PROMINP: O papel das universidades na integração com os setores produtivos. Prof. José Ricardo de Santana UFS - CINTEC

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Transcrição:

PROMINP: O papel das universidades na integração com os setores produtivos Prof. José Ricardo de Santana UFS - CINTEC Aracaju, julho de 2006

SUMÁRIO INOVAÇÃO E CRESCIMENTO INOVAÇÃO E PESQUISA PESQUISA E UNIVERSIDADES

Inovação Introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos, ou serviços. (Art. 2º da Lei de Inovação Nº 10.973/2004) Elementos Novo produto Novo processo INOVAÇÃO E CRESCIMENTO Nova fonte de matérias-primas Novo mercado consumidor Nova estruturação da concorrência Inovação nos países em desenvolvimento PROBLEMA: processo de mudança técnica em geral se restringe à absorção e ao aperfeiçoamento de inovações geradas em outras economias.

INOVAÇÃO E CRESCIMENTO Caso da Coréia Crescimento, a partir de 1962: 9% aa PNB per capita: de U$ 87,00 (1962) [= Sudão] para U$ 8.483,00 (1994) [= 18x Sudão] Exportações: de U$ 40 milhões (1963) - 14% industrializados para U$ 96 bilhões (1994) - 92% industrializados

Inovação no Brasil INOVAÇÃO E CRESCIMENTO Número de empresas Participação no faturamento Participação no emprego Remuneraçã o média Escolaridade média (%) (%) (%) (R$/mês) (anos) Inovam e diferenciam produtos 1,7 25,9 13,2 1254,64 9,13 Especializados em produtos padronizados 21,3 62,6 48,7 749,02 7,64 Não diferenciam produtos 77 11,5 38,1 431,15 6,89 Fonte: IPEA (2000)

INOVAÇÃO E CRESCIMENTO INDICADOR: Patentes depositadas na WIPO 4000 3500 3554 3000 2500 2000 1500 1000 784 1708 1580 724 500 178 282 190 0 Brasil China Coréia do Sul Índia 2000 2004 Fonte: WIPO (Organização Internacional de Propriedade Intelectual), 2005 Elaboração: NPI UFS Obs.: A WIPO é uma organização internacional dedicada a promoção, uso e proteção do trabalho intelectual.

INOVAÇÃO E CRESCIMENTO INDICADOR: Gastos em P&D 2001 [em PIB (%)] Industry Government Total (2) Japan 2,2 0,6 3,0 United States 1,8 0,7 2,7 Korea 1,9 0,6 2,7 Germany 1,7 0,8 2,5 France 1,2 0,8 2,2 Canada 0,8 0,6 1,9 United Kingdom 0,9 0,5 1,9 Australia 0,7 0,7 1,5 Italy (1) 0,4 0,5 1,0 Spain 0,5 0,4 1,0 Mexico 0,1 0,3 0,4 European Union 1,0 0,7 1,9 Total OECD 1,4 0,6 2,2 Brazil 0,4 0,6 1,1 OECD e MCT (Brasil) - Obs: (1) dados de 1995; (2) inclui outras fontes (Pacheco)

INOVAÇÃO E CRESCIMENTO

INOVAÇÃO E PESQUISA Necessidade de inovar Abertura econômica Estabilização Formas de inovar na empresas (Pintec) 77% - aquisição de máquinas e equipamentos 59% - treinamento e projeto industrial modelo da substituição de importações Conhecimento externo e aquisição de P&D - juntas 25%

INOVAÇÃO E PESQUISA Importância das Atividades de Inovação, 1998-2000 Adquisición externa de I&D 8,21 16,36 Adquisición de conocimiento externo 27,78 Introducción de innovaciones en el mercado 34,14 Actividades internas de I&D 44,08 Proyecto industrial Entrenamiento 59,06 76,63 Adquisición de máquinas y equipamientos - 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 % IBGE - PINTEC 2000

INOVAÇÃO E PESQUISA Relações de Cooperação 1998/2000 Fornecedores Clientes ou consumidores Universidade e institutos Empresa do Grupo Concorrentes Consultoria Assistência técnica 0,0 20,0 40,0 60,0 IBGE - PINTEC 2000

INOVAÇÃO E PESQUISA

Concepção SISTEMA NACIONAL de INOVAÇÃO Rede de instituições públicas e privadas cujas atividades e interações iniciam, modificam e difundem novas tecnologias (Freeman, 1995) Componentes (Perez, 2000) ambiente no qual a inovação é estimulada e apoiada; qualidade das relações entre fornecedores, produtores e usuários; sistema de treinamento e educação; organizações públicas ou privadas que facilitam a mudança técnica; leis, regulamentações INOVAÇÃO E PESQUISA idéias e atitudes em relação à mudança técnica

INOVAÇÃO E PESQUISA A internalização da inovação 1. Quadro de incorporação da inovação no Brasil (via importações de máquinas, p.ex.) 2. Empresas brasileiras não enxergavam na inovação um diferencial (financeiro x produção) 3. Agenda de pesquisa das universidades fora da problemática produtiva Financiamento (FINEP) Regulamentação (Lei Inovação) Aproximação com setor produtivo (ETT s)

INOVAÇÃO E PESQUISA Casos: interação SITUAÇÃO: As empresas de brinquedos de tecidos (bichos de pelúcia) do APL de Tabatinga copiavam os produtos chineses e adaptavam os modelos as condições das empresas. DESAFIO: Dar condições a essas empresas de desenvolverem novos produtos considerando os recursos e a capacidade produtiva individual das empresas, envolvendo pesquisa de novas matériasprimas, otimização dos processos e desenvolvimento de identidade corporativa para o APL. SOLUÇÃO: O CSPD fez uma parceria com o curso de design da Faculdade Oswaldo Cruz e os empresários ficaram extremamente satisfeitos com o resultado, sendo que os 7 meses de trabalho foram utilizados para validar o TGI dos alunos da faculdade CONSULTORES ENVOLVIDOS: 3 professores e 15 alunos INSTITUIÇÃO PARCEIRA: CSPD e Faculdade Oswaldo Cruz

Casos: INOVAÇÃO E PESQUISA SITUAÇÃO: São preocupantes os altos níveis de ozônio e materiais particulados na atmosfera das grandes metrópoles, poluentes estes considerados os mais nocivos à saúde humana. DESAFIO: Criar um produto capaz de filtrar as partículas inaláveis finas (filtro contra a poluição do ar) e aceitar a alta quantidade de enxofre que existe no diesel produzido no Brasil. SOLUÇÃO:Após realizar boa parte das pesquisas por conta própria, Sangiovani conseguiu recursos no exterior para viabilizar a invenção. Com a chegada do capital, foi instituída a Sabertec, empresa sediada no Texas, nos Estados Unidos, que comercializará o futuro produto no Brasil. A linha de produção, terceirizada, deverá funcionar em Diadema. INSTITUIÇÕES PARCEIRAS: LPAE (Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental)

PESQUISA E UNIVERSIDADES As universidades Número de Doutores Número de patentes Infra-estrutura laboratorial Papel das Universidades Ensino Pesquisa Extensão

PESQUISA E UNIVERSIDADES Objetivos do Plano de Desenvolvimento Institucional - UFS (PDI) Dados 1998 de Metas para 2004 vagas na graduação 1484 2671 vagas na pós-graduação 346 825 número de alunos na graduação 7.840 11.459 número de alunos matriculados na pósgraduação Número de alunos diplomados na graduação 493 1.693 667 1800 diplomados na pós-graduação 353 1398 total de cursos de graduação 34 81 total de cursos de pós-graduação 26 57 núcleos de pesquisa 6 12 Pesquisadores 140 224 professores doutores 73 165

PESQUISA E UNIVERSIDADES AÇÕES EM ENSINO Período 1996-2004 Ampliação das vagas (em cursos noturnos) Criação de novos cursos Ampliação da pós-graduação Período pós 2004 Ampliação das vagas em cursos existentes Interiorização Ensino a distância Criação de novos cursos (base tecnológica) Ampliação de programas de pós-graduação

PESQUISA E UNIVERSIDADES AÇÕES EM PESQUISA Ampliação dos grupos de pesquisa Participação em programas CT-PETRO Integração com a extensão AÇÕES EM EXTENSÃO Integração com atividades tecnológicas Projetos de Desenvolvimento Serviços Tecnológicos Cursos de capacitação

A TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA UNIVERSIDADE - SOCIEDADE Universidade Sociedade: Empresa Estado, Out. Organizações Atividades de Interação Serviços de Tecnologia Serviços de Capacitação Serviços de Informação Serviços de P & D Propriedade Intelectual Licenças de Patentes Licenças de Software Licenças de Cultivares Estado Out. Organizações Empresa estabelecida no Mercado (pequena, média ou grande), estatal ou privada. Empresa estabelecida em uma Incubadora de Empresas Projetos de Incubadoras de Empresas Transferência de Know-How Projetos de Empresas Júnior Fonte: Marli Elizabeth Ritter dos Santos (2005) com adaptações. Empresa estabelecida em um Parque Tecnológico Empresa START-UP

INTERAÇÃO UNIVERSIDADE-SOCIEDADE: Universidades Temáticas de pesquisa aplicada (NOVA AGENDA DE PESQUISAS, voltada a demandas técnicas) Obtenção de recursos Empresas Fonte importante de informação, conhecimento e tecnologia utilizados nos processos produtivos (acessar agenda de pesquisas) Acesso a infra-estrutura das Universidades Governo, Agências de Desenvolvimento Regional Estimular formação de empresas de base tecnológica e atrair investimentos Gerar novos postos de trabalho Melhorar a performance da economia local

OBRIGADO! Prof. José Ricardo de Santana Centro de Inovação e Transferência de Tecnologia (CINTEC/UFS) CONTATOS: (79) 3212-6811/6817 cintec@ufs ufs.br Aracaju, julho de 2006