AVALIAÇÃO DA ADAPTABILIDADE DA CULTURA DA GOIABEIRA SERRANA EM SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF) NA REGIÃO DO ALTOVALE DO ITAJAÍ/SC

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA ADAPTABILIDADE DA CULTURA DA GOIABEIRA SERRANA EM SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF) NA REGIÃO DO ALTOVALE DO ITAJAÍ/SC Autores: Tainá GUTZ 1, Leonardo de Oliveira NEVES 2, Eduardo VICENTIN 3, Larissa Costa MELO 1, Alexandra GOEDE 4. Identificação autores: 1 - Acadêmica de Agronomia, IFC Rio do Sul e Bolsista PET Agroecologia; 2 - Colaborador e tutor do PET Agroecologia; 3 - Acadêmico de Agronomia, IFC Rio do Sul; 4 Professora e orientadora do IFC Rio do Sul. Introdução A goiabeira serrana (Acca sellowiana (Berg.)), família Myrtaceae, também conhecida como araçá-do-rio-grande, goiaba-do-campo, goiaba-silvestre, goiaba-crioula, goiaba-da-serra e goiaba-ananás é nativa do planalto meridional brasileiro e nordeste do Uruguai. Na região Sul, a espécie apresentou ótima adaptabilidade ao clima frio, ocorrendo com maior frequência em áreas com altitudes superiores a 800 m (AMARANTE E SANTOS, 2012). Os frutos da espécie classificada como pseudofrutos do tipo pomo, são semelhantes à goiaba comum em aparência, tamanho e textura, mas a polpa, de cor gelo, apresenta sabor e aroma doce-aciculados, bastantes distintos (DUCROQUET e RIBEIRO, 1991). Segundo DUCROQUET et al., (2000). O peso pode variar de menos de 30 a mais de 250g e o rendimento de polpa geralmente atinge valores máximos de 50% e a casca pode apresentar aspecto liso, rugoso ou semi-rugoso (MATTOS, 1986). O interesse no estudo desta espécie deve-se principalmente ao potencial organoléptico dos frutos. O cultivo e a exploração comercial de goiaba-serrana podem ainda permitir a oferta à população de uma nova alternativa de frutos, com propriedades nutracêuticas desejáveis. Isto demonstra a importância de trabalhos de pesquisa que contribuem para implementar a exploração econômica desta espécie em regiões de altitude no Sul do Brasil (AMARANTE E SANTOS, 2012). A espécie vem ganhando atenção nas regiões serranas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, por ser uma espécie nativa, com um papel ecológico e ambiental, bem como por apresentar um alto potencial frutífero, mostrando-se como uma alternativa de renda para a agricultura familiar dessas regiões. Pesquisas em andamento têm mostrado que a goiabeira-serrana tem exigências climáticas específicas coincidindo no Brasil com as regiões preferenciais de cultivo da

macieira, o que indica limitações de seu cultivo às regiões mais frias, como a região Serrana Catarinense e as áreas mais altas da Serra do Nordeste Rio-grandense (Barni et al, 2004). A possibilidade de manejo sustentável em base ecológica da goiaba serrana e outras espécies pode ainda oferecer excelente oportunidade para comércio de frutos em nicho de mercado de produtos orgânicos, no momento em que a lei de produção orgânica foi recentemente regulamentada (Lei Federal n 10.831 de 2003 e Decreto Federal n 6.323 de 2007) (SANTOS, 2009). A região do Alto Vale do Itajaí apresenta condições edafoclimáticas favoráveis para a produção da goiabeira-serrana, contando com temperaturas e altitude adequadas para a sua grande adaptabilidade e posterior desenvolvimento de frutos. Além disso, torna-se uma alternativa de renda para a agricultura familiar dessa região, tendo um importante papel ecológico e ambiental. Diante disso, este projeto teve como objetivo avaliar a adaptabilidade da cultura da goiaba serrana para as características edafoclimáticas na região do Alto Vale do Itajaí/SC. Material e Métodos A área experimental de goiaba serrana foi implantada no Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul (27 11 14,3 S; 49 39 45,8 W e Alt. 690 m), no ano de 2011 utilizando o sistema agroflorestal (SAF). A área experimental é composta por 110 mudas de goiabeira-serrana provindas de diferentes cruzamentos: 1001 x Helena, 1004 x 1035, 1006 x Helena, 1006 x Pomar, 1013 x 1051, 1013 x Pomar, 1051 x 1035, 1079 x Branca, Alcântara x Helena, Helena x Mattos, Helena x Nonante, Nonante x Alcântara, Nonate x Helena e Nonante x Nonante. Foram divididas em cinco linhas, cada linha constituída de um bloco contendo duas plantas dos cruzamentos com 10 progênies e uma planta dos cruzamentos com cinco progênies (unidades experimentais - parcelas), totalizando 19 plantas do experimento, mais duas de bordadura em cada linha. O espaçamento utilizado foi de 5 m x3,5 m. Foi feita a aplicação de cama de aviário na implantação do pomar e a festuca (Festuca arundinacea) para adubação de cobertura no plantio. As medições da altura das plantas foram realizadas semestralmente, utilizando uma trena, deixando a planta reta e medindo do caule até a ponta da folha mais elevada.

Resultados e discussão A figura 1 apresenta a variação mensal da precipitação e da temperatura média do ar durante todo o período experimental. Pode ser observado que a precipitação acumulada variou entre 1088,6 mm a 1479,2 mm. Já a temperatura média do ar variou entre 10,8ºC e 23,8ºC, com média de 17,9ºC ± 0,8. Os resultados encontrados de precipitação ficaram dentro dos padrões estabelecidos por Manica et al. (2000), que indica 1000 mm para uma quantidade razoável e 1500 mm como máxima tolerável. A variação da temperatura durante o período experimental apresentou a mesma tendência ficou de acordo com Pereira e Junior (1986), que relatou um melhor desenvolvimento das plantas em regiões com temperatura média anual variando de 18ºC a 23ºC. Figura 1- Variação da temperatura e pluviometria durante todo o período de avaliação. Pode-se observar na figura 2 a variação da altura das plantas durante o período experimental. Como esperado o crescimento das plantas apresentaram variação entre os cruzamentos. O cruzamento entre plantas das variedades 1004 x 1035 apresentou maior média de crescimento, com 73 cm. Seguido do cruzamento entre plantas das variedades 1013 x 1051, com 22 cm seguidos dos cruzamentos entre 1001 x Helena e 1079 x Branca com 21,5 cm de crescimento durante o período experimental. Foi observado que em períodos em que a temperatura se manteve mais alta, as plantas tiveram um desenvolvimento foi mais acelerado. E quando a temperatura estava mais baixa, o desenvolvimento das plantas foi mais lento. O mesmo foi constatado por Cappua (2011), quando descreveu que as baixas temperaturas não permitiram o bom desenvolvimento

das plantas. Manica et al. (2000) descreve também que em termos de produtividade, rendimento e retorno econômico uma temperatura mínima de 12ºC seria considerada como condição ideal para a exploração de um pomar comercial. Figura 2 Variação da altura das plantas durante todo o período experimental. Considerando que apenas 14 das 110 plantas morreram, pode-se afirmar que as plantas utilizadas neste experimento tiveram boa adaptação ao clima da região. Conclusão O desenvolvimento da goiaba-serrana está associado a fatores ecológicos e edafoclimáticos. Dentre eles a temperatura e a precipitação, que foram estudadas neste trabalho. A adaptação desta frutífera em regiões fora de seu habitat natural ainda é motivo de pesquisas e estudos. Contudo, os resultados obtidos demonstram que a goiaba-serrana se adaptou as condições da região do Alto Vale do Itajaí, onde encontramos plantas com uma média de 184 cm de altura. Para obter melhores resultados referentes à adaptabilidade da goiaba-serrana na região do Alto Vale do Itajaí as avaliações serão prolongadas. Além da altura da planta, variáveis como diâmetro do caule e diâmetro da copa serão estudadas. E, a partir do momento em que a planta entrar em estádio reprodutivo, serão contabilizados os frutos e feita as analises bromatológicas dos mesmos. Agradecimento Ao FNDE (Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação) ao apoio financeiro.

Referências AMARANTE, C.V.T; SANTOS, K.L. Goiabeira-serrana (Accasellowiana). Revista Brasileira de Fruticultura, v.33, n. 1 p.001-334, 2013. ANDRADE, E. R. de e DUCROQUET, J. P. Antracnose em goiabeira serrana. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO, 1. CONGRESSO LATINO-AMERICANO, 5. CONGRESSO NACIONAL DE HORTICULTURA, 4. 1992, Montevidéu, Uruguai. Resumos. Montevidéu: Sociedade Uruguaya de Horticultura Confederación Latino- Americana de Horticultura, 1992. P. 31. BARNI, E. J.; DUCROQUET, J. P.; SILVA, M. C.; BEPPLERNETO, R.; PRESSER, R. F. Potencial de mercado para a goiaba serrana catarinense. Florianópolis: EPAGRI, 2004. 48 p. (Doc, 212). CAPPUA, D.; OLIVEIRA, J. G. M. T. F.; RECH, T. D. Avaliação da implantação de espécies nativas em pomar de Acca sellowiana. (O.Berg) Burret para conversão em sistema agroflorestal. Disponível em: < http://www.abaagroecologia.org.br/revistas/index.php/cad/article/download/11667/8066>. Acesso em: 25 set 2015. CARDOSO, J.H. Cultivo e Conservação da Feijoa: Uma homenagem a Um Agricultor Guardião. Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, p.14, 2009. DUCROQUET, J.P.H.J.; HICKEL, E.R.; NODARI, R.O. Goiabeira serrana (Feijoasellowiana). Série Frutas Nativas 5; Jaboticabal: Funep, 2000, 66p. DUCROQUET, J.P.H.J.; RIBEIRO, P. A goiabeira serrana: velha conhecida, nova alternativa; n, Florianópolis, v.4, n.3, p.27-29, 1991. MANICA, I.; ICUMA, I. M.; JUNQUEIRA, N. T.V.; SALVADOR, J.O.; MOREIRA, A.; MALAVOLTA, E. Fruticultura Tropical 6: Goiaba. Porto Alegre: Cinco Continentes, 2000. MATTOS, J.R. A goiabeira serrana. Porto Alegre; Instituto de Pesquisas de Recursos Naturais Renováveis, Publicação IPRNR 19, 1986, 84p. PEREIRA, F. M. JUNIOR, M. M. Goiabas para Industrialização. Jaboticabal: Editora Lgis Summa, 1986. SANTOS, H.A.A. Dinâmica populacional de moscas-das-frutas associadas a feijoa (Accasellowiana (O.Berg) Burret) em diferentes habitats e sua implicação no manejo de pragas. Tese (Doutorado). Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, p.23, 2014.