Empreendedorismo: teoria e prática



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Transcrição:

Empreendedorismo: teoria e prática Fabiana Morais de Oliveira- faby_oli@terra.com.br Curso Vip de Administração Instituto de Pós Graduação IPOG Resumo Neste trabalho abordaremos a importância de despertar nos alunos do curso de administração de empresas, o espírito de empreendedor, e da necessidade que se tem das pessoas se preparem melhor antes de se lançarem no mercado, com seus pequenos negócios O empreendedorismo vem sendo uma tendência, o número de pequenas empresas e trabalhadores autônomos, cresce a cada ano, mas crescem também o número de pessoas despreparadas para administrar, essas unidades de negócios. Sendo assim é de suma importância que nossos graduandos saiam das instituições de ensino superior, sabendo como elaborar um plano de negócios, pondo em prática as funções administrativas que eles aprendem no decorrer do curso. Palavras-chave: Empreendedorismo; Plano de negócios; Ensino Superior 1. Introdução O empreendedorismo é um termo novo ainda, principalmente para os brasileiros, somente se despontou para nós a partir da década de 90 e veio crescendo juntamente com o processo de privatização de grandes empresas estatais e com a abertura do mercado interno. A definição de empreendedorismo é muito subjetiva, todos parecem conhecer, mas não conseguem conceituar realmente o que seja. Por isso a importância de desenvolver empreendedores que ajudem o país no seu crescimento e gere possibilidade de trabalho, renda e maiores investimentos. Neste artigo, iremos conceituar o termo empreendedorismo, citar as características de um empreendedor, a relevância de ser administrador e empreendedor, e a importância do aprendizado nas IES, unindo teoria e prática na elaboração de planos de negócios, preparando-os e desenvolvendo o espírito empreendedor. 2. Conceito de empreendedorismo O Empreendedorismo é um assunto muito discutido hoje em dia, porém sua definição é muito complexa, pois seu conteúdo pode variar dependendo do lugar e do autor, isso porque o empreendedorismo recebeu fortes contribuições vindas da psicologia e também da sociologia, o que pode ter provocado variações em sua definição. Apesar de o empreendedorismo ser um assunto comum nos artigos, revistas, internet, livros e aparentar ser um termo novo para os profissionais, é um conceito antigo que assumiu diversas vertentes ao longo do tempo. No início do século XX, a palavra empreendedorismo foi utilizada pelo economista Joseph Schumpeter em 1950 como sendo, de forma resumida, uma pessoa com criatividade e capaz de fazer sucesso com inovações. Já em 1967 com K. Knight e em 1970 com Peter Drucker foi introduzido o conceito de risco, uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum negócio.

A palavra empreendedorismo se origina do termo francês entrepeneur que significa fazer algo ou empreender. Para Drucker (1974) empreendedorismo é: prática; visão de mercado; evolução, e diz ainda que o: trabalho específico do empreendedorismo numa empresa de negócios é fazer os negócios de hoje serem capazes de fazer o futuro, transformando-se em um negócio diferente [...]Empreendedorismo não é nem ciência, nem arte. É uma prática.(druker, 1974:p25 ) Pesquisando as raízes do empreendedorismo, Dornelas (2001) faz um resgate histórico e identifica que a primeira definição de empreendedorismo é creditada a Marco Polo, sendo o empreendedor aquele que assume os riscos de forma ativa, físicos e emocionais, e o capitalista assume os riscos de forma passiva. No século XVII, surge a relação entre assumir riscos e o empreendedorismo. Mas somente no século XVIII, que capitalista e empreendedor foram completamente diferenciados, por certo em função do início da industrialização. Na prática o empreendedorismo costuma ser definido como o processo pelo qual as pessoas iniciam e desenvolvem seus negócios. É um fenômeno complexo, no qual envolve o empreendedor, a empresa e o cliente, que fazem parte deste processo. Segundo a definição de Dolabela (1999), empreendedorismo envolve qualquer forma de inovação que tenha uma relação com a prosperidade da empresa. O que se destaca dentro dessa definição é que o empreendedorismo (nos casos de empresas novas ou das já há algum tempo estabelecidas) torna-se fator primordial, fazendo com que os negócios sobrevivam e prosperem num ambiente econômico e de mudanças sejam elas: culturais, sociais ou geográficas. Sabe-se que o empreendedorismo é um fenômeno cultural, e segundo Dolabela (1999), é: [...]fruto dos hábitos, práticas e valores das pessoas. Existem famílias mais empreendedoras do que outras, assim como cidades, regiões, países. Na verdade aprende-se a ser empreendedor pela convivência com outros empreendedores [...] o empreendedor aprende em um clima de emoção e é capaz de assimilar e experiência de terceiros.( DOLABELA, 1999: 31) Os economistas Jean Baptiste Say e Richard Cantillon foram os pioneiros a escrever sobre o empreendedorismo, no final do século XVII. Jean Baptiste Say, afirmou que o empreendedor exerce as funções de reunir diferentes fatores de produção, de gestão e a capacidade de assumir riscos. Já Richard Cantillon identificou o empreendedor como alguém que assume riscos no processo de comprar serviços ou componentes por certo preço com a intenção de revendê-los mais tarde a um preço incerto. Já no início do século XX, tem-se a definição do economista moderno, de Joseph Schumpeter, já citado, o empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de

novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais (SCHUMPETER, 1949, apud DORNELAS, 2001, p. 37). Para Fillion (1999), empreendedor é uma pessoa que cria, desenvolve e realiza visões. Faz parte das características da ação empreendedora em todas as suas etapas, ou seja, criar algo novo mediante a visualização de uma oportunidade, dedicação e persistência na atividade que se propõe a fazer para alcançar os objetivos pretendidos e ousadia para assumir os riscos que deverão ser calculados. Outra influência que podemos destacar dentro do empreendedorismo é a dos behavioristas, pois dentre as décadas de 70 e 80 exerceram o domínio sob o assunto. Levado pela evolução da teoria comportamental, onde David McClelland onde analisou os fatores que explicam o ápice e o declínio das civilizações. Chegaram à conclusão que as gerações que precediam o apogeu foram fortemente influenciadas por modelos, heróis que haviam sido personagens populares na literatura e com os quais os jovens se identificavam. Criou-se, assim, um efeito de emulação, aumentando a necessidade de conquistas entre estes jovens para poderem se aproximar desses heróis da literatura. O principal questionamento dos behavioristas consiste em saber quem é o empreendedor? Até os anos 90, houve uma proliferação das pesquisas sobre as características e os traços de personalidade dos empreendedores. Os resultados, porém foram surpreendentes, pois não foi possível traçar um perfil psicológico do empreendedor. Nessa questão é possível fazermos algumas considerações. As pessoas se modificam segundo o cenário e as circunstâncias às quais são expostas: os perfis de comportamento não são necessariamente estáticos. É difícil elaborar perfis sem antes estabelecer distinções entre as categorias e tipologias empreendedoras. Constantemente associa-se o empreendedor à criatividade. O potencial para a criatividade já existia, como existe em muitos de nós, mas foram as circunstâncias que estimularam o seu surgimento e, freqüentemente, isso ocorre quando a pessoa ainda é jovem. Quando isso acontece, o jovem desenvolve este potencial e aprende aos poucos a tirar melhor proveito dele. Acompanhado a trajetória de vários empreendedores, retificamos que, para alcançar o sucesso, estes tiveram que aprender a dominar melhor as competências adquiridas em cada um dos estágios da evolução de seu sistema de atividades, e estes sistemas de atividades variam de acordo com as diferentes categorias e tipos. Vimos que são vários os conceitos e as influências referentes ao empreendedorismo, alguns inclusive bastante complexos, elas nos levam a pensar que ser empreendedor, é sermos capazes de realizar coisas novas, que irão contribuir com o futuro da empresa. 3. O Empreendedorismo no Brasil O empreendedorismo no Brasil, só começou a se desenvolver nos anos 90, com a abertura do mercado interno para as importações; na qual as empresas nacionais tiveram que se adaptar à modernização. Antes disso o cenário político e econômico, não era favorável, e o empreendedor, não conseguia ajuda e nem informações para dar início ao seu próprio

negócio. É importante saber que muitos visionários atuaram em um cenário incerto, se empenharam, mesmo sem conhecerem mais profundamente outros conteúdos da área empresarial, a exemplo, de muitos que contribuíram para o desenvolvimento da economia do país. Com a abertura da economia, o governo fez uma série de ajustes, controlou a inflação e regulou a economia, em pouco tempo a país ganhou estabilidade, se planejou e ganhou respeito. Nessa mesma época surge então o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas), e a SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Software). O SEBRAE é amplamente difundido entre os pequenos empresários brasileiros, com finalidade de informar e dar suporte necessário para a abertura de uma empresa, bem como acompanhar através de consultorias seu andamento, solucionando pequenos problemas do negócio. Já a SOFTEX foi criada para ampliar o mercado das empresas de software através da exportação e incentivar a produção nacional, para isso foram desenvolvidos projetos para a capacitação em gestão e tecnologia dos empresários de informática. A SOFTEX é responsável por deslanchar o desenvolvimento de tecnologias nacionais, ela conseguiu através de seus programas, abrasileirarem no país termos como plano de negócios (business plan) que até então era pouco explorado pelos empresários. Apesar do pouco tempo, o Brasil apresenta ações que visam desenvolver uma descoberta recente, o Brasil, já pratica várias ações visando desenvolver programas de ensino de empreendedorismo, incentivando a população a empreender. Neste cenário alguns exemplos: Os programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviço), que apóiam atividades de empreendedorismo em software, estimulando o ensino da disciplina em universidades e a geração de novas empresas de software (start-ups). Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas EMPRETEC e Jovem Empreendedor do SEBRAE. E ainda o programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, dirigido à capacitação de mais de 1 milhão de empreendedores em todo país e destinando recursos financeiros a esses empreendedores, totalizando um investimento de 08 bilhões de reais. Diversos cursos e programas sendo criados nas universidades brasileiras para o ensino do empreendedorismo. É o caso de Santa Catarina, com programa Engenheiro Empreendedor, que capacita alunos de graduação em engenharia de todo o país. Destaca-se também o programa REUNE, da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), de difusão do empreendedorismo nas escolas de ensino superior do país, presente em mais de duzentas instituições brasileiras. A recente explosão do movimento de criação de empresas de Internet no país, motivando o surgimento de entidades com o Instituto e-cobra, de apoio aos empreendedores das ponto.com (empresas baseadas em Internet), com cursos, palestras e até prêmios aos melhores planos de negócios de empresas Start-ups de Internet, desenvolvidos por jovens empreendedores. Finalmente, mas não menos importante, o enorme crescimento do movimento de incubadoras de empresas no Brasil. Dados da ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas) mostram que em 2000, havia mais de 135 incubadoras de empresas no país, sem considerar as incubadoras de empresas de Internet, totalizando mais de 1.100 empresas

incubadoras, que geram mais de 5.200 empregos diretos. (DORNELAS, 2001: 25 e 26) São algumas iniciativas importantes para o empreendedor brasileiro, apesar das dificuldades encontradas, elas são necessárias para esse preparo na abertura de uma empresa. O início da divulgação do empreendedorismo no Brasil se dá por conveniência do governo e sobrevivência de muitos trabalhadores que saíram das grandes estatais após o processo de privatização. A partir disso, o governo se propõe a fornecer subsídios, para que os trabalhadores tivessem a possibilidade de contribuir para o desenvolvimento e a geração de emprego no Brasil. 4. As características do Empreendedor O que pode caracterizar um empreendedor de sucesso é uma série de elementos que os tornam capazes de montar um negócio de sucesso. Porém ha aqueles que nascem com o dom de empreender, chamado de empreendedor nato, e existe também o empreendedor que influenciado pelo meio em que vive, pode tornar-se empreendedor através da formação, por influência familiar, estudo e até mesmo através da própria prática. Para Dolabella (1999, p. 12), para se aprender a empreender, faz-se necessário um comportamento pró-ativo do indivíduo, o qual deve desejar aprender a pensar e agir por conta própria, com criatividade, liderança e visão de futuro, para inovar e ocupar o seu espaço no mercado, transformando esse ato também em prazer e emoção. Nas áreas científicas e acadêmicas, surgem duas características que incidem diretamente, a primeira é a natureza da ação, caracterizada por buscar fazer algo inovador ou diferente do que já é feito. E a segunda é a falta ou inexistência de controle sobre as formas de execução e recursos necessários para se desenvolver a ação desejada, liberdade de ação. Apesar de estes fatores serem essenciais na ação empreendedora, isto não significa que todas as medidas de mudanças são efetivamente empreendedoras. Da mesma forma, nem todas as ações desenvolvidas, com risco, sem controle dos processos são ações empreendedoras, pois nem sempre são ações inovadoras. Filion (1999) estabelece um modelo com quatro fatores fundamentais para que uma ação seja empreendedora (visão, energia, liderança e relações), visando à formação do profissional empreendedor. A principal característica as relações, a qual, segundo o autor, se obtém os conhecimentos fundamentais e necessários dentro de uma estrutura de mercado: as informações necessárias para a tomada de decisões e o conhecimento da realidade do mercado. No momento, as empresas possuem uma grande necessidade de buscar e desenvolver profissionais com perfil empreendedor, devido a eles serem os responsáveis pelas modificações, criações e visões inovadoras, pois agindo desta maneira é possível ter um destaque maior e uma diferenciação positiva frente à concorrência. O empreendedor desenvolve um papel otimista dentro da organização, capaz de enfrentar obstáculos internos e externos, sabendo olhar além das dificuldades, com foco no melhor resultado.

Além das características acima comentadas, o empreendedor tem um perfil de liderança para obter sucesso em suas atividades, como é o grande responsável em colocar em prática as inovações, métodos e procedimentos que propôs, deverá estimular os envolvidos na realização das atividades, de forma a alcançar as metas traçadas. Segundo o SEBRAE, as principais características do perfil do empreendedor são: Autoconfiança: Ter consciência de seu valor, sentir-se seguro em relação a si mesmo e, com isso, poder agir com firmeza e tranqüilidade. Auto-motivação: Buscar a realização pessoal através do trabalho, com entusiasmo e independência; Elevado poder de comunicação: Capacidade para transmitir e expressar idéias, pensamentos, emoções com clareza e objetividade. Criatividade: Capacidade de buscar soluções viáveis e melhores para a resolução de problemas. Flexibilidade: Capacidade para compreender situações novas, estar disponível para rever posições, aprender Energia: Força vital que comanda as ações dos indivíduos capacidade de trabalho - pique. Iniciativa: Capacidade para agir de maneira oportuna e adequada sobre a realidade, apresentando soluções, influenciando acontecimentos e se antecipando às situações Integridade: Qualidade do caráter, ligada à retidão de princípios, imparcialidade, honestidade, coerência e comprometimento (com as pessoas, com o negócio e consigo mesmo). Liderança: Capacidade para mobilizar as energias de um grupo de forma a atingir objetivos. Negociação: Capacidade para fazer acordos cooperativos como meio de obter o ajustamento de interesses entre as partes envolvidas. Perseverança: Capacidade de manter-se firme e constante em seus propósitos, porém, sem perder a objetividade e clareza frente às situações (saber perceber limites); Persuasão: Habilidade para apresentar suas idéias e/ou argumentos de maneira convincente. Capacidade de Planejamento: Capacidade para mapear o meio ambiente, analisar recursos e condições existentes, buscando estruturar uma visão de longo prazo dos rumos a serem seguidos para se atingir os objetivos. Relacionamento interpessoal: Habilidade de conviver e interagir adequadamente com as outras pessoas; Resistência à frustração: Capacidade de suportar situações de não satisfação de necessidades pessoais ou profissionais, sem se comportar de maneira derrotista, negativa ou confusa; Sensibilidade administrativa: Capacidade para planejar, executar e gerir através de processos organizados, sistemáticos e eficazes. Além das características acima comentadas, o empreendedor tem um perfil de liderança para obter êxito em suas atividades, ele é o grande responsável em colocar em prática as inovações, métodos e procedimentos que propôs, deverá estimular os envolvidos na realização das atividades, de forma a alcançar as metas traçadas.

5. As Diferenças entre Empreendedor e Administrador Uma das diferenças entre o empreendedor e o administrador que trabalham em organizações é que o empreendedor define o objeto que vai determinar seu próprio futuro (Filion, 1999). Os empreendedores são visionários, isto é inclusive é um dos seus atributos, por essa característica, o empreendedor direciona e limita suas atividades para o campo estratégico das organizações, enquanto o administrador limita e coordena as atividades diárias. Em função dessa característica, o empreendedor encaminha as atividades para o aspecto estratégico das organizações, enquanto o administrador limita e coordena as atividades diárias. Segundo Dornelas (2001), as diferenças entre os domínios empreendedor e administrativo podem ser comparadas em cinco dimensões distintas de negócio: orientação estratégia, análise das oportunidades, comprometimento dos recursos, controle dos recursos e estrutura gerencial. Conforme detalhado no quadro abaixo: Domínio Empreendedor Pressões nessa direção Dimensões-chave do negócio Domínio Administrativo Pressões nessa direção Mudanças Rápidas: Tecnológicas Valores sociais Regras políticas Dirigido pela percepção de oportunidades Orientação estratégica Dirigido pelos recursos atuais sob controle Critérios de medição de desempenho; sistemas e ciclos de planejamento. Orientações para ação; decisões rápidas; gerenciamento de risco. Revolucionário com curta duração Análise das oportunidades Revolucionário de longa duração Reconhecimento de várias alternativas; negociação da estratégia; redução do risco. Falta de previsibilidade das necessidades; falta de controle exato; necessidade de aproveitar mais oportunidades; pressão por mais eficiência. Em estágios periódicos com mínima utilização em cada estágio Comprometimento dos recursos Decisão tomada passo a passo, com base em um orçamento. Redução dos riscos pessoais; utilização de sistemas de alocação de capital e de planejamento formal.

Risco de obsolescência; necessidade de flexibilidade. Uso mínimo dos recursos existentes ou aluguel dos recursos extras necessários Controle dos recursos Habilidade no emprego dos recursos Poder, status e recompensa financeira; medição da eficiência; inércia e alto custo das mudanças; estrutura da empresa. Coordenação das áreas-chave de difícil controle; desafio de legitimar o controle da propriedade; desejo dos funcionários de serem independentes. Informal, com muito relacionamento pessoal. Estrutura gerencial Formal, com respeito à hierarquia. Quadro 1: Comparação dos domínios empreendedores e administrativos (adaptado de Hisrich, 1986). Fonte: Dornelas (2001, p. 34 e 35). Necessidade de definição clara de autoridade e responsabilidade; cultura organizacional; sistemas de recompensa; inércia dos conceitos administrativos. Neste quadro, um empreendedor está sempre voltado para o futuro e o administrador, focado no presente, seria impossível escolher um destes perfis como melhor que o outro, afinal o ideal é que todo administrador seja empreendedor e vice-versa, porém isso nem sempre se faz necessário, depende da posição que o sujeito ocupa numa empresa, o ideal de vida, o planejamento do seu patrimônio entre outras motivações. De acordo com o quadro, o empreendedor privilegia as pessoas como fonte de obtenção de resultado, ao contrário o administrador da ênfase as regras e procedimentos A palavra estratégia define bem o empreendedor e para definir administrador seria planejamento e controle. Veja no quadro abaixo a diferença entre o gerente e o empreendedor: Temas Motivação principal Referência de tempo Gerentes Tradicionais Promoção e outras recompensas tradicionais da corporação, como secretária, status, poder etc. Curto prazo, gerenciando orçamentos semanais, mensais etc. e com horizonte de planejamento anual Empreendedores Independência, oportunidade para criar algo novo, ganhar dinheiro Sobreviver e atingir cinco a dez anos de crescimento do negócio Atividade Delega e supervisiona Envolve-se diretamente Status Preocupa-se com o status e como é visto na empresa Não se preocupa com o status

Como vê o risco Com cautela Assume riscos calculados Falhas e erros Tenta evitar erros e surpresas Aprende com erros e falhas Decisões Geralmente concorda com seus superiores Segue seus sonhos para tomar decisões A quem serve Aos outros (superiores) A si próprio e a seus clientes Histórico familiar Membros da família trabalharam em grandes empresas Membros da família possuem pequenas empresas ou já criaram algum negócio Relacionamento com outras pessoas A hierarquia é a base do relacionamento Quadro 2: Comparação entre gerentes tradicionais e empreendedores (Hisrich, 1998) Fonte: Dornelas (2001. p. 36). As transações e acordos são a base do relacionamento O quadro acima mostra que o gerente gerencia os recursos disponíveis enquanto o empreendedor cabe multiplicar os recursos e utilizá-los de forma surpreendente em favor próprio, da sociedade e do país. Consideramos o planejamento com visão de futuro um dos principais diferenciais entre o empreendedor e o administrador. Porém, se planejar é uma das funções básicas do administrador, apontadas na abordagem clássica, Dornelas (2001, p. 37) considera isso um paradoxo, pois, o empreendedor estaria sendo um administrador completo, que incorpora as várias abordagens existentes sem se restringir a apenas uma delas se interage com seu ambiente para tomar as melhores decisões. 6. O empreendedorismo nas Universidades Os modelos de influência são importantes para analisar os comportamentos dos empreendedores. Eles podem adquirir uma cultura empreendedora através da prática, com a convivência de pais empreendedores. Por meio da teoria de Schumpeter, o empreendedor é uma pessoa apta a realizar inovações, fazer coisas diferentes. Exige-se um comportamento pró-ativo e criativo. O empreendedor é considerado uma pessoa que sabe identificar as oportunidades de negócios, os espaços no mercado e que se organiza para progredir. Mas, nosso sistema escolar é concebido para aprender a dominar as questões analíticas, o estudante passa anos, do primário à Universidade, numa relação quase de passividade com o aprendizado.

Para saber se o empreendedorismo pode ser ensinado, devemos adaptar a abordagem pedagógica à lógica de cada disciplina ou campo de estudo. Não se pode ensinar empreendedorismo como se ensina outras matérias (Filion, 1994). É perfeitamente possível oferecer programas e cursos como sistemas de aprendizado adaptados à lógica desse campo de estudo. Aliás, é interessante ter esse tipo de desafio pedagógico. As pessoas que se matriculam nesses cursos não querem todos se tornar empreendedores, mas vários querem descobrir o mundo do empreendedor. Sendo assim, estabelecemos distinções entre as categorias de cursos que tratam ora da sensibilização, ora das práticas de gestão. Portanto as instituições de ensino hoje estão aptas a instituir certificados e diplomas nesse campo. Hoje é muito fácil encontrar cursos sobre empreendedorismo, inclusive estudos de casos, trabalhos de campo e contatos com pessoas que vivenciam este mundo. O empreendedorismo surge de contextos culturais que se desenvolvem em torno de empreendedores que dirigem pequenas empresas. Há cerca de cem anos, a criação de escolas e o fenômeno da educação para a população teve como foco separar o aprendizado de seu contexto e de sua aplicação prática. Sendo assim se nos perguntamos quem esta mais preparado para ensinar a disciplina o pesquisador ou que pratica o empreendedorismo? Eu responderia que seria uma junção dos dois. Aliás, vários pesquisadores se interessaram pela questão. Assim, os universitários tendem a priorizar elementos de conceitualização e de abstração, enquanto que os empreendedores preferem geralmente o mais concreto. Pesquisam recentes apontam que não existe nenhuma ligação entre o nível de aprendizado escolar e o sucesso nos negócios. Mas, analisando melhor, essas pesquisas não são conclusivas, sobretudo porque boa parte dos empreendedores com muita escolaridade trabalha em áreas vinculadas à tecnologia nas quais as condições de sucesso e de fracasso são muito variadas. A questão exige, portanto cautela, pois as noções de sucesso e de fracasso são definidas hoje dentro de critérios extremamente variáveis. Na verdade, o sucesso está constantemente ligado a sinais tangíveis de riqueza e de status como o lugar onde mora, a marca do carro, as relações sociais, etc. Atualmente, a tendência entre os estudantes, é definir o sucesso de acordo com critérios de realização própria, onde as prioridades não são mais acumulação e status, mas equilíbrio de qualidade de vida. Nenhuma pesquisa apontou para uma relação de causa e efeito entre o plano de negócios e o sucesso de uma nova empresa. Estudos sobre milhares de pequenos empresários mostraram que, das pessoas que se lançaram nos negócios rapidamente, atrás de uma oportunidade, mas sem grande preparação, somente 40% ainda mantinham seus negócios cinco anos depois. Por outro lado, 80% daquelas que dedicaram ao menos seis meses de preparação a seu projeto, também continuavam com seu negócio cinco anos depois. No Centro da Empresa e da Inovação de Montreal, essa porcentagem atinge os 85% dos indivíduos que passaram por todas as etapas de preparação para a criação da empresa, sobretudo porque seu projeto estava mais bem concebido. Vale ressaltar também que a chave do sucesso está na experiência dos negócios, sobretudo no conhecimento do assunto no qual se está lançando.

O ensino do empreendedorismo apresenta desafios fascinantes nos próximos anos. Um dos principais está na importância de aplicar ao ensino e às etapas do aprendizado, aquilo que é o ponto alto de nossa atividade: a inovação. Há anos atrás, a educação empreendedora centralizava no plano dos negócios. Nos dias de hoje o plano dos negócios é utilizado cada vez mais como etapa conclusiva. Um dos agravantes que encontramos ao lecionar o empreendedorismo é a questão cultural. Durante muitos anos, nossos pais nos educaram para buscarmos um bom e estável emprego em uma grande empresa. Esse paradigma levou a uma percepção infundada de que aqueles que tivessem escolhido a carreira empreendedora eram aqueles que não gostavam de estudar. Montar o próprio negócio era a única saída dos incapazes. Esse rótulo diminui a receptividade dos jovens quanto à carreira empreendedora. Existe a esperança de que essa percepção felizmente esteja mudando, mas ainda é forte na cultura nacional. Existe um preconceito de que empreendedorismo não se ensina, se faz. Relatos de empreendedores que abandonaram a escola para empreender ganharam notoriedade com muita rapidez e a consequência direta é que os que querem empreender não vão buscar na escola a sua formação, preferem aprender por conta própria e se inspirar nas histórias de outros empreendedores. Por mais que o tema seja explorado em vários congressos e revistas científicas, ainda há muitas barreiras por parte de certas linhas das ciências aplicadas contra os pesquisadores de empreendedorismo. Considerando agora os professores de empreendedorismo, comentou-se que a percepção é que a maioria não foi formada originalmente em empreendedorismo. Há pouco tempo o empreendedorismo vem sendo escolhido como linha de pesquisa acadêmica para dissertação de mestrado ou doutorado, o que faz com que sejam ainda mais raros os professores com esta qualificação específica. Por esse motivo, os profissionais que se dedicam ao ensino de empreendedorismo possuem formação em áreas tão diversas quanto economia, tecnologia ou psicologia. Cada professor tem sua própria definição sobre empreendedorismo, muitas vezes com aspectos contraditórios uns dos outros. Mesmo entre autores de livros e pesquisadores acadêmicos não há uma unicidade nas definições conceituais. Embora o crescimento de cursos de empreendedorismo no ensino superior seja uma boa notícia, as ofertas ainda são tímidas em termos de quantidade de disciplinas sobre o tema, sendo na maioria dos casos, optativa. Nos EUA, o empreendedorismo é um assunto que se desdobra em várias disciplinas, obrigatórias e eletivas, além de vários outros cursos de extensão, como empreendedorismo corporativo, social, franquias, empresas familiares, capital de risco. A disciplina de empreendedorismo deve ser voltada para o comportamento empreendedor, ensinar como lidar com recursos limitados, correr riscos e tolerar o fracasso e o erro, ter perseverança e determinação, competir com grandes empresas, buscar liberdade e autonomia, superar limites e promover mudanças inovadoras. Para isso, o professor de empreendedorismo precisa se desgarrar da sala de aula e experimentar outras técnicas de ensino vivencial, através de dinâmicas, competições, desafios, contato com empreendedores, laboratórios de experimentação, clubes de convivência e networking. Poucas áreas têm nos estudos de caso maior relevância e valor quanto empreendedorismo. Histórias de empreendedores, casos de fracasso, dilemas de gestores, servem como instrumentos fundamentais para o professor.

A tarefa do educador é árdua, cabe a ele incutir a semente da curiosidade sobre o tema em seus alunos, ajudando-os a conhecer essa possibilidade de carreira e mostrando-lhes os caminhos para o auto-desenvolvimento. A tarefa de transferir esse conhecimento apaixonante nos leva a inferir que, tão importante quanto o conhecimento acadêmico, o professor precisaria ter tido a vivência empreendedora em seu histórico de vida, seja como consultor ou como empreendedor. Esse seria o caminho ideal para ele encontrar o melhor equilíbrio entre a teoria e a prática, o conceitual e o instrumental. 6. Conclusão O conceito de empreendedorismo não obteve muitas mudanças ao longo do tempo. Há, normalmente, uma distorção entre empreendedores e administradores, mas como vimos através dos dados bibliográficos coletados, nem sempre um administrador é empreendedor e vice-versa, mesmo que isso seja o ideal. Ter um empreendedor dentro da empresa significa sair na frente, é o mesmo que ter uma vantagem competitiva. Vantagem essa que une forças, e faz com que todo o conjunto se movimente, dando agilidade e assumindo todos os riscos anteriormente calculados, e os impactos que serão causados pelo caminho a ser tomado. O empreendedor não tem um lugar específico, mas mesmo assim é uma peça importante e garantidora de sucesso em uma organização. O empreendedorismo é uma área em pleno crescimento nas quais várias disciplinas estão inseridas, é um campo de pesquisa emergente aonde não existem ainda teorias estabelecidas. No empreendedorismo, é conveniente falar de configurações reflexivas ou cognitivas que podemos chamar mais comumente de "soluções mágicas". No entanto podem exigir boas técnicas de pesquisa, e um profundo conhecimento do campo e dos dados empíricos a serem pesquisados. Pois o empreendedorismo não é apenas a intuição, é uma maneira de pensar. Para muitos, é até mesmo uma forma de se relacionar e interagir com o universo. Com todas as portas abertas para o empreendedorismo, vários professores já fazem um trabalho brilhante em torno disso, nas salas de aulas nas disciplinas a fins como Teoria Geral da administração a TGA, já se trabalha a criação de empresas fictícias, colocando em prática as funções administrativas, o planejamento estratégico e desenvolvendo este espírito empreendedor. Na verdade é um preparatório para pequenos negócios, e muitos saem dessas experiências, quase prontos para o mercado, pois nesses trabalhos eles têm a oportunidade de criar a empresa dos seus sonhos, e também ter o contato com os percalços do negócio, pois abrir uma empresa hoje, não é nada fácil, há muitas barreiras. Finalizando, estamos no caminho certo para o constante crescimento do empreendedorismo em nosso país, devagar, porém sempre deve ser o nosso lema. As oportunidades são muitas e cabem a nós, professores, alunos, e toda a sociedade, aproveitar o momento e fazermos a diferença. 7. Referencias DOLABELA, Fernando. Oficina do Empreendedor. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999.. O Segredo de Luisa. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999

FILION, L.J. Tem Steps to Entrepreneurial Teaching. Journal of Small Business and Entrepreneurship, Vol. 11, Nº3: 68-78. 1994..Empreendedores e Proprietários de Pequenos Negócios. Revista USP-Revista da Administração, São Paulo,1999. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: Transformando Idéias em Negócios. Rio de Janeiro: Elsevier,2001. DRUCKER, Peter. F. O Gerente Eficaz. Editora Zahar, São Paulo, 1974. Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas, pesquisa feita através do site www.sebrae.com.br, acesso no mês de Julho de 2011.