Medida Provisória 627/13 Giancarlo Matarazzo 2 de Dezembro de 2013 1
Evolução Histórica Introdução no Brasil de regras contábeis compatíveis com os padrões internacionais de contabilidade IFRS Essência econômica x Forma jurídica contratada Lei 6.404/76 Lei 11.638/07 Lei 11.941/09 Pronunciamentos Contábeis (infralegais) x legislação ordinária Neutralidade Fiscal RTT Questionamentos e Problemas decorrentes do RTT IN 1.397/13 2
MP 627/13 Tentativa de adaptação de normas contábeis às regras fiscais (IRPJ/CSL/PIS/COFINS) Anterioridade Válida em 1.1.2015, com Opção para efeitos em 2014 Regulação de efeitos diversos (receita bruta, ajustes de valor presente, ágio, equivalência patrimonial, Stock Option, dividendos, JCP, etc) Questões em aberto / Emendas Discussões que teremos hoje: PARTE (A) Mudanças no Novo Regime Tributário PARTE (B) Procedimentos e questionamentos decorrentes da Adesão 3
PARTE A PRINCIPAIS MUDANÇAS DA MP 627/13 PARA PESSOAS JURÍDICAS TRIBUTADAS NO LUCRO REAL, PRESUMIDO E ARBITRADO 4
Nova contabilidade e os Princípios Tributários Decisão do STF de 22.5.2013: Limites da Contabilidade V O conceito de receita, acolhido pelo art. 195, I, b, da Constituição Federal, não se confunde com o conceito contábil. Entendimento, aliás, expresso nas Leis 10.637/02 (art. 1º) e Lei 10.833/03 (art. 1º), que determinam a incidência da contribuição ao PIS/PASEP e da COFINS não cumulativas sobre o total das receitas, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Ainda que a contabilidade elaborada para fins de informação ao mercado, gestão e planejamento das empresas possa ser tomada pela lei como ponto de partida para a determinação das bases de cálculo de diversos tributos, de modo algum subordina a tributação. A contabilidade constitui ferramenta utilizada também para fins tributários, mas moldada nesta seara pelos princípios e regras próprios do Direito Tributário. Sob o específico prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem reservas ou condições. (RE 606107, Julgado em 22.5.2013 - não destacado no original) COMO FICAM OS EFEITOS FISCAIS DO NOVO LUCRO LÍQUIDO A SER APURADO DE ACORDO COM O IRFRS? 5
Ações Preferencias Resgatáveis De acordo com a legislação comercial: - Emissão de instrumento patrimonial - Pagamento de Dividendos ao Acionista De acordo com o IFRS: - Emissão de instrumento de dívida - Pagamento de despesa financeira ao detentor do título Qual o tratamento mais adequado: - Dívida ou Instrumento Patrimonial? 6
INCORPORAÇÃO REGRA ANTIGA (ART. 21 DA LEI 9.249/95): - Valor de Mercado ou Custo Contábil - Se feita a valor de mercado, tributada para empresas de Lucro Presumido e Arbitrado NOVA REGRA (ART. 21. DA LEI 9.249/95): - Valor de Mercado ou Contábil, observada a legislação comercial EFEITOS FISCAIS: - Lucro Real : Diferimento - Lucro Presumido e Arbitrado: Tributação ou Diferimento? 7
DESPESAS DE JUROS DE FINANCIAMENTO REGRA ANTIGA (ART. 17 DO DECRETO-LEI 1.598/77): - Despesa Financeira de financiamento específico de ativo permanente - Construção ou Fase Pré-Operacional - Despesa poderia ser registrada como ativo diferido NOVA REGRA (ART. 17 DO DECRETO-LEI 1.598/77): - Despesa Financeiras, específica ou não, para aquisição, construção ou produção de estoque de longa duração, propriedade para investimento, ativo permanente e imobilizado. - Diferida até que bens estejam prontos para venda/uso ou Deduzida imediatamente. EFEITOS FISCAIS: - Conceito mais amplo - Lucro Presumido e Arbitrado: Tributação ou Diferimento? 8
MAIS (MENOS) VALIA DE ATIVOS DA INVESTIDA REGRA ANTIGA PARA REAVALIAÇÃO: - Não tributada na sociedade investida - Não tributada na investidora, exceto no caso de alienação da participação NOVA REGRA PARA MAIS VALIA DE ATIVOS: - Não tributada na sociedade investida. - Não tributada na investidora, se controlada por ativo, exceto no caso de alienação EFEITOS FISCAIS: - Neutralidade mantida - Adequação de linguagem e procedimento 9
MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL REGRA ANTIGA PARA MEP: - Sociedade Controla ou Coligada - Coligada apenas empresas com participação superior a 10% (com influência) NOVA REGRA PARA MEP: - Adequação aos termos do artigo 248 da LSA. - Confirmação da não tributação da equivalência e de ganho ou perda por variação de percentual. EFEITOS FISCAIS: - Maior exposição do passado? - Adequação de linguagem aos conceitos IFRS 10
PERMUTA UNIDADE IMOBILIÁRIA REGRA ANTIGA PARA PERMUTA DE UNIDADE IMOBILIÁRIA: - Diferimento, se contratada de acordo com IN 107/88 - Diferimento não aplicável entre partes vincudas NOVA REGRA PARA PERMUTA DE UNIDADE IMOBILIÁRIA: - Lucro Bruto apurado no ato da operação - Tributação pode ser diferida, até que a unidade recebida for alienada, baixada, incorporada ao custo de produção de outras unidades imobiliárias ou quando, a qualquer tempo, for classificada no ativo não circulante investimentos ou imobilizado. EFEITOS FISCAIS: - Tributação diferida não apenas até a venda - Inexistência de regra similar para o Lucro Presumido 11
VALOR PRESENTE DE ATIVOS E PASSIVO REGRA ANTIGA PARA VALOR PRESENTE: - Neutralidade expurgada via RTT NOVA REGRA PARA VALOR PRESENTE: - ATIVO: tributado junto com o a receita ou resultado que lhe deu causa - PASSIVO: bem ou serviço for vendido, utlizado como insumo, reconhecido como despesa ou custo incorrido EFEITOS FISCAIS: - Do lado da receita, é bastante neutro - Do lado do custo, pode até gerar distorções para antecipar a dedução. 12
Tributação do pagamento em Ações MP 627/13 Art. 32. O valor da remuneração dos serviços prestados por empregados ou similares, efetuada por meio de acordo com pagamento baseado em ações, deve ser adicionado ao lucro líquido para fins de apuração do lucro real no período de apuração em que o custo ou a despesa forem apropriados. 1º A remuneração de que trata o caput será dedutível somente depois do pagamento, quando liquidados em caixa ou outro ativo, ou depois da transferência da propriedade definitiva das ações ou opções, quando liquidados com instrumentos patrimoniais. 2º Para efeito do disposto no 1º, o valor a ser excluído será: I - o efetivamente pago, quando a liquidação baseada em ação for efetuada em caixa ou outro ativo financeiro; ou II - o reconhecido no patrimônio líquido nos termos da legislação comercial, quando a liquidação for efetuada em instrumentos patrimoniais. Limitou-se a ao tratamento fiscal aplicável à empresa que concede as ações Estabeleceu o termo remuneração o que poderia eventualmente comprometer a defesa de planos de Stock Option 13
PARTE B TÉRMINO DO RTT E ADOÇÕES INICIAIS DO NOVO REGIME TRIBUTÁRIO 14
VIGÊNCIA E OPÇÃO PELO NOVO REGIME TRIBUTÁRIO VIGÊNCIA - Medida Provisória precisa ser convertida em lei até o fim do exercício anterior ao de sua vigência. OPÇÃO PELA APLICAÇÃO ANTECIPADA DA MP 627/13: - Como fazer a opção? - Quais efeitos da opção? ASPECTOS NEGATIVOS DA NÃO OPÇÃO: - Necessidade de duas contabilidades - Observar disposições da IN 1.397 relativo à escrituração ao EFD - Casos de Incorporação, fusão ou cisão antecipam EFD. 15
DISPOSIÇÕES RELATIVAS AO FINAL DO RTT NOVOS CPCs - Novo Regime não se aplica para novos CPCs - Necessidade de novas exclusões MOEDA FUNCIONAL - Sempre deve ser utilizado o Real - Ajustes devem ser feitos no LALUR RESULTADOS NÃO REALIZADOS NO GRUPO: - Continua a tributação regular para fins fiscais. VALOR JUROS DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS: - Continua a tributação no regime caixa para fins fiscais. 16
IMPACTOS FISCAIS PARA ADESÃO DO NOVO REGIME VIGÊNCIA DO RTT - RTT termina em 31.12.2013 para optantes e em 31.12.2014 para não optantes. DIFERENÇA ENTRE VALOR CONTÁBIL E SALDO TRIBUTÁRIO DE ATIVOS: - SE POSITIVO: tributado de imediato, a menos que haja controles. Neste caso, será tributado na medida de sua realização. - SE NEGATIVO: não dedutivel, exceto se existirem controles, sendo neste caso deduzido na medida de sua realização. - Como fica a depreciação fiscal? - Artigos precisam ser interpretados de forma neutra. 17
O QUE ESPERAR DA MP 627/13 CONVERSÃO DA FORMA COMO ESTÁ: - Positiva em certos aspectos, mas com dúvidas em algumas redações que poderão gerar conflitos no futuro. CONVERSÃO COM EMENDAS: - Cenário ideal, mas novas imposições tributárias somente poderiam valer a partir de 2015. NÃO CONVERSÃO DA MP EM LEI: - Aspecto muito negativo para a segurança jurídica. - Para o passado seria como se nada disso tivesse ocorrido, restando dúvidas sobre tratamento tributário de 2008 a 2013. 18
CONCLUSÃO 19
CONCLUSÃO MP 627/13 FOI MAIS POSITIVA DO QUE NEGATIVA DEVERÁ IMPOR UMA SÉRIE DE MUDANÇAS NO TRATAMENTO TRIBUTÁRIO DAS EMPRESAS DEVERÁ MUITO PROVAVELMENTE SER APROVADA COM EMENDAS 20
OBRIGADO! 21