Direito Penal. Art. 130 e Seguintes II

Transcrição

1 Direito Penal Art. 130 e Seguintes II

2 Constrangimento Ilegal Art. 146 do CP: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

3 Constrangimento Ilegal Objetividade Jurídica: Liberdade individual. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5º, II, da CF). Sujeito Ativo: Qualquer pessoa física (crime comum). Admite-se o concurso de agentes. - Se funcionário público, pode configurar o crime de abuso de autoridade (Lei n /1965).

4 Constrangimento Ilegal Sujeito Passivo: Qualquer pessoa física. Tipo Objetivo: - I Vítima constrangida a fazer ou II vítima constrangida a não fazer;

5 Constrangimento Ilegal - Violência (física) ou grave ameaça (violência moral); - Qualquer outro meio que reduza a capacidade de resistência da vítima (interpretação analógica Ex: Violência imprópria).

6 Constrangimento Ilegal Tipo Subjetivo: Dolo. Crime Subsidiário. Pode ser absorvido por outros crimes/mais graves (extorsão, estupro, tortura etc.). - Se a pretensão for legítima: Exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 do CP). Consumação: Constrangimento + Fazer/Não Fazer da Vítima. Crime material. Tentativa: Admissível.

7 Ameaça Art. 147 do CP: Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Objetividade Jurídica: Liberdade individual (tranquilidade ou paz individual).

8 Ameaça Sujeito Ativo: Qualquer pessoa física (crime comum). Admite-se o concurso de agentes. - Se funcionário público, pode configurar o crime de abuso de autoridade (art. 3º da Lei n /1965).

9 Ameaça Sujeito Passivo: Qualquer pessoa física. Tipo Objetivo - Ameaçar: Intimidar; - Mal (promessa de violência) injusto (contrário ao direito) e grave (relevante) (Ex: ameaça de morte);

10 Ameaça - Verossimilhança ou possibilidade fática (passível de concretização; se impossível, fato atípico); - Palavra (ex: telefonema), escrito (ex: bilhete), gesto (sinal) ou qualquer outro meio simbólico (interpretação analógica).

11 Ameaça Tipo Subjetivo: Dolo. Crime Subsidiário. Pode ser absorvido por outros crimes/mais graves (extorsão, roubo, concussão, coação no curso do processo etc.). Consumação: Com a ciência da vítima. Crime formal. Tentativa: Admissível (Ex: interceptada ameaça por escrito).

12 Sequestro e Cárcere Privado Art. 148 do CP: Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado: Pena - reclusão, de um a três anos

13 Sequestro e Cárcere Privado Objetividade Jurídica: Liberdade de locomoção. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa física (crime comum). Admite-se o concurso de agentes. - Se funcionário público, pode configurar o crime de abuso de autoridade (art. 3º, a, da Lei n /1965).

14 Sequestro e Cárcere Privado Sujeito Passivo: Qualquer pessoa física. Tipo Objetivo - Privar alguém da liberdade: Cerceamento do direito de locomoção - Modalidades: Por retenção (Ex: trancar alguém que estava no quarto) ou por deslocamento (Ex: levar a vítima ao cativeiro)

15 Sequestro e Cárcere Privado - Sequestro (local aberto) X Cárcere privado (local fechado); - O consentimento do ofendido, por se tratar de bem jurídico disponível, exclui o fato punível.

16 Sequestro e Cárcere Privado Tipo Subjetivo: Dolo. - Se com finalidade econômica (extorsão mediante seqüestro art. 159 do CP); - Se com objetivo de tortura (crime de tortura agravado (art. 1º, 4º, III, da Lei n /97);

17 Sequestro e Cárcere Privado - Se buscar a colocação de menor em lar substituto (art. 237 da Lei n /90); - Se com fins libidinosos (sequestro qualificado - art. 148, 1º, V).

18 Sequestro e Cárcere Privado Consumação: Com a privação da liberdade por tempo juridicamente relevante. Crime permanente. Tentativa: Admissível (delito plurissubsistente). Qualificadoras: Art. 148, 1º e 2º, do CP.

19 Violação de Domicílio Art. 150 do CP: Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Objetividade Jurídica: Liberdade doméstica; a casa como asilo inviolável do cidadão (art. 5º, XI, da CF).

20 Violação de Domicílio Sujeito Ativo: Qualquer pessoa física (crime comum). Admite-se o concurso de agentes. - Se funcionário público fora dos casos legais, com inobservância das formalidades ou com abuso de poder (violação de domicílio majorada - art. 150, 2º, do CP).

21 Sujeito Passivo: Qualquer pessoa física (morador da casa). Tipo Objetivo. Violação de Domicílio - Entrar (comissivo) ou permanecer (omissivo): tipo misto alternativo; - De forma clandestina (sorrateira) ou astuciosa (enganosa);

22 Violação de Domicílio - Contra a vontade expressa ou tácita do morador; - No caso de habitação coletiva, basta o dissenso de um dos moradores (para caracterização da vedação).

23 Conceito de Casa (art. 150, 4º e 5º, do CP / norma penal explicativa). Abrange: Violação de Domicílio a) Qualquer compartimento habitado (ex.: apartamento / não tutela casas desabitadas); b) Aposento ocupado de habitação coletiva (ex.: quarto de hotel);

24 Violação de Domicílio c) Compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce sua profissão ou atividade (Ex: escritório de um mercado)

25 Violação de Domicílio Não constitui casa (para fins de criminalização da violação de domicílio): a) Hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo se ocupado por alguém (Ex: quarto de motel aberto e desocupado); b) Taverna, casa de jogos e outras do mesmo gênero (Ex: bares e igrejas).

26 Violação de Domicílio Tipo Subjetivo: Dolo (fim em si mesmo, ou seja, visa apenas entrar no domicílio). Crime Subsidiário. Absorvido por crimes fins (ex.: furto). Consumação: Ingresso na casa, contra a vontade do morador, por tempo juridicamente relevante. Crime de mera conduta (tipo não descreve qualquer resultado possível). Na modalidade permanecer (crime permanente).

27 Violação de Domicílio Tentativa: Admissível (tanto na modalidade entrar quanto permanecer muito embora a última seja omissiva). Qualificadoras: Art. 150, 1º, do CP: durante a noite, lugar ermo, emprego de violência, uso de arma ou concurso de agentes (pena: detenção de 06 meses a 02 anos, além da sanção quanto à violência).

28 Violação de Domicílio Excludentes de Ilicitude (Art. 150, 3º, do CP). a) Durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência (Ex: mandado de prisão ou de busca e apreensão domiciliar); b) A qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime estiver ali sendo praticado ou na iminência de o ser (Ex: Prisão em flagrante).

29 Direito Penal Art. 130 e Seguintes II