SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Classificação de resíduos sólidos

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Transcrição:

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Classificação de resíduos sólidos Danilo de Aguiar Oliveira Aluno do curso de Direito UNAERP Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá danilosoulsurf@hotmail.com Douglas Lima dos Santos Aluno do curso de Direito UNAERP Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá Douglaslima_direito@hotmail.com Miguel do Nascimento Amorim Aluno do curso de Direito UNAERP Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá Miguel_direito@hotmail.com Jeniffer Dias de Oliveira Aluna do curso de Direito UNAERP Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá Jeniffer.oliveira@uol.com.br Paulo Pereira Lins Aluno do curso de Direito UNAERP Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá Paulolins_@hotmail.com Ronei Stanley Santos de Oliveira Aluno do curso de Direito UNAERP Universidade de Ribeirão Preto Campus Guarujá roneistanley@hotmail.com Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee Resumo O presente trabalho que tem como objetivo conscientizar a população, uma vez que o lixo descartado em qualquer lugar sem tratamento adequado acarreta sérios danos ao meio ambiente e a humanidade, pois a falta de água potável e de esgotamento sanitário é responsável, hoje, por 80% das doenças e 65% das internações hospitalares. A reciclagem e a reutilização estão sendo vistas como duas importantes alternativas para a redução de quantidade de lixo no futuro, criando com isso bons hábitos de preservação do meio ambiente, o que contribui para diminuir a poluição e a contaminação, bem como na recuperação natural do meio ambiente, O que nos leva à economizar matéria-prima e energia. Diante do exposto notamos também o descaso do Poder Público, em especial da nossa administração que não tem dado a devida atenção para a nossa Cidade. Palavras-chave: resíduos, classificação e meio ambiente 1

Seção 1- Curso de Direito Meio Ambiente Educação Ambiental Apresentação: pôster 1. Introdução A ABNT NBR 10004 - Resíduos sólidos Classificação - foi elaborada em 1987 e revisada em 2004. Esta Norma foi baseada no Regulamento Técnico Federal Norte-Americano denominado Code of Federal Regulation (CFR) title 40 Protection of environmental Part 260-265 Hazardous waste management. O objetivo da ABNT NBR 10004 é classificar os resíduos sólidos quanto à sua periculosidade, considerando seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente. Esta Nota Técnica esclarece aos usuários da ABNT NBR 10004:2004 que esta Norma não tem por finalidade estabelecer os critérios a serem atendidos para a utilização de resíduos sólidos por ela classificados. 2. Disposições gerais Os cuidados relativos ao manuseio, transporte e armazenamento de um resíduo são norteados pela sua classificação. Entretanto, sua utilização pode ser determinada em função de vários fatores, entre os quais os ambientais, os tecnológicos e os econômicos. A caracterização de um resíduo sólido depende da sua avaliação, qualitativa e quantitativa, devendo ser investigados os parâmetros que permitam a identificação de seus componentes principais e também a presença e/ou ausência de certos contaminantes. A investigação de contaminantes é, normalmente, baseada no conhecimento das matériasprimas e substâncias que participaram do processo que originou o resíduo sólido. O processo de caracterização de um resíduo descrito na ABNT NBR 10004 permite classificar um resíduo sólido, bem como identificar se este deve ser qualificado como perigoso por apresentar características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Estas características devem nortear os cuidados no gerenciamento do resíduo sólido. A escolha de uma alternativa para a destinação de um resíduo sólido, por sua vez, depende da composição química, do teor de contaminantes, do estado físico do resíduo sólido, entre outros fatores. A classificação de um resíduo sólido, por si só, não deve impedir o estudo de alternativas para a sua utilização. No entanto, é essa classificação que orienta os cuidados especiais no gerenciamento do resíduo sólido, os quais podem inviabilizar sua utilização quando não se puder garantir segurança ao trabalhador, ao consumidor final ou ao meio ambiente. Para a utilização de um resíduo sólido ou de misturas de resíduos sólidos na fabricação de um novo produto ou para outras finalidades, este 2

último deve estar em conformidade com os requisitos estabelecidos pelos órgãos responsáveis pela liberação do produto. Destaca-se ainda que, da mesma forma que para qualquer atividade industrial, as restrições a que estão sujeitas as unidades receptoras de armazenamento, utilização, tratamento ou disposição final de resíduos sólidos são resultantes dos seus projetos, das condições de saúde ocupacional e outros fatores determinados pelos órgãos regulamentadores pertinentes, por exemplo: Órgãos Estaduais de Meio Ambiente, Ministério da Saúde, Ministério do Trabalho e Emprego, entre outros, dependendo da extensão/aplicação do resíduo. A classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser criteriosa e estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que lhe deu origem. Outros métodos analíticos, consagrados em nível internacional, podem ser exigidos pelo Órgão de Controle Ambiental, dependendo do tipo e complexidade do resíduo, com a finalidade de estabelecer seu potencial de risco à saúde humana e ao meio ambiente. 3. Laudo de Classificação O laudo de classificação pode ser baseado exclusivamente na identificação do processo produtivo, quando do enquadramento do resíduo nas listagens dos anexos A ou B. Deve constar no laudo de classificação a indicação da origem do resíduo, descrição do processo de segregação e descrição do critério adotado na escolha de parâmetros analisados, quando for o caso, incluindo os laudos de análises laboratoriais. Os laudos devem ser elaborados por responsáveis técnicos habilitados. 4.Classificação de resíduos São várias as maneiras de se classificar os resíduos sólidos. As mais comuns são quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e quanto à natureza ou origem. De acordo com a NBR 10.004 da ABNT, os resíduos sólidos podem ser classificados em: 4.1. Resíduos classe I - Perigosos São resíduos que apresentam risco a saúde pública, provocando ou acentuando, de forma significativa um aumento de mortalidade ou incidência de doenças, e/ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma inadequada. Estes resíduos podem apresentar uma das seguintes características: 3

Inflamabilidade: produtos de fácil combustão, tais como: gasolina, tinner, gás, carbureto de cálcio; Corrosividade: São substâncias que, por ação química, causam severos danos quando em contato com tecidos vivos ou, em caso de vazamento, danificam ou mesmo destroem outras cargas ou o veiculo, elas podem, também, apresentar outros riscos; Reatividade: Resíduo caracterizado como reativo, reage violentamente com a água; Toxicidade: Pilhas não-alcalinas, baterias, tintas e solventes, remédios vencidos, lâmpadas fluorescentes, inseticidas, embalagens de agrotóxicos e produtos químicos; Patogenicidade: Microorganismos patogênicos, proteínas virais, organismos geneticamente modificados, toxinas capazes de trazer doenças aos homens, animais e vegetais. Ilustração 1 - Resíduos sólidos tóxicos 4.2. Resíduos classe II Não inertes Estes resíduos podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe l Perigosos ou de resíduos Classe III Inertes. Ex. sucatas metálicas, plásticos diversos, papel, entulhos. Ilustração 2 - Resíduos não inertes, não apresentam periculosidade 4

4.3. Resíduos classe III Inertes Quaisquer resíduos que quando amostrados de forma representativa (NBR 10007) e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme teste de solubilização (NBR 10006), não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor. Conforme anexo G (página 11). 5. Natureza dos Resíduos Já quanto à natureza ou origem, principal elemento para a caracterização dos resíduos sólidos, segundo este critério, os diferentes tipos de lixo podem ser agrupados em cinco classes: 5.1 - Lixo doméstico ou residencial resíduos gerados nas atividades diárias em casas, apartamentos, condomínios e demais edificações residenciais. 5.2 - Lixo comercial resíduos originados por estabelecimentos comerciais, cujas características dependem da atividade desenvolvida. Na chamada limpeza urbana, os tipos doméstico e comercial constituem o lixo domiciliar, que, junto com o lixo público, representam a maior parcela dos resíduos sólidos produzidos nas cidades. O grupo de lixo comercial, assim como os entulhos de obras, pode ser dividido em subgrupos chamados de pequenos geradores e grandes geradores. O regulamento de limpeza urbana do município poderá definir precisamente os subgrupos de pequenos e grandes geradores. Pode-se adotar como parâmetro: Pequeno Gerador de Resíduos Comerciais o estabelecimento que origina até 120 litros de lixo por dia; e Grande Gerador de Resíduos Comerciais aquele que gera um volume de resíduos superior a esse limite. Analogamente, pequeno gerador de entulho de obras é a pessoa física ou jurídica que produz até 1.000 kg ou 50 sacos de 30 litros por dia, enquanto grande gerador de entulho é aquele que gera um volume diário de resíduos acima disso. Geralmente, o limite estabelecido na definição de pequenos e grandes geradores de lixo deve corresponder à quantidade média de resíduos produzidos diariamente em uma residência particular com cinco moradores. Num sistema de limpeza urbana, é importante que sejam criados os subgrupos de pequenos e grandes geradores, uma vez que a coleta dos resíduos dos grandes geradores pode ser tarifada e, portanto, se transformar em fonte de receita adicional para sustentação econômica do sistema. É importante identificar o grande gerador para que este tenha seu lixo coletado e transportado por empresa particular credenciada pela prefeitura. Esta prática diminui o custo da coleta para o município em cerca de 10 a 20%. 5.3 - Lixo público resíduos presentes nos logradouros públicos, em geral 5

resultantes da natureza, tais como: folhas, galhadas, poeira, terra e areia, e também aqueles descartados irregular e indevidamente pela população, como entulho, bens considerados inservíveis, papéis, restos de embalagens e alimentos. O lixo público está diretamente associado ao aspecto estético da cidade. Portanto, merecerá especial atenção o planejamento das atividades de limpeza de logradouros em cidades turísticas. 5.4 - Lixo domiciliar especial compreende os entulhos de obras, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes e pneus. Observe que os entulhos de obra, também conhecidos como resíduos da construção civil, só estão enquadrados nesta categoria por causa da sua grande quantidade e pela importância que sua recuperação e reciclagem vêm assumindo no cenário nacional. 5.5 - Entulho de obras a indústria da construção civil é a que mais explora recursos naturais, além de ser a que mais gera resíduos. No Brasil, a tecnologia construtiva normalmente aplicada favorece o desperdício na execução das novas edificações. Enquanto em países desenvolvidos a média de resíduos proveniente de novas edificações encontra-se abaixo de 100 kg/m, no Brasil este índice gira em torno de 300 kg/m edificado. Em termos quantitativos, esse material corresponde a algo em torno de 50% da quantidade em peso de resíduos sólidos urbanos coletada em cidades com mais de 500 mil habitantes de diferentes países, inclusive o Brasil. Em termos de composição, os resíduos da construção civil são uma mistura de materiais inertes, tais como: concreto, argamassa, madeira, plásticos, papelão, vidros, metais, cerâmica e terra. 5.6 - Pilhas e baterias as pilhas e baterias têm como princípio básico converter energia química em energia elétrica utilizando um metal como combustível. Apresentando-se sob várias formas (cilíndricas, retangulares e botões), podem conter um ou mais dos seguintes metais: chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni), prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn), manganês (Mn) e seus compostos. As substâncias das pilhas que contêm esses metais possuem características de corrosividade, reatividade e toxicidade e são classificadas como Resíduos Perigosos Classe I. As substâncias contendo cádmio, chumbo, mercúrio, prata e níquel causam impactos negativos sobre o meio ambiente e, em especial, sobre o homem. Outras substâncias presentes nas pilhas e baterias, como o zinco, o manganês e o lítio, embora não estejam limitadas pela NBR 10004, também causam problemas ao meio ambiente. Já existem no mercado pilhas e baterias fabricadas com elementos não tóxicos, que podem ser descartadas, sem problemas, juntamente com o lixo domiciliar. Pilhas e baterias são usadas em: funcionamento de aparelhos eletroeletrônicos; partida de veículos automotores e máquinas em geral; telecomunicações; telefones celulares; usinas elétricas; sistemas ininterruptos de fornecimento de energia, alarme e segurança (nobres); movimentação de carros elétricos; aplicações específicas de caráter científico, médico ou militar. 5.7 - Lâmpadas fluorescentes o pó que se torna luminoso, encontrado 6

no interior das lâmpadas fluorescentes contém mercúrio. Isso não se restringe apenas às comuns de forma tubular, mas também às compactas. As lâmpadas fluorescentes liberam mercúrio quando são quebradas, queimadas ou enterradas em aterros sanitários, o que as transforma em resíduos perigosos Classe I, uma vez que o mercúrio é tóxico para o sistema nervoso humano e, quando inalado ou ingerido, pode causar uma enorme variedade de problemas fisiológicos. Quando lançado no meio ambiente, o mercúrio sofre uma bioacumulação, o que leva ao aumento de sua concentração nos tecidos dos peixes, tornando-os menos saudáveis, ou mesmo perigosos se forem comidos freqüentemente. As mulheres grávidas que se alimentam de peixe contaminado transferem o mercúrio para os fetos, que são particularmente sensíveis aos seus efeitos tóxicos. Esse acúmulo de mercúrio nos tecidos também pode contaminar espécies selvagens, como marrecos, aves aquáticas, entre outros animais. 5.8 - Pneus os problemas ambientais gerados pela destinação inadequada dos pneus são muitos. Se deixados em ambiente aberto, sujeitos às chuvas, os pneus acumulam água, servindo como local para a proliferação de mosquitos. Quando encaminhados para aterros de lixo convencionais, provocam ocos na massa de resíduos, causando a instabilidade do aterro. Se destinados para unidades de incineração, a queima da borracha gera enormes quantidades de material particulado e gases tóxicos, necessitando de um sistema de tratamento dos gases extremamente eficiente e caro. Por todas estas razões, o descarte de pneus é hoje um problema ambiental grave ainda sem uma destinação realmente eficaz. 6. Lixo de fontes especiais resíduos que, em função de suas características peculiares, passam a merecer cuidados especiais em seu manuseio, acondicionamento, estocagem, transporte ou disposição final. Dentro da classe de resíduos de fontes especiais, merecem destaque: 6.1. Lixo industrial resíduos muito variados gerados pelas indústrias, que apresentam características diversificadas dependendo do tipo de produto manufaturado. Devem, portanto, ser estudados caso a caso. Adotase a NBR10004 da ABNT para se classificar os resíduos industriais. 6.2 Lixo radioativo assim considerados os resíduos que emitem radiações acima dos limites permitidos pelas normas ambientais. No Brasil, o manuseio, o acondicionamento e a disposição final do lixo radioativo estão a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). 6.3. Lixo de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários resíduos gerados tanto nos terminais, como dentro dos navios, aviões e veículos de transporte. Os resíduos dos portos e aeroportos são decorrentes de passageiros em veículos e aeronaves e sua periculosidade está no risco de transmissão de doenças já erradicadas no País. Esta transmissão também pode se dar por meio de cargas eventualmente contaminadas, tais como: animais, carnes e plantas. 6.4. Lixo agrícola formado basicamente pelos restos de embalagens 7

impregnadas com pesticidas e fertilizantes químicos, utilizados na agricultura, que são perigosos. Portanto o manuseio destes resíduos segue as mesmas rotinas e utiliza os mesmos recipientes e processos empregados para os resíduos industriais Classe I. A falta de fiscalização e de penalidades mais rigorosas para o manuseio inadequado destes resíduos faz com que sejam misturados aos resíduos comuns e dispostos nos vazadouros das municipalidades, ou, o que é pior, sejam queimados nas fazendas e sítios mais afastados, gerando gases tóxicos. 6.5. Lixo de serviços de saúde compreendendo todos os resíduos gerados nas instituições destinadas à preservação da saúde da população. Segundo a NBR 12808 da ABNT. 7. Transportes O transporte só é direto até os locais de disposição e/ou tratamento quando as distâncias percorridas são pequenas e os resíduos domiciliares (lixo) é mais homogêneo e predominantemente biodegradável. Nesses casos, os veículos devem ser especiais, ágeis e de tamanho que possibilite acesso a todo o sistema viário, com sistema de compactação do lixo, e vedado á modo de reduzir os riscos de perda de materiais, vazamento de líquidos e maus odores. 8. Transbordo e Triagem São feitos em estações ou mais isoladas possíveis das áreas urbanizadas e habitadas, dotadas de equipamentos que reduzem o risco de proliferação de insetos, roedores e mau cheiro. 9. Transbordo Aplica-se o termo Estação de Transbordo às instalações onde se faz o translado do lixo de um veículo coletor a outro veiculo com capacidade de carga maior. Este segundo veiculo é o que transporta o lixo até o seu destino final (aterro sanitário). Estas instalações podem resumir-se a uma simples plataforma elevada, dotada de uma rampa de acesso, ou a um edifício sofisticado e de grandes dimensões. Ilustração 3 Estação de transbordo 8

Vantagens do emprego de Estações de Transbordo Redução de tempo ocioso do serviço de coleta (o veículo coletor e a mão-de-obra são utilizados exclusivamente na coleta). Possibilidades de término do serviço mais cedo ( o lixo permanece um tempo mais curto na via pública). Possibilidade de maior flexibilidade na programação de coleta (por exemplo, utilização de veículos de menor capacidade com sua facilidade de manobra e sem o compromisso de transporte do lixo que é mais oneroso quando se usam estes veículos). 10. Estações de Triagem Comumente situadas no próprio transbordo, são necessárias para tornar o lixo mais homogeneamente biodegradável, além de possibilitarem alguma recuperação e reciclagem de materiais aproveitáveis coletados junto com o lixo. I Ilustração 4 - Estação de triagem Tratamento e/ou Disposição final de Resíduos Sólidos Domiciliares O sistema de tratamento e/ou disposição final de resíduos sólidos, adequados do ponto de vista sanitário, são: Aterro Sanitário é, basicamente, uma forma de confinamento seguro dos resíduos no solo, em termos de poluição ambiental e saúde pública. Os resíduos são dispostos sobre o solo, compactados e cobertos diariamente com material inerte. Ilustração 5 - Aterro sanitário Compostagem é uma das formas de tratamento de resíduos sólidos que propõe aproveitar a parcela orgânica do lixo, que 9

após sofrer um processo biológico da origem ao composto orgânico que terá emprego em agricultura como condicionador do solo. Ilustração 6 - Compostagem Incineração o processo de incineração é um método de tratamento de resíduos através da oxidação a altas temperaturas. Sua principal função é a de reduzir o volume do resíduo, servindo, paralelamente, como gerador de energia e para a distribuição de resíduos putrescíveis ou perigosos. Ilustração 7 - Incineração 10

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Conclusão A NBR 10004/2004 trouxe esclarecimentos quanto a um roteiro mais detalhado de maneira a facilitar o entendimento das etapas a serem percorridas pelo usuário. Uma das formas para enquadrar um resíduo como perigoso está na elaboração de Laudo de Classificação baseado exclusivamente na identificação do processo produtivo, por profissional habilitado. Ao definir resíduos perigosos a norma faz menção aos seus diferentes anexos bem como às demais normas relacionadas à 10004 para o estabelecimento de uma correta classificação. A importância da nova NBR se justifica também a partir da melhoria na aplicação dos conceitos empregados na classificação dos resíduos e de seu entendimento de maneira geral. O objetivo é classificar os resíduos sólidos quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que estes possam ser gerenciados adequadamente. Embora a adesão das indústrias seja facultativa, na prática a adoção à norma é imprescindível. 12

Bibliografia LABORSOLO LABORATÓRIOS Disponível em: http://www.laborsolo.com.br/divisao.ambiental.asp?ex=2&id=1&menu=3 9. Acesso em 10 de Outubro de 2009. NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 10004/04 Disponível em: http://www.aslaa.com.br/legislacoes/nbr%20n%2010004-2004.pdf. Acesso em 04 de Outubro de 2009. ENEGEP 2003 Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2003_tr1004_1207.pdf. Acesso em 04 de Outubro de 2009. EDISON DORNELAS.COM Disponível em: http://edisondornelas.com/pontos-de-inflamabilidade.html. Acesso em 04 de Outubro de 2009. GLOBAL 21 Disponível em: http://www.global21.com.br. Acesso em 11 de Outubro de 2009. UNIVERSO AMBIENTAL Disponível em: http://www.universoambiental.com.br. Acesso em 12 de Outubro de 2009. 13