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Transcrição:

Tribunal de Contas da União Número do documento: AC-0337-31/99-1 Identidade do documento: Acórdão 337/1999 - Primeira Câmara Ementa: Tomada de Contas Especial. Convênio. FAE. Prefeitura Municipal de Magé RJ. Prestação de contas incompleta. Encaminhamento de parte dos documentos requeridos. Comprovação da aplicação dos recursos. Alegações de defesa acolhidas. Contas regulares com ressalvas. Quitação. Determinação Grupo/Classe/Colegiado: Grupo II - CLASSE II - 1ª Câmara Processo: 575.134/1997-6 Natureza: Tomada de Contas Especial Entidade: Unidade: Prefeitura de Magé/RJ Interessados: RESPONSÁVEL: Charles Cozzolino, ex-prefeito Dados materiais: DOU de 15/09/1999 Sumário: Tomada de Contas Especial. Não-apresentação de documentos. Citação. Apresentação de alegações de defesa. Comprovada a aplicação dos recursos na execução do convênio. Falhas formais. Acolhimento das alegações de defesa. Determinação ao município. Relatório: Trata-se de processo de Tomada de Contas Especial, instaurado contra o ex-prefeito de Magé/RJ, sr. Charles Cozzolino, ante a ausência de documentos na prestação de contas dos recursos transferidos ao município, por intermédio do Convênio 593/93, firmado em 4.10.93, com a extinta Fundação de Assistência ao Estudante FAE, objetivando a

execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar PNAE. Em atendimento à citação (fls. 101/2), o responsável apresentou, em síntese, as seguintes alegações de defesa (fls. 106/14): a) executou o Programa Nacional de Alimentação Escolar PNAE, conforme determinado pelo convênio e deste prestou contas, "...tanto que suas contas de 1993 e 1994 já foram aprovadas pelo Tribunal de Contas"; b) em 11 de maio de 1995, foi afastado do cargo de prefeito de Magé/RJ e só retornou ao município em 1.7.96. Nesse período, a FAE lhe enviou o Ofício 117/Defin, solicitando informações e documentos que não foram prestados, razão pela qual foi instaurada a presente Tomada de Contas Especial; c) no momento em que tomou ciência deste processo, adotou todas as providências necessárias ao atendimento da solicitação, cujos documentos anexou (fls.108/14). Por fim, solicitou ao Tribunal que considerasse as razões e os documentos encaminhados como suficientes para atender as solicitações contidas no Ofício 117/Defin, tornando improcedente o débito que naquela oportunidade lhe foi imputado. A Secex/RJ analisou as alegações de defesa na instrução fls. 121/4, na qual apresentou as seguintes considerações: a) as ressalvas acusadas pela FAE no exame da prestação de contas dos recursos repassados indicaram que a prestação de contas não estava apta para ser aprovada, o que ensejou o pedido de documentos e informações consubstanciados no Ofício 117/Defin; b) não há nos autos provas ou indícios de que o responsável tenha desviado os recursos em seu proveito, locupletando-se em detrimento da coletividade. Ao contrário, apesar de a compra de carnes e legumes ter sido baseada em pesquisa de preços viciada e de indevida dispensa de licitação, os técnicos da extinta FAE, ao analisar a prestação de contas, afirmaram que "...o preço praticado na compra dos alimentos está dentro do praticado no mercado" (fl. 75); c) como não restou comprovado desvio ou locupletamento, tampouco há indício de dano ao Erário, não há por que se fazer ao responsável a determinação de ressarcimento dos recursos federais repassados, mas tão-somente aplicar-lhe multa pela desobediência a dispositivos legais.

Ao concluir, propôs: "1) sejam rejeitadas as alegações de defesa apresentadas; 2) seja dispensado, por falta de provas de desvio ou locupletamento pessoal relativos aos recursos federais tratados pelos presentes autos, sr. Charles Cozzolino, de efetuar, nos termos do disposto no art. 12, 1º, e 22, parágrafo único, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 153, 2º, do Regimento Interno/TCU, o recolhimento aos cofres da FAE da importância de Cr$ 13.634.308,00 (treze milhões e seiscentos e trinta e quatro mil e trezentos e oito cruzeiros), atualizados monetariamente e acrescidos dos juros de mora, calculados a partir de 5/11/93 até a data do efetivo recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor; 3) as presentes contas sejam julgadas irregulares, nos termos dos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea "b" e 19, parágrafo único, da Lei nº 8.443/92, considerando as ocorrências relatadas apontadas, com aplicação de multa ao responsável, sr. Charles Cozzolino, fixando-lhe o prazo de quinze dias, a contar da notificação, para comprovar, perante este Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, com base nos arts. 58, inciso I, e 23, inciso III, alínea "a" da citada lei c/c o art. 165, inciso III, alínea "a" do Regimkento Interno/TCU; 4) seja autorizado, desde logo, a cobrança judicial da dívida nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir do dia seguinte ao término do prazo ora estabelecido, até a data do recolhimento, caso não atendida a notificação, na forma da legislação em vigor." O diretor da 1ª Divisão Técnica e o então titular da Secex/RJ anuíram à instrução (fl. 124/5), bem assim o Ministério Público (fl. 125-verso). É o relatório. Voto: Verifico que os autos tratam de convênio firmado entre a extinta FAE e a Prefeitura de Magé/RJ, para atender a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar PNAE, no valor de treze milhões e seiscentos e trinta e quatro mil e trezentos e oito cruzeiros, integralmente repassado. O responsável encaminhou a prestação de contas à FAE, sem que dela constasse a "Declaração de rendimentos da aplicação financeira da c/c

nº 70.021-5 no período de 17/11 à 28/02/94, fornecida pelo Banco do Brasil", solicitada no Ofício 117/Defin, de 28.2.96, juntamente com a retificação do demonstrativo da receita e despesa para nele inserir o valor da contrapartida do município. Em razão do não-atendimento, no prazo estipulado, do Ofício 117/Defin, foi instaurada esta Tomada de Contas Especial, com a citação do sr. Charles Cozzolino pelos valores integrais repassados pelo convênio. Com vênias à unidade técnica e ao Ministério Público, entendo que não é caso de irregularidade das contas, com aplicação de multa. Embora tenha havido a ausência de informações e documentos na prestação de contas apresentada pelo responsável, ficou demonstrado nos autos que os recursos foram integralmente aplicados na aquisição de alimentos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar PNAE, conforme previsto no convênio, não tendo havido desvio de finalidade, desfalque ou locupletamento pessoal ou de terceiros, nem indícios de dano ao Erário, como reconhecido pela própria Secex. Isso se confirma na análise da prestação de contas efetuada pelos técnicos da extinta FAE (fl. 75), que afiança a ocorrência dos seguintes fatos na execução do convênio: "...a) o número de dias de atendimento em relação ao programado está compatível; b) o número de alunos atendidos em relação ao programado está compatível; c) o preço praticado na compra dos alimentos está dentro do praticado no mercado; d) os produtos adquiridos estão compatíveis com o aspecto técnico do PNAE; e) os produtos adquiridos estão compatíveis com o objeto do convênio; e f) todos os produtos adquiridos dentro da vigência do convênio, conforme determina a legislação". Verifico, portanto, que o objetivo do convênio foi plenamente atingido. Não obstante, a aquisição dos produtos sem o regular processo licitatório evidencia falha que deve ser objeto de determinação desta Corte. O instituto da licitação é imperativo de ordem constitucional, constituindo importante instrumento de garantia dos princípios da moralidade e da impessoalidade na Administração Pública. Com freqüência, seu descumprimento ocorre justamente para permitir o cometimento de fraudes contra o Erário e contra os possíveis contratantes com a Administração, o que, sem dúvida nenhuma, configura grave irregularidade. Neste caso específico, entretanto, revela-se com nítida clareza o atingimento integral dos objetivos do convênio, com os níveis de

eficácia e eficiência esperados, o que permitiria o julgamento das contas pela regularidade com ressalvas. As demais falhas, de natureza formal, verificadas na prestação de contas, devem ser objeto tão-somente de determinação à Prefeitura de Magé, no sentido da fiel observância das normas relacionadas à comprovação de recursos federais, transferidos mediante convênio. Assim, VOTO por que o Tribunal aprove o ACÓRDÃO que submeto a esta Primeira Câmara. Sala das Sessões, em 31 de agosto de 1999. Walton Alencar Rodrigues Ministro-Relator Assunto: II - Tomada de Contas Especial Relator: WALTON ALENCAR Representante do Ministério Público: MARIA ALZIRA Unidade técnica: SECEX-RJ Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial instaurada contra o ex-prefeito de Magé/RJ, sr. Charles Cozzolino, ante a ausência de documentos na prestação de contas dos recursos transferidos ao município por intermédio do Convênio 593/93, celebrado com a extinta Fundação de Assistência ao Estudante FAE, objetivando a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar PNAE. Considerando que, no processo devidamente organizado, o responsável foi citado para apresentar alegações de defesa ou recolher aos cofres do FNDE a importância de Cr$ 13.634.308,00 (treze milhões e seiscentos e trinta e quatro mil e trezentos e oito cruzeiros); Considerando que o ex-prefeito encaminhou sua defesa, acompanhada de parte dos documentos requeridos;

Considerando que, embora tenha ocorrido indevida dispensa de licitação na compra dos alimentos relativos ao convênio e a ausência de documentos e informações no processo de prestação de contas encaminhado à extinta FAE, restou demonstrado nos autos que os recursos foram integralmente aplicados na aquisição de alimentos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar PNAE, com preços compatíveis com os cobrados no mercado, na quantidade e qualidade previstas, tendo, portanto, o responsável atingido os objetivos do convênio, sem nenhum dano ao Erário. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, ante as razões expostas pelo Relator e com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei 8.443/92, em: 8.1. acolher as alegações de defesa apresentadas pelo sr. Charles Cozzolino, para julgar regular, com ressalvas, esta Tomada de Contas Especial e expedir quitação ao responsável; e 8.2. determinar à Prefeitura de Magé/RJ a fiel observância das normas legais e regulamentares que regem a comprovação dos recursos federais transferidos ao município mediante convênios ou outros instrumentos congêneres e observar fielmente os ditames da Lei 8.666/93 na execução de convênios celebrados com a União. Quórum: Ministros presentes: Humberto Guimarães Souto (Presidente), Marcos Vinicios Vilaça, Walton Alencar Rodrigues (Relator) e Guilherme Palmeira. Sessão: T.C.U., Sala de Sessões, em 31 de agosto de 1999