na forma culposa. Art. 74 CP - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. Erro de tipo é aquele que recai sobre os dados Em direito penal, age em erro de tipo aquele fala-se em erro de tipo quando o equívoco recai sobre a situação fática prevista como elemento do tipo penal. 2.8Fases da Conduta ou Iter Criminis a) Erro de tipo Essencial: é aquele que retira do agente a capacidade de perceber que pratica crime. Subdivide-se em: a.1 inevitável: o erro era invencível pelo agente. Qualquer pessoa na mesma situação do agente também agiria em erro. Efeito = exclui (afasta) o dolo e a culpa do agente. Não responderá por crime. Exemplo: caçador atira contra um arbusto ferindo pessoa fantasiada de urso. a.2 evitável: quando poderia ter sido evitado. Efeito = exclui apenas o dolo. Se para o fato praticado houver punição a título de culpa, o agente responderá pelo crime culposo. Exemplo: caçador atira contra pessoa a poucos metros de distância porque, estando sem óculos, confundiu-a com animal. Art. 20 CP - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (*) só existe para os crimes dolosos! 1º - cogitação: passa-se na mente do agente, onde define a infração penal que deseja praticar, representando e antecipando mentalmente o resultado que busca alcançar. Não são punidos os atos de cogitação. 2º - preparação: agente seleciona os meios aptos a chegar ao resultado por ele pretendido, procura o lugar mais apropriado à realização de seus atos sem colocar em risco, em nenhum momento, um bem jurídico. Não são punidos os atos preparatórios. 3º - execução: agente dá início à execução do crime, colocando em marcha os meios anteriores escolhidos. Se, por circunstâncias alheias à sua vontade, a infração penal desejada não ocorrer, o agente será punido pela prática de crime, só que na forma tentada (tentativa). Art. 14 CP - Diz-se o crime: II - tentado, quando, iniciada a execução, não se 19/11/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 5

consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. 4º - consumação: o agente consuma a infração penal por ele pretendida inicialmente. Art. 14 CP - Diz-se o crime: I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 2.9Consumação e Tentativa. Diz o artigo 14 do Código Penal: Art. 14 Diz-se o crime: I consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; II tentado, quando, iniciada, a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Parágrafo único salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Infrações penais que não admitem tentativa crime culposo; crime preterdoloso (ex: lesão corporal seguida de morte, latrocínio); contravenção penal; crime omissivo próprio (exemplo: omissão de socorro artigo 135 do Código penal); crime de mera conduta (exceção: violação de domicílio artigo 150 do Código Penal); crime habitual (exemplo: casa de prostituição artigo 229 do Código Penal nestes crimes, para se chegar à consumação, o agente pratica, de forma reiterada e habitual, a conduta descrita do tipo penal). 2.9.1Classificação da Tentativa: a) Tentativa perfeita: quando, percorrido todo o caminho do crime à sua disposição, o delito não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Agente descarrega arma na vítima que não morre por ter sido socorrida a tempo. b)tentativa imperfeita: agente, por circunstâncias alheias à sua vontade, não consegue prosseguir na execução do crime. Agente entra casa da vítima e começa a se apoderar de bens quando, ao ouvir barulho, foge. c) Tentativa branca (incruenta): quando a vítima não é atingida. d) Tentativa cruenta: quando a vítima é atingida. e) Tentativa Inidônea: quando o resultado pretendido pelo agente, mas não alcançado, era absolutamente impossível de ocorrer por ineficácia dos meios empregados (exemplo: sujeito querendo matar vítima coloca, por erro, açúcar em sua bebida, ao invés de arsênico) ou por impropriedade do objeto (exemplo: sujeito, pensando que seu desafeto está dormindo, golpeia cadáver). Também denominada de crime impossível, previsto no artigo 17 do Código Penal. Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 2.10Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz. Art. 15 do Código Penal O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. A desistência voluntária está prevista na primeira parte do artigo 15: o agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução (...) só responde pelos atos já praticados. O agente interrompe, voluntariamente, os atos de execução, impedindo, por ato seu, a consumação da infração penal, razão pela qual a desistência voluntária também é conhecida por tentativa abandonada. Exemplo: agente que, querendo causar a morte de seu desafeto, depois de com ele se encontrar em local ermo, interpela-o e efetua o primeiro disparo, acertando-o na perna. A vítima cai e, quando o agente pretendia reiniciar os disparos, suplica-lhe pela sua vida. Sensibilizado, o agente desiste de prosseguir na execução criminosa e não efetua os disparos mortais. O agente somente responderá pelas lesões causadas na vítima, ficando afastada a tentativa de homicídio, pois o resultado somente não ocorreu por circunstância inerente (e não alheia) à vontade do agente. O arrependimento eficaz está previsto na 2º parte do artigo 15: o agente que, voluntariamente, (...) impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. O agente, depois de esgotar todos os meios de que dispunha para chegar à consumação da infração penal, arrepende-se e atua em sentido contrário, evitando a produção do resultado inicialmente por ele pretendido. Exemplo: João, após discussão no interior de um barco, e querendo matar seu desafeto por afogamento, lança-o ao mar, tendo conhecimento de que este não sabe nadar. Se, posteriormente, resolve, de forma arrependida, salvar a vítima, impedindo sua morte, João responderá pelos atos praticados. Neste exemplo, se a vítima sair ilesa, nada será imputado a João. (*) E se arrependimento for ineficaz? Não exclui o crime, mas atenua a pena. (Vide artigo 65, III, b do Código Penal). Desistência Voluntária Arrependimento Eficaz Agente inicia a execução; Agente inicia a execução; Ainda tem atos executórios Pratica todos os atos da a serem praticados e execução, mas passa agir, desiste voluntariamente; (o voluntariamente, de forma processo de execução do contrária ao pretendido, crime ainda está em curso) impedindo o resultado; (o processo de execução do crime já foi encerrado) Responde pelos atos já Responde pelos atos já praticados. praticados. 2.11Arrependimento Posterior. Art. 16 do Código Penal Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 19/11/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 6

O arrependimento posterior é uma causa geral de diminuição de pena, isto é, o agente responderá pela infração penal desejada e já consumada, porém, se agir em conformidade com o artigo 16 do Código Penal, terá sua pena reduzida. Exemplos de crimes em que pode ser aplicado o arrependimento posterior: furto (art. 155 do Código Penal), dano (art. 163 do Código Penal), pois são delitos cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa. Além desse requisito, para configurar a hipótese de arrependimento posterior, deve o agente reparar integralmente o dano causado ou restituir integralmente a coisa até o recebimento (e não oferecimento!) da denúncia ou queixa (espécies de ação penal). Por fim, exige-se, ainda, que o agente assim aja voluntariamente. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1) (PG/SP/2002) Tício, por razões de menor importância, vem a ofender a integridade física de Caio, por meio de arma de fogo, produzindo-lhe lesões corporais de natureza grave. Ao ser socorrido, a ambulância, perigosamente conduzida por Paulo, vem a colidir com outro veículo, causando a morte de Caio. As concausas que se encontram presentes no evento são: a) naturais ou causais, havendo apenas o exaurimento da conduta inicial de Tício, que responderá por todos os atos. b) preexistentes, na medida em que Paulo, ao dar causa ao evento morte, destruiu o nexo existente anterior. c) supervenientes absolutamente independentes, com as implicações legais decorrentes. d)supervenientes relativamente independentes, respondendo Tício pelos atos anteriormente praticados. e) supervenientes relativamente independentes, com o estabelecimento de um concurso de pessoas entre Tício e Paulo, respondendo cada um na medida de sua culpabilidade. 2) (TRF/04/2004) Assinale a alternativa correta. O artigo 13 do Código Penal adotou, relativamente ao nexo causal, a teoria da equivalência dos antecedentes causais. a) segundo tal teoria, considera-se causa toda a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido da forma como ocorreu. b) é, em razão de tal teoria, que o fabricante da arma de fogo causadora da morte, apesar de se encontrar na cadeia causal do homicídio com ela consumado, não responde por este delito. c) é, em razão de tal teoria, que a superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação, quando, por si só, produziu o resultado. d) segundo tal teoria, todos os co-autores ou partícipes de um delito devem sofrer as penas a este cominado, na medida de sua culpabilidade. 3) (MPE/SE/2009) Pedro efetuou disparo de arma de fogo contra Paulo. Em seguida, arrependido, o levou até um hospital, onde, apesar de atendido e medicado, veio a falecer. Nesse caso, houve a) arrependimento posterior. b) desistência voluntária. c) arrependimento eficaz. d) crime tentado. e) crime consumado. 4) (FCC/BACEN/Procurador/2006) O resultado é prescindível para a consumação nos crimes: a) materiais e de mera conduta. b) formais e materiais. c) formais e omissivos impróprios. d) omissivos próprios e materiais. e) de mera conduta e formais. 5) (FCC/TCE/ROProcurador/2010) No dolo eventual: a) o agente, conscientemente, admite e aceita o risco de produzir o resultado. b) a vontade do agente visa a um ou outro resultado. c) o sujeito prevê o resultado, mas espera que este não aconteça. d) o sujeito não prevê o resultado, embora este seja previsível. e) o agente quer determinado resultado. 6)(CESPE/TJ/DF/Analista/2008) Excetuadas as exceções legais, o autor de fato previsto como crime só poderá ser punido se o praticar dolosamente. 7) (FCC/MPE/SE/Técnico/2009) A respeito da conduta, como elemento do fato típico, é correto afirmar que são relevantes para o : a) as omissões humanas voluntárias. b) os atos de seres irracionais. c) o pensamento e a cogitação intelectual do delito. d) os atos realizados em estado de inconsciência. e) os atos produzidos pelas forças da natureza. 8) (FCC/TJ/PE/Analista/2007) Em relação ao dolo e a culpa é INCORRETO afirmar que: a) É justamente na previsibilidade dos acontecimentos e na ausência de previsão pelo agente que reside a conceituação da culpa penal. b) Enquanto no dolo direto o indivíduo age por causa do resultado, no eventual, age apesar do resultado. c) No campo penal, em razão da adoção da teoria da "compensação de culpas", se dois agentes concorrem culposamente para um resultado ilícito, ambos serão, em tese, responsabilizados. d) Na culpa consciente, diferentemente do dolo eventual, o agente firme e deliberadamente age visando a obtenção do resultado ou assume o risco de produzi-lo. e) Dolo é o comportamento psíquico contrário à ordem jurídica e como tal deve ser aferido no momento do delito. 9) (FCC/TCE/AP/Procurador/2010) O erro em matéria penal: a) afasta a culpabilidade, se o engano recai sobre 19/11/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 7

elemento do tipo penal. b) exclui sempre o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. c) reflete na culpabilidade, de modo apenas a atenuála, se o engano incide sobre elemento do tipo penal. d) afasta a tipicidade, se o engano incide sobre a ilicitude do fato. e) reflete na culpabilidade, podendo inclusive excluí-la, se o engano recai sobre a ilicitude do fato. 10) (CESPE/2004/PF/Delegado) O médico Caio, por negligência que consistiu em não perguntar ou pesquisar sobre eventual gravidez de paciente nessa condição, receita-lhe um medicamento que provocou o aborto. Nessa situação, Caio agiu em erro de tipo vencível, em que se exclui o dolo, ficando isento de pena, por não existir aborto culposo. 11) (CESPE/DETRAN/DF/Analista/2009) O princípio da legalidade veda o uso da analogia in malam partem, e a criação de crimes e penas pelos costumes. 15) (FCC/TRE/SE/Analista/2007) Tipicidade é: a) descrição do fato no texto legal. b) adequação da conduta ao tipo. c) comparação da conduta particular com a culpabilidade concreta e descrita no tipo. d) ação ilícita ou contrária ao direito. e) juízo de reprovação social. 16) (CESPE/PF/Agente/2009) O crime de lesão corporal seguida de morte é preterdoloso, havendo dolo na conduta antecedente e culpa na conduta consequente. 17) (CESPE/PF/Agente/2009) São elementos do fato típico: conduta, resultado, nexo de causalidade, tipicidade e culpabilidade, de forma que, ausente qualquer dos elementos, a conduta será atípica para o direito penal, mas poderá ser valorada pelos outros ramos do direito, podendo configurar, por exemplo, ilícito administrativo. 12) (FCC/DPE/SP/Defensor/2006) Considerando a adoção do princípio da culpabilidade pelo Código Penal, é correto afirmar que a: a) culpabilidade não interfere na medida da pena. b) culpabilidade se refere ao autor. c) culpabilidade se refere ao fato. d) análise da culpabilidade compete ao juiz do processo de conhecimento e ao juiz do processo de execução. e) análise da culpabilidade não é essencial para a individualização da pena. 13) (FCC/MPU/Técnico/2007) Dispõe o artigo 1º do Código Penal: "Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal". Tal dispositivo legal consagra o princípio da: a) ampla defesa. b) legalidade. c) presunção de inocência. d) dignidade. e) isonomia. 14) (CESPE/PC/PB/Agente/2009) Em relação aos sujeitos ativo e passivo da infração penal no ordenamento jurídico brasileiro, assinale a opção incorreta. a) A pessoa jurídica não pode ser sujeito ativo de infração penal. b) Sujeito ativo do crime é aquele que pratica a conduta descrita na lei. c) Sujeito passivo do crime é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado pela conduta criminosa. d) O conceito de sujeito ativo da infração penal abrange não só aquele que pratica a ação principal, mas também quem colabora de alguma forma para a prática do fato criminoso. e) Parte da doutrina entende que, sob o aspecto formal, o Estado é sempre sujeito passivo do crime. 18) (CESPE/PF/Agente/2009) Os crimes comissivos por omissão também chamados de crimes omissivos impróprios são aqueles para os quais o tipo penal descreve uma ação, mas o resultado é obtido por inação. 19) (CESPE/PF/Agente/2009) Com relação à responsabilidade penal da pessoa jurídica, tem-se adotado a teoria da dupla imputação, segundo a qual se responsabiliza não somente a pessoa jurídica, mas também a pessoa física que agiu em nome do ente coletivo, ou seja, há a possibilidade de se responsabilizar simultaneamente a pessoa física e a jurídica. 20) (CESPE/PRF/2004) Um agente, por equívoco, pegou um relógio de ouro que estava sobre o balcão de uma joalheria, pensando que era o seu, quando, na realidade, pertencia a outro comprador. Nessa situação, o agente responderá pelo crime de furto culposo. Gabarito. 1) d 2) a 3) e 4) e 5) a 6) certo 7) a 8) d 9) b 10) certo 11) certo 12) b 13) b 14) a 15) a 16) certo 17) errado 18) certo 19) certo 20) errado. 19/11/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 8