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Transcrição:

1 LIVRO Curvas Espaciais META Estudar as curvas no espaço (R 3 ). OBJETIVOS Descrever o movimento de objetos no espaço. PRÉ-REQUISITOS Funções vetoriais (Aula 08).

Curvas Espaciais.1 Introdução Na aula anterior, estudamos as funções vetoriais. Nesta aula, estudaremos o movimento de objetos no espaço utilizando tais funções..2 Movimentos no espaço Para descrever o movimento de uma partícula no espaço precisamos explicar onde a partícula está a cada instante de tempo t de um certo intervalo. Assim, a cada instante t no intervalo considerado I, corresponde um ponto r(t) e o movimento é descrito por uma função vetorial r : I R 3. Suponha que f,g e h sejam funções reais contínuas em um intervalo I da reta. Então o conjunto C de todos os pontos (x, y, z) no espaço para os quais x = f(t) y = g(t) z = h(t) (.1) e t varia no intervalo I é chamado curva espacial ou curva em R 3. As equações em (.1) são denominadas equações paramétricas de C e t é denominado o parâmetro. Se considerarmos a função vetorial r(t) =(f(t), g(t), h(t)), então r(t) é um vetor posição do ponto P (f(t),g(t),h(t)) sobre C. Assim, qualquer função vetorial define uma curva espacial C que é traçada pela ponta do vetor em movimento. Definição.11. Seja r : I R 3 uma curva. O traço de r éa imagem do intervalo I por r. 134

Livro de Cálculo II Figura.30: Traço de r. Exemplo.2.1. Descreva o traço da curva espacial dada por r(t) =(2 3t, t, 2+t). Solução: As equações paramétricas correspondentes são x =2 3t, y = t, z = 2+t que são as equações paramétricas de uma reta passando pelo ponto (2, 0, 2) e paralela ao vetor ( 3, 1, 1). Outro modo de ver é observar que a função pose ser escrita como r = r 0 + tv, onde r 0 =(2, 0, 2) e v =( 3, 1, 1). (Ver Figura.31) Exemplo.2.2. Esboce o traço da curva cuja equação vetorial é dada por r(t) =cos t i + sen t j + t k t [ 0, 5π 2 ]. 135

Curvas Espaciais Figura.31: Traço da curva dada no Exemplo.2.1. Solução: As equações paramétricas para essa curva são x = cos t y = sen t z = t Como x 2 + y 2 = cos 2 t + sen 2 t =1, a curva precisa pertencer ao cilindro circular x 2 + y 2 =1. O ponto (x, y, z) está diretamente acima do ponto (x, y, 0), que se move no sentido anti-horário em torno da circunferência x 2 + y 2 =1no plano xy. Como z = t, a curva faz uma espiral para cima ao redor de um cilindro quando t aumenta. A curva, mostrada na Figura.32, é chamada hélice. Nos exemplos.2.1 e.2.2 demos as equações vetoriais das curvas e pedimos uma descrição geométrica ou esboço delas. No proximo exemplo daremos uma descrição geométrica da curva e pediremos para determinar suas equações paramétricas. Exemplo.2.3. Determine a equação vetorial para o segmento de reta ligando o ponto P (1, 3, 2) ao ponto Q(2, 1, 3). Solução: Uma equação para o segmento de reta de P a Q (Ver 136

Livro de Cálculo II Figura.32: Hélice Figura.33): r(t) =(1 t)(1, 3, 2) + t(2, 1, 3), 0 t 1 ou r(t) =(1+t, 3 4t, 2+5t), 0 t 1. Como vimos, a função vetorial r tem derivada r (t) em t I se r r(t + h) r(t) (t) = lim h 0 h Lembre que, se r(t) =(f(t),g(t),h(t)),então r (t) =(f (t),g (t),h (t)). r(t + h) r(t) A Figura.34 mostra que o vetor tem a direção que, conforme h tende a zero, aproxima-se da direção h que costumamos chamar a direção tangente à curva r em r(t). A derivada r (t) se existe e é diferente do vetor nulo é chamado de vetor tangente a r em r(t). tangente à curva r em r(t 0 ) é dada por Deste modo, a equação da reta (x, y, z) = r(t 0 )+t r (t 0 ), t R. 137

Curvas Espaciais Figura.33: Segmento de reta ligando o ponto P (1, 3, 2) ao ponto Q(2, 1, 3). Figura.34: Vetor Secante (Figura à esquerda) e Vetor Tangente (Figura à direita). Teremos ocasião de considerar o versor tangente, dado por T (t) = r (t) r (t). Temos que T (t) =1, para todo t I, logo, segue do Exemplo 8.4.1, que T (t) T (t) =0, ou seja, os vetores T (t) e T (t) são 138

Livro de Cálculo II ortogonais. O vetor N(t) = T (t) T (t) é denominado vetor normal principal unitário a r em r(t). O vetor B(t) =T (t) N(t) é denominado vetor binormal, é perpendicular a T e N e também é unitário. (Veja Figura.35) Figura.35: Vetores tangente, normal e binormal. O número k = r (t) r (t) r (t) 3 é denominado curvatura de uma curva espacial r em r(t) e mede quão rapidamente a curva muda de direção no ponto. Exemplo.2.4. Considere a hélice com equações paramétricas x =2cos t y = sen t z = t Determine as equações paramétricas para a reta tangente à hélice no ponto (0, 1,π/2). Solução: de modo que A equação vetorial da hélice é r(t) =(2cos t, sen t, t), r (t) =( 2sen t, cos t, 1). 13

Curvas Espaciais Note que o valor do parâmetro correspondente ao ponto (0, 1, π/2) é t = π/2, e o vetor tangente é r (π/2) = ( 2, 0, 1). A reta tangente que passa por (0, 1,π/2) e é paralela ao vetor ( 2, 0, 1) é dada por (x, y, z) =( 2, 0, 1) + t(0, 1,π/2), t R ou x = 2t y =1 t R. z = π 2 + t Figura.36: Traço da hélice e da reta tangente. Exemplo.2.5. Determine os vetores normais e binormais da hélice circular r(t) =cos t i + sen t j + t k. 140

Livro de Cálculo II Solução: Temos que r (t) = sen t i + cos t j +1 k r (t) = ( sen t) 2 +(cos t) 2 +1= 2 T (t) = r (t) r (t) = 1 ( sen t i + cos t j +1 k) 2 T (t) = 1 ( cos t i sen t j) T (t) = 1 2 2 N(t) = T (t) T (t) = cos t i sen t j =( cos t, sen t, 0) A Figura.37 ilustra o Exemplo.2.5 mostrando os vetores T, N e B em dois pontos da hélice circular. Em geral, os vetores T, N e B começando nos vários ponto, formam um conjunto de vetores ortogonais, denominados triedro TNB, que se move ao longo da curva quando t varia. Figura.37: Triedro TNB Isso mostra que o vetor normal em um ponto da hélice circular é horizontal e aponta em direção ao eixo-z. O vetor binormal é i j k B(t) = T (t) N(t) = 1 sen t cos t 1 2 cos t sen t 0 = 1 2 (sen t, cos t, 1). 141

Curvas Espaciais Exemplo.2.6. Determine a curvatura da curva dada pela equação vetorial r(t) =(t, t 2,t 3 ) em um ponto genérico e em (0, 0, 0). Solução: Temos que r (t) =(1, 2t, 3t 2 ) r (t) =(0, 2, 6t) r (t) = 1+4t 2 +t 4 i j k r (t) r (t) = 1 2t 3t 2 0 2 6t =6t 2 i 6t j +2 k r (t) r (t) = 36t 4 +36t 2 +4=2 t 4 +t 2 +1 Então a curvatura da curva r em r(t) édadapor k(t) = r (t) r (t) r (t) 3 = 2 t 4 +t 2 +1 (1+4t 2 +t 4 ) 3/2 Na origem, a curvatura é k(0)=2..3 Movimento no espaço: Velocidade e Aceleração Nesta seção mostraremos como as idéias dos vetores tangente e normal, podem ser usadas na física para estudar o movimento de objetos, sua velocidade e sua aceleração, quando eles estão se movendo ao longo de uma curva espacial. Suponha que uma partícula se mova no espaço de forma que seu vetor posição no instante t seja r(t). Observe que o número r(t + h) r(t), h para h pequeno, é a velocidade média de r no intervalo de t a t+h. Se r (t) existe, então r (t) = lim h 0 r(t + h) r(t). h 142

Livro de Cálculo II De fato, notemos que Logo 0 com h 0. r(t + h) r(t) r (t) h ( ) r(t + h) r(t) r (t) h 0, com h 0. r(t + h) r(t) h r (t) Assim r (t) é um limite de velocidades médias sobre um intervalo arbitrariamente pequeno. Por essa razão, r (t) é chamado a velocidade (ou rapidez) da partícula que se move no espaço sob a curva r no ponto r(t) e v(t) = r (t) é dito vetor velocidade de r em r(t). Da mesma forma, r (t) é a aceleração da partícula que se move no espaço sob a curva r no ponto r(t) e a(t) =v (t) = r (t) é dito vetor aceleração de r em r(t). ( ) Usamos a propriedade u v u v Exemplo.3.1. O vetor de um objeto se movendo no espaço é dado por r(t) =(t 2 +1, t 3, t 2 1). Determine a velocidade, a rapidez e a aceleração do objeto no instante t =1. Solução: A velocidade e a aceleração no instante t são v(t) = r (t) =(2t, 3t 2, 2t) a(t) = r (t) =(2, 6t, 2) e a rapidez é v(t) = (2t) 2 +(3t 2 ) 2 +(2t) 2 = 8t 2 +t 4. Quando t =1, temos v(1)=(2, 3, 2), a(t) =(2, 6, 2), v(1) = 17. 143

Curvas Espaciais Figura.38: Vetor Velocidade e Vetor Aceleração. Exemplo.3.2. Uma partícula de move de uma posição inicial r(0) = (0, 0, 0) com velocidade inicial v(0) = i j. Sua aceleração é dada por a(t) =4t i+6t j + k. Determine sua velocidade e posição no instante t. Solução: Como a(t) =v (t), temos v(t) = a(t)dt = (4t i +6t j + k)dt =2t 2 i +3t 2 j + t k + C Para determinar o valor de C, usaremos o fato de que v(0) = i j. A equação anterior nos dá v(0) = C, assim C = i j e v(t) =2t 2 i +3t 2 j + t k + i j =(2t 2 +1) i +(3t 2 1) j + t k. Como v(t) = r (t), temos r(t) = v(t)dt = ((2t 2 +1) i +(3t 2 1) j + t k)dt ( ) 2 = 3 t3 + t i +(t 3 t) j + t2 2 k + D Para determinar o valor de D, usaremos o fato de que r(0)=0.a equação anterior nos dá r(0) = D, assim D =0e ( ) 2 r(t) = 3 t3 + t i +(t 3 t) j + t2 2 k. 144

Livro de Cálculo II.4 Comprimento de Arco O comprimento de uma curva é a distância total percorrida pela partícula móvel. Prova-se que dada uma curva r :[a, b] R 3, seu comprimento é dado por c( r) = Vejamos uma interpretação: b a r (t) dt. Figura.3: Comprimento de arco. r (t i ) Δ i comprimento de arco destacado, melhorando a aproximação quando Delta i 0. Assim: c( r) = lim Δ i 0 n r i(t i ) Δ i = i=1 b a r (t) dt Observação.5. O Leitor interessado na dedução dessa fórmula pode consultar, por exemplo, o livro Advanced Calculus - Buck - pag. 321. Exemplo.4.1. Considere a curva r :[0, 2π] R 2 dada por r(t) =(cos t, 0). É fácil ver que (Veja a Figura.40) que o comprimento da curva é 4. 145

Curvas Espaciais Figura.40: Traço da curva r(t) =(cos t, 0). Vamos calcular agora pela definição: c( r) = = 2 2π 0 π 0 r (t) dt = 2π 0 ( sen t, 0) dt = 2π 0 ( sen t) 2 dt sen tdt =2[ cos t] π 0 =2( cos π + cos 0) = 2(2) = 4. Exemplo.4.2. Considere a hélice circular r(t) =(cos t, sen t, t), t [0, 2π]. Seu comprimento é dado por c( r) = = 2π 0 2π 0 r (t) dt = 2π 0 ( sen t, cos t, 1) dt 2π ( sen t) 2 +(cos t) 2 +1dt = 2dt =2 2π. 0.5 Resumo Vimos nesta aula, que uma curva espacial é dada por uma função vetorial r : I R 3. A derivada r (t) se existe e é diferente do vetor nulo é chamado de vetor tangente a r em r(t). O versor tangente é dado por O vetor T (t) = N(t) = r (t) r (t). T (t) T (t) 146

Livro de Cálculo II é denominado vetor normal principal unitário a r em r(t). O vetor B(t) =T (t) N(t) é denominado vetor binormal, é perpendicular a T e N e também é unitário. Se uma partícula se move no espaço de forma que seu vetor posição no instante t seja r(t). Então sua velocidade e sua aceleração no instante t são dadas por r (t) e r (t), respectivamente. O comprimento de uma curva é a distância total percorrida pela partícula móvel. Prova-se que dada uma curva r :[a, b] R 3, seu comprimento é dado por c( r) = b a r (t) dt..6 Atividades 01. Esboce o gráfico da curva cuja equação vetorial é dada por: (a) r(t) =t 2 i + t 4 j + t 6 k; (b) r(t) =(sen t, 3, cos t); (c) r(t) =(1+t, 3t, t); (d) r(t) =t i + t j + cos t k. 02. Encontre uma equação vetorial e equações paramétricas para o segmento de reta que liga P ( 2, 4, 0) e Q(6, 1, 2). 03. Duas partículas viajam ao longo das curvas espaciais r 1 (t) =(t, t 2,t 3 ) r 2 (t) =(1+2t, 1+6t, 1+14t). As partículas colidem? Suas trajetórias se interceptam? 04. Determine os vetores tangente, normal, binormal e o versor tangente no ponto com valor de parâmetro t dado. 147

Curvas Espaciais (a) r(t) =(6t 5, 4t 3, 2t), t=1; (b) r(t) =4 t i + t 2 j + t k, t =1; (c) r(t) =e 2t i + e 2t j + te 2t k, t =0. 05. Determine as equações paramétricas para a reta tangente à curva dada pelas equações paramétricas, no ponto especificado. (a) x = t 5,y= t 4,z= t 3 ;(1, 1, 1) (b) x = e t cos t, y = e t sen t, z = e t ;(1, 0, 1) 06. Determine o comprimento da curva dada: (a) r(t) =(2sen t, 5t, 2cos t), 10 t 10; (b) r(t) =t 2 i +2t j +ln t k, 1 t e; 07. Determine a curvatura da curva dada por r(t) =e t cos t i + e t sen t j + t k no ponto (1, 0, 0). 08. Determine os vetores velocidade e aceleração e a rapidez da partícula cuja função posição é dada: (a) r(t) =( 2t, e t,e t ); (b) r(t) =e t (cos t i + sen t j + t k). 0. Determine os vetores velocidade e de posição de uma partícula dadas a sua aceleração, velocidade e posição iniciais. a(t) = 5 k, v(0) = i + j 2 k, r(0) = 2 i +3 j. 10. Mostre que, se uma partícula se move com rapidez constante, então os vetores velocidade e de aceleração são ortogonais. 148

Livro de Cálculo II.7 Comentário das Atividades Essas atividades, são referentes aos assuntos discutidos no decorrer desta aula e têm o objetivo de você (aluno) exercitar os conceitos aprendidos. Lembre-se, sempre, que existem tutores para ajuda-los na resolução dessas atividades..8 Referências GUIDORIZZI, H. L., Um Curso de Cálculo (Vol. 1 e 2). Rio de Janeiro: LTC Editora, 2006. STEWART, J., Cálculo (vol. 1 e 2). São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. THOMAS, G. B., Cálculo (vol. 1 e 2). São Paulo: Addison Wesley, 2002. 14