COPA DO MUNDO E OLIMPÍADAS: um Rio de oportunidades para o Brasil. Megaeventos serão conhecidos como JOGOS DA MOBILIDADE URBANA



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Transcrição:

COPA DO MUNDO E OLIMPÍADAS: um Rio de oportunidades para o Brasil Megaeventos serão conhecidos como JOGOS DA MOBILIDADE URBANA CONSTRUÇÃO de novos equipamentos e reforma dos existentes deixarão LEGADO EXTRAORDINÁRIO PARA A CIDADE

editorial Foto: Aline Massuca CHOQUE DE ORDEM NOS CONTRATOS COM A PREFEITURA DO RIO Os grandes eventos esportivos que ocuparão o Rio de Janeiro nos próximos anos serão, certamente, a base para uma mudança de paradigma na capital do estado. A decadência do Rio ao longo de cinco décadas se reverterá em crescimento e desenvolvimento para a cidade. Com 35 anos de atuação em obras públicas no Rio de Janeiro, a AEERJ, que congrega 110 empresas de engenharia competentes, com disposição de trabalho e, principalmente, amor à nossa cidade, sente-se à vontade para alertar a Prefeitura para duas grandes distorções neste mercado. São aberrações que só acontecem no município do Rio. Uma é a exclusão do BDI (Bonificação e Despesas Indiretas) dos orçamentos das obras públicas e a outra é o reajustamento dos preços dos contratos somente a cada dois anos. Não se pode conceber que uma empresa privada trabalhe sem lucro e que não possa incluir em seus orçamentos todas as exigências da convenção coletiva de trabalho, os equipamentos de proteção, a depreciação de maquinário etc. É inadmissível também que os impostos municipais sejam reajustados anualmente e os contratos só a cada dois anos. Os salários dos trabalhadores da construção, que têm um peso significativo no orçamento, vêm sendo reajustados anualmente acima da inflação e os preços dos insumos também são corrigidos várias vezes ao ano. Não é admissível que os contratos com o município continuem a ser reajustados a cada 24 meses. As construtoras de pequeno e médio portes que trabalhavam basicamente para o município, sem participar de obras no governo do estado, não tiveram opção a não ser submeterem-se a essas exigências. Muitas foram desativadas, outras faliram e várias deixaram de disputar obras no município. O número de construtoras de obras públicas no Rio de Janeiro encolheu. Reativar a economia do Rio é uma das metas do prefeito Eduardo Paes. Isso passa por revitalizar e fortalecer as empresas do município. O choque de ordem que a Prefeitura está implantando no Rio deve se estender também a todos os setores da economia. Este é o momento ideal, aproveitando a retomada de investimentos no município, para a Prefeitura ajustar e corrigir as distorções, incentivando o crescimento das empresas cariocas. A elaboração correta e justa dos orçamentos de obras públicas, com a inclusão do BDI e a volta do reajustamento anual dos contratos, é uma ação necessária para ampliar o mercado de obras públicas do Rio. As construtoras cariocas precisam voltar a investir na modernização de seus equipamentos e no treinamento de mão de obra, sem falar na educação continuada dos engenheiros e dos técnicos e até mesmo nos cursos de alfabetização dos serventes, para atender com qualidade e produtividade à demanda que está sendo criada pelos grandes eventos esportivos que tomarão conta da cidade a partir de 2011, com os Jogos Mundiais Militares, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Deixar que persistam essas distorções só servirá para prejudicar as empresas cariocas e atrair firmas aventureiras de outros estados que virão disputar, de forma predatória e sem estrutura para executar os contratos, o grande volume de obras anunciadas. Isso acarretará prejuízos aos cronogramas e à qualidade das obras, sem citar os dribles que tentarão dar nas leis trabalhistas e nas normas de segurança e de saúde ocupacional, para baixar custos e adequarem-se ao baixo orçamento. Francis Bogossian, presidente 01 Construir Janeiro 2010

índice 04 06 10 14 22 24 26 28 29 30 32 Eventos da AEERJ Presidente, governador e prefeito comentam benefícios dos Jogos As transformações da cidade para as Olimpíadas Rio receberá mais de dois milhões de metros quadrados de obras Porto será novamente reintegrado ao Centro Bilhões investidos em novos equipamentos para futuras gerações Estádio do Maracanã e bairro de São Cristóvão serão remodelados Marina será a mais charmosa do mundo, segundo novo concessionário da área Capacidade hoteleira da cidade deve dobrar até 2016 Cultura cidadã é aposta da prefeitura para sustentabilidade ambiental do Rio Crônica expediente Diretoria 2008-2011: Presidente Francis Bogossian (Geomecânica); Vice-Presidente Eduardo Backheuser (Carioca); Diretor Administrativo-Financeiro Carlos Brizzi (Dimensional); Diretores Alberto Quintaes, (Andrade Gutierrez S.A.); Antonio Machado Evangelho, (Vile Romi); Gustavo Souza (Queiroz Galvão); Jefferson Paes de Figueiredo Filho (Darwin); Marcelo Sengés Carneiro (Tecnosolo); Moysés Spilberg, (Spil); Reginaldo Assunção Silva (OAS); Ricardo Araujo Farah, (Sanedraga); Conselho Consultivo-Fiscal Hécio Luiz da Silveira Gomes, (HG Engenharia); João Borba Filho, (Norberto Odebrecht); João de Deus Vaz da Silva Neto (Arkhe); Luiz Carlos de Carvalho, (Medeiros); Luiz Batista Girardi (RL2); Diretor Executivo João Américo Gentile de Carvalho Mello Gerente de Comunicação e Marketing Ana Maria Leite Barbosa AEERJ - Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro Av. Rio Branco, 124-7º andar Rio de Janeiro - RJ CEP 20040-001 Tel.: 55 21 3970.3339 Fax: 55 21 3970.3375 aeerj@aeerj.com.br www.aeerj.com.br A Revista Construir é uma publicação da AEERJ - Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro, produzida pela Banjo Editora e Cria Caso Publicações Customizadas. Os artigos, fotografias e matérias assinadas são de responsabilidade dos respectivos autores e não refletem necessariamente a opinião da AEERJ. Editora Antonia Leite Barbosa Diretora de Criação Mariana Nahoum Repórter Verônica Coutinho Copidesque Kathia Ferreira Foto da capa Sérgio Lima/Folha Imagem 02 Construir Janeiro 2010

SANTA BÁRBARA ENGENHARIA. Confiança, diversificação e sustentabilidade: é assim que conquistamos nossos clientes. Informe Publicitário Ao longo de mais de 40 anos, a Santa Bárbara Engenharia vem construindo uma trajetória de sucesso e credibilidade no mercado. Hoje, com mais de 1.000 obras realizadas em todo o país, a Santa Bárbara se firma como uma empresa de excelência no desenvolvimento e implantação de projetos de engenharia para seus clientes. A Santa Bárbara atua nos segmentos de edificação, infraestrutura, industrial e óleo e gás, buscando as melhores e mais sustentáveis soluções para seus clientes. Com base nisso, foram conquistadas importantes certificações e prêmios como: ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, PBQP-H, PMQP-H Nível C e os prêmios Fornecedor Destaque Vale, Destaque em Segurança Vale, Prêmio Aberje e o Destaque em Saúde e Segurança Ocupacional MBR, entre outros. Cidade Administrativa - MG O compromisso com a sustentabilidade está presente em cada obra com iniciativas que contribuem para o desenvolvimento social das comunidades do entorno. Ampliando esta atuação, a Santa Bárbara é parceira do Instituto Ayrton Senna (IAS), apoiando seus projetos de educação. Junto com outras empresas, a Santa Bárbara integra também o Centro de Desenvolvimento da Sustentabilidade na Construção (CDSC-FDC), da Fundação Dom Cabral (FDC), em Minas Gerais. Biblioteca Nacional de Brasília - DF Portifólio Edificações Centros de convenções, ensino, esporte, lazer, hospitais, hotéis, prédios administrativos públicos e privados. Principais obras: Biblioteca Nacional - Brasília/DF, Palácio da Cidade Administrativa de MG - BH/MG, Instituto Nacional do Câncer - ampliação e reforma do hospital - RJ, Hospital Unimed - BH/MG. Infraestrutura Vias urbanas e estradas, projetos de saneamento, urbanização de favelas, revitalização de áreas urbanas, infraestrutura esportiva e industrial. Principais obras: Sistema de Abastecimento de Água - Rio das Ostras/RJ, Aglomerado da Serra - urbanização BH/MG, Vila São José - urbanização BH/MG, Túnel de Acesso à Cidade Administrativa - BH/MG. Barragem do Piauí - SE Industriais - Indústria da transformação, mineração, siderurgia óleo e gás. Principais obras: Mina de Bauxita - MRN/PA, Mina de Brucutu - obras de implantação, Vale - São Gonçalo do Rio Abaixo/MG, Projeto Salobo - obras civis e industriais da implementação da mina, Vale - Marabá/PA, Refinaria Vale do Paraíba (REVAP) - pátio de coque em regime de EPC, Petrobrás - São José dos Campos/SP. Viaduto da Amazonas - MG www.santabarbarasa.com.br

eventos da aeerj CONFRATERNIZAçÃO DE FIM DE ANO A AEERJ reuniu associados e amigos para um almoço de confraternização em dezembro, comemorando a retomada das obras no Rio de Janeiro. Entre os presentes estavam 1- Luiz Edmundo (SECT), João Américo (AEERJ), Jefferson Franco (Darwin), Francis e Paulo Cesar (Geomecânica) 2- Rivamar (Carioca), Alberto Quintães (Andrade Gutierrez) e Felix (Metropolitana) 3- Bruno (Spil), Carlos (Globo), Moyses (Spil), Nolasco (Nobilis), Luiz e Fábio (Focus) 4- Luciana (Carioca) e Marcos Ourique (CR Almeida) 5- Luiz Girardi (RL2) e Carlos Alberto (Exata) 6- Darcylo (Sinicon), Gustavo (Queiroz Galvão) e Francis. Fotos: Estefan Radovicz 1 2 3 4 5 6 04 Construir Janeiro 2010

clube de engenharia Fotos: Sebastião Marinho POSSE DO CLUBE DE ENGENHARIA A posse de Francis Bogossian na presidência do Clube de Engenharia foi prestigiada pelo presidente da República em exercício José de Alencar, governador do Estado Sérgio Cabral, vice-governador Luiz Fernando Pezão e prefeito do Rio Eduardo Paes

legado REPRESENTANTES DOS GOVERNOS FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL ANALISAM OS INVESTIMENTOS E AS EXPECTATIVAS GERADAS PELOS JOGOS O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o presidente Lula e o governador Sérgio Cabral Foto de divulgação do governo do Estado O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, falam com exclusividade à CONSTRUIR sobre os benefícios que os megaeventos esportivos trarão para o estado e para a cidade. Também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista coletiva concedida em Copenhague, na Dinamarca, em 3 de outubro de 2009, um dia depois da eleição do Rio como sede das Olimpíadas abordou o significado das conquistas do Brasil e do Rio de Janeiro com a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. A seguir, trechos das falas do presidente* e as entrevistas com Sérgio Cabral e Eduardo Paes. PRESIDENTE LULA: VAI SURGIR UMA NOVA CIDADE DENTRO DO RIO DE JANEIRO Problemas sociais Não há possibilidade de uma Copa do Mundo, de uma Olimpíada, tirar o foco dos problemas sociais. No fundo, no fundo, no fundo, a Copa do Mundo e as Olimpíadas são oportunidades para que a gente possa pensar na Copa do Mundo e nas Olimpíadas resolvendo os problemas sociais, até porque as Olimpíadas e a Copa do Mundo serão feitas para o povo brasileiro e não para um governante A ou B. 06 Construir Janeiro 2010 *Transcrição disponibilizada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Investimentos Então, eu acho que é a oportunidade. O plano de investimentos que nós já temos até 2013, US$ 359 bilhões, e o plano de mobilidade urbana que nós vamos fazer para a Copa do Mundo já são a grande preparação para as Olimpíadas. O Congresso Nacional já aprovou o Ato Olímpico, que é uma coisa extraordinária, porque dá garantia de que são o Estado brasileiro e as instituições que vão assumir as Olimpíadas. (...) É o momento para a gente fazer mais política social, fazer mais transferência de renda, fazer mais habitação, melhorar as estradas, melhorar as ferrovias, melhorar os metrôs. Esse é o momento de ouro, é o momento de muito investimento, e nós estaremos atentos para que o grande ganhador de tudo isso seja o povo brasileiro. A palavra favela vai sair do nosso dicionário, ou seja, as pessoas vão falar bairros. É o bairro do Alemão, é o bairro de Manguinhos, é o bairro do Pavão-Pavãozinho, é o bairro da Rocinha, porque é assim que deve ser. União entre governos Eu tinha tido uma experiência muito triste antes, de dificuldade de trabalhar junto com o prefeito, com o governo eu dizia para o Sérgio que se a gente conseguir estabelecer um trabalho conjunto entre prefeitura, governo federal e governo estadual, a gente pode devolver ao Rio de Janeiro a beleza do Rio de Janeiro, a alegria do Rio de Janeiro, porque eu estava cansado de ver o Rio de Janeiro aparecer apenas nas páginas de jornais nas páginas policiais. O Brasil inteiro ficava vendo o Rio de Janeiro como se só tivesse bandido no Rio de Janeiro e não levava em conta que 99% do povo, 99,9% é trabalhador honesto que quer vencer na vida. Brasil quinta economia Se a economia brasileira continuar crescendo como está crescendo e a política de transferência de renda, com o aumento de salário e com ajuda aos mais pobres, continuar acontecendo, (...) nós vamos ser a quinta, a quarta economia do mundo, portanto, nós estaremos preparados para dar um salto de qualidade na melhoria da vida do povo. É preciso que venham gerações e gerações novas, com disposição de não permitir que o povo pobre viva nas encostas de morro, na beira de córrego. Nós estamos cuidando disso e eu acho que as Olimpíadas não vão resolver esse problema, a Copa do Mundo não vai resolver, mas é um momento de ouro para que a gente comece a fazer os investimentos pensando que o grande ganhador da Copa e das Olimpíadas seja o povo pobre deste país e o povo do Rio de Janeiro, que merece ser muito, muito feliz. O Parque do Flamengo preparado para as Olimpíadas Rio 2016 BCMF Arquitetos 07 Construir Janeiro 2010

legado ENTREVISTA COM O GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO, SÉRGIO CABRAL RC: Nenhum governador do Rio teve a chance de liderar intervenções tão marcantes para o estado como as previstas para os próximos anos, em função dos megaeventos esportivos. O que significa essa oportunidade para o senhor e para o estado? Sérgio Cabral: Significa mais desenvolvimento, inclusão, emprego, enfim, um novo tempo para o Rio de Janeiro. O Rio está vivendo um momento único, não existe outra cidade como a nossa, com um calendário internacional tão importante: Jogos Mundiais Militares, em 2011; Soccerex (maior feira de negócios do futebol), de 2010 a 2013; Copa das Confederações, em 2013; Copa do Mundo, em 2014; e Olimpíadas, em 2016. RC: Qual será o maior legado desses eventos para o Estado do Rio de Janeiro? Sérgio Cabral: A realização de grandes eventos abre uma janela de oportunidades incalculáveis. O impacto que causa para a população e o legado de benefícios são incontestáveis, com investimentos em várias obras viárias, ampliação da rede hoteleira, reforma do Maracanã, revitalização da Zona Portuária, sistema de transporte mais eficiente, expansão do metrô, trens urbanos mais modernos, reformulação e modernização de aeroportos, ampliação do modelo de policiamento comunitário nas áreas carentes da cidade, entre outros. Outro legado fantástico é a melhoria da imagem do Rio de Janeiro diante do mundo. Tivemos uma prova desse retorno quando o Rio de Janeiro foi escolhido como cidadesede, o retorno de mídia espontânea foi impressionante. Enfim, o legado vai além dos equipamentos esportivos e das melhorias que a cidade receberá. O maior de todos os benefícios é a autoestima da nossa população. Como bem disse o presidente Lula, o Brasil conquistou a sua cidadania internacional, e ter, pela primeira vez, os Jogos Olímpicos em um país da América do Sul representou uma vitória de 190 milhões de almas. Rio 2016 BCMF Arquitetos Sérgio Cabral: A união inédita dos governos federal, estadual e municipal tem sido fundamental para a conquista de sediar esses grandes eventos. Consequentemente, a ampla mobilização em prol de diversos projetos de reestruturação urbana e social já começa a sair do papel e contribuirá para o crescimento do nosso estado, gerando milhares de empregos e qualificação de mão de obra. Todas as cidades que realizaram megaeventos como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos tiveram o seu número de receptivos no setor turístico alterado. O Rio de Janeiro é a porta de entrada do turismo no Brasil, é uma cidade com características próprias e é a única no país com a oportunidade de sediar duas vezes uma final de Copa do Mundo. Segundo previsão da Embratur, o aumento no número de turistas estrangeiros no Brasil em 2016 será de 10% a 15% superior ao que será registrado no ano anterior (2015). Seguindo as outras edições da Copa do Mundo, esperamos um público de 2,7 milhões de pessoas nos estádios. A previsão é de um aumento de 15% no número de turistas em todo o país. O Programa de Desenvolvimento Nacional do Turismo (Prodetur) é uma peça-chave para a preparação do Rio de Janeiro para sediar a Copa de 2014. Os US$ 187 milhões que serão aplicados em 87 projetos permitirão às regiões turísticas obter condições de crescimento em diversos segmentos e deixarão legados extraordinários para o setor. Parque da Vila Olímpica na Barra da Tijuca RC: Que projetos de qualificação de recursos humanos locais estão previstos pelo estado visando à Copa e às Olimpíadas? 08 Construir Janeiro 2010

Parque Olímpico da Barra da Tijuca Rio 2016 BCMF Arquitetos ENTREVISTA COM O PREFEITO DO RIO DE JANEIRO, EDUARDO PAES RC: A prefeitura, mais do que os governos federal e estadual, atua diretamente no dia a dia do cidadão carioca. O que a população da cidade pode esperar com a realização das Olimpíadas? Eduardo Paes: Lutamos para trazer as Olimpíadas para o Rio porque sabíamos da força desse evento como motor de transformação para qualquer cidade. Há dois tipos de Olimpíadas: aquelas em que a cidade serve aos Jogos e aquela em que os Jogos servem à cidade, como foi o caso de Barcelona. E eu quero que as Olimpíadas sirvam ao Rio, queremos ser Barcelona. Os Jogos deixarão um legado que talvez jamais conseguíssemos de outra forma. O carioca pode contar com isto: melhoria no sistema de transporte urbano, uma Zona Portuária revitalizada, ativação do mercado de trabalho com o aquecimento do número e dos tipos de negócios feitos no Rio, aumento dos investimentos e consequente crescimento da geração de empregos. Queremos envolver o carioca nesse espírito de mudança. A Olimpíada faz bem para a autoestima da cidade, de seus moradores. E o Rio, que já é conhecido como Cidade Maravilhosa, vai, mais do que nunca, merecer e honrar esse título. Os Jogos Olímpicos representam a virada para o Rio de Janeiro. RC: Importantes investimentos em obras serão realizados no Rio. Que impactos o senhor acredita que terão na redução das desigualdades sociais? Eduardo Paes: Como eu disse, os Jogos serão a alavanca para a geração de novos postos de trabalho. E emprego e renda significam melhores condições de vida para a população. As áreas de construção civil, assim como a de turismo e hotelaria, serão algumas das mais atingidas. O Rio está agora no centro do mundo. Todas as empresas querem investir aqui, todos os empresários querem fazer negócio aqui. Isso significa mais recurso, mais renda, mais dinheiro circulando na cidade. Os investimentos públicos também serão potencializados, sobretudo nas áreas de infraestrutura, habitação, transportes, saúde e educação. O maior beneficiado com tudo isso será o carioca. A população do Rio vai sentir o impacto das mudanças no seu dia a dia, na melhoria da qualidade de vida, no aparecimento de novas oportunidades. 09 Construir Janeiro 2010

projeto olímpico METAS DE LONGO PRAZO SERÃO FINALMENTE ALCANÇADAS IN V ESTIMENTOS DE M AIS DE US$ 13 BILHÕES TR ANSFORM AR ÃO O RIO EM CIDADE GLOBAL Praia de Copacabana Rio 2016 BCMF Arquitetos A partir de 2011 e até 2016, o Rio de Janeiro sediará os Jogos Mundiais Militares, a Copa do Mundo e a maioria das competições das Olimpíadas e Paraolimpíadas, o que significa estar no centro dos holofotes do esporte internacional. Nesse período, o Brasil concentrará o maior número de competições de nível mundial já ocorrido num único país. Como acontece com as sedes de megaeventos esportivos, um extraordinário legado de desenvolvimento deverá gerar um grande salto nos índices de qualidade de vida da população. Os investimentos no Rio de Janeiro previstos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo 10 Construir Janeiro 2010

federal, cujas obras tiveram início em 2008, somados aos valores necessários para adequar a cidade aos compromissos firmados com a Fifa e o COI, serão traduzidos num conjunto de obras e intervenções que movimentarão recursos sem paralelo na história do estado e do município. Somente em infraestrutura para as Olimpíadas estão previstos mais de US$ 13 bilhões, sendo 40% para o setor de transportes. Para o Comitê Organizador, os Jogos Rio 2016 serão uma oportunidade para alcançar objetivos de longo prazo para a cidade, que terá sua transformação em metrópole global acelerada através da reforma do aeroporto internacional, da implantação de linhas segregadas de ônibus o Bus Rapid Transit (BRT), da ampliação e modernização dos sistemas ferroviários e metroviários, da construção de equipamentos esportivos ultramodernos e novas moradias. Essas intervenções, que são as que demandam maiores custos dentre todos os investimentos para as Olimpíadas, serão também o seu maior legado. Um ambicioso plano ambiental e de sustentabilidade, apoiado pelos três níveis de governo, será implantado. Na área de segurança, o objetivo é complementar iniciativas bem-sucedidas já em curso, como o Programa Nacional para Segurança Pública e Cidadania (Pronasci), no qual serão investidos US$ 3,35 bilhões do governo federal para a redução da criminalidade até 2012. As vilas Olímpica, de Mídia e para Clientes deixarão como legado novas moradias para milhares de famílias. Cerca de 50 mil trabalhadores passarão por um extenso programa de qualificação profissional financiado pelos Jogos Rio 2016. Está prevista a criação de milhares de empregos na área de construção civil na qual estimam-se investimentos de US$ 5,65 bilhões e em eventos, gerenciamento esportivo, turismo e operação das instalações olímpicas. Estão programados também altos investimentos em esporte, entre eles US$ 400 milhões do programa Mais Educação, do governo federal, que financia infraestrutura esportiva em escolas públicas. A revitalização estratégica da Zona Portuária será acelerada, resultando na abertura de novas opções de acomodação, entretenimento, lazer e turismo e na reincorporação do porto ao restante da cidade. Competições As Olimpíadas Rio 2016 têm como base quatro zonas da cidade, nas quais 34 instalações funcionarão durante os Jogos: Barra da Tijuca (que inclui Jacarepaguá), Copacabana (que inclui Lagoa, Marina da Glória e Parque do Flamengo), Maracanã (que inclui Sambódromo, na Cidade Nova, e Estádio Olímpico João Havelange, no Engenho de Dentro) e Deodoro. O projeto de legado mais significativo da candidatura Rio 2016 para o desenvolvimento do esporte profissional será o Centro Olímpico de Treinamento (COT), com sede na Barra da Tijuca, ao lado da Vila Olímpica e Paraolímpica. O COT agregará duas instalações existentes desde os Jogos Pan-Americanos Rio 2007 (Parque Aquático Maria Lenk e Arena), além de outras, a serem construídas na preparação para os Jogos. Através de uma agenda para o desenvolvimento de atletas, incorporando os programas de treinamento das Confederações Brasileiras, as instalações do COT serão amplamente utilizadas para reforçar a preparação das equipes, brasileiras ou não, para 2016. Durante os Jogos, o COT será usado para treinamento e competição. Depois, será referência brasileira e continental de treinamento. A utilização de longo prazo do Centro será garantida através de recursos provenientes do empreendimento comercial vizinho que, durante os Jogos, abrigará os Centros de Radiodifusão e de Imprensa (IBC e MPC) e um hotel. Outro importante legado serão as novas instalações de Deodoro, uma das regiões mais populosas e jovens do Rio de Janeiro. Após os Jogos, o local será transformado em um centro de esportes radicais, o Parque Radical (X Parque). Ao final das Olimpíadas, as instalações serão agregadas ao conjunto de instalações do COT, proporcionando oportunidade de treinamento nos mesmos esportes dos Jogos com a possibilidade de ampliação para outras modalidades. Zonas Olímpicas Zona Barra da Tijuca A Barra será o coração dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, como aconteceu nos Jogos Pan-Americanos de 2007. A região que mais cresce no Rio de Janeiro será local de competição de metade dos atletas das Olimpíadas. No bairro serão disputadas competições de 14 esportes olímpicos e 13 paraolímpicos, e aí serão instalados os Centros de Radiodifusão e de Imprensa (IBC e MPC), a Vila de Mídia da Barra, a Vila Olímpica, o Parque Olímpico e o COT. A região abrigará o Centro Olímpico de Tênis, o Centro Olímpico de Desportes Náuticos, o Centro Olímpico de Hóquei e os Centros Olímpicos de Treinamento (Hall 1, 2, 3 e 4). As outras competições dos Jogos acontecerão em instalações já existentes: Riocentro (pavilhões 2, 3, 4 e 6), Parque Aquático Maria Lenk e Arena Poliesportiva. Todos esses equipamentos sediarão as competições de tênis, basquetebol, esportes aquáticos (natação, nado sincronizado, saltos ornamentais e polo aquático), ginástica (artística, rítmica e de trampolim), ciclismo (pista), hóquei sobre grama, lutas, boxe, judô, tae kwon do, badminton, tênis de mesa, levantamento de peso e handebal. Os locais de treinamento a serem construídos deixarão 11 Construir Janeiro 2010

projeto olímpico Rio 2016 BCMF Arquitetos Estádio João Havelange A área da Marina da Glória, no Aterro do Flamengo, administrada pela prefeitura e que, no ano passado, foi entregue em concessão ao grupo privado EBX, do empresário Eike Batista, será o cenário para as competições de vela dos Jogos. O Parque do Flamengo, ao longo da Praia de Botafogo e da Baía de Guanabara, receberá as competições de ciclismo (estrada) e a Marcha Atlética, em percursos acessíveis para milhares de espectadores. Na Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos mais belos cenários da cidade, aos pés do Cristo Redentor, acontecerão as provas de remo e canoagem (velocidade). um legado de 14 instalações fora do Rio e 29 dentro da cidade, todas localizadas dentro de comunidades e próximas a escolas públicas. Zona Maracanã No Estádio do Maracanã, um dos ícones mais festejados do futebol mundial, acontecerão as cerimônias de abertura e encerramento das Olimpíadas, além do Torneio Olímpico de Futebol. Originalmente construído para a Copa do Mundo da Fifa de 1950, o estádio e o complexo ao seu redor serão completamente reformados para a Copa do Mundo de 2014. O Ginásio do Maracanãzinho, que passou por uma grande reforma para os Jogos Pan-Americanos Rio 2007, é tradicionalmente a casa do voleibol brasileiro e será o endereço do torneio olímpico dessa modalidade esportiva. A passarela do Carnaval carioca, o Sambódromo, receberá as competições olímpicas e paraolímpicas de tiro com arco, além de ser o cenário para a largada e a chegada da maratona olímpica. O Estádio João Havelange, construído para os Jogos Pan-Americanos Rio 2007, será a sede do atletismo olímpico e paraolímpico, uma das modalidades mais concorridas dos Jogos. Rio 2016 BCMF Arquitetos Zona Deodoro Nesse bairro serão realizadas competições de hipismo, canoagem (slalom), ciclismo (BMX e mountain bike) e pentatlo moderno. Algumas das instalações temporárias construídas para os Jogos serão reformadas para complementar o projeto de legado do Centro Olímpico de Treinamento do Rio. Centro de treinamento multiuso adicional, o Complexo Esportivo Juliano Moreira ficará situado ao longo da principal via que leva ao Núcleo do Parque Olímpico do Rio, a apenas 15 minutos da Vila Olímpica e Paraolímpica. Esse centro será construído antes dos Jogos como uma instalação escolar/comunitária, trazendo benefícios para a comunidade local e para a região como um todo. O Estádio João Havelange ficará totalmente disponível para o treinamento de atletismo (pista) na fase de preparação e durante os Jogos, considerando que nenhum outro evento será realizado nessa instalação. Centro Nacional de Hipismo de Deodoro Zona Copacabana A Praia de Copacabana, um dos pontos turísticos brasileiros mais famosos no mundo, será o palco do voleibol de praia. Já o Forte de Copacabana, de onde se avistam quatro quilômetros de praia, sediará a maratona aquática e o triatlo. 12 Construir Janeiro 2010

ENTREVISTA COM RUY CÉZAR MIRANDA REIS, SECRETÁRIO ESPECIAL PARA A COPA 2014 E RIO 2016 Vila Olímpica na Barra da Tijuca O secretário especial Rui Cézar Miranda Reis Rio 2016 BCMF Arquitetos A Secretaria Especial Copa 2014 e Rio 2016 é responsável pela coordenação dos projetos e das ações previstas para os eventos no âmbito do governo municipal. Ruy Cézar Miranda Reis, secretário da pasta, conversou com a CONSTRUIR sobre o orçamento dos megaeventos esportivos e as atribuições de cada ente envolvido na sua organização. RC: Qual o orçamento e as principais intervenções previstas para a Copa do Mundo no Rio? Como será a divisão de responsabilidades, inclusive financeiras, e de onde os recursos virão? Ruy Cézar Miranda Reis: Há um pacote de intervenções na infraestrutura da cidade que abrange Copa e Olimpíadas. Assim, parte dos US$ 13 bilhões programados para a infraestrutura atenderá à demanda da Copa, além de cerca de US$ 790 milhões, específicos para a construção do Corredor Transcarioca (ligação Barra-Penha), com recursos previstos no PAC da Mobilidade Urbana e contrapartida financeira também da prefeitura. RC: Para as Olimpíadas, há dois diferentes orçamentos previstos, o do Comitê Organizador dos Jogos (COJO) e o dos entes públicos (não-cojo). Quais as responsabilidades de cada um? Ruy Cézar Miranda Reis: O orçamento do COJO é destinado à organização dos Jogos (overlay, alimentação, alojamento e transporte das delegações e outros) e pertence ao Comitê Organizador. Os recursos para esse orçamento virão basicamente de transferências do Comitê Olímpico Internacional e da venda dos direitos dos Jogos (imagens, marca, bilheteria, produtos). O orçamento não-cojo se destina à infraestrutura da cidade e é de responsabilidade dos três níveis de governo. RC: A realização das Olimpíadas depende de garantias financeiras dos entes envolvidos. Como essas garantias estão definidas? Ruy Cézar Miranda Reis: Todas as obras e compromissos estão garantidos pelos três níveis de governo e há outra garantia, a Master, dada pelo governo federal quando quaisquer compromissos, eventualmente, não possam ser cumpridos pelo estado ou pela Prefeitura. 13 Construir Janeiro 2010

Infraestrutura OLIMPÍADAS PREVEEM MAIS DE 2 MILHÕES DE METROS QUADRADOS DE OBRAS TR A NSPORTES E INFR A ESTRUTUR A URBA NA RECEBER ÃO M A IS IN V ESTIMENTOS Simulação da Praia Olímpica Rio 2016 LUMO Arquitetos De 2010 até 2016, o Rio de Janeiro se transformará em um grande canteiro de obras. Para as empresas de engenharia, as maiores oportunidades referem-se às intervenções urbanísticas e de infraestrutura, envolvendo transporte e mobilidade, obras viárias, aeroportos, estradas, estacionamentos, sinalização, saneamento básico, meio ambiente, limpeza urbana e proteção do patrimônio histórico. Juntas, as obras previstas para atender às demandas da Copa do Mundo, em 2014, e das Olimpíadas, em 2016, somam mais de 2 milhões de metros quadrados de melhorias. A estimativa, que consta do dossiê da candidatura 14 Construir Janeiro 2010

Infraestrutura do Rio aos Jogos Olímpicos apresentado em Copenhague, na Dinamarca, em outubro de 2009, é do escritório BCMF Arquitetos, de Belo Horizonte, responsável pelos estudos preliminares do Sumário Executivo encaminhado ao COI. Entre os representantes das três esferas do poder Executivo envolvidas na organização da Copa e das Olimpíadas há consenso de que esses megaeventos ficarão conhecidos como os Jogos da Mobilidade Urbana. O projeto traduz investimentos maciços em transportes nos próximos cinco anos que irão unir, através de sistemas integrados e de qualidade, as diversas regiões do Rio, deixando um legado sem precedentes para a população carioca. Os processos de licitação para as instalações permanentes, incluindo o Centro de Mídia e de Televisão (IBC e MPC), serão conduzidos pela Autoridade Pública Olímpica (APO), cujo titular ainda não foi definido pelo governo federal, conforme legislação específica estabelecida pelas esferas federal, estadual e municipal para contratações. As licitações serão abertas a empresas nacionais e internacionais. A grande aposta dos técnicos responsáveis pelo projeto de mobilidade urbana para a Copa e para as Olimpíadas é o Anel de Transporte de Alta Capacidade, uma rede que fará a conexão de importantes áreas do município com as quatro zonas das instalações dos Jogos Olímpicos, através de novos e modernizados serviços de transporte. Serão investidos mais de US$ 6,2 bilhões nesse projeto, deixando um legado duradouro e de enorme impacto social para a cidade do Rio de Janeiro. Uma malha ferroviária completamente renovada, novas e reformadas linhas de metrô e três novos sistemas de Bus RapidTransit (BRT) projeto inovador e de baixo custo já adotado em mais de 25 cidades no mundo se apoiarão na infraestrutura existente. No período das Olimpíadas, uma rede de Faixas Olímpicas será criada, visando reduzir consideravelmente o tempo de deslocamento para todos os clientes dos Jogos. Tudo estará pronto até 2015, permitindo que atletas, torcedores e trabalhadores possam circular gratuitamente para chegar aos eventos, contando com transporte público moderno e eficiente. Transporte aeroviário O Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão) é uma das mais PARA AS EMPRESAS DE ENGENHARIA, AS MAIORES OPORTUNIDADES REFEREM-SE ÀS INTERVENÇÕES URBANÍSTICAS E DE INFRAESTRUTURA importantes vias de acesso do turismo de latinoamericanos ao Brasil. Para a Copa de 2014, o aeroporto, administrado pela Infraero, estatal do governo federal, passará por obras para ampliar de 24 para 34 o número de portões de embarque nacional, e de 23 para 30 o número de portões de embarque internacional, podendo receber até 20 milhões de passageiros por ano, 5 milhões a mais do que sua capacidade atual. Em função do prazo limitado para as obras até a Copa e para dar mais agilidade à Infraero, o governo estuda conceder à estatal o mesmo regime especial para contratação de bens, serviços e funcionários em situações emergenciais já garantido à Petrobras, o que poderá ser implementado via medida provisória. A previsão é de que as obras no Aeroporto Tom Jobim estejam finalizadas em 2012, com investimentos de cerca de US$ 366,1 milhões. Atualmente, o aeroporto tem ligação com 26 destinos internacionais por meio da operação de 18 empresas aéreas. Com a ampliação, o terminal atenderá com folga à demanda dos Jogos Olímpicos de 2016. No Aeroporto Santos Dumont, o governo federal implementará obras complementares no terminal de passageiros, recuperação do pátio de aeronaves e reformas das pistas de pouso e táxi, com investimentos previstos de US$ 42,9 milhões. As obras precisam estar finalizadas em outubro de 2011, antes dos Jogos Mundiais Militares. Metrô A extensão da malha metroviária do Rio de Janeiro não está prevista no rol de compromissos assumidos com o COI, mas o governo do estado pretende 15 Construir Janeiro 2010

capital do mundo 2016 será o ano dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, nossa cidade maravilhosa. Os governos federal, estadual e municipal unem forças para receber atletas e turistas vindos de todas as partes do mundo.

Ano olímpico é um momento de integração entre os cinco continentes. Todos os povos com a mesma energia: valorizar o esporte, a saúde e o bem-estar. Será uma sinergia única, uma soma de esforços, que abrange o poder público e o privado, para que essa festa brasileira seja uma grande festa mundial. O Grupo Andrade Gutierrez está orgulhoso por essa conquista.

Infraestrutura Foto de divulgação Aeroporto Santos Dumont reformado estender os trilhos até a Barra da Tijuca antes de 2016. Através da concessão da malha ferroviária do Rio por mais 25 anos, o poder público estadual estabeleceu que a concessionária Metrô Rio investisse recursos da ordem de US$ 571,4 milhões nas instalações do metrô e em material rodante. Em dezembro de 2009, dois importantes projetos foram inaugurados: a Estação General Osório, em Ipanema, com capacidade para transportar mais de 80 mil pessoas por dia, e a ligação entre as linhas 1 e 2, com o término da construção do viaduto, que permitirá que o passageiro que vem da Pavuna siga direto para a Zona Sul, sem precisar fazer baldeação no Estácio. Com a nova linha, a viagem da Pavuna até a Zona Sul foi reduzida em 13 minutos. Até março de 2010 estará pronta também a Estação Cidade Nova, na altura da sede da Prefeitura, com uma passarela exclusiva de acesso ao metrô. A chamada Linha 4, que começa na Gávea e vai para São Conrado até a Barra da Tijuca, funcionará como extensão direta da Linha 1, saindo de Ipanema e passando por sete estações, incluindo o Leblon. A maior parte da obra, no trecho entre Gávea e Barra, já tem licitação e licença concedidas. A expectativa da Secretaria de Transportes é que as intervenções comecem em março de 2010, com a perfuração das rochas nos trechos que ligam a Barra a São Conrado e esse bairro à Gávea. O secretário de Transportes, Julio Lopes, informou que os investimentos nas obras virão de parcerias público-privadas (PPP), a serem definidas no primeiro trimestre de 2010. A nova extensão do metrô, com capacidade para transportar 200 mil pessoas por dia, beneficiará diretamente 800 mil pessoas que moram e trabalham na Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Jacarepaguá e adjacências. A Estação Uruguai, que ampliará o alcance da Linha 1 no bairro da Tijuca, é outro fruto do acordo do 18 Construir Janeiro 2010