NÍVEL DE APTIDÃO FÍSICA EM MENINOS PRATICANTES DE FUTSAL NA ESCOLINHA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS AUSENTES - RS

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Transcrição:

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE UNESC PÓS-GRADUAÇÃO EM TREINAMENTO DESPORTIVO TIAGO HENRIQUE NAKES SALIB NÍVEL DE APTIDÃO FÍSICA EM MENINOS PRATICANTES DE FUTSAL NA ESCOLINHA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS AUSENTES - RS CRICIÚMA, MAIO DE 2009.

1 TIAGO HENRIQUE NAKES SALIB NÍVEL DE APTIDÃO FÍSICA EM MENINOS PRATICANTES DE FUTSAL NA ESCOLINHA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS AUSENTES - RS Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do título de Pós-graduado no Curso de Treinamento Desportivo da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador: Professor MSc Joni Marcio de Farias CRICIÚMA, MAIO DE 2009.

2 TIAGO HENRIQUE NAKES SALIB NÍVEL DE APTIDÃO FÍSICA EM MENINOS PRATICANTES DE FUTSAL NA ESCOLINHA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS AUSENTES - RS Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Pós-graduado, no Curso de Treinamento Desportivo, da Universidade do Extremo sul Catarinense, UNESC. Criciúma, 25 de maio de 2009. ORIENTADOR Professor Joni Marcio de Farias Mestre UNESC

3 Dedico este trabalho primeiramente a Deus, minha família por todo amor e dedicação em todos os momentos de minha vida todos e aos amigos que de uma forma ou de outra me ajudaram a concretizar esta etapa da vida.

4 AGRADECIMENTOS Agradeço a todos os professores e funcionários do Curso de Pós-graduação em Treinamento Desportivo da UNESC, em especial, ao professor Joni Marcio de Farias, que me orientou de forma esplêndida e aos jovens que fizeram parte desta pesquisa e contribuíram para que este trabalho fosse realizado.

5 Você aprende que realmente pode suportar, que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida. WILLIAM SHAKESPEARERESUMO

6 RESUMO Este estudo teve como objetivo conhecer e analisar o nível de aptidão física dos meninos que estão praticando Futsal na escolinha municipal de São José dos Ausentes RS, comparando os resultados encontrados, ou seja, média e desvio padrão com meninos de mesma idade que não estão inscritos na escolinha de futsal. A amostra do presente estudo constituiu-se de 37 crianças do sexo masculino com idade de 9 a 14 anos, selecionadas aleatoriamente, submetidas a testes de: salto horizontal parado, banco de Wells, abdominal, corrida de 50 metros, corrida de 12 minutos, shutle run e também foram aferidos o IMC e o percentual de gordura. Os alunos foram divididos em três grupos para fazer a classificação e analise dos dados: 9 e 10, 11 e 12, 13 e 14 anos. Este estudo caracteriza-se como sendo uma pesquisa descritiva exploratória, uma vez que define o problema, descreve comportamentos de fenômenos, define e classifica fatos e variáveis. Os testes demonstraram que houve uma diferença nos resultados dos grupos de jovens, enfatizando que o grupo praticante obteve resultados melhores, apresentando assim ser melhor condicionado fisicamente. Na idade de 9 e 10 anos os alunos praticantes obtiveram IMC de 17,1% já o grupo controle ficou com média 18,4%; o percentual de gordura dos praticantes ficou em 17,2 mm enquanto o grupo dos não praticantes ficou em 18,7mm; no teste de flexibilidade os alunos praticantes obtiveram média de 27,9 cm, já o grupo controle ficou com 27,8 cm; no teste de salto em distancia parado os praticantes obtiveram média de 1,3 m e o grupo de não praticantes ficou com média 1,2 m; no teste de abdominal o grupo praticante ficou com média 31,5 repetições e o grupo controle ficou média 29,8 repetições; na corrida de 50 metros o grupo praticante obteve média 9,8 segundos, já o grupo de não praticantes obteve média de 11 segundos; na corrida de 9 minutos os praticantes ficaram com média e 1,4 km e o grupo de não praticantes ficou com média 1,3 km; no teste shutle run os praticantes ficaram com média 12,1 segundos e os não praticantes com 12,1 segundos. Os alunos com idade de 11 e 12 anos obtiveram no teste de IMC uma média de 18,7% já o grupo de não praticantes ficou com média de 20,2%; o grupo de praticantes obteve uma média no percentual de gordura de 19 mm e o grupo de não praticantes obteve uma média de 19,9 mm; a flexibilidade dos praticantes ficou em 26,3 cm e dos não praticantes em 25,3 cm; no teste de salto em distancia parado o grupo de não praticantes obteve média de 1,4 m e grupo de não praticantes obteve média de 1,3 m; no teste de abdominais o grupo praticante ficou com média 39,8 repetições, já o grupo controle ficou com média 34,4 repetições; no teste de corrida de 50 metros os praticantes obtiveram média de 9,3 segundos e o grupo controle média de 10,2 segundos; no teste de corrida de 9 minutos os praticantes ficaram com média 1,6 km e os não praticantes média de 1,6 km; no teste de shutle run o grupo que pratica ficou com média de 11,8 segundos e o grupo de não praticantes média de 12 segundos. Na idade de 13 e 14 anos os jovens praticantes obtiveram uma média no IMC de 18,8% e o grupo de jovens não praticantes obtiveram média de 18,9; o percentual de gordura dos praticantes e não praticantes ficou em 15,9 mm; a flexibilidade dos jovens praticantes e não praticantes ficou com média de 21,8 cm; no teste de salto em distancia parado os praticantes e não praticantes ficaram com média 1,6 mm; no teste de abdominais o grupo dos jovens que praticam obteve média de 33,9 repetições, já o grupo de não praticantes obteve média de 33,7 repetições; no teste de 50 metros de corrida os alunos da escolinha ficaram com média de 8,9 segundos, já o grupo controle ficou com média de 9,2

7 segundos; no teste de corrida de 9 minutos os alunos praticantes ficaram com média de 1,6 km e o grupo de não praticantes ficou média de 1,5 km; no teste de shutle run os jovens que atuam na escolinha ficaram com média 11,1 segundos enquanto o grupo controle ficou com média de 11,5 segundos. Este trabalho, portanto, enfatizou prioritariamente o nível de aptidão física dos jovens praticantes de futsal, verificando se eles obtiveram uma melhora no seu condicionamento pelo fator de estarem praticando esta atividade regularmente. Palavras-chave: Aptidão Física. Jovens. Treinamento Desportivo. Futsal.

8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...09 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...11 2.1 Treinamento...11 2.2 Aptidão Física...13 2.3 Parâmetros Relacionados à Aptidão Física...15 2.3.1 Parâmetros Antropométricos...16 2.3.2 Parâmetros Funcionais...17 2.3.3 Parâmetros Motores...18 2.4 Atividade Física...20 3 METODOLOGIA...22 3.1 Tipo de Pesquisa...22 3.2 População...22 3.3 Amostra...22 3.4 Limitação do Estudo...23 3.5 Instrumento de Coleta de Dados...23 3.6 Protocolo de Mensurações...24 3.6.1 Crescimento Físico...24 3.6.2 Composição Corporal...24 3.7 Desempenho Motor...26 3.8 Tabulação dos Dados...28 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS...29 5 CONCLUSÃO...37 REFERÊNCIAS...38 ANEXO A - Protocolo de Avaliação...41

9 1 INTRODUÇÃO A modalidade de futebol de salão tem duas versões sobre o seu surgimento, e, tal como em outras modalidades desportivas, há divergências quanto a sua invenção. Há uma versão que o futebol de salão começou a ser jogado por volta de 1940 por freqüentadores da Associação Cristã de Moços (ACM), em São Paulo, pois havia uma grande dificuldade em encontrar campos de futebol livres para poderem jogar e então começaram a jogar suas ''peladas'' nas quadras de basquete e hóquei. (CBFS, 2009). Conforme a Confederação Brasileira de Futebol de Salão (2009), no início jogava-se com cinco, seis ou sete jogadores em cada equipe, mas logo definiram o número de cinco jogadores para cada equipe. As bolas usadas eram de serragem, crina vegetal, ou de cortiça granulada, mas apresentavam o problema de saltarem muito e freqüentemente saiam da quadra de jogo, então tiveram seu tamanho diminuído e seu peso aumentado, por este fato o futebol de salão foi chamado o ''esporte da bola pesada''. Temos também a versão que considero como a mais provável, o futebol de salão foi inventado em 1934 na Associação Cristã de Moços de Montevidéu, Uruguai, pelo professor Juan Carlos Ceriani, que chamou este novo esporte de ''indoor-foot-ball''. Destaca-se em São Paulo o nome de Habib Maphuz que muito trabalhou nos primórdios do futebol de salão no Brasil. O professor da ACM de São Paulo, Habib Maphuz no início dos anos cinqüenta participou da elaboração das normas para a prática de várias modalidades esportivas, sendo uma delas o futebol jogado em quadras, tudo isto no âmbito interno da ACM paulista, este mesmo salonista fundou a primeira liga de futebol de Salão, a Liga de Futebol de Salão da Associação Cristã de Moços e após foi o primeiro presidente da Federação Paulista de Futebol de Salão e foi também colaborador de Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes a elaborar o primeiro livro de regras de Futebol de Salão editada no mundo, em 1956. (CBFS, 2009). A aptidão física geral de acordo com Matsudo (1998) é composta por aspectos biológicos e os psico-sociais sendo que estes fatores apresentam uma organização dinâmica no ser humano e conceitualmente podem voltar-se tanto para o bem estar geral, uma boa saúde e qualidade de vida e mesmo para o desempenho

10 atlético. Sendo assim um jovem que tenha uma boa aptidão física certamente terá uma vida adulta saudável. Este trabalho tem como tema: Nível de Aptidão Física em Meninos Praticantes de futsal na escolinha municipal de São José dos Ausentes RS. Tendo como justificativa, para desenvolvimento deste estudo a necessidade de verificar a aptidão física dos jovens que praticam Futsal na escolinha municipal, estabelecendo parâmetros morfológicos, motores e funcionais dos mesmos para desta forma aumentar suas habilidades físicas e também contribuir para uma melhor qualidade de vida no presente e futuro. O problema deste estudo trata de investigar: o treinamento efetuado na escolinha está sendo adequado para os praticantes de futsal? Como objetivo geral: avaliar a aptidão física de meninos praticantes de futsal na escolinha de São José dos Ausentes - RS Para responder as dúvidas do trabalho têm-se como objetivos específicos: Avaliar o nível de aptidão física de todos os praticantes de futsal; verificar a relação entre o nível de condicionamento e tempo de pratica; comparar crianças que participam das escolinhas comparadas com não praticantes; avaliar a contribuição e a relação entre o nível de condicionamento físico com a saúde e desenvolvimento físico dos praticantes de futebol..

11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Treinamento Os praticantes na sua grande maioria beneficiam-se da participação nos esportes: sentem alegria, fazem amigos e aprendem as habilidades dos esportes praticados, o que os ajudará durante a vida toda, segundo Barbanti (2005, p.4): criança tem o direito de não ser campeã. No entanto os atletas jovens diferem dos atletas adultos do ponto de vista cognitivo, psicológico, físico e fisiológico. O futsal é uma modalidade esportiva oriunda do futebol e amplamente difundida no mundo. Inicialmente praticado em quadras de basquetebol nas aulas de educação física, hoje é uma das mais populares no Brasil, sendo a mais praticada nas escolas. (MEDINA, 2002) afirma que o futsal tem uma solicitação energética mista (aeróbia e anaeróbia), além de solicitação muscular dinâmica geral e se caracteriza pelos esforços intermitentes e pelas recuperações incompletas que são feitas de maneira ativa e passiva com variada duração. Na atualidade é praticado por diferentes grupos, na infância, adolescência e idade adulta, tanto no sexo masculino como feminino. Por ser uma modalidade coletiva e competitiva o futsal apresenta alto impacto motivacional em seus praticantes, onde o treinador pode adaptar as metodologias de treinamento, a partir de estratégias alternativas, visando maior aderência e participação nos diferentes grupos acima citados. Segundo Barbanti (2005), a duração dos treinos para a faixa etária em estudo é de: no máximo uma hora e meia, com freqüência semanal de 3 a 4 dias. Ressaltando que não existe uma idade ideal para crianças começarem a competir, depende muito da maturação de cada um, é preciso bom senso de pais e treinadores para julgar se a criança já esta apta para participar de torneios, jogos e competições. Neste sentido o mesmo autor citado acima propõe que o inicio da pratica no futsal se de aos 6 anos, para se especializar a partir dos 10 anos, idade de alto rendimento dos 20 aos 26 anos. Segundo FECK & KRAEMER (1999) estudos realizados na década de 70, concluíram que o treinamento de força não proporcionava aumento da massa

12 muscular ou ganho de força em crianças, no entanto nos últimos anos pesquisas sobre treinamento de força em crianças estão demonstrando que ocorrem ganhos de força muscular em crianças, comparando as mesmas com crianças que não realizam este treinamento. A criança não é uma miniatura do adulto e sua mentalidade não é só quantitativa, mas também qualitativamente diferente do adulto, de modo que a criança não é só menor, mas também diferente (Claparéde apud Weineck, 2000, pg 246). Treinamento de força é primordial no desenvolvimento do homem e deve ser realizado em todas as faixas etárias respeitando-se sempre as cargas adequadas a cada idade. Na fase de desenvolvimento da criança deve-se aproveitar os impulsos normais de movimentos da criança procurando assim estimular a criança para o desenvolvimento dos ossos e dos músculos, pois se a mesma não for estimulada quando jovem á uma grande probabilidade desta vir a ser uma pessoa sedentária. (WEINECK, 1991). Hernandes Júnior (2000) destaca que a obtenção de parâmetros das capacidades físicas e de desenvolvimento das mesmas, decorrente do processo de treinamento, são de fundamental importância para o processo de planificação do treinamento; e que os valores obtidos através dos diferentes testes sirvam para a prescrição das sobrecargas de treinamento e, com isso, obtermos o controle dos efeitos deste sobre o organismo do atleta. O tempo necessário para um incremento nas condições físicas de um indivíduo, seja ele atleta ou não, é diferenciado por vários autores. Cabe avaliar cada qualidade física para se ter um resultado concreto, pois cada indivíduo responde a estímulos de maneiras diferentes (NAHAS, 2003). Para que um programa de exercícios seja eficaz e seguro, precisa ser planejado, regular e observar certos princípios básicos derivados dos estudos científicos do treinamento esportivo moderno, particularmente da fisiologia do exercício, Nahas et al (2003). Já Farinatti e Monteiro (1992), apud Monteiro (1998), complementam que: o desempenho físico resultado de uma complexa combinação de fatores fisiológicos, biomecânicos e psicológicos. Para que em qualquer situação que haja treinamento desportivo, se faz necessário ter conhecimento dos princípios norteadores do treinamento, que para Vianna (2003), os princípios do treinamento são: princípio da unidade funcional,

13 princípio da multilateralidade, princípio da especificidade, princípio da sobrecarga, princípio da supercompensação, princípio da continuidade, princípio da progressão, princípio da individualidade, princípio da perspectiva evolutiva, princípio da recuperação, principio da participação ativa e consciente do treino, principio da transferência, princípio da periodização, principio da adequação. Um bom programa de exercícios, também referido como programa de condicionamento físico, deve incluir todos os componentes básicos da aptidão física. 2.2 Aptidão Física Para WEINECK (2003), a saúde não pode ser entendida como uma propriedade estável para toda a vida, a mesma esta sujeita a mudanças rápidas, sendo bastante influenciada pelas ações do indivíduo. Conforme NIEMANN (1999), á saúde é definida como um estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual, e não somente a ausência de doenças ou enfermidades. E a aptidão física é uma condição na qual o individuo possui energia e vitalidade suficientes para realizar as tarefas diárias e participar de atividades recreativas sem fadiga. Numa analise mais especifica para entendimento das variáveis de aptidão física, NIEMANN (1999), classifica a aptidão cardiorespiratória como sendo a capacidade de continuar ou persistir em tarefas prolongadas que envolvem grandes grupos musculares por períodos de tempo prolongados. A resistência respiratória é conhecida como aptidão aeróbica, compreendendo a capacidade dos sistemas circulatório e respiratório de se ajustar e de recuperar-se dos efeitos de atividades físicas. Seguindo ainda a classificação proposta por NIEMANN (1999), a composição corporal refere-se a quantidade de gordura corporal e tecido magro, sendo expressa em percentagem de gordura e a aptidão músculo esquelética diz respeito a resistência muscular, força e flexibilidade sendo que a mesma é especifica para cada articulação do corpo. No entanto a força muscular é a força máxima de um esforço que uma pessoa pode produzir contra uma resistência, e resistência muscular é a capacidade dos músculos de repetirem a um esforço

14 submáximo. Rizzo Pinto apud ROCHA, (2002, pg. 101) "define força muscular como sendo a capacidade de usar a energia mecânica, produzindo contrações que levam o segmento ou o corpo a, vencer resistências, superar oposições criadas pela ação das leis da natureza que regem o universo". Resistência de força segundo BARBANTI (1979, pg. 69), é a capacidade de resistência dos músculos ou grupos musculares contra o cansaço com repetidas contrações musculares.. Morehouse apud BARBANTI (1979, pg. 67) diz que força motora é a capacidade do sistema neuromuscular de vencer resistências, como por exemplo, o peso do próprio corpo, um peso, um objeto, etc. Partindo do pressuposto que a atividade física é parte integrante do comportamento humano, envolve componentes culturais, sócio-econômicos, psicológicos e de fatores ambientais, onde o homem ao passar dos anos diminuiu sua atividade física, devido às inovações das máquinas, que cada vez mais exigem menos movimentos físicos. Porém o homem necessita diariamente de movimento para a manutenção e sustentação de seu próprio organismo, buscando assim melhorar sua aptidão física. Aptidão física é um estado dinâmico de energia e vitalidade que permite a cada um não apenas realizar as tarefas diárias, as ocupações ativas das horas de lazer e enfrentar emergências imprevisíveis sem fadiga excessiva, mas também ajuda a evitar doenças hipocinéticas, enquanto funcionando no pico da capacidade intelectual e sentindo uma alegria de viver. (Niemann, apud Barbanti, 1990, pg. 12). Segundo BARBANTI (1990), os componentes da aptidão física podem ser definidos, medidos e desenvolvidos separados uns dos outros, onde os exercícios podem ser específicos para o desenvolvimento de cada um dos componentes da aptidão física, e os mesmos foram relacionados em dois grupos, o primeiro refere-se às habilidades esportivas e o segundo relacionado á saúde. Aptidão física pode ser entendida como um estado dinâmico de energia e vitalidade que permite a cada um não apenas as tarefas do cotidiano, as ocupações ativas das horas de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, mas também evitar o aparecimento de funções hipocinéticas, enquanto funcionando no pico da capacidade intelectual e sentindo uma alegria em viver. Bouchard et al (1990), apud Guedes e Guedes (1995),

15 A performance de um atleta ou de um participante de atividades físicas regulares é a soma de fatores (grandezas), tais como, constituição física, capacidades e potências metabólicas aeróbicas ou anaeróbicas, influencias psicossociais e ambientais, habilidades técnicas e táticas específicas para o esporte escolhido. O sucesso de qualquer programa de treinamento é dependente de inúmeras variáveis (LEITE, 2000). Leite (2000) cita o comitê de medicina esportiva dos Estados Unidos, que profere que a aptidão física implica no funcionamento de todos os sistemas fisiológicos do corpo, particularmente o cardiovascular, o pulmonar e o músculoesquelético, nas condições de repouso e exercício. Desta forma se faz necessário classificar os fatores que interferem na performance esportiva, que segundo Pinto (1977) são: força, velocidade, potência, resistência, agilidade, equilíbrio, flexibilidade, coordenação e percepção sinestésica. As variáveis de força, velocidade de reação, metabolismo aeróbio e anaeróbio, fazem parte de um conjunto de variáveis mensuráreis, que conseguem traduzir-se em desempenho físico podendo incluir ainda a composição corporal neste conjunto. Astrand e Rodahl, apud Pini (1983). Portanto, fica entendido que a aptidão física se faz necessário não apenas para a performance esportiva, mas também para a saúde, contribuindo para melhor desempenho em todas as atividades do dia-a-dia (laborais e esportiva). Para se ter maior segurança sobre os parâmetros relacionados a aptidão física, optou-se neste estudo em descrever mais especificamente este conteúdo. 2.3 Parâmetros Relacionados à Aptidão Física Segundo NESPEIRA (2002, pg. 8) "Potência Muscular Explosiva é a capacidade neuromuscular de superar, com alta velocidade de execução e ou com uma alta freqüência de execução, resistências bastante elevadas". Conforme GUEDES (1997) a capacidade motora potência é a realização de um esforço máximo no menor espaço de tempo possível, representando assim a relação entre o índice de força apresentado por um indivíduo e a velocidade com que o mesmo pode realizar o movimento.

16 Para ROCHA (2002) a força muscular é das valências físicas, a mais importante de todas, pois ela é elemento indispensável na realização de qualquer tipo de movimento, do mais elementar ao mais complexo. 2.3.1 Parâmetros Antropométricos Os parâmetros antropométricos estão ligados ao treinamento, pois é com ele que vamos verificar e classificar se os jovens estão com uma boa performance, sendo assim possível determinar o treino adequado. O termo antropometria é de origem grega, sendo que ANTHROPO identifica Homen e TRETRY significa medida de acordo com Loureiro, Peres e Pires Neto, (1993). A Antropometria serve para a determinação objetiva dos aspectos referentes ao desenvolvimento do corpo humano, assim como para determinar as relações existentes entre físico e performance (PETROSKI, 1999). Petroski (1999) complementa que são parâmetros antropométricos, os parâmetros avaliados, dentro do aspecto morfológico: massa corporal, estatura, circunferências e dobras cutâneas. Existem dois modelos básicos para o estudo da composição corporal: o modelo que faz referência a dois componentes (gordura e massa corporal magra), e o modelo que considera quatro componentes (ossos, músculos, água e gordura) (NAHAS, 2003). Existem maneiras precisas e científicas, para se determinar a gordura corporal de uma pessoa. Isto pode ser feito de varias formas, e, talvez, a mais pratica e barata seja por meio das medidas de dobras cutâneas, que permitem o calculo estimativo do percentual de gordura corporal de um indivíduo, estes aparelhos são denominados de plicômetros, compassos ou até mesmo medidores de dobras cutâneas (NAHAS, 2003). Uma maneira simples prática de se determinar se a massa corporal (peso) de uma pessoa está dentro do recomendável é por meio do calculo do Índice de Massa Corporal (IMC), também conhecido como Índice de Quetelet, com a seguinte formula: IMC é igual à massa corporal em Kg, dividida pela estatura em metros ao quadrado (PETROSKI, 1999).

17 É por meio de uma fita métrica que mensuramos os perímetros dos indivíduos, segundo Nahas et al (2003), existem outras técnicas de mensuração de peso corporal e outros fatores dos indivíduos, como a bioimpedância, o Dexa, a pesagem hidrostática dentre outros. 2.3.2 Parâmetros Funcionais Os parâmetros funcionais estão diretamente relacionados com o treinamento do futsal, pois de acordo com leite (2000), os parâmetros funcionais podem ser definidos como: cardio-respiratórias, sendo aeróbias e anaeróbias. As capacidades aeróbias podem ser medidas de duas formas: direta, a variável tem comportamento isolado e quantificado ou qualificado durante o processo de medição, ou indireta, quando utiliza informações fisiológicas para a determinação da variável alvo (NAHAS, 2003). O treinamento para o desenvolvimento aeróbio está associado com adaptações em várias capacidades funcionais relacionadas com o transporte de oxigênio. Se o estímulo for adequado, a maioria dessas respostas será independente de idade e sexo (MCARDLE, KATCH E KATCH,1998). Os indivíduos que apresentam maior capacidade aeróbia tendem a apresentar maior eficiência nas atividades do cotidiano e recuperam-se mais rapidamente após esforços físicos mais intensos (GUEDES E GUEDES, 1995) Barbanti (1990) considera o item resistência cardiorespiratória, determinado pelo VO 2 Maximo (consumo máximo de oxigênio) como o fator mais importante na avaliação física do indivíduo.. É essencial o parâmetro de VO 2 max para estabelecimento do grau aptidão, a partir desta analise é que pode ser definido se o jovem pode realizar um trabalho aeróbio prolongado (CERETELLI apud PINI, 1983) O consumo máximo de oxigênio é um referencial obrigatório para o planejamento científico de um treinamento, pois é por meio desta analise que o treino vai ser direcionado. (MOREIRA, 1996, p. 111). Com relação à medida e avaliação da aptidão cardiorrespiratória é certo dizer que a melhor medida é feita em ergômetros caros e com medidas diretas em

18 espirômetros, durante exercícios. Mas é certo dizer que, na pratica, avaliações simples como as realizadas em bancos, pista, em cicloergometros ou em esteiras rolantes são também eficazes e fazem parte da realidade (LEITE, 2000). Monteiro (1996) afirma que a aptidão cardiorespiratória constitui o mais importante componente da aptidão física, e sua melhoria e manutenção, está incluída nos objetivos principais de qualquer programa sistemático de exercícios. Quando as semanas de treinamento são mantidas constantes, em vez do número total de sessões de treinamento, os resultados obtidos geralmente revelam que a freqüência de treinamento representa um fator significativo como estimulo (POLLOCK E WILMORE, 1993) O Colégio Americano de Medicina Desportiva (1995), apud Hernandes Junior (2000), cita que a capacidade de manutenção por um período de tempo prolongado de um esforço de média a alta intensidade, onde sejam utilizados grandes grupos musculares, é conhecido como resistência cardiorespiratória. Outro aspecto funcional que pode influenciar no nível aptidão física é a capacidade anaeróbia. Segundo Shepard (1987, apud GUEDES E GUEDES 1995), indivíduos que demonstram índices mais elevados desta qualidade (força/resistência), deverão estar menos expostos a fadigas localizadas e a menor aumento da pressão sangüínea, quando submetidos a esforços físicos mais intensos. Rodrigues e Carnaval (1997) definem como capacidade anaeróbia a capacidade de um indivíduo em sustentar uma atividade física intensa, no maior tempo possível, em condições anaeróbias, ou seja, em débito de oxigênio. Os indivíduos que participam de programas de treinamento aeróbio que param de treinar voltam aos níveis do condicionamento do pré-treinamento após 10 semanas. Uma redução de 50% na melhora da capacidade aeróbia foi mostrada num período de apenas 4 a 12 semanas de destreinamento (POLLOCK e WILMORE, 1993). 2.3.3 Parâmetros Motores Para a realização deste trabalho, optou-se em descrever os parâmetros

19 motores de acordo com os necessários, que para Hollmann e Httinger apud Pellegrinotti (1997), classificam as capacidades motoras como sendo as capacidades motoras são de básicas a velocidade, força e resistência. Grande importância para um condicionamento físico geral, pois se o indivíduo estiver bem condicionado fisicamente em suas qualidades motoras, ele pode melhorar os ajustes das outras qualidades físicas que ainda estão defasadas. Como exemplo, a boa flexibilidade de quadril, pode melhorar a velocidade da corrida devido a melhora da amplitude da passada (PINTO, 1977). Quando se treina para desenvolver a flexibilidade, por meio de exercícios de alongamento muscular, o que está modificando é a elasticidade muscular e dos tendões, permitindo uma maior amplitude nos movimentos que envolvem aquela articulação (NAHAS, 2003). Barbanti (1999) complementa dizendo que: um bom grau de flexibilidade melhora as qualidades físicas: força, velocidade e resistência, além de uma profilaxia a lesões, observada em vários estudos. Para desenvolver volume, força e resistência musculares, um programa mínimo de exercícios deverá ter duas sessões por semana (NIEMAN, 1999, p. 14). A flexibilidade pode ser considerada o grau de amplitude nos movimentos das diversas partes corporais. Depende da elasticidade de músculos e tendões e da estrutura das articulações (NAHAS, 2003). A flexibilidade ou mobilidade corporal é a valência física que reflete a amplitude dos movimentos em torno das articulações. Os exercícios específicos para o desenvolvimento da flexibilidade são chamados de alongamentos. Os exercícios de alongamento pedem ser feitos com ou sem auxílio externo, preferencialmente de forma estática, sem balanceios. Esta é a forma recomendável, pois é mais eficaz para conduzir um relaxamento muscular e expor o organismo a menor risco a lesões (NAHAS, 2003, p. 120). Resistência muscular ou resistência de força é a capacidade de um grupo muscular em realizar repetidas contrações sem diminuir significativamente a eficiência do trabalho realizado (NAHAS, 2003, p.43). Uma boa condição muscular proporciona maior capacidade para realizar as atividades da vida diária. A força muscular depende de vários fatores, de ordem ambiental (exigências da vida diária, treinamento, doenças) e biológica (características hereditárias, incluindo tamanho corporal, muscularidade e tipo de fibras musculares) (NAHAS, 2003).

20 2.4 Atividade Física De acordo com Nahas (2003), atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética, portanto voluntário, que resulte num gasto energético acima dos níveis de repouso. Para FARINATTI, (1995) o espaço para a criança realizar atividades ao ar livre, estão progressivamente menores no meio urbano, e o isolamento das regiões rurais podem apresentar repercussões negativas em vários parâmetros da aptidão física. Podendo assim gerar conseqüências motoras futuras na criança. La Porte, apud Pollock e Wilmore (1993), acreditam que é bastante possível e até provável que a intensidade da atividade física, necessária para se obterem os benefícios salutares oferecidos pelo exercício, não tenha que ser a mesma necessária para alcançar um bom condicionamento físico. Barbanti (1990) afirma que há uma predisposição de se ficar à inatividade durante as horas de lazer, e que existem várias razões para se ter uma boa aptidão física: a) para ajudar a evitar doenças hipocinéticas (doenças coronarianas, hipertensão arterial, diabetes, osteoporose, etc.); b) para se obter o máximo das capacidades mentais; c) para se sentir bem, alegre. O gasto calórico durante as atividades físicas varia com a dosagem (intensidade, duração) do esforço e o peso do indivíduo, entre outros fatores. Pessoas mais pesadas gastam mais calorias do que pessoas magras para realizar a mesma atividade que envolva deslocamento corporal (NAHAS, 2003). Durante a atividade física 25% da energia produzida pelo metabolismo é transformada em trabalho, enquanto 75% é liberada como calor no interior dos músculos. A principal forma de equilibrar a temperatura interna do organismo é o mecanismo da evaporação do suor na superfície da pele. A circulação sanguínea é que remove o calor interno dos músculos, transferindo-o para a região subcutânea, onde, com o auxílio das glândulas sudoríparas e a evaporação do suor, ocorre a transferência de calor para o ambiente (NAHAS, 2003). Assim deve-se ingerir líquidos antes, durante e depois da prática de exercícios principalmente em dias de muito calor. Fisiologistas sugerem que, em dias quentes, deve-se beber 2,5 copos de água uma hora antes das atividades e mais 1,5 copos 15 minutos antes dos exercícios. Durante as atividades procure

21 ingerir o equivalente a um copo d água a cada 15 minutos. Ao terminar, procure ingerir dois copos de líquidos para cada meio quilo de peso que tiver perdido em decorrência do exercício. Sugere-se que a temperatura do líquido esteja entre 5 e 10 graus centígrados (NAHAS, 2003). A fadiga muscular ocorre quando as fibras musculares não conseguem manter um nível de esforço contínuo. As causas de fadiga muscular incluem mudanças nas propriedades químicas das fibras musculares, esgotamento energético, incluindo as reservas de glicogênio e incapacidade de remover os subprodutos que acumulam durante os exercícios intensos, como o ácido lático (NAHAS, 2003). Segundo Halhuber (1981, apud Barbanti 1999, p.650), as pessoas que não praticam esportes têm duas vezes mais chances de sofrer de infarto do que pessoas que os praticam. Segundo WEINECK (2003) as crianças já em idade escolar podem apresentar erros posturais crônicos, conduzindo assim a criança a inúmeros problemas na coluna vertebral, devido a falta de atividade física. Se conseguir colocar em harmonia os fatores referenciados anteriormente, respeitando profundamente seu conteúdo, o treinamento terá um resultado satisfatório, tendo em vista que é necessária toda essa especificidade em todo processo de performance.

22 3 METODOLOGIA 3.1 Tipo de Pesquisa Segundo Santos (1991) a pesquisa exploratória é o contato inicial com o tema a ser analisado, com os sujeitos a serem investigados e com as fontes secundárias disponíveis. 3.2 População A população desse estudo é composta por alunos da escolinha municipal de futsal de São José dos Ausentes RS. Critério para participar do estudo, somente alunos que participavam da escolinha no mínimo há três meses antes da aplicação dos testes. Com idade entre 9 e 14 anos do sexo masculino. 3.3 Amostra A escolha foi aleatória, em forma de sorteio, onde as crianças que atendiam as necessidades do estudo. Fizeram parte do estudo 37 crianças de um total de 75, que participavam da escolinha regularmente. E também 37 crianças com a mesma idade dos alunos da escolinha escolhidas aleatoriamente na rede publica de ensino de São José dos Ausentes. 3.4 Limitação do Estudo

23 Este estudo limitou-se em pesquisar crianças de 9 a 14 anos, que praticavam e não praticavam futsal no município de São José dos Ausentes. Comparando assim a aptidão física dos dois grupos. 3.5 Instrumento de Coleta de Dados Os dados foram coletados da forma apresentada a seguir. Os testes foram aplicados para os praticantes da escolinha nos dias 13, 14, 20 e 21 novembro de 2008 e para não praticantes dia 20 e 21 de novembro No primeiro dia de atividades, foram coletados dados antropométricos (crescimento físico), composição corporal (dobras cutâneas), flexibilidade (banco de Wells), força de membros inferiores (salto em distância parado), teste de agilidade (shutle run) e força muscular localizada (abdominal), no dia posterior, foram realizados os testes de 50 metros, individualmente; após o último realizar o teste, foi dado um intervalo de 10 minutos para então aplicar o teste de 9 minutos de corrida, respeitando a seqüência do mais para o menos para o mais cansado. Os testes foram realizados no Ginásio Municipal Luiz Rovaris e na rua em frente ao ginásio. TESTE EQUIPAMENTO VARIÁVEL Crescimento Físico 1- Massa Corporal 2- Estatura Balança Tipo Fiziola Eletrônica 2 - Fita Métrica 1- Massa Corporal 1/2- IMC Composição Corporal 3- Medidas de Dobras Cutâneas 3- Compasso de Dobras Cutâneas da Narca CESCORF 3-Somatório de Dobras Cutâneas

24 Desempenho Motor 5- Sentar e alcançar 6- Abdominal 7- Sutle run 8-9 minutos de corrida 9-50 metros de corrida 10- Salto em distância parado 5- Banco de Wells e Dilon 6- Cronômetro 7- Tacos de madeira 8 e 9 Cronômetro 10- Fita métrica 5- Flexibilidade de Quadril 6- Resistência Muscular Localizada 7- Agilidade 8- Consumo Máximo de Oxigênio (VO 2 Máx) 9- Potência Anaeróbia 10- Força de membros inferiores impulsão 3.6 Protocolo de Mensurações 3.6.1 Crescimento Físico a) Massa corporal A criança ficará em pé, posição ortostática, com a colocação dos pés respeitando tamanho da plataforma da balança com precisão de 50 gramas. Balança fisiola. b) Estatura Utilizou-se uma fita metálica, de marca 3M, afixada à parede. O ponto zero da fita estava no nível do solo. É importante ressaltar que o solo e a parede mantenham uma regularidade quanto a sua inclinação. O individuo descalço foi orientado para ficar em pé e com o plano dorsal do corpo em contato com a parede (calcanhares, cintura pélvica, cintura escapular, região occipital). Com a cabeça no plano horizontal de Frankfurt, olhar paralelo ao solo, fez-se a medida ao final de uma inspiração profunda. (PETROSKI, 1999, p.40). Para a determinação de IMC foi utilizada a determinação da OMS, citada por Petroski, (1999). IMC = Massa Corporal em kg (Estatura em metros) 2 3.6.2 Composição Corporal a) Dobras cutâneas: as dobras utilizadas (tríceps, subescapular, supra-

25 ilíaca e panturrilha medial) tiveram as técnicas de mensuração de acordo com PETROSKI (1999). Tríceps: face posterior do braço no ponto médio entre o processo acromial da escápula e o processo do olécrano da ulna. A posição do avaliado foi ortostática, braços estendidos e relaxados ao longo do corpo, o avaliador ficou atrás do avaliado. A partir da referência anatômica, traçou-se uma linha horizontal e imaginária até a face posterior do braço (tríceps), onde marcou-se o ponto. Foi pinçada a dobra verticalmente. Site http://www.sanny.com.br/si/site/030201 acessado em 21-05-2009 Subescapular: dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula. O avaliado em pé, braços estendidos e relaxados ao longo do corpo, o avaliador atrás do avaliado. A dobra foi pinçada diagonalmente a partir da referência anatômica. Site http://www.sanny.com.br/si/site/030201 acessado em 21-05-2009 Supra-ilíaca: linha axilar média, imediatamente superior à crista ilíaca. O avaliado em posição ereta, braços ligeiramente abduzidos, o avaliador lateralmente junto ao avaliado. A prega foi feita diagonalmente.

26 Site http://www.sanny.com.br/si/site/030201 acessado em 21-05-2009 Panturrilha medial ponto interno do maior perímetro da panturrilha. O avaliado sentado, o quadril e joelho formavam um ângulo de 90º, e a planta do pé em contato com o solo. O avaliador em frente ao avaliado coletou a dobra na parte interna da perna verticalmente. Site http://www.sanny.com.br/si/site/030201 acessado em 21-05-2009 3.7 Desempenho Motor a) Teste de 9 minutos de corrida foi marcado quantos metros as crianças percorrem em 9 minutos de corrida (COOPER 1982 apud MARINS E GIANNICHI 1996). b) Teste de velocidade (50 metros) foi respeitado o protocolo segundo Johnson e Nelson, (1979, apud MARINS E GIANNICHI 1996). Todos os avaliados iniciaram na posição em pé. Aos comandos de pronto e vai. Ao comando de vai o avaliador abaixou os braços para que os cronometristas na linha de chegada acionassem os cronômetros. Foram traçados no chão da pista, a linha de saída e de chegada. Foi alertado aos avaliados que usassem toda velocidade possível. c) Flexibilidade de quadril: técnica de mensuração de acordo com Niemam (1990), o avaliado tomou a posição assentada, pés apoiados no flexômetro, os joelhos foram segurados para evitar que o avaliado flexionasse. O avaliado então

27 flexionava vagarosamente o quadril para frente empurrando o instrumento de medida a frente o máximo que conseguia, utilizando apenas a ponta dos dedos das mãos. Foi computada a melhor das três tentativas executadas. d) Força abdominal: o executante deitado em decúbito dorsal com os joelhos flexionados (aproximadamente 120º). Os braços devem estar completamente estendidos ao lado do corpo, com as palmas voltadas para baixo. As pontas dos dedos das mãos tocam uma marca (fita) feita no solo. Uma outra marca (fita) é colocada a uma distância de 12cm de distância da primeira marca. Com os braços sempre estendidos, o executante eleva a cabeça e os ombros do solo, deslizando as mãos até uma outra marca, mas a cabeça não precisa tocar o solo. Repete-se o maior numero de vezes em 60 segundos (NAHAS, 2003). e) Agilidade: fazer duas marcas no solo, separados, de 9,14 cm cada uma. A linha mais próxima do avaliado será a linha de partida e a outra a linha de referência, O avaliado coloca-se em posição semiflexionado com um afastamento antero-posterior das pernas (com o pé o mais próximo possível da linha de partida). Para iniciar o teste, o avaliado dará a vez de comando "Atenção! Já" acionando concomitantemente o cronômetro. O avaliado, em ação simultânea, corre na sua maior velocidade possível até o bloco, pega um deles, retorna a ponto de partida, e deposita entre o bloco atrás da linha de partida. Sem interromper a corrida, vai a busca do segundo bloco procedendo da mesma forma, O teste estará terminado e o cronômetro parado quando o avaliado colocar o ultimo bloco no solo e ultrapassar, com pelo menos um dos pés, as linhas que delimitam os espaços demarcados. O bloco não pode ser jogado, mas colocado no solo, sempre que haver erros na execução, o teste será interrompido e refeito novamente. (JOHNSON & NELSON, 1975). f) Salto em distância parado: o avaliado coloca-se com os pés paralelos no ponto de partida, a linha zero da fita métrica fixada no solo. Através da voz de comando atenção já o avaliado deve saltar na linha horizontal, com impulsão simultânea das pernas, objetivando atingir o ponto mais distante da fita métrica. É permitida a movimentação livre dos braços. Serão realizadas três tentativas, registrando-se a marca atingida pela parte anterior do pé que mais se aproximar do ponto de partida. (FERNANDES FILHO, 1999).

28 3.8 Tabulação dos Dados Realizou-se o tratamento dos dados por meio da reunião e tabulação das informações coletadas. A partir disto, foi realizado a análise de cada variável investigada, sendo, comparadas e classificadas em tabelas e freqüência e percentual. Também foi realizado o cálculo de média e desvio padrão, foi utilizado para isto o programa Excel.

29 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS Para a análise e caracterização dos sujeitos, foram utilizadas tabelas, que apresentam cada um dos componentes avaliados a discussão dos resultados comparados a outros estudos. A média de idade dos avaliados foi de 9 a 14 anos de idade, dividido em três grupos, para fazer uma abordagem mais específica. Meninos de 9 e 10 anos Praticantes Não Praticantes Média Desvio padrão Média Desvio Padrão IMC (%) 17,1 1,48 18,4 2,05 % Gordura (mm) 17,2 6,49 18,7 6,08 Banco de Wells (cm) 27,9 4,77 27,8 3,93 Salto em Distancia Parado (mm) 1,3 0,14 1,2 0,09 Abdominal (rep) 31,5 3,86 29,8 3,11 Corrida 50 m (seg) 9,8 0,53 11 0,98 Corrida 9 min. (KM) 1,4 0,68 1,3 0,13 Shutle run (seg) 12,0 0,68 12,1 0,96 IMC Quando avaliado o IMC, observa-se uma diferença entre os grupos. No grupo dos praticantes a média dos resultados foi 17,1%+1,48, enquanto no grupo de não praticantes ficou em 18,4%+1,48%. Lembrando que este valor é em porcentagem. O IMC deve ser analisado intensamente, pois se as crianças encontrarem-se muito acima ou abaixo dos parâmetros recomendáveis para a saúde dos jovens, pode ser um fator contribuinte para futuras complicações. No entanto isso não pode ser levado em consideração como um estado físico ideal, pois o IMC é utilizado como uma medida populacional. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) apud Nahas (2003), ambos os grupos encontram-se na faixa recomendável para esta população.

30 % Gordura Verifica-se que houve uma diferença entre os grupos. Verificamos que os praticantes encontram-se na faixa recomendável, enquanto os não praticantes encontram-se um pouco acima dos valores considerados normais. Os valores de média ficaram em 17,2%+6,49% no grupo dos praticantes, enquanto no grupo de não praticantes 18,7%+6,08%. Uma das conseqüências do percentual de gordura elevado pode ser a localização da gordura, que segundo Nahas (2003), o risco de doenças é maior para pessoas que acumulam gordura na região abdominal (central). Banco de Wells - Flexibilidade Como se pode verificar na tabela, os valores de ambos os grupos foram praticamente os mesmos. No primeiro grupo a media ficou em 27,9 cm+4,66 cm e no segundo grupo em 27,8 cm+3,93 cm. Segundo Nahas (2003), a faixa recomendável se situa entre 27 38 cm, então podemos verificar que ambos os grupos estão dentro dos níveis normais. Salto em Distância Parado Neste teste, houve uma diferença entre os grupos, de acordo com Fernandes Filho, 1999, o grupo que pratica está classificado como aceitável, enquanto o grupo controle está fraco, isso porque o grupo que pratica ficou com media 1,3m+0,14m, enquanto o grupo controle ficou com media 1,2m+0,09m. Abdominais No teste de abdominais, houve uma diferença entre os alunos da escolinha e o controle, Segundo Nahas (2003), os alunos da escolinha estão dentro dos parâmetros considerados bom, enquanto o controle está abaixo da média. Além de força abdominal e lombar, é solicitada neste exercício coordenação, e talvez seja também neste fator que o grupo da escolinha tenha conseguido uma melhor classificação. O grupo da escolinha obteve média 31,5 repetições+3,86 repetições,

31 enquanto o grupo controle obteve 29,8 repetições+3,11 repetições. Corrida de 50 Metros Conforme a tabela o grupo de praticantes ficou com media de 9,8 segundos+ 0,53 segundos, enquanto o grupo controle ficou com media de 11 segundos+ 0,98 segundos. Segundo Johnson e Nelson, 1979 apud Matsudo (1987), ambos os grupos estão classificados como fracos de desempenho. Corrida 9 Minutos Como pode ser visto na tabela os valores do grupo que pratica ficaram com media de 1,4 km+0,68 km enquanto o grupo controle ficou com media 1,3 km+ 0,13 km. Segundo Fernandes Filho (1999), o primeiro grupo está com 45% da carga máxima enquanto o segundo grupo está com 30%. Shutle Run Neste teste o grupo praticante ficou com média 12,0 segundos+ 0,68 segundos, enquanto o grupo controle ficou com média 12,1 segundos+ 0,96 segundos. Podemos verificar que o grupo praticante obteve um resultado mais satisfatório do que o grupo controle neste teste. Na tabela a seguir encontram-se jovens do sexo masculino com idade de 11 e 12 anos, onde os praticantes treinam futsal na escolinha a pelo menos 6 meses. Meninos de 11 e 12 anos Praticantes Não Praticantes Média Desvio Desvio Média padrão Padrão IMC (%) 18,7 3,26 20,2 3,46 % Gordura (mm) 19 7,70 19,9 7,50 Banco de Wells (cm) 26,3 6,78 25,3 5,55 Salto em Distancia 1,4 0,15 1,3 0,11

32 Parado (m) Abdominal (rep) 39,8 8,81 34,4 6,92 Corrida 50 m (seg) 9,3 0,80 10,2 0,77 Corrida 9 min. (KM) 1,6 0,26 1,6 0,16 Shutle run (seg) 11,8 0,92 12 0,81 IMC Podemos verificar na tabela acima que há uma diferença entre os grupos. No grupo dos praticantes a média dos resultados foi 18,7%+3,26 e no grupo de não praticantes a media ficou em 20,2%+3,46%. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) apud Nahas (2003), a faixa recomendável para esta população, com esta faixa de idade varia de 16,8% 24,9%. Com estas informações significa que os praticantes e não praticantes estão nos parâmetros indicados para a saúde. % Gordura Podemos verificar neste teste que houve uma pequena diferença entre os valores. O grupo praticante ficou com media 19 mm+ 7,70 mm, enquanto o grupo controle ficou com media 19,9 mm+7,50 mm. Segundo Nahas (2003), ambos os grupos estão dentro dos parâmetros considerados normais para a saúde. Banco de Wells Conforme podemos verificar na tabela, houve uma diferença entre os grupos. O grupo que pratica ficou com média 26,3cm+ 6,78 cm, já o grupo controle ficou com média 25,3cm+ 5,55 cm. Segundo Nahas (2003), ambos os grupos estão com baixa aptidão. Salto em Distância Parado Neste teste o grupo praticante ficou com media 1,4m+ 0,15m, enquanto o grupo controle ficou com media 1,3 m+0,11 m. Segundo Fernandes Filho (1999), o grupo praticante está classificado

33 como aceitável e o grupo controle como regular. Abdominais Conforme a tabela mostra a media do grupo que pratica ficou em 39,8 rep.+ 8,81 rep., enquanto o grupo que não pratica ficou com media 34,4rep.+6,92 rep. Segundo Fernandes Filho (1999), o primeiro grupo está 70% da carga máxima e o grupo que não pratica com 50% da carga máxima. Corrida de 50 metros Neste teste uma diferença nos resultados entre os grupos, o primeiro grupo ficou com media 9,3 seg.+0,80 seg. enquanto o grupo controle ficou com media 10,2+ 0,77 seg. De acordo com Johnson e Nelson, 1979 apud Matsudo (1987), o desempenho de ambos os grupos é fraco. Corrida de 9 Minutos Como podemos verificar na tabela o grupo de praticantes ficou com média 1,6 km+ 0,26 km, enquanto o grupo controle ficou com média 1,6 km+ 0,16. Ambos os grupos estão com 60% do desempenho máximo que poderiam atingir nesta idade. (Fernandes Filho, 1999). Shutle Run Neste teste o grupo que pratica na escolinha ficou com média 11,8 segundos +0,92 segundos, já o grupo controle ficou com média 12 segundos+0,81 segundos. O grupo praticante obteve um resultado mais satisfatório do que o grupo controle. Na tabela a seguir, encontram-se jovens do sexo masculino com idade de 13 e 14 anos, onde os praticantes estão na escolinha a pelo menos 5 meses.

34 Meninos de 13 e 14 anos Praticantes Não Praticantes Média Desvio Desvio Média padrão Padrão IMC 18,8 2,80 18,9 1,65 % Gordura (mm) 15,9 6,39 15,9 6,39 Banco de Wells (cm) 21,8 9,28 21,8 9,28 Salto em Distancia 1,6 0,20 1,6 0,15 Parado (mm) Abdominal (rep) 33,9 8,97 33,7 6,95 Corrida 50 m (seg) 8,9 0,65 9,2 0,77 Corrida 9 min. (KM) 1,6 0,17 1,5 0,15 Shutle run (seg) 11,1 0,88 11,5 0,83 IMC Neste teste, como podemos verificar na tabela, o grupo praticante obteve média de 18,8%+2,80% enquanto o segundo grupo ficou com média 18,9%+1,65. Segundo a Organização Mundial de Saúde apud Nahas (2003), os grupos estão na faixa recomendável. Lembrando que este valor é em porcentagem. O IMC deve ser analisado intensamente, pois se as crianças encontrarem-se muito acima ou abaixo dos parâmetros recomendáveis para a saúde dos jovens % Gordura Como vemos na tabela a média do grupo praticante ficou em 15,9 mm+6,39 mm, já o grupo controle ficou com média 15,9 mm+6,39 mm. Segundo Nahas (2003), a faixa recomendável é de 10 a 18%, sendo assim ambos os grupos encontram-se dentro desta faixa. Banco de Wells Neste teste os grupos obtiveram a mesma média que foi de 21,8 cm+9,28 cm. De acordo com Nahas (2003) ambos os grupos estão com baixa aptidão. Uma boa flexibilidade é um fator importantíssimo para que os jovens tenham um melhor desempenho no futsal e também tenham uma boa qualidade de vida.