O novo regramento dos lucros no exterior: controladas e coligadas. Daniele Souto Rodrigues Mestre PUC/SP e doutoranda USP
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1 O novo regramento dos lucros no exterior: controladas e coligadas Daniele Souto Rodrigues Mestre PUC/SP e doutoranda USP
2 Contexto anterior à MP 627/2013 Aspecto espacial Territorialidade (Lei n. 4506/64) Universalidade (Lei n. 9249/95, art. 25)
3 Aspecto temporal IN38/96eLei9532/97: Disponibilidade = pagamento/crédito Lei Complementar 104/01 e art. 43 CTN: competência ao legislador ordinário para fixar momento da disponibilização MP /01 e IN SRF 213/02: Disponibilidade = apuração no balanço
4 Questionamentos Disponibilidade jurídica Capacidade contributiva Tributação de renda própria ou de terceiros Momento da realização da renda Julgamentos STF (ADI 2588, RE , RE ) Controladas x coligadas MEP Paraísos fiscais
5 Tratamento normativo anterior à MP 627/2013 Momento: apuração no balanço / MEP Forma de Apuração: individualizada e empesa líder Compensação de prejuízos: Apenas compensáveis com lucros da mesma pessoa jurídica no exterior Prejuízos de atividades exercidas diretamente no exterior indedutíveisno Brasil Prejuízos de controlada direta indedutíveisno Brasil e somente compensáveis com lucros da própria controlada
6 Consolidação: Horizontal: vedada, proibida a compensação de prejuízos entre as controladas Vertical: permitida a consolidação do resultado de controladas indiretas nas diretas BR Dir1 Dir2 Tratados Internacionais Ind1 Ind2
7 Tratamento normativo com a MP 627/2013 Controladas Momento: apuração no balanço/ MEP Pagamento: opção da controlada de pagar o tributo sobre os lucros obtidos no exterior na proporção dos resultados distribuídos nos anos subsequentes ao encerramento do período de apuração. Condições: 1º ano: considera-se distribuído no mínimo 25% do resultado apurado 5º ano: considera-se distribuído o saldo remanescente
8 Condições: Aplicação exclusiva ao valor informado pela brasileira em declaração que represente confissão de dívida e constituição do crédito tributário, relativa ao período de apuração dos resultados no exterior, na forma estabelecida pela RFB. Desistência de processos administrativos e judiciais sobre a matéria e reconhecimento de débito pelo devedor e renúncia ao direito sobre o qual se fundamente eventual impugnação administrativa ou ação judicial. Pagamento até a data do evento ou da extinção da pessoa jurídica no caso de fusão, cisão, incorporação, encerramento de atividade ou liquidação da brasileira. Acréscimo de juros calculados com base na taxa LIBOR e variação cambial.
9 Condições: Não ser a controlada, direta ou indireta, no exterior, sujeita a regime de subtributação (alíquota inferior a 20%), localizada em país ou dependência com tributação favorecida ou beneficiária de regime fiscal privilegiado ou controlada, direta ou indiretamente, por pessoa jurídica submetida a este tratamento. Possuir a controlada renda ativa própria igual ou superior a oitenta por cento da sua renda total(receitas operacionais e não operacionais). Renda ativa própria: aquela obtida diretamente pela pessoa jurídica mediante a exploração de atividade econômica própria, excluídas as receitas decorrentes de royalties, juros, dividendos, participações societárias, aluguéis, ganhos de capital, aplicações financeiras e intermediação financeira.
10 Questionamentos: Apuração de lucros em balanço x disponibilidade jurídica Nascimento da obrigação tributária x pagamento Condições quanto ao montante x período Confissão de dívida x constituição de crédito x meio de prova Desistência de processos e renúncia ao direito de insurgência Paraísos fiscais e práticas não elisivas Rendas ativas Rendas passivas
11 Forma de Apuração: individualizada, não devendo constar do balanço da controlada direta quando a brasileira também possuir o controle. Compensação de prejuízos: O prejuízo acumulado da controlada, direta ou indireta, no exterior anterior à produção de efeitos da MP poderá ser compensado com os lucros futuros da mesma pessoa jurídica no exterior. No caso de resultado negativo da consolidação, a controladora brasileira deverá informar à SRFB as parcelas negativas utilizadas na consolidação, no momento da apuração. Após os ajustes decorrentes das parcelas negativas, nos prejuízos acumulados, o saldo remanescente de prejuízo de cada PJ poderá ser utilizado na compensação com lucros futurosdasmesmas,atéo5ºanoseguinte,apósoiníciodesuasoperações.
12 Consolidação: Até 2017, opção de consolidação pela controladora de resultados relacionados a rendas ativas próprias de suas investidas, salvo se: situadas em país com o qual o Brasil não mantenha acordo em vigor para troca de informações para fins tributários. localizadas em país ou dependência com tributação favorecida, beneficiárias de regime fiscal privilegiado, submetidas a regime de subributação (alíquota nominal inferior a 20%) ou controladas, direta ou indiretamente, por pessoa jurídica submetida a estes tratamentos tributários. A consolidação é irretratável para o ano-calendário da opção. A consolidação deverá conter a demonstração individualizada em subcontas das controladas diretas e indiretas e a demonstração das rendas ativas e passivas.
13 Consolidação: Não deverão constar dos resultados das controladas diretas ou indiretas os resultados auferidos por outra PJ sobre a qual a controladora brasileira mantenha o controle. BR Dir1 Dir2 Ind1 Ind2
14 Coligadas Momento: disponibilização, assim considerados a contratação de operações de mútuo, se a mutuante, coligada, possuir lucros ou reservas de lucros. o adiantamento de recursos pela coligada, por conta de venda futura, cuja liquidação, pela remessa do bem ou serviço vendido, ocorra em prazo superior ao ciclodeproduçãodobemouserviço. a data do pagamento ou do crédito em conta representativa de obrigação da empresa no exterior.
15 Crédito = Transferência do registro de seu valor para qualquer conta representativa de passivo exigível da controlada ou coligada domiciliada no exterior Pagamento = a) crédito do valor em conta bancária, em favor da coligada brasileira. b) entrega, a qualquer título, a representante da beneficiária. c) remessa, em favor da beneficiária, para o Brasil ou para qualquer outra praça. d) emprego do valor, em favor da beneficiária, em qualquer praça, inclusive no aumento de capital da coligada, domiciliada no exterior.
16 Condições: Computa-se no momento da disponibilização, desde que a investida Não esteja sujeita a regime de subtributação, localizada em país ou dependência com tributação favorecida, seja beneficiária de regime fiscal privilegiado ou controlada, direta ou indiretamente, por pessoa jurídica submetida a estes tratamentos tributários. Tenharendaativaprópriaigualousuperioraoitentaporcentodasuarendatotal. Não seja equiparada à controlada. Do contrário, se positiva a parcela do ajuste, adiciona-se ao lucro líquido da investidora brasileira no período de apuração em balanço e, se negativa, permite-se a compensação com lucros futuros da mesma pessoa jurídica no exterior, até o 5º ano subsequente. Consolidação na coligada: Os resultados auferidos por intermédio de PJ na qual a coligada no exterior mantiver participação societária, ainda que indireta, serão consolidados no seu balanço para efeito de tributação no Brasil.
17 Equiparação à controladora PJ brasileira que detenha participação em coligada no exterior e que, em conjunto com outras pessoas vinculadas, possua mais de 50% do capital votante da coligada no exterior. Considera-se vinculada: I - a pessoa física ou jurídica cuja participação societária no seu capital social a caracterize como sua controladora,diretaouindireta,naformadefinidanos 1ºe2ºdoart.243daLeinº6.404,de1976; II - a pessoa jurídica que seja caracterizada como sua controlada, direta ou indireta, ou coligada, na formadefinidanos 1ºe2ºdoart.243daLeinº6.404,de1976; III - a PJ quando esta e a brasileira estiverem sob controle societário ou administrativo comum ou quandopelomenos10%docapitalsocialdecadaumapertencer aumamesmapessoa; IV-apessoafísicaoujurídicaquesejasuaassociada,naformadeconsórciooucondomínio,conforme definido na legislação brasileira, em qualquer empreendimento; V-apessoafísicaqueforparenteouafimatéoterceirograu,cônjugeoucompanheirodequalquerde seus conselheiros, administradores, sócios ou acionista controlador em participação direta ou indireta; VI - a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada em país com tributação favorecida ou beneficiária de regime fiscal privilegiado.(art. 79, MP 627)
18 Deduções Expurgar parcela do lucro oriunda de participações da controlada, direta ou indireta, ou coligada, domiciliada no exterior, em pessoas jurídicas coligadas domiciliadas no Brasil do lucro tributável pela controladora brasileira. Ajustes de preços de transferência(art. 82 MP 627). IRPJ pago no exterior pela controlada, direta ou indireta, sobre lucros, até o limite do imposto incidente no Brasil, independentemente de sua denominação(art. 83 MP 627). IRretidonafontenoexteriorincidentesobreosdividendos(arts.84e85MP627)
19 Questionamentos Conceito constitucional de renda Disponibilidade jurídica Nascimento da obrigação tributária diferimento e limitação para coligadas Regimes de caixa e competência? Limitesàcompensaçãodeprejuízosfiscais:prazode5anosesomentecomamesmaPJ Utilização de tratados internacionais Consolidação direta Emenda à MP 627, Deputado Luiz Pitiman,
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