Classificação de Grãos MT



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Transcrição:

Classificação de Grãos MT Alex Utida Aprosoja MT Agosto, 2014 Documento Interno e de Uso Exclusivo da Aprosoja-MT

Classificação de Grãos A entidade, consciente da importância que a produção de grãos tem para o setor, estabeleceu há alguns anos o Projeto Classificação de Grãos com objetivo de estudar diversos aspectos relacionados à qualidade, classificação e demais condições existentes entre produtores e empresas receptoras de soja. Mesmo tendo vários esforços para trazer maior eficiência, legitimidade e transparência para o processo de classificação, destacamos que ainda existem diferenças, tais como nos itens: 1. Procedimentos de Classificação, Conceitos e Tolerância 2. Peso Liquido x Peso Bruto - Descontos (metodologia de cálculo) 2

Classificação de Grãos Com clima favorável os grãos são colhidos com teores de umidade que variam de 14 a 18% e avariados menor que 8%. 3

Classificação de Grãos MAS, DADO O PERÍODO DA COLHEITA, OCORRE NAS LAVOURAS DE MT: 70% da soja colhida na SAFRA 2013/14 ocorreu no período de muita chuva. 4

Classificação de Grãos Assim, é comum a colheita dos grãos com características adversas, tais como ilustrado nas imagens: A média de umidade na colheita em MT é de 16% a 18%, casos de 20% dependendo do clima e com aumento dos avariados; 5

Classificação de Grãos Conforme os números, observa-se que a umidade é o item que causa o maior desconto da amostra em termos de quantidade, representando 81,06% da soja descontada. Depois da umidade, os descontos mais significativos, em ordem decrescente de quantidade, foram matérias estranhas e impurezas, avariados, transgênicos, ardidos e queimados e esverdeados. 6

Classificação de Grãos OUTROS FATORES: - Produção distante dos armazéns com média de 50 km até o mais próximo, que implica na perda de qualidade do produto, além de outros agravantes; - No MT segundo a Conab os produtores possuem capacidade de armazenar 8,5 milhões de toneladas, ou seja, 18% da produção da 1ª e 2ª safra: - A compra da soja está concentrada em poucas empresas multinacionais, que são as principais financiadoras dos produtores, que por sua vez se veem obrigados a entregar o produto aceitando a classificação imposta. 7

1. PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO Procedimentos: quanto os procedimentos de amostragem, as principais unidades armazenadoras do MT estão em desacordo com o procedimento oficial de classificação, assim como no que se refere aos pontos de coleta e a homogenização. Observa-se ainda, que na classificação a amostra para avariados varia de 25 a 100 gramas, divergindo também na obtenção desta amostra. Principais divergências identificadas em descordo com a IN 11/2007 e que serão ilustradas e descritas na apresentação: - Procedimentos; - Homogenização da amostra; - Amostra de Trabalho; - Peso Liquido x Bruto. 8

1. PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO Retirada da Amostra: - Pontos de coleta em desacordo com o procedimento oficial de classificação; Ex.: Apenas as bicas do lado direito do caminhão foram recolhidas as amostras simples ficando o lado esquerdo sem coletar: - A carga é classificada na entrada e depois no descarregamento, o valor mais alto prevalece. 9

1. PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO Homogeneização em desacordo com o procedimento oficial de classificação: Homogeneizador e quarteador para redução da amostra de trabalho. Caixa da Sacanagem ( mãogeneização ) 10

1. PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO CONCEITOS E TOLERÂNCIA: Verifica-se que as empresas armazenadoras nem sempre utilizam os conceitos conforme prescritos na Instrução Normativa n. 11/2007 do MAPA, especialmente em relação aos grãos fermentados de ardidos e imaturos de esverdeados. Principal Fator: Classificadores não credenciados pelo MAPA Com relação as tolerâncias, as compradoras deveriam seguir a tabela com os percentuais que são usados para soja (Padrão Comercial), mas, conforme as empresas, essa tolerância varia, sem que sejam informados previamente, com ou sem contrato (que ocorre durante a safra colheita da soja). Safra 2012/13: 03 empresas aplicando tolerâncias menores de 14% de Umidade 01 empresas com tolerância 0% para Impurezas 11

1. PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO Procedimentos para retirada de Matérias Estranhas e Impurezas: verifica-se que inobservância dos procedimentos estabelecidos na IN 11/2007 (observados pelo Classificador) geram % de grande divergência, conforme gráfico: Diferença entre a classificação das empresas e o padrão (IN 11) 0,66% Cenário MT - produção (milhões ton) 27.000.000 Impacto (sacas) 2.970.000 R$ (saca R$ 50,00) 148.500.000,00 Cenário BR - produção (milhões ton) 87.000.000 Impacto (sacas) 9.570.000 R$ (saca R$ 50,00) 478.500.000,00 Os números mostrados no quadro têm somente o intuito de ilustrar e demonstrar, de forma hipotética, o quanto a diferença entre os procedimentos utilizados pelas receptoras e aquele sugerido pela IN 11 impactam nos produtores de soja de Mato Grosso. Obs.: No cálculo dos descontos (sem taxas de recebimento e nem descontos por tolerância) de umidade, todas as empresas não realizam a metodologia do peso líquido (peso bruto descontado de impurezas e matérias estranhas). 12

1. PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO Amostras de trabalho: - Na mostra para avariados, surgiram variações de 25 a 100 gramas entre as empresas; - Procedimentos diferentes entre as empresas para obtenção dessa amostra; - Não ocorre o corte de 100% da amostra para verificação de picados por percevejo; - Contra-amostras não podem ser retiradas pelos produtores, não sai da empresa; - Não é permitido a participação dos produtores acompanhando a classificação na unidade, em raros casos é liberado. 13

2. Peso Liquido x Peso Bruto Segundo levantamento da Aprosoja MT, do total das empresas analisadas, 60 descontam a umidade tendo como base o peso bruto, quando o correto é utilizar o peso líquido (peso bruto descontado de impurezas e matérias estranhas). Na tabela que consta o código de algumas empresas e se utilizam o peso líquido ou não, e ao lado o impacto econômico que gera ao utilizar incorretamente: Diferença entre Peso Líquido x Peso Bruto 0,87% Cenário MT - produção (milhões ton) 27.000.000 Impacto (sacas) 3.915.000 R$ (saca R$ 50,00) 195.750.000,00 Cenário BR - produção (milhões ton) 87.000.000 Impacto (sacas) 12.615.000 R$ (saca R$ 50,00) 630.750.000,00 De modo geral, a prática incorreta gera um impacto ao produtor de 0,87%, prática essa que aumentar o volume total descontado. 14

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