COMPOSIÇÃO CORPORAL DE JOVENS ESTUDANTES Vivian Mendes de Souza /UFGD Aline Rodrigues Guedes da Silva/UFGD Wallisson Lucas dos Santos Farias /UFGD Dra. Josiane Fujisawa Filus de Freitas /UFGD Dr. Gustavo Levandoski /UFGD Grupo de Pesquisa em Educação Física Escolar e Saúde-GPEFES Educação Física Escolar Modalidade pôster Resumo: O estudo pretende verificar variáveis da composição corporal de jovens escolares da cidade de Florianópolis-SC. Amostra foi composta por 334 escolares, de ambos os sexos, com faixa etária de 12,53 anos. As variáveis investigadas foram: massa, estatura, somatório das dobras cutâneas, a partir destas obteve-se o percentual de gordura através da equação de Faulkner para 4 dobras, massa corporal gorda, massa corporal magra, perfil somatotipo proposto por Carter e Heath. Empregando uma analise descritiva dos dados, adotando o teste t, com nível de significância de p<0,05. A composição corporal das meninas é significativamente maior quando comparado aos meninos, sendo o percentual de gordura mais elevado para o sexo feminino, e a massa magra para masculino. Palavras-chave: composição corporal, fatores de risco, escolares.
2 INTRODUÇÃO A prática de atividade física é frisada em vários estudos como um fator útil para a promoção de saúde, qualidade de vida, prevenção de doenças seja cardiovasculares ou metabólicas, pois é crescente o sedentarismo em idades precoces. De acordo com Hallal et al. (2012) em pesquisa com adolescentes de diferentes países verificou que mais de 70% não atingem as recomendações para prática de atividade física. Consequentemente a falta de atividade física, esta apontada como uma das causas do aumento acelerado do sobrepeso e obesidade. O Colégio Americano de Medicina do Esporte enfatiza que a frequência de treinamento deve ser de 3 a 5 vezes na semana tendo uma intensidade de 60-90% da frequência cárdica máxima. Diante do exposto, a composição corporal pode proporcionar informações uteis para avaliar o estado de saúde, relacionado ao nível de atividade física dos adolescentes. Gallahue e Donnelly (2008) descrevem composição corporal como a proporção da massa corporal magra e massa corporal gorda, ou seja, relação de tecido gorduroso e tecido magro, e pode ser classificado como um importante aspecto da aptidão relacionada à saúde. Observa-se através destes componentes as condições orgânicas do individuo e as mudanças produzidas derivadas da alimentação e atividade física. Mudanças no estilo de vida e nos hábitos alimentares são fatores que explicam o crescimento acentuado da obesidade e do sedentarismo. Segundo Carminati et al. (2016) com os avanços tecnológicos os seres humanos se estabeleceram em zona de conforto, adotando um estilo de vida menos ativo e consumindo uma maior quantidade de alimentos industrializados, com alto índice de açúcar e calorias. Nesse sentido Venâncio et al. (2013) mencionam que a obesidade segue em uma direção contrária a pratica de atividade física, e que os indivíduos estão atualmente mais presos a TV, acarretando num estilo de vida inativo, que por consequência interfere no balanço energético resultando no aumento das taxas de obesidade. Doenças associadas a composição corporal elevada, tais como sobrepeso e a obesidade que antes eram diagnosticadas apenas em adultos, estão sendo identificadas também em crianças e adolescentes (TITSKI et. al. 2014). Alterações na composição corporal (LEVANDOSKI; CARDOSO, 2013) principalmente o baixo nível de atividade física na adolescência apresentam consequência na vida adulta, necessitando uma identificação precoce desses fatores para diminuir o risco de se tornarem adultos inativos e obesos. Desta forma, o
3 presente estudo pretende verificar variáveis da composição corporal de jovens escolares da cidade de Florianópolis /SC. METODOLOGIA Está pesquisa de campo classifica-se como descritiva e corte transversal, onde foram verificadas algumas variáveis da composição corporal de 334 jovens sendo 184 meninos e 150 meninas com média etária de 12,53 anos da cidade de Florianópolis /SC. As variáveis investigadas foram: massa, estatura, somatório das dobras cutâneas do (tríceps, subescapular, supra-ilíaca, subespinal, abdômen e perna). A partir destas variáveis foi possível obter outras variáveis como o índice de massa corporal, Percentual de Gordura através da equação de Faulkner para 4 dobras (TR, SB, SI, AB), Massa Corporal Gorda, Massa Corporal Magra, e o Perfil Somatótipo proposto por Carter e Heath. A análise dos dados foi determinada por meio de estatística descritiva e inferencial adotando o teste t para amostra independente adotando significância de p<0,05. A pesquisa foi apreciada e aprovada pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade do Estado de Santa Catarina. RESULTADOS E DISCUSSÃO A tabela 1 indica o resultado das variáveis já denominadas no tópico anterior, e enfatiza a composição corporal das meninas é significativamente maior quando comparado aos meninos. Tabela1. Variáveis da composição corporal da amostra estudada. Meninos Meninas T p Massa em (kg) 48,63 47,63 0,753 0,452 Estatura em (m) 1,55 1,55 0,364 0,716 IMC 19,89 19,62 0,621 0,535 Somatório das dobras (TR, SB, SI, SE, AB, PA) 81,41 99,64-3,95 <0,001* Percentual de Gordura Faulkner para 4 dobras (TR, SB, SI, AB) 21,68 25,55-4,235 <0,001* Massa Corporal Gorda em kg 11,21 12,94-2,148 0,032* Massa Corporal Magra em kg 37,33 34,67 3,767 <0,001* Endomorfia 4,06 4,9-4,517 <0,001* Mesomorfia 4,91 4,01 6,245 <0,001* Ectomorfia 3,02 3,28-1,377 0,169 *p<0,05
4 Em relação ao IMC não houve diferença significativa entre os sexos. Entretanto o percentual de gordura foi maior no sexo feminino comparado ao masculino, resultados semelhantes ao encontrado por Burgos onde usou apenas as dobras cutâneas tricipital e subescapular para o cálculo do %G, utilizando a equação de Slaugther, em que as meninas apresentaram resultados superiores (38,5%) em relação aos meninos (33,8%). Os meninos apresentaram maior proporção de massa magra em relação às meninas, de acordo com Colli (1991), na adolescência os meninos apresentam um ganho de massa magra maior que as meninas devido a fase de crescimento, enquanto as meninas elevam seu percentual de gordura. Analisando individualmente cada somatotipo, observa-se significância dos meninos na categoria meso-ectomorfo, já em meninas de ecto-mesomorfo, comparando a categoria ectomorfo os resultados foram bem similar em ambos os sexos, já na segunda categoria os meninos demonstraram maior proporção corroborando com essa posição, Martins (2008) na sua pesquisa constatou que meninos de 12 a 13 anos, demonstram maiores resultados na categoria de mesomorfo. CONCLUSÃO Apesar da limitação do estudo pela abordagem transversal, os dados indicam que as meninas apresentaram diferenças significativas em relação ao percentual de gordura dos meninos, sendo os somatórios das dobras e o Percentual de Gordura Faulkner para quatro dobras, com valores mais relevantes entre as variáveis. Considerando que o estudo foi limitado diante a faixa etária de 12 anos, é necessário estudos em diferentes idades, sugerindo a utilização das mesmas variáveis da composição corporal para verificar se os resultados são semelhantes a esse. Porém é possível constatar que as meninas devem ser mais estimuladas a praticar atividades físicas e através da Educação Física Escolar podemos criar meios de intervenções para incentivar a adoção de uma pratica regular fora da escola, com fins de melhorar sua qualidade de vida.
5 REFERÊNCIAS BURGOS, Miria Suzana et al. Uma análise entre índices pressóricos, obesidade e capacidade cardiorrespiratória em escolares. Arq Bras Cardiol, v. 94, n. 6, p. 739-44, 2010. CARMINATI, B. C.; SILVA, S.M.M.; LOLLO, P. C. B. Análise da correlação do índice de massa corporal (IMC) e do índice de adiposidade corporal (IAC): uma revisão bibliográfica. Lecturas- Educación Física y Deportes, Buenos Aires v. 20, n. 213, 2016. COLLI, Anita S. et al. Crescimento e desenvolvimento físico do adolescente.tratado de adolescência: um estudo multidisciplinar. Rio de Janeiro: Editora Cultura Médica, p. 5-27, 1991. DA SILVA MARTINS, Leonardo et al. Análise do somatotipo de escolares do sexo masculino. Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol.7, nº 2 2008. GALLAHUE, D. L.; DONNELLY, F. C. Educação Física desenvolvimentista para todas as crianças. São Paulo: Phorte, 2008. HALLAL, Pedro C. et al. Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. The lancet, v. 380, n. 9838, p. 247-257, 2012 LEVANDOSKI, Gustavo; CARDOSO, F. L. Característica de la Composición Corporal de Agresores y Víctimas de Bullying. International Journal of Morphology, v. 31, p. 1198-1204, 2013. TITSKI, A. C. K. ; MOSER, D. ; CIESLAK, F. ; MASCARENHAS, L. P. G. ; SILVA, M. J. C. E.; LEITE, N.. Frequência de Síndrome Metabólica em Escolares. Pensar a Prática, v. 17, p. 116-128, 2014. VENÂNCIO, Patricia Espíndola Mota; DE OLIVEIRA TEIXEIRA, Cristina Gomes; DA SILVA, Francisco Martins. Excesso de peso, nível de atividade física e hábitos alimentares em escolares da cidade de Anápolis-Go. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 35, n. 2, 2013.